"Não leio blogs; só o do Tião, porque é relevante", Filipe Maia, jornalista. "Às vezes o Tião escreve direitinho", Daniel Gallas, presidente. "Não gostar do Tião é uma falha de carácter", Rodrigo Müzell, jornalista. Sebastião Ribeiro é jornalista e mora em Porto Alegre. Leva uma vida pacata com a mulher e dois filhos em um apê no alto Rio Branco. A propósito, teu cu de bobes.
quinta-feira, dezembro 27, 2007
"O helicóptero que não voa, o dinossauro que não caminha, o carro que não completa o looping, a moto que não obedece ao controle. Para todos esses problemas, Marcelo Lopes. Deslocado do setor de estoque de uma rede de lojas de brinquedos da Capital para uma filial em um shopping, Lopes virou a última esperança para pais ansiosos após mais de 24 horas de lamentações de filhos frustrados com presentes que, ao ligar, não funcionaram.
O técnico em eletrônica passou o dia tentando tirar o beiço de crianças como Bernardo, sete anos, que, na noite do dia 24, viu que seu novo dinossauro de controle remoto não caminhava direito._ Por que ele não está caminhando, papai? Chama o Papai Noel de volta, mamãe. Chama... _ apelou, antes de cair no choro.
Papai Noel não voltou, e a mamãe, a estudante Luciana Santana, acompanhada do pai, o programador Jerônimo Queiroz, tiveram de apelar para Lopes. Na tarde de ontem, observavam com expectativa o técnico avaliar o brinquedo. Mas nada de o dinossauro dar passos para a frente. Em vez disso, insistia em uma dança desencontrada, dando voltas em torno de si mesmo. Tão desajeitado, que um adolescente peralta, diante dos olhos dos curiosos, ensaiou um rebolado e arrancou risos da platéia:
_ Até eu mexo melhor que ele.
Ao fim, o dinossauro trapalhão foi trocado por outro igual, mas mais coordenado. A mesma sorte não teve o casal de médicos Jorge e Andréa Alves. O "presente" deles para Lopes era uma pista de corrida sobre a qual um carrinho impulsionado por um motor deveria dar loopings até ser engolido ou amassado por um gorila assassino. O problema é que na engenhoca, dada ao filho Eduardo, cinco anos, o carrinho caía do alto ao dar as voltas, tendo um final bem menos glamouroso do que a goela do macaco. Depois de trocar as pilhas, o carrinho e o motor propulsor e de reconstruir a pista, sempre orientado por Jorge _ já craque na montagem dos trajetos _ Lopes jogou a toalha.
_ Acho que eles têm de recolher isso, porque os pais ficam cheios de expectativa ao dar para os filhos e depois não funciona _ queixou-se Andréa, antes de sair com um vale para troca por outra mercadoria.
O próximo "paciente" de Lopes foi um cão salsicha, de óculos escuros e lenço na cabeça, cuja habilidade é cantar rap enquanto dança e mexe as patinhas. O problema é que, a cada movimento, o cachorro fazia um barulho como se todos seus "ossos" estivessem quebrando. Transformado em "veterinário", o técnico em eletrônica disse ter condições de curar o brinquedo, mas precisaria de uns bons 10 dias. Sem um similar no estoque, a mãe, a advogada Kátia Moyses, teve de aceitar deixá-lo no conserto, ainda que tenha de enfrentar o choro compulsivo do filho Gabriel, de quatro anos.
_ Não adianta, não tem escolha. Ele quer o cachorro mesmo _ diz."
terça-feira, dezembro 25, 2007
Desde sempre a Rafa me fala da amiga Tati Kern, elo perdido entre a infância e a adolescência dela. Juntas, elas faziam as mil Barbies copularem com o único Bob (ou seria Ken?) da coleção, o sujeito mais feliz de toda a história dos brinquedos. Juntas, passavam horas folheando edições da Fluir, porque queriam namorar surfistas, e, afinal, precisavam de informações para seduzi-los. Juntas, assistiam sem parar à reprise do show do Guns no Rock In Rio, para depois trocar juras de amor:
_ Rafa, tu jura que se o Axl (Rose) chegar em ti tu não vai ficar com ele?
_ Juro. Juro.
E se abraçavam...
Foi a Tati Kern quem empurrou a Rafa para o seu primeiro beijo, aos treze anos, porque, afinal, era um absurdo uma menina de treze anos nunca ter beijado. Sorte do feioso do Artur.
Mas, como todas as grandes paixões, a das duas amigas esmoreceu. A Tati Kern trocou de colégio, saiu do Americano, elas foram se afastando, afastando, até se perderem por completo. Até que um dia chegou o Google e o Orkut, e a Rafa se encheu de esperança. Vã esperança, porque a Tati Kern simplesmente não existe no mundo virtual.
A Rafa cresceu, virou mulher, noivou, desnoivou, juntou, decidiu casar, e nada da Tati Kern. Cada vez que alguma coisa a fazia lembrar da antiga amiga, suspirava "ah, a Tati Kern". O último suspiro foi um dia desses, quando estávamos em um restaurante e passou a filha de uns amigos dos meus pais, antiga colega de colégio da Rafa: "ah, esta é a Joana, também conhecia a Tati Kern...".
Eu já não agüentava a situação e resolvi agir, fazer o que há muito tempo planejava. Liguei pra minha mãe, que me deu o telefone da Heloísa, que me deu o telefone da Maria Isabel, que é mãe da Joana e me deu o telefone da Joana, que me disse que lembrava da Tati Kern mas não tinha contato com ela, mas que a Tati Tavares deveria tê-lo.
_ Nossa, a Tati Tavares da Zero Hora? - perguntei.
_ Ela mesmo.
_ Ah, que coincidência, sou colega dela. Deixa comigo. Muuuito obrigado.
De forma que liguei pra Tati Tavares e peguei o telefone da Tati Kern. E foi com o coração a mil que liguei pra ela e disse "Tati, tu não me conhece, mas sou marido de uma grande amiga de infância tua, ela vive falando de ti, eu gostaria que vocês se encontrassem". E foi com muita felicidade que encontrei nela eco para toda a minha empolgação e combinamos de fazer uma surpresa para a Rafa.
Demorou três semanas até o encontro acontecer _ não era tão simples assim, a Tati Kern mora em São Leopoldo, é casada e tem um filhinho pequeno, é veterinária, trabalha pra caramba e vem pouco a Porto Alegre. Durante esse tempo, cheguei a sonhar com a surpresa, e falei umas quatro vezes por telefone com a Tati Kern _ vocês já notaram que eu adoro dizer Tati Kern, né? Tati Kern, muito sonoro.
Então, o grande dia chegou. Era domingo à tarde e a Rafa nervosa porque eu passara a semana toda prometendo uma surpresa. E eu nervoso porque não sabia se ficava em casa ou saía, para fazer o tempo passar até que a Tati Kern me ligasse anunciando a chegada. De forma que resolvi fazer um churrasco em casa, mesmo, para não correr o risco de estar fora quando ela chamasse.
Lá pelas 15h, toca o telefone. Era ela. Já esperava na rua. Chegava junto com os pais da Rafa, convidados pro churras. E trazia o filhote e o maridão. Mandei a Rafa sentar-se em uma cadeira e fechar os olhos. Desci suando de nervoso para abrir a porta. Incrível, mas quando vi o rosto da Tati Kern, parecia que eu mesmo a conhecia há anos. Foi mais ou menos como quando conheci a Laura, namorada do Fabiano _ mas esta história fica só para os que a conhecem.
