O fim de tarde no Marinha.
Como pano de fundo, o pôr-do-sol vermelhazularroxalaranjado.Na pista, os skatistas sobem e descem, lisos, as ondas de concreto. Na grama, o violeiro toca Bob Marley, os amigos fumam uma ervinha, os pombinhos refestelam-se na canga, o malabarista se exibe. Ah, e uma ípi (sic) brinca com aqueles tchacos de pano, sem correntes, achando que está no filme Hair.
"Não leio blogs; só o do Tião, porque é relevante", Filipe Maia, jornalista. "Às vezes o Tião escreve direitinho", Daniel Gallas, presidente. "Não gostar do Tião é uma falha de carácter", Rodrigo Müzell, jornalista. Sebastião Ribeiro é jornalista e mora em Porto Alegre. Leva uma vida pacata com a mulher e dois filhos em um apê no alto Rio Branco. A propósito, teu cu de bobes.
terça-feira, junho 29, 2004
Acabei de fazer milhões de testes na IstoÉ. Os resultados ?
- Se fosse um cão, seria um Pit Bull.
- Se fosse um filme, seria "Entre Quatro Pardes" (amo esse filme).
- Se fosse um animal de estimação, seria uma serpente.
- Se fosse sei lá o quê, seria o Peter Pan.
- Se fosse um astro de rock, seria a Rita Lee.
- De zero a dez, meu nível de molecagem é sete.
- Se pudesse escolher, viveria na idade contemporânea.
- Sou altamente sensível.
- Sou engajado.
- Sou exibicionista.
- Não sou um craque de bola.
- Minha marcha na cama é a segunda (boa de subir lomba).
- Sou um atleta na cama.
- Na cama, sou Junior (não entendi direito se sou o Junior irmão da Sandy ou se sou apenas um aprendiz).
- Quando o assunto é o corpo, sou preguiçoso.
- Morrerei aos 71 anos.
- Tenho um coração generoso e não guardo ressentimentos.
- Sou independente e hábil para ocupar cargos de chefia.
- Sou quase compulsivo.
- Meu índice de ser humano é 0,68 (o super-humano teria índice igual a 1. Mas, em
média, uma pessoa teria esse fator entre 0,84 e 0,94. Abaixo disso, é preciso parar para analisar que atributos humanos você está deixando de desenvolver).
Não tem um testezinho para ver se eu sou louco, não ?
- Se fosse um cão, seria um Pit Bull.
- Se fosse um filme, seria "Entre Quatro Pardes" (amo esse filme).
- Se fosse um animal de estimação, seria uma serpente.
- Se fosse sei lá o quê, seria o Peter Pan.
- Se fosse um astro de rock, seria a Rita Lee.
- De zero a dez, meu nível de molecagem é sete.
- Se pudesse escolher, viveria na idade contemporânea.
- Sou altamente sensível.
- Sou engajado.
- Sou exibicionista.
- Não sou um craque de bola.
- Minha marcha na cama é a segunda (boa de subir lomba).
- Sou um atleta na cama.
- Na cama, sou Junior (não entendi direito se sou o Junior irmão da Sandy ou se sou apenas um aprendiz).
- Quando o assunto é o corpo, sou preguiçoso.
- Morrerei aos 71 anos.
- Tenho um coração generoso e não guardo ressentimentos.
- Sou independente e hábil para ocupar cargos de chefia.
- Sou quase compulsivo.
- Meu índice de ser humano é 0,68 (o super-humano teria índice igual a 1. Mas, em
média, uma pessoa teria esse fator entre 0,84 e 0,94. Abaixo disso, é preciso parar para analisar que atributos humanos você está deixando de desenvolver).
Não tem um testezinho para ver se eu sou louco, não ?
Flávia, Rosele, Lella, Camila, Solon, Laura Futuro e todos que gostam de testes: passem lá na IstoÉ - tem vários. A propósito, se eu fosse um cão, seria um Pit Bull. Grrrrrrrr. Au Au Au. Se bem que eu tenho certeza de que seria um Fox Terrier Pelo de Arame. Pensando bem, não faz muita diferença.
segunda-feira, junho 28, 2004
Tenho uma relação paradoxal com o mar. Por um lado, ele me atrai,
fascina, chama. Por outro, me atemoriza, apavora, espanta. Uma das
minhas maiores frustrações é não surfar. Poucas sensações são tão
boas quanto boiar no "out". O sobe e desce das ondas - gordas,
macias, carinhosas - extasia. É como um retorno ao útero, diria um psicanalista - e com razão (que é o Oceano senão o útero da Mãe Natureza ?).
