segunda-feira, agosto 19, 2024

Em Parintins, faça como os parintinenses: vá de moto!

Cheguei no quarto, digo, no cativeiro e fui recepcionado com um abraço pela minha anfitriã (eu nunca a tinha visto, mas aparentemente ela teve uma Síndrome de Estocolmo ao contrário e se afeiçoou ao sequestrado).

Expliquei que ainda precisava passar no aeroporto, ao que ela sugeriu:

"Vai de moto!"
"Que moto?", perguntei...
"A minha moto. Tó a chave"
"Mas eu não tenho carteira de moto"
"Não tem problema, não, aqui não precisa"
"Tá, mas eu não tenho capacete, este teu não vai me entrar"
"Precisa, não, nesta época ninguém pede"
"Moça, olha só, eu não sei andar de moto"
"É fácil... Vá!"
"Moça, olha só, eu nunca, nunquinha, dirigi uma moto. Nem mobilete. Nada..."
"Experimente..."
"Mas tem de fazer marcha??? Se tiver, eu não vou..."
"Tem, é com o pé, pra cima e pra baixo, experimente!"
"Tá! Me dá esta moto então"

E saí todo atrapalhado, dando solavanco a cada reduzida na marcha e voando pra trás a cada vez que colocava segunda ou terceira. Não caí. Não morri. Estou aqui.

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