Num sábado, o vizinho acordou maluco. Eram oito da manhã e ele estava varrendo a calçada do outro lado da rua. Encheu três sacos de lixo com meladas flores de jacarandá. Era primavera. Mais tarde, foi visto lidando com o jardim do nosso condomínio. Saímos para almoçar e, quando voltamos, os canteiros estavam coloridos, tapados com as flores rosas recolhidas da calçada do vizinho. Lindo! Na janela do apartamento do maluco, uma placa: vende-se! Ao fim do dia, chegava o primeiro interessado em comprar. O apartamento era avaliado em R$ 80 mil. Ele pedia R$140 mil. Meu vizinho era doido. Meu vizinho era corretor.
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