Pena que, ao contrário dos surfistas, não posso fruir este prazer por muito tempo (isso quando posso). Na verdade, boiar fora da arrebentação, só quando o mar está calmo. E mesmo assim, ele me bota medo. É afável até chegar a série. E posso avistá-la de longe. A vaga se formando, o nado frenético em sua direção, a respiração asmática, o pavor estampado no rosto e refletido no descompasso das braçadas. No pensamento, a onda se transforma num Tsunami que vai me levar, e depois varrer cadeiras, chinelos e crianças na beira da praia. Não lembro de alguma vez ela ter estourado na minha cabeça ou me destruído. Mesmo assim, nunca permaneci no mar depois de enfrentar uma série. Também nunca deixei de avançar até o “out” quando isso é possível.
Quando estou no mar, medo e fascínio travam uma batalha dentro de mim. Normalmente, o duelo termina empatado. E o êxtase produzido pelo sobe e desce das ondas, o entregar-se à natureza, é sempre um gozo momentâneo, sobre o qual, inevitavelmente, paira a ameaça da série, do vagalhão, do Tsunami que se formará no coração do Oceano para vir tirar minha vida.
fascina, chama. Por outro, me atemoriza, apavora, espanta. Uma das
minhas maiores frustrações é não surfar. Poucas sensações são tão
boas quanto boiar no "out". O sobe e desce das ondas - gordas,
macias, carinhosas - extasia. É como um retorno ao útero, diria um psicanalista - e com razão (que é o Oceano senão o útero da Mãe Natureza ?).
Pena que, ao contrário dos surfistas, não posso fruir este prazer por muito tempo (isso quando posso). Na verdade, boiar fora da arrebentação, só quando o mar está calmo. E mesmo assim, ele me bota medo. É afável até chegar a série. E posso avistá-la de longe. A vaga se formando, o nado frenético em sua direção, a respiração asmática, o pavor estampado no rosto e refletido no descompasso das braçadas. No pensamento, a onda se transforma num Tsunami que vai me levar, e depois varrer cadeiras, chinelos e crianças na beira da praia. Não lembro de alguma vez ela ter estourado na minha cabeça ou me destruído. Mesmo assim, nunca permaneci no mar depois de enfrentar uma série. Também nunca deixei de avançar até o “out” quando isso é possível.
Quando estou no mar, medo e fascínio travam uma batalha dentro de mim. Normalmente, o duelo termina empatado. E o êxtase produzido pelo sobe e desce das ondas, o entregar-se à natureza, é sempre um gozo momentâneo, sobre o qual, inevitavelmente, paira a ameaça da série, do vagalhão, do Tsunami que se formará no coração do Oceano para vir tirar minha vida.
sexta-feira, junho 25, 2004
Fui fazer uma reportagem no União sobre o Campeonato Estadual de Ginástica. Daiane dos Santos estaria lá para falar com a imprensa. Entrei no clube e logo encontrei a pequena dando entrevistas para uns colegas canetinhas. No final do papo, conversei com ela.
- Tu vais ficar aqui a tarde toda ?
- Por quê ?
- Porque quero te entrevistar daqui a pouco.
- Já falaste com o Haroldo ?
- Sim, está tudo combinado com a assessoria de imprensa.
- Mas eu não vou passar a tarde falando com vocês. Vamos ali embaixo que eu vou dar uma entrevista pra gaúcha agora.
Chamei o câmera. Fomos ao encontro do Haroldo.
- E aí ?
- Corram ali embaixo, que ela está falando com a rádio. Aproveitem, que o advogado dela não quer que ela dê mais entrevistas.
Descemos. Daiane ao microfone da gaúcha; o assessor de imprensa e o rábula a discutir.
- Desculpa, Sebastião, o advogado não quer mais que ela fale - disse o Haroldo.
- Semana que vem a gente marca uma coletiva - disse o engravatado.
Irritado, achando tudo aquilo absurdo - afinal, o clima era tranquilo, a Daiane estava ali, calma, conversando com o outro repórter -, querendo evitar constrangimentos e avaliando que o caso não valia um minuto no telejornal, voltei para a redação sem matéria. A Núbia, editora, perguntou:
- Por que não colocaste o microfone no advogado e perguntaste por que a proibição ?
