sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Não é porque a loja é do meu primo, mas a Indiada tá com promoção de verão triiii boa. Sério, eu normalmente não compro tudo que eu quero lá, costumo pedir pra minha mãemãe de presente, porque as coisas ficam fora do meu orçamento. Mas agora, na liquidação, dá muita vontade de levar tudo. Quem gosta de moda comfy, como eu digo, ou moda aventura, como eles vendem, tem de passar lá. Tem coisas mega bonitinhas para namoradas e noivas e esposas também. Fica na Felix da Cunha, quase em frente ao Moinhos Shopping, naquele casario bonitinho.
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Ali do lado, na esquina da Felix com a Padre Chagas, tem agora o Saúde no Copo. Foi meu primo Bento, o dono da Indiada, que indicou: provem o bauru de frango com pão preto do lugar. Triiii bom!
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A propósito, gurias, tem roupitchas triiiiii legais e baratas também no boteco Casa de La Madre, aquele lugar triiii mulherzinha que tem na Tobias da Silva. 

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Bom, eu estou de férias em Poa, lutando contra a cama, sem executar meus planos de ir ao Lami e à Fundação Iberê, e tomo a liberdade de roubar da Clarissa a clássica piada do Cotoco.

Cotoco era um menino normal, quer dizer, quase normal.Ele não tinha nem
braços nem pernas. Um dia, Cotoco foi convidado para ir à praia com
seus amigos:

-Mas eu não sei nadar - falou Cotoco.
-Não tem problema, só vamos jogar futebol. Nós cuidamos de você.
-Tá certo,eu vou.
Na praia, depois de muito jogar, os amigos de cotoco foram pra casa e
esqueceram o pobre menino na areia.
Quando a praia já estava esvaziando, e a maré subindo, passou um bêbado passou e viu Cotoco
gritando por socorro.
Ao pegá-lo, colocou-o na água e falou:
-Vá tartaruguinha.Vá.

domingo, fevereiro 15, 2009

Quando a gente mata uma mosca, está matando todas as moscas do Universo.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Para quem não se programou  pro Carnaval, um amigo tem uma casa beeeem bacana na Gamboa pra alugar. Acho que não custa muito, não. Interessados, mandem email para sebribeiro@yahoo.com
Extra, Extra! Noticias da Patagônia. Minha irmã vaga pelo vago Sur. Ra ra ra. Aproveitando que ela não atualiza o blógui dela, o blóguidotiao reproduz com exclusividade os relatos brutos que chegam do nada. E sem aquela papagaiada de poesia concreta tão apreciada no Vida-Intensa (link ao lado; aqui, preguiça).

"Hoje 2o dia de Patagonia ja vimos o que eh um GLACIAR, o Perito Moreno. Eh uma coisa gigantesca, um absurdo, da uma ideia muito primitiva, assim era nosso Planeta quando comecou? Uma coisa linda, azul por dentro, o lago verde, as monta nhas em vlta, aquele branco imenso mais branco ainda por causa das nuvens que choviscavam gelado nas bochechas mas nao importa, isso eh lindo demais. Eu e a Cris ate agora nos dando suuuperbem, conseguindo rir nos momentos mais dificeis quando preciso. Amanha vamos para El Chalten onde esta o Fitz Roy, ai faremos um trekking de 3 dias acampando, mas todos dizem q eh barbada, que eh pequeno e cheio de gente aih.Dia 14 partimos para a grande jornada, Torres del Paine, onde caminharemos com as barraca nas costas durante 7 dias, em nome das paisagens mais fantasticas que existem.
Mandem emails vcs tambem, contando as novidades, ok?"


Acho que fui meio bruto na resposta:

"Não mando novidades para ípies. Odeio ípies."

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Excepcionalmente, anunciamos a troca do "a propósito" do cabeçalho.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Tem um motel na frente da minha casa. Maior vergonha. É fuque fuque fuque fuque. Toda hora. Ainda mais à tarde. A gritaria é tanta que às vezes temos de fechar a janela. Não sei quem berra mais, se eles ou elas. A Rafa anda preocupada, até. Quando o João crescer, como faremos? Manter a cortina sempre cerrada? Impossível. Talvez nosso filho venha a ter uma noção bem precoce do que seja o sexo. Sexo sem pudores (do Anghinoni, Pastor, 2003, Viamão, Editora Protestante). Mas com algumas regras, claro. A forma ortodoxa, ele e ela, tem sido adotada. Não sei até quando. Hoje mesmo, já vi um troço estranho. Lá em cima, no último galho do jacarandá, o sabiá de coisinha com a pomba rola. Pode isso?

domingo, fevereiro 01, 2009

João Pedro
João Pedro era ranhento, a cara sempre borrada de preto, mistura de ranho e terra amealhada no pátio de casa, nas caixas de areia, no barranco do Ipa. Andava todo esfarrapado, molambento, de camiseta branca, sempre suja, às vezes rasgada. Tinha tudo para ser uma criança linda, loirinho, bonitinho, mas também não calhava de pentear o cabelo. E era bagaceiro que só.
Morava numa casa rodeada por um baita muro lá na rua Silveiro, altos do morro Santa Tereza. O pátio tinha um cachorrão e mais desafios que um campo de paintball, ao menos lá de baixo, de onde as crianças viam tudo, assim parecia. Na varanda, havia um alvo onde adorávamos jogar dardos, brincadeira de gente grande. Não lembro bem, mas acho que a família dele era meio bagunçada, de uma bagunça comovente. Pelo menos o irmão mais velho, o João Cláudio, colega do Bento, era um cara atrapalhado.
João Pedro estudou comigo na pré-escola. Vivíamos juntos. Até que deixamos o IPA para começar a primeira série. Cada um para o seu lado, paramos de se ver, de se telefonar. Eu fui para o Aplicação e ele não lembro. Só sei que uns anos depois estudou no Instituto de Educação, ao lado do meu colégio. Às vezes passava pelo nosso pátio. Quando o via, eu corria para a tela que cercava a cancha de futebol. Conversávamos como amigos que jamais tinham se separado. Mas não trocávamos telefonemas nem nada.
Nunca esqueci o João Pedro. Quando meu filho nasceu, quis batizá-lo com o nome do meu colega. A Rafa achou melhor não, o guri já ia ter muito sobrenome. Ficou só João mesmo, o único entre todos os nomes do mundo que agradava a nós dois. Há uns anos, o Bento contou-me que uma ex-namorada dele disse que era colega do meu velho companheiro na faculdade de medicina. Deve ser médico, o João Pedro. Decerto já sabe assoar o nariz. Ao menos para entrar na sala de cirurgia.

P.S.: se alguém sabe dele, comenta aí embaixo.

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O texto acima é o segundo da série perfis. O primeiro saiu em janeiro de 2006 – há três anos! Para quem não lembra, segue:

Winnie
Winnie tinha seis anos e cabelos angelicais. Era um doce de criança, um narizinho de batata misturado com ricos cachinhos louros. Morava com a mãe, a tia e a avó - todas muito insanas e muito bacanas - em um sobrado de classe média em um bairro de classe alta de Niterói. Era prima da minha então namorada Rebeca, com a família de quem passávamos uns dias no litoral carioca.
Foi me ver e Winnie se apaixonou por mim. Acho que com ela aprendi a gostar de crianças. Por causa dela, me dei conta que eu então já era um tio para a piazada. Pela primeira vez, estava mais para pai do que para irmão.
Não lembro bem como ela gostava de mim, as coisas que dizia. Sei que estava sempre às voltas, me convidava para brincar de boneca, pulava no colo, conversava, conversava, conversava e fazia bagunça na praia. Eu a levava para tomar banho de mar, ameaçava deixá-la sozinha no fundão. Ela andava na minha garupa na areia. Eu perguntava sobre bonecas e sobre brinquedos e fazia esforço para educá-la.
De repente, aquela menina, cujo súbito amor por mim impressionou a todos, passou a me odiar. Ódio mortal. Por nada. A família não entendeu. Eu tampouco. Fiquei muito constrangido, porque parecia que eu tinha maltratado o anjinho às escondidas. E não havia jeito de reconquistar a guriazinha. Quando fomos embora e ela tinha de voltar para o seu quarto - de onde temporariamente foi desalojada para dar lugar aos hóspedes - se negou.
- Só volto se alguém passar um aspirador pra tirar vermes deste quarto - disse no seu adorável sotaque carioca, externando todo o nojo que passou a nutrir por mim.
Nunca mais via a Winnie. Final do ano passado, me mostraram uma foto dela na formatura da Rebeca. Uma linda mulher de 16 anos, com um chapéu de caubói, e fazendo pose de sem-vergonha. Adorável e perigosa Winnie.

Com o João, aprendi o real sentido da palavra inocência. Meu filho é a primeira pessoa que conheci totalmente isenta de culpa. Dele, eu tudo relevo, tudo perdoo. Até as ofensas mais ignóbeis, como mijar no papai, lançar um jato de cocô na roupa da mãe ou abrir o berreiro no meio do último capítulo d'A Favorita. Alguém pode dizer: que coisa óbvia! Mas uma coisa é saber como funcionam as coisas; outra é experimentá-las. Certamente a palavra inocência tem um significado diferente para nós, pais e mães, do que para o resto do mundo.

Meu filho não tem culpa de nada. Está com fome? Culpa da mãe, que não ofereceu a teta. Arranhou-se com as prórias unhas? Culpa do pai, que não ficou de olho. Foi picado por mosquitos? Culpa nossa, que não o cobrimos. Creio que é dessa inculpabilidade da criança que advém o sentimento de escravidão na nossa relação com os filhos. Qual o pai que não se surpreendeu ao se ver, pela primeira vez, escravo de uma coisinha de apenas 4 quilos (o João já tem seis) e poucos dias de vida?

No fundo, até isso é culpa nossa.