sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Me emocionei – emoção de verdade, de marejar os olhos – uma única vez em Brokenass Mountain, como escreveu o Agamenon em sua coluna, que eu nem conhecia até dias atrás, afinal sou um estúpido mesmo, não sei nem distinguir o Caco Ciocler e o Caio Blat, e não tenho a mínima noção de quem seja Sandra Bulock, embora já deva ter visto mil filmes com ela, mas, enfim, isso não importa. Importa que só chorei quando Alma Jr, a filha do caubói mais legal, a bicha ativa e enrustida, personagem muito bem construído, como diria uma crítica do filme, quando a filha do Ennis del Mar disse ao pai que iria casar-se e pediu-lhe que comparecesse à cerimônia, ou seja, resumindo, que a conduzisse ao altar. Pode que minhas lágrimas tenham vindo do fato de eu já ter presenciado tantos dramas familiares semelhantes, pais que não conduzem as filhas nas igrejas, que não comparecem às formaturas ou esquecem os aniversários dos filhos. Mas o fato é que, definitivamente, não me emocionei com o amor dos gays.
Pronto, falei, como se costuma falar quando se quer falar algo que pode ser recriminado. As bichas pastoreando na montanha, as bichas rolando na montanha, as bichas se beijando na montanha, as bichas se comendo na montanha, as bichas se cheirando... nada disso me arrepiou. Pelo contrário, a verdade é que... A verdade é que eu deveria ter começado este post com a afirmação que se segue: VER AS BICHAS SE AMANDO ME DEIXOU INCOMODADO. Pode ser puro preconceito, pode ser que o diretor não tenha sabido me convencer, pode ser mesmo que a minha condição de macho não me permita ser solidário com um amor assim, arrasa rabos, pode até ser veadagem minha, mas não me senti muito confortável com Pennis e Jack.
Passei o filme inteiro torcendo contra um beijo, um afago, uma enrabada. Torci enlouquecidamente para que eles, os mocinhos (ou as mocinhas, como queiram), largassem logo a veadagem e se apaixonassem de verdade por uma mulher.
Para mim (e me perdoem se agora contradigo meu colega e também heterosseuxual Ticiano Osório), Brokenass não é uma grande história de amor; é uma grande história sobre como é foda ser veado! Ontem, hoje, sempre e em qualquer lugar.

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