- Achei que não valia. Cheguei a pensar nisso, mas não quis dar atenção e visibilidade àquele sujeito.
- Pois, da próxima vez, aja diferente. Coloque o microfone e depois discutimos na redação.
Ela tinha razão. Fiquei meio chateado. Por que a gente não consegue acertar dois dias seguidos ?
- Tu vais ficar aqui a tarde toda ?
- Por quê ?
- Porque quero te entrevistar daqui a pouco.
- Já falaste com o Haroldo ?
- Sim, está tudo combinado com a assessoria de imprensa.
- Mas eu não vou passar a tarde falando com vocês. Vamos ali embaixo que eu vou dar uma entrevista pra gaúcha agora.
Chamei o câmera. Fomos ao encontro do Haroldo.
- E aí ?
- Corram ali embaixo, que ela está falando com a rádio. Aproveitem, que o advogado dela não quer que ela dê mais entrevistas.
Descemos. Daiane ao microfone da gaúcha; o assessor de imprensa e o rábula a discutir.
- Desculpa, Sebastião, o advogado não quer mais que ela fale - disse o Haroldo.
- Semana que vem a gente marca uma coletiva - disse o engravatado.
Irritado, achando tudo aquilo absurdo - afinal, o clima era tranquilo, a Daiane estava ali, calma, conversando com o outro repórter -, querendo evitar constrangimentos e avaliando que o caso não valia um minuto no telejornal, voltei para a redação sem matéria. A Núbia, editora, perguntou:
- Por que não colocaste o microfone no advogado e perguntaste por que a proibição ?
- Achei que não valia. Cheguei a pensar nisso, mas não quis dar atenção e visibilidade àquele sujeito.
- Pois, da próxima vez, aja diferente. Coloque o microfone e depois discutimos na redação.
Ela tinha razão. Fiquei meio chateado. Por que a gente não consegue acertar dois dias seguidos ?
quinta-feira, junho 24, 2004
terça-feira, junho 22, 2004
Já tinha decidido. Não iria escrever nada aqui sobre a morte do Brizola, porque simplesmente não tenho nada de relevante a dizer sobre isso. Tinha até pensado em lembrá-los de que ele era meu tio-avô emprestado, marido da irmã da minha avó, que era irmã de um cara que já foi Presidente da República. Mas daí pensei: devem haver uns quinhentos sobrinhos-netos emprestados do Brizola. Cogitei falar sobre a função que enfrentaremos nos próximos dias: vela no Rio, os jornalistas ouvem amigos e políticos, seguem o corpo até o aeroporto (como se ele fosse fugir), outros o esperam no Salgado Filho, para segui-lo até o Piratini e, novamente, ouvir amigos e políticos e acompanhá-lo, de novo, até o aeroporto, até que ele embarque para São Borja, para ser, mais uma vez, recepcionado pelos jornalistas e pela família... Mas daí pensei: todos os meus colegas estão pensando nisso e torcendo para serem ou não serem escalados para tão magnífica e edificante cobertura. Considerei a possibilidade de escrever sobre quando eu fui para São Borja, recebê-lo na sua chegada do exílio, das lembranças que tenho da parede mofada do quarto em que, bebê de colo, descansava, enquanto os figurões recepcionavam o Grande Líder na sala de estar. Mas daí pensei: pra que brincar de mentir de novo (vai que alguém pense que eu estou mentindo sem brincar) ? Óbvio que não me lembro de quando eu tinha um ano ! Tive vontade de reproduzir histórias da ditadura, contadas pelos meus pais, envolvendo o Brizola; de falar que eu o achava um cara divertido, engraçado; de dizer que ele nunca representou absolutamente nada para mim; de lembrar das vezes que o entrevistei, de como falava, de como era chato e simpático ao mesmo tempo. Mas daí pensei: nada que eu falar será novo, relevante, importante, digno de um post. Até que li o blog da Mariela e constatei que ela dedicou umas linhas ao Brizola. E então pensei: a gente sempre tem vontade de dizer alguma coisa quando caras como esse morrem. Nem que seja: "Bah, ele morreu". Eu não sou anormal ! Eu só queria escrever um post sobre o Brizola, porra !!!! Desculpem-me.
sexta-feira, junho 18, 2004
Se eu fosse um cão, certamente, não seria aquele chow-chow preto que passeia, soberano e garboso, pelos becos da Vila Cruzeiro, exibindo no couro, orgulhoso, as cicatrizes conquistadas em peleias mil por cadelas no cio que não têm opção, senão multiplicar a genética chow-chow, colocando no mundo mais e mais filhotes que trazem no sangue a braveza e a valentia do pai.
terça-feira, junho 15, 2004
segunda-feira, junho 14, 2004
quarta-feira, junho 09, 2004
Eu não disse que o dia estava estranho ? Na frente do Gum, dois pivetes chegaram mandando minha mãe e a amiga dela entregarem os celulares. Dona Niura, que não perde a paciência nem comigo, reagiu. "Te arranca, piá. Não vou te dar nada, guri de merda !". Os ladroezinhos se assustaram e deram no pé, levando só o celular da outra mulher.
Branco, de cabelos raspados e usando roupas pretas, um rapaz olhava camisetas de bandas nos camelôs da Praça da Alfândega. Maltrapilhos, usando spikes e calças e camisetas rasgadas, chegaram os punks para abordá-lo.
- Tu és skin !, acusaram.
- O quê ? Não. Vocês devem estar se confundind...
TUM ! SOC ! POW ! POFT ! STEPLEFTDEBLECHT ! PAF ! POW !
Foi espancado, o coitado. Hoje à tarde, na Praça da Alfândega.
- Tu és skin !, acusaram.
- O quê ? Não. Vocês devem estar se confundind...
TUM ! SOC ! POW ! POFT ! STEPLEFTDEBLECHT ! PAF ! POW !
Foi espancado, o coitado. Hoje à tarde, na Praça da Alfândega.
O dia está mesmo estranho hoje. Pra começar, acordei antes das 09h30. Como só tinha de ir para a TVE às 16h, resolvi almoçar um açaí e tirar uma sesta no Parcão. Passei a tarde sentindo um cheiro diferente em mim mesmo. E, no final do dia, além do relatado abaixo, minha mãe foi tomar uma cerveja no Gum com as amigas.
À tarde, fizera uma matéria na Rua da Praia e percebera aquele clima de sexta-feira ou de véspera de feriado. Uma balbúrdia um pouco exagerada, que eu penso ser resultado de passos apressados, saltos e solas batendo no calçadão num ritmo mais apressado do que o comum, de quem corre para casa, para o descanso. Portanto, estava bem lembrado de que era véspera de Corpus Christi e de que todos fariam o máximo para precipitar o amanhã. Mesmo assim, teimei em não querer voltar para casa. Ao sair da TVE, em vez de seguir em linha reta até chegar à minha rua, resolvi circular. Enquanto, pelo celular, convidava, sem sucesso, amigos para tomar um trago, enredava-me de maneira inextrincável no trânsito da capital. Érico Veríssimo, Sebastião Leão, Lima e Silva, Perimetral, Sarmento Leite (passando pela Osvaldo), túnel da Conceição, Farrapos... Fui andando, sem rádio no carro, de engarrafamento em engarrafamento. Não havia acesso aos bairros que não estivesse congestionado. De forma que tive de me dirigir novamente ao Centro, estacionando na Champanharia. Não há o que explique tamanho masoquismo. Só sei que, de repente, perdi, involuntariamente, a razão e desviei do caminho de casa. Quando recuperei a consciência, já não havia mais volta. O jeito era parar e tomar duas taças de champagne sozinho. Até que não foi tão ruim.
segunda-feira, junho 07, 2004
Minha família tem bronca do Tabajara Ruas. É que em Varões Assinalados, o escritor pintou uma figura deletéria, ao descrever José de Araújo Ribeiro, o Visconde do Rio Grande, que assumiu a presidência da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul durante a Guerra dos Farrapos. No romance histórico, nosso antepassado é retratado como um homem rude e tosco. Na verdade, o que mais incomoda é uma passagem do texto na qual ele recebe o regente Padre Diogo Feijó abotoando as calças depois de dar uma cagada. "´Desculpe fazê-lo esperar, Padre. Estava aliviando as tripas.´ Araújo Ribeiro está sem camisa, abotoando as calças, o cinto desafivelado. (...) Araújo Ribeiro exibe uma barriga cabeluda. Induz qualquer coisa obscena que desliza pela memória do regente", relata o livro. Disseram-me que a passagem foi retratada com mais grosseria ainda na primeira versão do texto, publicada como folhetim na Zero Hora. Acontece que a biografia de José de Araújo Ribeiro não é a de um sujeito grosseiro, que teria tal atitude ao receber o regente. O Visconde era um diplomata e um intelectual. Discípulo de Charles Darwin, escreveu "O Fim da Creação, ou a Natureza Interpretada pelo Senso Comum", com prefácio do próprio mestre da teoria da evolução das espécies. Além de ter sido presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, presidiu também as Minas Gerais e ocupou vários cargos políticos e diplomáticos. Foi o segundo embaixador brasileiro em Washington. De sua vida pessoal, sabe-se que foi um solteirão. Daí, aceitaria-se até mesmo que Tabajara Ruas o tivesse pintado como veado, talvez. Mas como um tosco mal-educado, isso não !
A artista plástica Maria Tomaselli já escreveu sobre isso em um artigo em ZH, louvando Araujo Ribeiro. Na sua coluna, ela reproduz um trecho do prefácio do livro escrito pelo Visconde sobre a evolução da Terra: "...emprehendi escrever o presente opusculo, em que me vou esforçar por mostrar que a terra é dotada de uma vida própria, e se nutre como os indivíduos organisados, e que deve como estes indivíduos crescer de volume, colhendo nas regiões do espaço, por intermedio de sua atmosphera, a matéria necessária á sua nutrição e crescimento" (em português oitocentista).
A artista plástica Maria Tomaselli já escreveu sobre isso em um artigo em ZH, louvando Araujo Ribeiro. Na sua coluna, ela reproduz um trecho do prefácio do livro escrito pelo Visconde sobre a evolução da Terra: "...emprehendi escrever o presente opusculo, em que me vou esforçar por mostrar que a terra é dotada de uma vida própria, e se nutre como os indivíduos organisados, e que deve como estes indivíduos crescer de volume, colhendo nas regiões do espaço, por intermedio de sua atmosphera, a matéria necessária á sua nutrição e crescimento" (em português oitocentista).
sexta-feira, junho 04, 2004
Esta aqui eu não sei se já publiquei no blógui ou se foi só na lista de e-mails. Na dúvida, segue a explicação do Tesouro da Fraseologia Brasileira, de Antenor Nascentes, para a expressão "chorar as pitangas":
"Fazer uma choradeira. A frase foi criada pelos colegas do professor Casemiro Lúcio de Souza Pitanga, na segunda metade do século XIX. Esse violoncelista, nos ensaios de determinada peça orquestral, tocava com muito sentido o solo de seu instrumento. Quando chegava a ocasião de entrar este solo, os colegas de Pitanga diziam: ´chora, Pitanga!´ (Cernichiaro, Storia de la Musica nel Brasile, 498). Perdendo-se a entonação da frase, Pitanga passou de nome próprio e da função de vocativo, a nome comum e à função de objeto direto. Castro Lopes, Origem de Anexins, 214, Beaurepaire Rohan, Vocabulário, e Gonçalves Viana, Palestras Filológicas, 51, que não sabiam do caso, arranjaram outras explicações lógicas, mas inexatas."
Falando nisso, não achei, no Tesouro, a origem de "às pampas" e descobri que "abrir o chambre" significa "fugir".
"Fazer uma choradeira. A frase foi criada pelos colegas do professor Casemiro Lúcio de Souza Pitanga, na segunda metade do século XIX. Esse violoncelista, nos ensaios de determinada peça orquestral, tocava com muito sentido o solo de seu instrumento. Quando chegava a ocasião de entrar este solo, os colegas de Pitanga diziam: ´chora, Pitanga!´ (Cernichiaro, Storia de la Musica nel Brasile, 498). Perdendo-se a entonação da frase, Pitanga passou de nome próprio e da função de vocativo, a nome comum e à função de objeto direto. Castro Lopes, Origem de Anexins, 214, Beaurepaire Rohan, Vocabulário, e Gonçalves Viana, Palestras Filológicas, 51, que não sabiam do caso, arranjaram outras explicações lógicas, mas inexatas."
Falando nisso, não achei, no Tesouro, a origem de "às pampas" e descobri que "abrir o chambre" significa "fugir".