Conduzi a Tati até o apartamento. Ela subiu pé por pé a escada até encontrar a Rafa sentada, de costas, olhos fechados. Pedi para que ela vendasse os olhos da Rafa com as próprias mãos. Seguiram-se um dos momentos mais emocionantes dos últimos tempos. A Rafa começou a tatear o rosto da amiga. O nariz, a boca, os cabelos. A Tati Kern, quieta, deixou escapar um suspiro, um respiro, produzindo um vento na nuca da Rafa e um grunhido. E a Rafa gritou: "Tati!!!!!!!!!!!! Eu não acredito!!!!!!!!!"
As duas se abraçaram forte, muito forte. Por vezes, separavam-se e voltavam a se abraçar. O mais emocionante é que se tocavam, se tateavam, como se não acreditassem na materialidade dos corpos. Eu tive de virar de costas para não ver mais a cena e não começar a chorar.
O filhinho e o marido da Tati Kern são uns queridos. Passamos uma tarde muito legal lá em casa. A Rafa e a Tati Kern conversavam com naturalidade e intimidade de quem nunca se separou. Espero que elas possam voltar a ser as amigas que eram, ainda que hoje saibam que o Axl nunca vai chegar na Rafa.
Quanto a mim, fiquei muito orgulhoso da surpresa que armei. Ainda mais quando a Tati Kern disse que, durante os dias que antecederam à surpresa, contou a várias pessoas sobre a situação e, em vez de ouvir como resposta "nossa, que legal, vais encontrar uma grande amiga perdida", ouviu sempre "nossa, como o marido da tua amiga é legal".
A propósito: agora a Tati Kern, tão avessa ao computador, já existe no mundo virtual.
domingo, dezembro 23, 2007
- Licencinha, licencinha... Licença! Nossa, hoje o trânsito está difícil aqui - pede passagem um vendedor.
quinta-feira, dezembro 20, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Salame e copa é melhor que viajar pra Europa. - SILVIA LISBOA
O Tião acopla o salame, quer dizer, a copa e o salame nasceram um pro o outro. - TATI CRUZ
Uma frase que chegou atrasada levou o prêmio consolação.
Se o Dunga não melhorar a Seleção para a próxima Copa, ficaremos todos com cara de salame. - PAULO GERMANO.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
quarta-feira, dezembro 12, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
quinta-feira, dezembro 06, 2007
O seguinte: tou meio pesado. Muito pesado. Pra não dizer gordo, palavra grotesca. Ok, Ok, eu (quase) sempre fui gordo, e ainda mais gordo que a maioria pode pensar. Nenhuma novidade, então. Apenas uma revolta com as regras da vida.
Porque, ano passado, andei meio mal. Down, deprê, na fossa. Por uns bons três meses. Nessa época, sem esforço algum, emagreci quase dez quilos. Cheguei perto do peso ideal. Olha, nem quero o peso ideal, não sou de utopias. Sempre quis um peso normal, e era justo o que tinha atingido. Mas quanto mais bonito ficava meu corpo, mais baços e menos capazes de ver a beleza do mundo ficavam meus olhos. De que adianta ser magro e triste? Pergunta que me faz lembrar a frase do Tim Maia citada na biografia escrita pelo Nelson Motta e que foi reproduzida pela Veja. Pois o Síndico resolveu iniciar um regime: “em duas semanas de dieta, perdi 14 dias”, concluiu ele.
Agora, a minha última visita à nutricionista me fez perceber uma cruel relação entre felicidade e peso. Porque, sim, eu ando muito feliz. Domingo, cheguei a abrir uma champanha às 11 da manhã para celebrar a vida, o sol, as plantas e a mangueira da minha laje (ok, a champanha era da marca Garibaldi, podre de ruim e de bagaceira, e me deixou abobado o resto do dia, mas isso é detalhe). Parece não haver dúvidas de que a felicidade é diretamente proporcional ao peso, ou, por outra, o peso é diretamente proporcional à felicidade.
Isso não é uma tese infundada. É conclusão científica, baseada em anos de observação de um ser – no caso, eu mesmo – submetido a diferentes condições psíquicas. A ligação entre gordura e felicidade faz parte do ser humano. Quanto mais feliz o vivente fica, mais ele tem vontade de comer, menos ele tem culpa por sentir prazer e, por isso mesmo, mais feliz ele fica. Donde concluo que esta obsessão moderna pelo corpo e pela magreza vai contra as regras da natureza. De novo, estamos querendo questionar o que Deus criou.
Eu queria terminar este post aqui. Mas minha sinceridade não permite. Tudo bem, eu confesso: comecei academia. Mas não deixei e nunca vou deixar de achar exercícios físicos uma tortura. Ok, um futebolzinho, uma partida de padel até valem a pena – e se valem. Mas jogging, bicicleta, musculação, natação e outros esportes individuais são para matar. De tédio. De sofrimento.
Não entendo como tem gente que pode ficar feliz correndo. Dizem que exercícios ajudam na produção de serotonina, susbtância associada à felicidade. Mas chocolate também é ótimo para ativar esta tal serotonina.
Tudo bem que depois de uma corrida ou uma nadada se tenha uma sensação de prazer. Claro, o esportista se martiriza por minutos e depois se regogiza com o fim do sofrimento. Como o cara da propaganda que pede pastel seco no deserto e depois acha Teen a melhor coisa do mundo. No esporte, o sofrimento causado pela prática é sempre muito mais duradouro e intenso do que um possível prazer que possa ser gerado.E se o lance é ter prazer, porque não buscar o prazer sem sofrimento? Como? Por exemplo: com um chope bem gelado acompanhado de uma costela gorda.
“(...) queria alguém que soubesse ler meus olhos, (...), queria silicone, queria dentes mais brancos, queria um peito masculino para deitar sabe (sic), queria alguém para segurar minha onda e que cantasse para mim e tocasse sambas no violão, queria morar no Leblon.”
sexta-feira, novembro 30, 2007
lá. O sujeito será testemunha de eventos históricos. O Corinthians,
dono da segunda maior torcida brasileira, um dos clubes mais poderosos
do país, um clube odiado por muitos em razão do poderio econômico de
outrora, um dos dois clubes favoritos da Rede Globo, o time que conta
com a adoração do Presidente da República, o mais popular presidente
desde Getúlio Vargas, pode cair para a segunda divisão do Campeonato
Brasileiro, contrariando tudo o que sempre se disse sobre a
possibilidade de rebaixamento de alguns clubes de grande popularidade.
Ali, na sua frente, esfaqueado feito Júlio César, morrendo em razão do
excesso de ambição e poder praticado nos últimos anos.
Mas o Corinthians pode se salvar do rebaixamento se contar com a ajuda
do Internacional, justo o Internacional, o rival do anfitrião do palco
do drama, o maior prejudicado numa série de decisões questionáveis da
Justiça Desportiva e do juiz Márcio Resende de Freitas em 2005, quando
o Corinthians foi campeão brasileiro, assim mesmo, em minúsculas.
Ganhando em Goiânia, onde frequentemente é goleado, o Inter pode
acabar com o drama corintiano. E, no Olímpico, onde a fanática torcida
alvinegra certamente estará em peso, o porto-alegrense pode ser
testemunha de um dos maiores alívios coletivos que se tem notícia.
