terça-feira, junho 19, 2007

Estou tranqüilo em meu leito lendo reportagem de Piauí sobre literatura mediúnica, livros escritos por espíritos, essas coisas. A Rafa está na cozinha, encantada com seu novo brinquedinho - uma máquina de lavar roupas Continetal - e com sua nova habilidade - lavar roupas na máquina. De repente, escuto um estrondo, todo móvel aéreo de nossa cozinha parece ter caído. Me ponho a gritar:
- Rafaaaaaaaaaaaaaa! Raaafaaaaaaaa! Que que houve???
Ninguém responde. O barulho que parecia ter sido de panelas caindo continua. Corro até a cozinha. Rafaela está branca, petrificada diante da máquina. A geringonça corcoveia pela área de serviço feito touro mecânico no bar do Lima. Produz um som desproporcional.
Ponho todo meu peso sobre a máquina maluca. Consigo, assim, mantê-la em um único lugar, ainda que tremendo. O braulho é abafado. Nos aliviamos.
Até que percebemos que o chão está inundando. A Rafa se toca para trás da bicha. Constata que, em sua dança, a máquina fechou um registro, impedindo a saída de água para o esgoto. Por isso, a inundação. Ela reabre o registro começa a secar o ambiente.
De repente eu paro. Me dou conta de que há cinco minutos estou montado numa máquina de lavar. Olho fixo para minha mulher. Não preciso dizer nada. Os dois realizam o absurdo da cena e começam a rir.
Depois, nos olhamos preocupados. Ela repete que a nova casa tem fluidos negativos. Não somos muito de acreditar nestas coisas, mas concordamos que temos de contratar um trabalho. Sério. É parquet que salta do lugar, pintura que não acaba nunca, porta de banheiro que não abre porque bate no vaso, água que entra pelos vidros da cobertura...
Ainda se este gato servisse para espantar espíritos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário