o melhor chope que eu tomei na minha vida foi em oxford. o dia estava plúmbeo, como, aliás, são os dias do inverno inglês. eu estava completando minha temporada de 30 dias na cidade. já tinha experimentado uns 50 chopes guinness desde a chegada, e todos tinham o mesmo gosto e a mesma consistência de xixi. uma tarde - e estava frio! -, o professor gordo do curso de inglês apresentou a turma a um pub realmente tradicional. eram umas 15h, e o lugar estava abarrotado de estudantes da universidade. na rua, o típico fog britânico. dentro, o típico fog britânico gerado pelos cigarros acesos. instalamo-nos em mesas de madeira no pátio, em volta de carvões megacompactos em brasa - carvão australiano, diz meu primo bento. tateando na fumaça, ingressei no pub e fiz a última tentativa.
- uma guinness, plis.
tomei um gole. (som de fadas se aproximando). (arrepau no pio). (peito de pomba morta). que loucura. o chope era tão cremoso e tão amargo e tão bom que me tirou do ar por uns segundos.
"Não leio blogs; só o do Tião, porque é relevante", Filipe Maia, jornalista. "Às vezes o Tião escreve direitinho", Daniel Gallas, presidente. "Não gostar do Tião é uma falha de carácter", Rodrigo Müzell, jornalista. Sebastião Ribeiro é jornalista e mora em Porto Alegre. Leva uma vida pacata com a mulher e dois filhos em um apê no alto Rio Branco. A propósito, teu cu de bobes.
quarta-feira, maio 30, 2007
As pessoas têm uma mania absurda de se impressionar com o clima. Cada vez que vem o frio dizem: "nossa, olha o frio, é o maior em dez anos". Se vem calor: "oh, o aquecimento global". Porra! Sempre fez frio e sempre fez calor em Porto Alegre. Temperaturas baixas não são novidade no nosso outono ou no nosso inverno e até na nossa primavera. Não há nada de escandaloso no clima dos últimos dias. Continuo saindo de camiseta, camisa e casaco, como faria se a temperatura fosse 20 graus. Então, parem!
terça-feira, maio 29, 2007
segunda-feira, maio 28, 2007
Nossas coisas já estão na casa nova. Foram sábado. Nós estamos passando uma temporada na casa dos meus sogros. Se Deus quiser, só até sábado. Nada contra os anfitriões, pelo contrário. É que dormir separado é brabo. Ainda tenho de escrever sobre a despedida da Jaime Teles. E sobre o Uruguai. E sobre alguma coisa mais, provavelmente.
quarta-feira, maio 23, 2007
Seis da tarde e toca a música do plantão da Globo. A redação de ZH pára. Uma centena de jornalistas corre para a TV. O que houve? Caiu um avião? Lula foi internado? Alexandre de Santi tenta colocar no 12, mas se mostra incompetente para mudar de canal. Nos bandos em volta das demais TV, olhares interrogativos. Até alguém se dar conta que tinha sido só um celular com toque de plantão acionado pelo Zarif, da arte. Pura verdade.
sábado, maio 19, 2007
Quando cheguei em Montevideo, uma destas promotoras maravilhosas do Free Shop ofereceu-me uma nova fragrâcia. Polo Double Black. Pingou um pouco em meu punho, no outro, olhou bem no meu olho e disse: espere, sinta no corpo, depois você decide se gostou. Ela desapareceu, e eu fui embora sem dar muita bola. Pois nos cinco dias seguintes que passei no Uruguai tomei pelo menos cinco banhos e o cheiro burrifado pela princesa não saiu. Na volta, procurei-a. Ela não estava. Me veio outra com a mesma oferta, de novo odorificou-me e desapareceu sem nem um adiós. Pois não é que já faz três dias e continuo com o punho perfumado! Que fixador tem esse perfume, que fixador!
A menos que... A menos que... A menos que aquelas moças fossem fadas, e aqueles perfumes poções. Poções que modificaram minha estrutura genética e fizeram meu próprio corpo produzir a fragrância. E se, hein? E se? E se, agora eu sou um ser especial, mágico, divino. E então serei levado de cima a baixo, de baixo a cima, mãos dadas com os cientistas. Nova York, Massachussets, Basiléia, hospitais e laboratórios em todo o mundo. Levar-me-ão por toda a parte, serei um rato de laboratório, até conseguirem isolar o gene mágico e depois inseri-lo em todos os que pretendem ser eternamente cheirosos. Nesse caso... Nesse caso serei rico, rico, rico (imagem de fim de desenho animado, bonequinho jogando moedas ao alto)!