Para completar a tarde, o cidadão que se dirigir ao estádio tricolor
poderá assistir à classificação do anfitrião à Copa Libertadores da
América de 2008, caso uma séria de resultados absolutamente
improváveis aconteçam. Corrijo-me: resultados incrivelmente
improváveis, praticametne inverossímeis. No Mineirão, o Cruzeiro
precisa fazer a façanha, talvez a maior façanha da história da
Civilização Ocidental, que é deixar de ganhar do América do Rio Grande
do Norte, o pior time da história dos campeonatos brasileiros desta ou
de qualquer outra época. Em 37 rodadas, o América fez 17 pontos, teve
28 derrotas, tem o pior ataque, a pior defesa, um saldo de gols
inacreditável: - 54. Pois esse América vai jogar com os RESERVAS. O
América está jogando a Copa RN e pode chegar às finais deste
campeonato. Por isso, poupará os titulares caso passe à final. Cabe
lembrar que o Cruzeiro tem o melhor ataque do Brasileirão com uma
saudável, rechonchuda vantagem de seis gols frente ao segundo melhor
ataque.
Se o Cruzeiro conseguir deixar de ganhar do América e perder a vaga
para a Libertadores, o Grêmio pode ir à competição ganhando do
Corinthians (e contando com um tropeço do Palmeiras no Parque
Antártica). E, neste caso, neste IMPROVÁVEL caso, algo absolutamente
mágico pode acontecer no Olímpico: o tricolor vai à Libertadores sendo
beneficiado da maior AMARELADA da História do Esporte Mundial (neste
ou em outros planetas), o que certamente encherá o estádio de choro,
risos e incredulidade, e o Corinthians poderá cair caso o Inter perca
em Goiana para o sofrível Goiás. Duas torcidas no mesmo estádio
vivendo as mais distintas das sensações simultaneamente, ao vivo, à
cores e em estéreo. Telúrico.
Permitam-me dar o serviço desta que poderá ser a mais absurda de todas
as partidas de futebol jamais jogadas.
Ingressos
Arquibancada Estudante - R$ 15,00
Arquibancada - R$ 30,00
Cadeira Lateral - R$ 40,00
Cadeira Central - R$ 50,00
Visitante - R$ 40,00 cadeira lateral - acesso pelo portão 17. São
3.300 bilhetes a disposição da torcida corinthiana.
Sócio Torcedor (Central, Lateral e Arquibancada) - 50% do ingresso
Estatuto do Idoso - 50% do ingresso
Arbitragem
Alício Pena Júnior (MG-FIFA)
Assistentes
Aristeu Leonardo Tavares (RJ-FIFA)
Alessandro Rocha (BA-FIFA)
MUITO IMPORTANTE: leve um radinho de pilhas, com baterias extras.
E divirta-se no meu lugar. Estarei trabalhando no plantão do jornal.
sexta-feira, novembro 23, 2007
terça-feira, novembro 20, 2007
segunda-feira, novembro 19, 2007
domingo, novembro 18, 2007
"mas não sei nada de celebridade, só por acaso que fui tentar descobrir quem era maria ribeiro, só porque ela tem o nome da minha irmã, na verdade ela é atriz e desde hoje mulher do caio blat, e então eu descobri um site de celebrities´pra ver isso e também o blog da julia petit, uma socialite filha daquele publicitario famoso, o francesc petit, e uma vez eu tinha lido uma matéria que falava dela na piaui, era uma matéria sobre uma balada classe a em sampa, na qual a julia petit era vip, ela é sempre vip, mas queria ver se ela tinha algo na cabeça e então visitei a coluna/blog dela, mas, pobre, ela não tem talento, e eu achei que ela poderia ter, porque o pai dela é talentoso, mas não, a pobre"
sexta-feira, novembro 16, 2007
Me encantam as notícias sobre a monarquia, especialmente a inglesa. Cada vez que leio algo sobre o tema tenho vontade de saber mais. Se nunca me detive no assunto, por preguiça ou ter mais o que fazer, ao menos entendo por que os tablóides britânicos vendem tanto.
Estava lendo agora uma matéria sobre as bodas de diamante da Rainha Elizabeth II. Depois de 28 anos de vida, finalmente descobri, em uma tacada só, que:
1) Elizabeth II tem um marido.
2) Duque de Edimburgo é o marido de Elizabeth II.
3) Elizabeth II chama-se Isabel.
4) O duque de Edimburgo chama-se Felipe Mountbatten.
5) Os dois se casaram em 20 de novembro de 1947.
terça-feira, novembro 13, 2007
segunda-feira, novembro 12, 2007
sexta-feira, novembro 09, 2007
Na semana em que postei no blógui reflexões sobre publicidade, quis o destino que fizesse uma imersão forçada no mundo dos publicitários. Fui escalado para a cobertura jornalística do Salão e do Jantar da Propaganda – para usar um lugar comum, o Oscar do setor. Não gostei do que vi.
Quarta-feira foi a vez do Salão, que premia peças publicitárias. A função foi no GNC Moinhos, um coquetel antes e as duas salas de cinema lotadas para conhecer os ganhadores. Fiquei absolutamente constrangido ao chegar no local. Aquela mesma vergonha que a gente tem quando vê um ator ruim em um filme eu senti vendo tanta gente assumindo o estereótipo do publicitário – tênis All Star, calça rasgada, camisa pra fora, cabelo metodicamente bagunçado. Especialmente entre os mais jovens, a necessidade de pertencer à tribo leva a um visual absolutamente ridículo quando visto no conjunto. Nesse quesito, nós, jornalistas, os mentirosos, pagamos menos mico.
Ontem, no Juvenil, o impacto não foi tão grande. Não sei se por que já havia me acostumado no dia anterior ou se por que boa parte do público estava de terno e gravata ou com um visual mais comportado. Exceção ao tal Miltinho Talavera, boné, camisa verde jogada no corpo, shorts socado no rabo – mas isso é folclore, não dá vergonha como a moçadinha transada.
De todo modo, tudo isso são detalhes, sentimentos pessoais, talvez até preconceito ou inveja de quem nunca conseguiu pertencer a um grupo ou assumir uma identidade coletiva – no meu colégio, fui o único que não usou camiseta de banda nem cabelo comprido. O que não é preconceito, nem inveja, nem brincadeira é o clima que senti na premiação dos melhores profissionais, no Jantar.
Coisa triste, deplorável, a rixa que existe entre colegas de agências diferentes. A concorrência, que devia existir só entre donos de agência e mesmo assim ficar apenas no plano profissional, toma conta da ralé. As turmas da Escala e da DCS travaram um duelo que ultrapassa a barreira do saudável. Quando um prêmio saía para a agência rival – e esta é a palavra certa aqui -, batia uma tristeza do outro lado. Na cara de alguns, a raiva era evidente. O povo de um lado não batia palma para os vencedores do outro. Até algumas vaias foram ensaiadas.
É compreensível que, em um mercado disputado, a relação entre os donos de agência sofra com episódios como o desta semana, quando a Colombo deixou a DCS e levou de volta sua conta de R$ 50 milhões para a Escala. É inconcebível que qualquer tipo de disputa empresarial extravase para os profissionais das agências, especialmente para o baixo clero. De maneira geral, os publicitários não só vestem a camisa da própria empresa como passam a detestar a da concorrente. Acaso não se dão conta que o concorrente de hoje pode ser o patrão de amanhã? Que o publicitário que está na outra agência é nada menos do que um colega (você aí parado, também é explorado)?
Entender isso é tão difícil quanto me imaginar com bronca do repórter do Correio, da Record, do Sul, da Band. Talvez meus amigos publicitários – e são um bocado – se choquem com o que vou contar, mas nós, jornalistas, costumamos nos ajudar em pautas e nos damos o direito de gostarmos muito dos colegas da concorrência.
Para encerrar, uma historinha. A premiação tinha terminado, eu estava passando os nomes dos vencedores à redação e me bateu uma dúvida quanto a um deles. Fui em direção ao povo da DCS, agência à qual pertencia a premiada que me deixara em dúvida. Abordei um rapaz.
- Com licença. Cara tu por acaso é da DCS?
- Qual é a tua meu? Sai fora, sou da Paim – disse, prestes a bater em mim.
- Ahn, desculpa, valeu.
terça-feira, novembro 06, 2007
sexta-feira, novembro 02, 2007
Mas a frase ficou. Na hora de me inscrever para o vestibular, lembrei dela. Às vezes estou escrevendo uma matéria e lembro dela. Posso mesmo dizer que é por causa dela que vivo hoje a mentir. Talvez não mentir da maneira como vocês gostariam que fosse – a imagem do executivo da multinacional que liga pro Nelson Sirotsky, que liga para o Marcelo Rech, que liga para minha chefe, que me manda escrever o que o executivo da multinacional mandou. Não, amigos, infelizmente as coisas não são assim tão divertidas na redação. A mentira a que eu me refiro é mais profunda. É a mentira do jornalismo em si, o fingimento intrínseco à profissão, ou ao menos ao modo como a exercemos hoje. Escondidos atrás de fórmulas prontas, fingimos que entendemos dos assuntos sobre os quais escrevemos e que estamos falando A VERDADE sobre eles. Do outro lado, o leitor finge que acredita em tudo. E somos todos felizes para sempre.
Ao menos o publicitário é um mentiroso mais honesto. Ele mente, mas admite que mente. Fala a verdade, portanto. Trabalha para vender produtos, associar a eles conceitos que não fazem parte da coisa em si. Mas ninguém finge que acredita no publicitário. A gente sabe que se usar o desodorante Axe não vai sair pegando mulher como na propaganda, estamos avisados de que o comercial é uma mentira mesmo.
Tem vezes que me pergunto: e se eu tivesse sido publicitário? Bom, estaria ganhando um pouco mais, claro. Mas em noites como a de hoje tenho certeza de que jamais seria um bom publicitário. Por volta das 23h, cheguei em casa. Eu, que nunca vejo TV, assisti de uma tacada só, em estado letárgico, Pânico (prazer, Pânico; prazer, Sebastião), uma comédia universitária inteira e meio filme enlatado de vampiro, sem contar as zapeadas. Saí da frente da TV quatro horas depois e vim direto para o computador, onde entrei no Orkut, descobri no Terra que a Sheila Mello está de fora do Carnaval e naveguei mais um pouquinho. Estou nauseado de tanta programação popular – coisas nas quais publicitários têm de ficar ligados o tempo todo, como o desenrolar da novela das oito ou do BBB 22.
Tudo isso para dizer que, depois dessa bateria de junkie entertainment, concluí cá com meus botões (e não haveria de ser com os dos outros): prefiro viver a mentir do que ter de me interessar pelas coisas que as pessoas se interessam.
quinta-feira, novembro 01, 2007
Parabéns pela sua nova conta no Gmail: sebastiaoforrozeiro@gmail.com. Guarde este e-mail, pois ele contém o código de confirmação que poderá ser necessário se você tiver algum problema ou esquecer sua senha. Acesse a sua conta em http://mail.google.com/.
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quarta-feira, outubro 31, 2007
sábado, outubro 27, 2007
sexta-feira, outubro 26, 2007
As coisas só começaram a se complicar na minha vida faz oito meses. Foi quando a Dona Leonora me chamou pra uma conversa séria, e eu já senti, Teodora a gente gosta muito de ti mas o João Pedro já tá com seis aninhos vai pra escola ano que vem não tem mais sentido tu aqui conosco e agora também tu já ta pra terminar o colégio fica aqui até novembro e depois tu procura outra coisa a gente vê uma graninha pra tu agüentar uns dois meses muito obrigada pelo carinho que tu sempre deu pro nosso filho e bláblábláblá.
Em novembro, eu fui embora. Chorei ao me despedir do João Pedro. A Deise disse que eu podia passar uns dias na casa dela, até o vestibular. Seguiram-se dois meses de disciplina rígida, as manhãs inteiras estudando, mil palavras que eu nunca tinha ouvido falar nas apostilas que comprei numa banca de revistas, eu decorando aquela bobajada toda até uma da tarde. Uma e meia eu já me tocava pra rua, atrás de emprego, mas no Sine diziam que só tinha vagas para operador de telemarketing, cheguei a ir a quatro entrevistas, mas as firmas não me quiseram porque eu “tinha o sotaque muito carregado”.
O vestibular foi em janeiro. Na Ufrgs, a prova foi em um coleginho menor do que eu estudava lá em Canguçu, um calorão desgraçado, tinha de marcar uma tabelinha complicada com lápis, umas perguntas malucas, me atrapalhei toda, saí arrasada. Na Ulbra, foi lá em Canoas mesmo, cada prédio que só vendo, eu me sentindo toda importante, até entender as perguntas eu consegui, caiu um monte de coisas que tavam na apostila. Fui até a Ufrgs conferir o listão só por ir mesmo, mas o da Ulbra fiquei escutando no rádio, a Deise do lado. Primeiro foi aquela tristeza porque o nome dela não saiu, e depois eu nervosa, coçando a cabeça feito bugio, até o T, até o cara dizer Teodora Santana de Oliveira e eu começar chorar feito criança, mãe tu tinha que estar viva pra ver Teodora tua filha Pedagoga Teodora Santana de Oliveira Pe-da-go-ga mãe mãe mãe. Depois desse papelão, comecei a escrever uma carta pro pai, lá fora, ia pedir dinheiro, mas como?, se eles mal têm para comer, melhor não, melhor rasgar o papel, continuar a chorar, mas agora de tristeza. Da euforia, caí na desilusão, e dois dias depois da história do vestibular a Deise disse que eu tinha que sair, mas que não ia me deixar mal, me apresentaria uma amiga e ela daria um jeito de me ajudar.
Faz uns três meses que ela me apresentou a Letícia e que a Letícia me trouxe para morar aqui. Confesso que ainda não acostumei, as coisas são meio loucas, este lugar mexeu demais com minha vida. Vivo com a cabeça longe, as lembranças da roça estão mais presentes do que nunca. Agora mesmo meus pensamentos estão fixos no estábulo, o tarro cheio só até a metade, a dor insuportável nas mãos, mas também o shhhhhh do leite no copo com açúcar, o bigode branco. Já deve fazer uns cinco minutos que essas cenas não saem da minha cabeça. Desde que este cliente teve a delicadeza de me perguntar:
- Olha, me explica uma coisa: por que toda puta tem as mãos grossas?
E eu ainda respondi:
- É da academia, amor, é da academia...
quarta-feira, outubro 24, 2007
Por que, Teodora? - PARTE 3
Primeiro a rodoviária, aquele mundaréu de cabecinhas, gente perdida, mil eus, e depois as ruas, tanto auto, que nem na TV, e tanto barulho, que na novela vira música. Na casa dos Pontes, um quarto só para mim, tão pequeno, tão limpo, ia ficar ainda mais limpo. De manhã, passar o café, grãos selecionados, diz o saco, servir numa xícara média, misturar uma colher de leite em pó, botar na mesa a chimia, os frios, o pão, cada cacetinho cortado em três pedaços, Dona Leonora cheia de frescura, o mamão tá mal cortado Teodora que mixirica mais azeda Teodora cadê o Pontes Teodora já saiu sim senhora - e esse inferno até o meio-dia. Era a hora que ela ia embora, diz que pro trabalho, mas também pro shopping e pro instituto. A tarde era a melhor parte do dia, só eu e o nenê no sofá, era só dar um comprimidinho e ele já dormia, aninhado no meu colo, eu olhando pro narizinho dele e imaginando que era meu filho. Na TV passava Sessão da Tarde e até um sanduíche de mortadela dava pra fazer, vida boa até às seis da tarde. Então Dona Leonora voltava, um vendaval, ainda bem que me mandava logo pra escola.
Não esqueço do primeiro dia de colégio. Cheguei assustada do ônibus, correndo, entrei na sala e logo o professor turma tem aluna nova levanta aí Teodora ela veio de fora ajudem a menina no que ela precisar conta pra nós Teodora de onde tu vieste. E eu um moirão, estaqueada, dois tomates na cara, sem dizer nada. No intervalo eu já tinha um apelido, era a Chinoca, e pra eles é o que eu sou até hoje. Mas a raiva passou logo e um mês depois eu já tinha uma amiga, a Deise, e depois outra, a Pati, e depois outra, a Duda, nós quatro sempre juntas. Foram elas que me levaram pra noite, na primeira vez meus ouvidos quase estouraram com o som alto, mas depois acostumei, muita música eu já conhecia, as mesmas que meu irmão Ivo ouvia lá fora, já outras eram malucas, tipo dance, não gostava, mas tudo bem. Também foram as gurias que me deram o primeiro gole de Samba, Fanta com cachaça, eu cheguei em casa e botei tudo pra fora aquela vez, passei três dias doente, a Dona Teodora acreditando que era o diabo do cachorro-quente que eu tinha comido no Centro. As mesmas amigas que me disseram um dia que o Cristian gostava de mim e que eu fosse falar com ele. Na boate mesmo ele me beijou, eu achei que eu não ia saber beijar, mas na hora parecia que tinha nascido sabendo e foi tão sei lá. Dois dias depois, ele me pegou no recreio, me levou pra uma salinha no quarto andar do colégio, me beijou de novo, e foi baixando a mão, eu querendo gritar, mas todo mundo ia ouvir, melhor ficar quieta, de repente ele dentro de mim, um susto, tava ficando tão bom, só que um segundo e eu toda melecada. Agora dá tua cueca que eu me limpo ligeiro guri sai antes guria depois a gente se fala eu saio depois assim ninguém desconfia. A gente ainda se viu ali muitas vezes até que ele parou de me procurar, parou de me procurar, parou de me procurar... Então, que desespero que não passava! Dias de olhos inchados até que eu ver ele com a Jéssica, fiquei tão braba que em vez de puxar os cabelos dela puxei o Ederson pra salinha do quarto andar e então passou tudo. Depois deles, teve um monte mais, o Sander, o Belo, o Maiquel, o Chorro, ih!, uma porção de caras, e eles ficavam falando mal de mim, mas eu dizia que lá no interior é assim, a gente faz o que dá na telha, querendo dizer na verdade que EU faço o que dá na telha, não é homem que vai me dizer o que é certo ou errado.
Os últimos quatro anos eu vivi assim, o inferno do café-da-manhã pro Doutor Pontes e pra Dona Leonora, as tardes de varde com a criança, com tempo até para os temas de casa do colégio, e as noites na aula. No fim-de-semana, comecei a gostar de festa e bebida e, não vou mentir, pó – um amigo meu sempre me dava alguma coisa, mas era só um pouquinho, uma carreira, duas por noite que já tá bom.
Por que, Teodora? - PARTE 2
O jato saiu vigoroso nas primeiras tentativas, até meus dedos cansarem, nem meio tarro cheio e eu querendo chorar. E então a dor e o sangue na mão que me fez correr até a cama da mãe, para ouvir dela que minha filha é assim foi assim comigo vai ser assim contigo güenta firme que mamãe logo logo vai melhorar e tu também te acostuma.
Mas era tudo mentira, nos outros dias, nem a mãe melhorou e nem eu acostumei. Minha mão já não sangrava, era dura e com tanto calo que não dava para segurar a colher no almoço, tão grossa que não sentia o pêlo do cachorro e tão cinza que eu tinha vergonha de olhar, que dirá mostrar pros outros. E os dias foram assim de sofrimento até o pai nos acordar com um grito aquela noite, a mãe tinha morrido, meus filhos foi Deus quem quis eu já sabia mas por que nesta noite justo agora Ivo vai na vila Teodora vem cá minha filh... E eu tonta, tonta, tonta, nem vi nada, tudo pela metade, aquela gente lá em casa, a mãe na sala, o enterro no meio do campo, no nada, a mãe deixada lá, no nada.
Os dias que se seguiram foram os piores. Nos almoços, aquele silêncio, só o barulho das moscas, o Ivo irritado que tinha que fazer a comida, até que um dia, o pai de novo, minha filha tu já ta grande teu irmão te ajuda está na hora de assumir a cozinha. Então, o leite e mais a cozinha, só a aula de tarde um alívio. Mas de noite de novo, o jantar, junta a lenha, faz o fogo, aquece o almoço, e o silêncio na mesa, só que grilo, e não mosca.
Um dia aquilo tinha que acabar, e acabou. Rosaura, minha colega no colégio, disse que o Doutor Pontes, uns 5 mil hectares de terra, queria levá-la para a cidade, mas que não, ela não ia, então, tinha pensado, quem sabe eu... Foi na hora que pensei claro, e no outro dia que disse sim, e na mesma semana que arrumei uma trouxa e contei ao pai, ele querendo dizer não, mas dizendo nada e eu no ônibus pra Porto Alegre.
terça-feira, outubro 23, 2007
Antes de encher os dois tarros, todo dia largados à beira da estrada e recolhidos pela caminhoneta da cooperativa, e ainda a panela de onde saía o leite do café-da-manhã, do café-da-tarde, do café-da-noite, a mãe me deixava ordenhar. No começo, eu forcejava tanto, mas não conseguia tirar mais do que um fino fio branco da vaca. Mais crescida, fui aprendendo. Minha mão recobrindo perfeitamente a teta menor, um pouco mais quentinha que meu corpo, os dedos em um ritmado sobe e desce, do fura-bolo ao mindinho, uma puxada seca final e então o jato espessos e estrondoso – shhhhhhhhhh! -no meu copo de vidro cheio de açúcar. E depois beber aquilo tudo, tanta espuma e um bigode branco para brincar.
A vida foi assim perfeita até aquele dia. Foi quando a mãe ficou doente pela primeira vez, eu com meus 12 anos. O pai me chamou de manhã cedo, ainda noite, e todo sério me disse filha mamãe hoje tá doente tu já tá grandinha vai tirar o leite hoje teu irmão te ajudar com o tarro e com o terneiro. E lá fui eu pro estábulo um pouco orgulhosa, um pouco nervosa. O Ivo já tinha embretado a vaca, atado o terneiro, era só fazer o que eu já fazia, só que desta vez um pouco mais. Bem mais. Lembro direitinho, me acomodei junto ao úbere com a solenidade de quem enfrenta pela primeira vez a responsabilidade. Tudo como sempre só que agora não um copo, mas um tarro e uma panela. Tudo diferente, então.
domingo, outubro 21, 2007
Hoje comprei um dos melhores presentes que já me dei na minha vida. No Free-Shop de Porto Alegre, eis que me deparo com uma bela caixinha contendo um delicado conjunto de Johnnie Walkers: uma garrafinha de black label, uma de green label, uma de gold label e uma de blue label. Acho que vou fazer um estudo quádruplo-cego. Ah, sozinho, que as garrafs são muito pequeninas para oferecer. Pra vocês, comprei um garrafão de red.
quarta-feira, outubro 17, 2007
O homem das baratas
Um estudo feito em algum país desenvolvido revela que a maior parte da população mundial, se submetida a uma avaliação psiquiátrica, se enquadraria em algum diagnóstico. Portanto, quem consulta um psiquiatra tem que estar preparado para receber o seu. Com a mesma impiedade com que a balança informa o excesso de peso, o Doutor decreta:
- Você tem Transtorno Afetivo Bipolar.
- Seu filho tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
- A partir de hoje, você precisa tomar diariamente um medicamento que custa cento e cinqüenta reais a caixa com 30 drágeas, e que pode diminuir seu apetite sexual.
Ou seja: você passou a ser louco, dependente e broxa.
Psiquiatra não dá segunda chance. Uma vez diagnosticado, resta ao sujeito aceitar – ou não – sua nova condição. Não me atrevo a ir ao psiquiatra por isso. Sei muito bem do meu potencial para ser enquadrada nas doenças mentais mais graves dos manuais, com grau de variação proporcional ao meu humor no dia da consulta. Prefiro fazer análise, onde além de falar deitada sobre um divã bem confortável, não me dizem que sou Neurótica, Obsessiva e Histérica.
Mereceu segunda chance um paciente de um grande manicômio de Porto Alegre no final dos anos 60. Acidentado, o sujeito foi encaminhado do Pronto-Soccorro para o manicômio, pois infernizava a vida dos enfermeiros gritando que baratas caminhavam entre sua pele e o gesso. Constatada uma das alucinações psicóticas mais comuns – insetos caminhando pelo corpo -, o psiquiatra não teve dúvida: Esquizofrenia.
Mas o sintoma não cessava com a medicação, e o sujeito insistia nas baratas. Até o dia em que, numa consulta:
- Peraí, Doutor, tem uma aqui agora mesmo, ó! – puxou o inseto esperneante pelas antenas, obrigando a equipe a tirar-lhe o gesso do tórax e constatar que, de fato, várias patinhas e anteninhas circulavam sobre a sua pele. Graças a uma barata, o cara teve sua segunda chance.
sexta-feira, outubro 12, 2007
Sempre tive uma queda por videogames. Tá, vamos ser diretos: sou viciado. Freqüentei por meses o JGA - Jogadores de Games Anônimos - até reconhecer o problema. Ali na paróquia da Igreja São Manoel, na Lucas de Oliveira, o grupo. Um monte de nerds, eu e mais o Clécio - um tiozinho que comprou um Mega Drive escondido da mulher e alugava quartos de motel para jogar sem ser ganho pela patroa.
Graças a Deus, hoje sei me controlar. Mas cada vez que chego perto de um aparelho sinto um treco. É como tomar a terceira dose de whisky, sobe aquele calor e de repente a gente acha que o mundo todo está aos nossos pés. Hoje mesmo, saí da casa dos pais da Rafa com uma bola na garganta, por ter de me afastar do Wii. Sensacional, o brinquedinho.
Só podia ser Nintendo, mesmo. A Nintendo é foda, sempre foi. Como todo mundo, comecei com Atari - não, nunca joguei telejogo e desprezava MSX. Primeiro o desespero cada vez que meu pai me ganhava no Megamania, e depois o encantamento com River Raid, Enduro, Heroe. Enfim, os clássicos, normal.
Mas não esqueço a primeira vez que vi um Nintendo. Foi na casa do Muski e do Jorge em Torres. Equipamento importado, coisa rara. Nossa, cheguei a ficar tonto de emoção esperando a minha vez de jogar Mario Bros. No enqtanto, quiseram a publicidade e o mercado que eu comprasse um Master System, e assim foi. Mas logo percebi que Alex Kid e seus bolinhos de arroz não eram páreos para Mario e Luigi e seus tubos e conexões. De maneira que assim que pude ganhei meu Nintendo, viciando-me instantaneamente em Maniac Mansion, aquele game maluco em que você apontava uma pessoa/objeto, uma ação e outra pessoa/objeto, de forma que a coisa mais divertida que tinha era PUT the HAMSTER into the MICROWAVE, experiência que, é claro, os americanos começaram a repetir em suas casas torrando vivos milhares de ratinhos de verdade. Para desespero de suas mães, sempre gordas e, bem... americanas.
Enfim, só o Nintendo rodava o Maniac Mansion e uma infinidade de jogos que fizeram minha vida mais feliz. E não foi por acaso que eu me tornei o primeiro porto-alegrense a ter um SuperNes, comprado na semana de lançamento nos EUA pela minha tia ou meu pai, não lembro bem, só sei que, salvo engano, custou US$ 200, o que era uma boa grana na época. E então vieram o Super Mario World e tantos outros games, até o Mario Kart, que enfim me levou a uma internação por quatro dias no Hospital Parque Belém e, após, a recomendação psiquiátrica para que freqüentasse o grupo da paróquia da São Manoel.
De forma que, mãe, pai, Rafa, me segurem, confisquem meus cartões de crédito e de forma alguma deixem eu passar por uma vitrina que exponha um Wii. Senão, acabo que nem esta aí abaixo, ó.
quinta-feira, outubro 11, 2007
- E aí, cumé que tá?
- De férias.
- Pô, bacana. Que tem feito?
- Nada.
- Na, peraê. Nada não existe.
- Ah, é. Ducaralho. Como tava?
- Ô.
- Mas era tudo aquilo que tu me mostrou na Internet.
- Bah.
- Legal te ver, cara.
- Ahn han.
terça-feira, outubro 09, 2007
segunda-feira, outubro 01, 2007
quinta-feira, setembro 27, 2007
superior, na torcida do SP, mas tava torcendo pro Boca.
Tirando o jogo em si, que o SP mereceu ganhar, mas o Muricy merecia
perder, vou citar alguns aspectos de como os são-paulinos são Bambis e
"elite":
1. Era impressionante o número de mulheres gatas no estádio.
player portátil pra mostrar os vídeos.
E, a maior prova:
4. Os ambulantes ao redor do estádio vendem, além de ceva e refri,
Martini Doce.
Vicente"
quarta-feira, setembro 26, 2007
Só dois bifes. Dois míseros bifes. Baby bifes. Pra mim, que como um boi.... Uma ovelha. Um porco. Um javali. Um porcoli. Mas só dois bifes e uma frigideira. Dai-me uma frigideira e moverei o mundo, disse Arquimedes. E um copo de uísque, claro. Pai, terminou o Red. Pai, pai, pai! Mais um Red. E um blue, pra um dia. Por enquanto, deixa assim, um joãozinho caminhador, e minha frigideira. E gás e dois bifes e dois ovos e seis ramos de brócolis e queijo e creme de leite – assassínio culinário. Dieta da proteína um cacete. Um pão e manteiga d´Aviação. D´Aviação, eu disse. Salgadinha – sal grosso? Rafa, em vez de avisar, eu comprava um Mac, mas agora eu, fogão e isqueiro. No fundo, toca Raul. Toca Rauuuuuul! M.d.c. Eu afônico, atônico, amúsico, mas sempre ele. Na adianta policiamento! Não adianta policiamento! Não adianta policiamento! Não adianta policiamento! Não adianta policiamento! É a voz do povo, mas estaciona direito, Negão. Porque estou m.d.c., cara. Cara um caralho, coroa! Porque aquela morena, feia nariguda e eu e depois tu e depois nós, dois bisões. Um de frente pro outro, bufando. E, então, a escarvada e toda a força do Universo. Pra nada. São dois bisões no espaço. Dois bisões pedalando no vácuo, inertes. Tudo errado e Eyes Wide Shut. Tenta dizer: De Olhos Bem Fechados – dqrrtstspsdqsts. Agora diz: Eyes Wide Shut. Flui. Eyes Wide Shut. Não dorme, Rafinha, não dorme, me chama, me chama, me chama.... Não me deixa aqui com o joãozinho, meu amigo, que me deixa, que se vai. Alguém aqui bateu. Asas? E que tal o nome da prosti do filme? Domino! Kkkkkkkkkkkkkkkkk! Cristiane F, mas Manoela K, Ana K, Renata K, Patrícia K, Mariana K, Carol K, Nicole K! Te dá sempre? Não, só quando te vejo. Algum dia eu saio dessa, baby. Mas depois, que agora eu vou dormir.
sexta-feira, setembro 21, 2007
***
Foi no jogo Grêmio e Santos. Cheguei com uma vontade de mijar... Nem sabia que quentão dava vontade de fazer xixi. Ah, é: tomei um quentão antes de entrar no estádio. Na frente do portão principal, onde ficam uns gambás. Aliás, quase que não tomo. Quando estendi os dois pilas pro carinha, ele inventou de fazer propaganda do negócio. Mais ou menos assim, ó:
Eu - Quanto tá?
Ele - Dois pila. (Tiro a grana da carteira e vou pagando). O melhor de todos. Com gemada.
Eu – O quê? Gemada? Quentão com gemada?
Ele – O melhor que tem. Bastante gemada.
Recolho o dinheiro, penso um pouquinho e concluo: se fuder, me dá este quentão! Por sinal, tri bom o quentão. Mas por que mesmo eu tou falando disso? Ah, sim, o banheiro. Entrei no estádio e fui mijar. Quando passei pelas escadas, a vi.
Estava de pé encostada no corrimão. Tinha 1,70 metros, vestia uma calça jeans socada no rabo e um casaquinho preto do Grêmio, desses bem fashion. O fecho, fechecler, sofria uma pressão constante de duas melanças que queriam porque queriam saltar para fora. Que tetos! Na mão, levava uma mini-bolsa “Fendi”. Fazia o tipo boazuda e parecia pensar cada detalhe de sua postura: estava acentuadamente inclinada, como se apoiada exclusivamente no cotovelo direito, que, no entanto, apenas repousava no corrimão. Ah, e uma cara de puta que só vendo!
Mijei e sai do banheiro ainda fechando a braguilha. Passei pela moça e ela lançou um sorrisinho e deu a seguinte brincadeirinha.
- Não deu tempo de fechar?
E eu, babaca e enbasbacado, respondi apenas.
- Er, não... Não... – e segui.
Não foi assim - eu passei por ela e senti. Na verdade, passei por ela, senti e depois refleti sobre meus sentidos. Estou falando do cheiro, claro. A prova irrefutável da condição da amiga. Indubitavelmente, era cheiro de profissional. É difícil explicar. Não é que elas usem Amor Gaúcho, como muito se diz. Pelo contrário, fazem questão de perfume fino. Então, é mágico, não tem lógica: é como se quando a fragrância tocasse no corpo de uma prostituta adquirisse características uma característica única que denuncia a identidade da profissional.
****
Como acaba: a amiga vai pra casa com um magro narigudo que se dignou a dar-lhe atenção em meio ao futebol. O Grêmio perdeu a final dessa libertadores para o Boca Juniors.
quarta-feira, setembro 19, 2007
sexta-feira, setembro 14, 2007
quinta-feira, setembro 13, 2007
terça-feira, setembro 11, 2007
segunda-feira, setembro 03, 2007
sábado, setembro 01, 2007
sexta-feira, agosto 24, 2007
quinta-feira, agosto 23, 2007
Entrevistando o Lord Mayor da City of London, sir John Stuttard, e falar com alguém que é sir já é muito divertido, envolvi-me com uma instigante história do nosso Pampa. Meu entrevistado contou-me do parentesco de sua esposa com um antigo dono de uma fábrica de línguas enlatadas em Bagé. Na conversa, pediu que, se eu tivesse informações sobre a origem da marca das línguas, mandasse notícias. Curioso, fui um pouco além e, com meu inglês macarrônico (corrijam meus erros, plis), escrevi o seguinte e-mail a Sir Stuttard (bem abaixo deste post, leia o resumo, em português).
I had to call to Bagé to confirm McCawl´s first name. I found out many other things that I didn´t use in newspaper but may be curiosities for your wife´s family.
Your wife´s great grandfather, Charles McCawl, was a well-known man in Bagé. As you told me, he had an industry that canned cattle tongues to export. At that time, there were other brittish an european families operating in the meat area in the south of Rio Grande do Sul. McCawl didn´t speak portuguese well, but was very good in spanish - language that everybody understands in that region.
I talked to a friend of Charles (sun of a very good friend of him) and he told me your wife´s relative was a very tall and strong man. What he liked most was to hunt (specially grouses) and to fish. That man told me Charles had two suns - Alan and Osborne, who were twins. Alan lived in Bagé untill death and fabricated aliminium boats. Osborne is alive and works for Rolls Royce in London, according to that man. Charles had also a daughter, who died, when was young, in an accident envolving a shot in a hunting - a very sad story.
The house where the McCawl lived was big and beautiful, and it still exists in Vila Santa Thereza (district of Bagé). It belongs to HugoVaz Pinto, a businessman, who rents it. Untill some time ago, the place was - I'm sorry to inform - a brothel.
About the origin of the name "Paysandu": it was the name of a great prophet in the guarany indians' religion. After the christians arrived here, the indians began using the name Paysandu to call "Saint Thomas" (from Wikipedia).
Mais tarde, chegou a seguinte resposta do pedido de informações que fiz ao diretor do arquivo municipal de Bagé, mestre em história, Claudio Boucinha, um sujeito muito atencioso que não gosta de Zero Hora.
O GUIA ILUSTRADO COMERCIAL, INDUSTRIAL E PROFISSIONAL DE BAGÉ, publicado em 1937, possuía um conjunto de informações preciosas sobre a história de Bagé, embora com alguns senões. Por exemplo, o GUIA não possuía indicação de página alguma, bem como a autoria dos textos não estava devidamente identificada. No presente trabalho, um desenvolvimento do Município de Bagé, embora com uma série de ressalvas. O GUIA estava assinado pelo Dr. S. de Navasques, em Bagé, setembro de 1937. No original, completava uma planta da cidade de Bagé e seus arrabaldes, organizada e desenhada na gestão do Ilmo. [1] Dr. Luiz Mércio Teixeira, D. D. Prefeito Municipal ( aparecia, na planta da cidade, a assinatura de Francisco Gonçalves Vieira[2] ); e uma planta do Município de Bagé, em que apareciam os oito distritos.
[1] Exmo. (?).
[2] O nome não está legível, parcialmente.
Conforme depoimento de Ilo Mendes Boucinha, engenheiro agrônomo, que conheceu o pai e o filho: A família de Mac Cool, possivelmente, tenha vindo na década de 30 ou até antes. Permaneceu até a década de 60, quando mudou a regulamentação sanitária, que exigiam outras instalações. No caso, a fábrica era uma fabriqueta, de madeira, mas com todos os equipamentos para fazer a língua enlatada. Era exportada para a Inglaterra, visto que, entre outras coisas, era um súdito inglês que fazia a exportação. A casa da Família ficava na mesma localidade, perto da Charqueada Santa Teresa. Depois da década de 60, o filho passou a fabricar barcos, pois tinha equipamento para isso. A língua era temperada e bem feita.