Mas peraí. Tive uma idéia. Outra idéia. Meu gato. Meu gato, ele produz amoníaco. Não mija, libera amônia pura - usamos máscaras de gás aqui em casa. É uma fabrica ambulante. Tenho de apresentar urgente o Aquiles aos cientistas. Já imaginou se todas as vacas tivessem o gene do aquiles? Elas estariam despejando puro adubo no campo. Os pastos nascerão mais bastos, o gado terá mais bóia. E, nesse caso, serei rico, rico, rico!
sexta-feira, maio 18, 2007
sexta-feira, maio 11, 2007
terça-feira, maio 08, 2007
Jaime Palilo peidava em sala de aula. Um dia, disseram-lhe que dar puns na frente dos outros era falta de educação, mesmo quando a liberação não causava ruído. Jaime Palilo passou a sair de sala de aula para se traquear. Levantava-se da classe, ultrapassava a porta, fechava-a, cerrava os olhinhos e só então soltava-se. Esperava vinte segundos até o cheiro se dispersar e voltava ao seu assento. Algumas poucas vezes, o odor seguiu seu rastro pelo interior da sala no retorno. Disseram-lhe que desafrouxar no corredor e logo regressar à classe era falta de educação; o correto seria utilizar sempre o banheiro para se aliviar. Novamente, Jaime Palilo mudou sua rotina. Quando vinha a vontade, saía correndo da aula e cruzava o corredor até o lavatório da escola. Mas quando chegava no lugar certo para peidar educadamente, a vontade já tinha passado. Foi então que Jaime começou a segurar puns. Pois reteve tantos gases, o pobre, que terminou por explodir. Diz-se que faleceu de peido.
domingo, maio 06, 2007
quinta-feira, maio 03, 2007
Acabei de publicar um post. E acabei de excluir esse post. Falava sobre minha opinião quanto a eucaliptos na Metade Sul. Já fiz matérias sobre isso, ainda devo fazer, e é certo que as fontes poderiam me tratar diferente se soubessem o que realmente penso - sem contar que poderiam utilizar o texto para me pressionar de alguma maneira. Não que as fontes costumem passar por aqui, não que isso fosse uma probabilidade, mas é sempre uma possibilidade. Por isso, retirei o post do ar.
Mas no exato momento em que deletei o texto, senti um sufoco danado. Estou na minha casa, a minha pança a descoberto, o vento frio no lombo, calça de pijama furada no saco, meia-noite. O suprassumo da privacidade. E não é que minha vida profisisonal invade intempestiva e abruptamente, sem bater na porta, a minha vida pessoal! Me sinto absolutamente desrespeitado.
Sempre tentei separar o trabalho do resto. O certo seria eu publicar o post, as fontes o lerem e entenderem que se trata de uma opinião pessoal que não interfere no meu labor. No mundo perfeito seria assim.
Acho que estou ficando velho, perdendo as forças para lutar por esse mundo perfeito.
***
Please, se possível comentem, me consolem, ainda que anonimamente. Só eu que me sinto agredido por situações como essa?
Mas no exato momento em que deletei o texto, senti um sufoco danado. Estou na minha casa, a minha pança a descoberto, o vento frio no lombo, calça de pijama furada no saco, meia-noite. O suprassumo da privacidade. E não é que minha vida profisisonal invade intempestiva e abruptamente, sem bater na porta, a minha vida pessoal! Me sinto absolutamente desrespeitado.
Sempre tentei separar o trabalho do resto. O certo seria eu publicar o post, as fontes o lerem e entenderem que se trata de uma opinião pessoal que não interfere no meu labor. No mundo perfeito seria assim.
Acho que estou ficando velho, perdendo as forças para lutar por esse mundo perfeito.
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Please, se possível comentem, me consolem, ainda que anonimamente. Só eu que me sinto agredido por situações como essa?