As informações são pequenas, visto o apuro do momento. Um abraço. Claudio Antunes Boucinha.
Após o qual, enviei a seguinte resposta, como contribuição a quem quer que possa querer estudar a história de Bagé.
Olá, Claudio. Obrigado pela atenção. Conversei com o Sr. Nei Carneiro, um amigo do "velho" Charles McCawl, e com o Lord Mayor sir John Stuttard (abaixo a função dele), uma bisneta do inglês. A grafia correta do nome é a referida acima, segundo ambos, com certeza. De acordo com o Stuttard, ele chegou aqui no final do século 19. A marca das línguas enlatadas era Paysandu, conforme relato do Stuttard. A grafia seria "Paysandu", como a cidade uruguaia, conforme o Nei. A partir de agora, as informações são todas do Nei. Charles McCawl era um inglês grande e corpulento. Um sujeito reservado. Se comunicava em esanhol. Suas grandes paixões eram pescar e, principalmente, caçar. Teve dois filhos gêmeos em Bagé: Alan e Osborne (cuja grafia não tenho certeza). Alan ficou na cidade até morrer e tinha uma indústria de barcos de alumínio. Osborne vive na Inglaterra até hoje. Trabalha na Rolls Royce, com motores. Charles ainda teve uma filha, que faleceu em um acidente durante uma caçada. Um tiro acidental disparado pelo próprio pai a teria vitimado, em um episódio trágico, envolvendo a abertura de uma porteira e cães. A casa dos McCawl, grande e bela, ainda existe no distrito de Santa Thereza (com h?). Até pouco tempo atrás, era um bordel.
Um abraço, e, novamente, obrigado. Sebastião Ribeiro.
Seguem as explicações de quem é sir Stuttard.
John Stuttard exerce desde 2006 o cargo de Lord Mayor, uma espécie de prefeito nobre com status de ministro que dirige a City of London, como é chamado o distrito financeiro da capital britânica. O cargo existe desde 1189 e sua função primordial é promover os serviços financeiros da City para empresas e governos de todo o mundo.
Como comandante da City of London, o Lord Mayor preside órgãos governamentais, tais como, o Tribunal de Vereadores e o Tribunal da Câmara unicipal. É Chefe Magistrado da City of London, Almirante do Porto de Londres, Chanceler da City University e Presidente ou Patrono de várias outras organizações civis e de caridade. O Lord Mayor também é embaixador da indústria de serviços financeiros estabelecida no Reino Unido, cuja sede é no centro financeiro de Londres, mas que inclui, também, centros financeiros regionais como Edimburgo, Glasgow, Leeds, Manchester e Bristol. Como parte de sua função diplomática para os serviços financeiros, ele também recebe visitas de Chefes de Estado e Governos em nome do governo britânico e da City of London. Em seu mandato como Lord Mayor da Cidade de Londres, assumido em novembro de 2006, John Stuttard promoverá Londres como Cidade Financeira. Ele promoverá ainda, as Universidades e Escolas de Administração de Londres, sob o slogan City of London - City of Learning.
segunda-feira, agosto 20, 2007
terça-feira, agosto 14, 2007
Meu trajeto original é
Ipiranga-Silva Só-Goethe-Mostardeiro-Bordini-Anita Garibaldi-Silva Jardim-Fabrício Pilar.
Ontem, fiz:
Ipiranga-Aureliano de Figueiredo-Sebastião Leão-Jerônimo de Ornelas-Santa Terezinha-Venâncio-Felipe Camarão (aqui começa a doideira)-Castro Alves-Miguel Tostes-Cabral-Goethe (sentido Ipiranga)-retorno-Goethe (Sentido Parcão)-Cabral-Joaquim Pedro Salgado-Casimiro de Abreu-Artgur Rocha-Fabrício Pilar
Foram 25 minutos. Até que não foi tão mal...
domingo, agosto 12, 2007
sexta-feira, agosto 03, 2007
"Depois de gerar polêmica no futebol, o episódio que envolve o são-paulino Richarlyson e o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr., ganhou contornos mais agudos na Justiça. A queixa-crime apresentada pelo volante contra o cartola foi arquivada pelo juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, que, em sua sentença, classifica ofutebol de "jogo viril, varonil, não homossexual". O jogador foi à Justiça após o dirigente citar o seu nome ao responder uma pergunta sobre homossexualismo no futebol em programa da TV Record. A Folha teve acesso ao despacho de quatro páginas no qual o magistrado relaciona os motivos para o arquivamento, no último dia 5 de julho. No documento, o juiz sugere que, se [o atleta] fosse homossexual,"melhor seria que abandonasse os gramados". Em outro trecho, Junqueira Filho diz que "quem se recorda da Copa doMundo de 1970, quem viu o escrete de ouro jogando (...) jamais conceberia um ídolo ser homossexual". A seguir, ele afirma: "Não que um homossexual não possa jogar bola. Pois que jogue, querendo. Mas forme seu time e inicie uma Federação". Por fim, Junqueira Filho utiliza uma estrofe popular antes de proferir a sentença: "Cada um na sua área, cada macaco no seu galho, cada galo em seu terreiro, cada rei em seu baralho. É assim que penso".
quinta-feira, agosto 02, 2007
Vida", do jornal Extra, em um vídeo nada politicamente correto. O
diretor do Big Brother Brasil, Boninho, a socialite Narcisa
Tamborindeguy e o neto do ex-governador do Estado do Rio Leonel
Brizola, João Eduardo, aparecem dando declarações sobre como se
sentiram jogando ovos em pedestres da janela de seus apartamentos, na
Zona Sul. Boninho se empolga tanto com o depoimento que dá a receita
para o ovo apodrecer: "Já acertei muita vagabunda em São Paulo. E ovo
estragado. Olha a receita: bota éter dentro, espera três dias e fica
uma beleza", contou o diretor.
O vídeo, que estava no You Tube, já foi retirado do ar, mas ainda pode
ser acessado na página do Extra Online (http://extra.globo.com/).
Entre outras coisas, Narcisa diz que já arremessou, pela janela,
almofadas, flores e ovos. No vídeo, ela aparece jogando um ovo. "Adoro
ficar escondida, jogar balde de água. Às vezes, vem o síndico, a
polícia quer subir. Me tranco toda. Quando fico muito louca, jogo até
roupa."
O vídeo foi feito por João Eduardo, que aparece às gargalhadas
acertando ovos em carros que passam na rua. Outro entrevistado, Bruno
Chateaubriand, apresentador do programa "Viva a noite", também deu
depoimento: "Já joguei uma vassoura e uma garrafa de Big Coke"."
E não é que apareceu uma alma caridosa, pouco antes das 9h e abortou a missão! Aquiles não oi castrado. A faxineira apareceu 8h30min, antes de nos acordarmos, e deu um pote de comida para ele. Como naturalmente todos sabem, os gatos têm de estar em jejum para perderem as bolas ou o que seja. Tentaremos de novo hoje. Já sabem: 9h, no Seguezio da 24.
quarta-feira, agosto 01, 2007
Se não tem perdão, ao menos peço compreensão. Vocês sabem, o Aquiles era para ser Elza. Até gata manhosa sangrando e no cio nós agüentaríamos. Mas um desgraçado mijando cada canto da casa, da nossa casa nova, isso não. Dá-lo seria uma vergonha, um fracasso. Ter despachado o Barbosa para fora já o foi, embora ele esteja bem feliz por lá. Mas fui vencido pelo mijo de amônia.
Agora, seu eu vou ficar com dor na consciência, vocês também vão. Hoje, 9h no Seguezio. Quem é contra que se apresente para impedir.