quinta-feira, fevereiro 06, 2025

Frases e aforismos

Susana: "Isto é problema meu / Isto é problema dela"

Pati P.: "A socada é determinante!"

Karin3 A.: "Eu me apaixono em espanhol."

sexta-feira, janeiro 31, 2025

Carta à cerimonialista

Margarida! 

Eu me separei. Faz 12 meses. A Rafa quis. Eu não tava esperando. Fiquei devastado, mas passo bem, super bem, aliás. Ano passado eu morri, mas este ano eu não morro. Na hora que ela falou, me debulhei em choro e desespero. Disse: "tu fez o dia mais feliz da minha vida, o do nosso casamento; e agora, tá fazendo o dia mais triste". Peguei minhas coisinhas e fui embora na hora. Tá tudo bem entre nós. Nos damos bem, nossos pais passam férias juntos,  às vezes saímos com as crianças, mas nunca mais ficamos, nem pensamos em voltar. Só ainda fico triste de não passar a velhice ao lado da mãe dos meus filhos. Com a mina que saio, brinco: "putz, não posso casar na igreja, já gastei minha cota, quebrei o juramento". Uma das primeiras pessoas que vi ao me separar foi a Valéria, que me vendeu a aliança. Eu estava muito gordo e a desgraça não saía do dedo. Fui na ótica dela e disse: "tu me vendeu esta p*rra, agora tu resolve". O marido dela pegou o alicate e quebrou. Foi uma comédia, todos rimos, nós e as funcionárias da loja, que acompanharam o show. E assim foi... 

Achei importante te contar...

terça-feira, dezembro 31, 2024

De bailados e amores jamais vividos

Imagina esta dança

Imagina... Todos nossos beijos apaixonados no meio das ruas, atravessados pelo ventinho da madrugada, sexos suarentos nas coxias da vida, vergonhas tuas por valsas (mal) dançadas por mim nos bailes, todos meus aplausos orgulhosos ao fim de todas as tuas apresentações, e sempre aquela vontade de gritar pra plateia: esta é a minha dançarina, minha! Imagina... todos os reveillons passados na praia, nossos filhos misturados, todas nossas brigas, todas as caipiras em mesas de plástico na calçada, todas as manhãs de domingo no cachorródromo, todos os mates jamais cevados, nossa paixão que nunca houve nem haverá bailando pelos ares, embalada pelo ventinho, dançando no vácuo do universo com todos os amores não vividos deste mundo! Imagina, Karine, que lindo, Karine...


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Lado A

Ela, numa tarde qualquer de pandemia, dançando sozinha no beco, tão alegre, tão solta, tão linda.

Ela, um boné, um headphone, uma rua. Ela, na parede do Ocidente, na parede do Babilônia, na parede. Ela, Meu Erro, palha mascada na tela, botoneira sem manual de instruções. Ela, preservando a intimidade da casa revirada (o que teria na gaveta da mesa de cabeceira?). Ela, "eu gosto de sexo", "eu fui fofa, mas", "eu quero me vulnerabilizar". Ela, toda palestrinha, toda sabida, toda sapiosexual, toda tdah, toda ah, andando e se equilibrando. Ela, um schnitzel, um stubb, um strudel, uma casinha bem longe desta rede. Ela, pensada, imaginada, amada e odiada no vácuo da minha mente. 

Mas - fundamentalmente e sempre - ela, numa tarde qualquer de pandemia, dançando sozinha no beco, tão alegre, tão solta, tão linda, tão toa...

Miro do Sakura

Quando eu estava meio de mau humor, nem pestanejava ao escolher onde jantar: no @restaurantesakurapoa , pra dar umas risadas com o Miro, comer bom sushi e voltar leve pra casa. Aliás, a estratégia também vale pra casais naquelas noites de conflito ou ranço matrimonial (#ficadica).

Por isso, fiquei feliz de ver este querido se recuperando de um ano de m... , em que passou acamado e sem trampar, com restau em obra eterna. Miro é gigante e, mais uma vez, cheguei macambúzio e saí sorrindo , hoje no @sakurakaiten , onde fomos só pra prosear.

Pra completar, tive a alegria de conhecer a Pietra (sempre soube que Miro era baita pai; a guria é querida, inteligente e educada). E de poder voltar a comer sushi, depois de 10 meses, ao lado do @joaorsaribeiro !

Esperando, então, a recuperação plena desta figura, pra ouvir sobre Campos dos Goytacazes, fumar sapo e conversas com bovinos.

#tmj

sábado, novembro 16, 2024

Meu amigo Otávio

Eu nao sei como eu vivi tanto tempo sem duplar com um vibrador. Quando meu parceiro sai da gaveta, já dá uma animação. Alivia a língua e os dedinhos, prenuncia a pequena morte. Meu best é o Otávio, um mini sugador. Fui eu mesmo que batizei. Meio sem querer, meio por surdez, mas ele parecia predestinado a se chamar assim. Foi nomeado quando minha parceira tirou de uma valise enorme quantidade de vibros (fingi costume: 'super normal', que mulher não tem sua maleta???'). Daí, ela me apresentou:

Ela: _Este é meu preferido, meu pequeno notável..._
Eu: _Quem? O Otávio????_

Pronto, batizado. Pelo seu porte, o pequeno notável não compete com homem ou piroca alguma. Pode ser manipulado discretamente, em qualquer posição. De quatro ou de costas o parceiro nem vê. Mas curto um franguinho assado, adoro acompanhá-lo em serviço: tão diligente, tão discreto, tão eficiente.

Será que isso me classifica como cuckhold??? Espero que não, porque sou bem conservadorzinho - até assusto com as cordas que tu postas. E quero minha mulher pra mim, só pra mim! E pro Otávio...

sábado, setembro 14, 2024

Na casa da girl

Na casa da girl. Transando. Penetrando. Eu:

‐ Quero morar aqui!

(função cerebral migra do lado direito para o esquerdo)

‐ Quero dizer, quero morar aqui, dentro de você, e não dentro da sua casa.

(esforço pra energia cerebral retornar ao lado direito)

sexta-feira, setembro 13, 2024

RIP Mauro Vieira

Era sempre uma tranquilidade quando tínhamos o Mauro Vieira como dupla de foto na reportagem. Não tinha ruim pra ele. Um cara que equilibrava força e leveza; alegria e seriedade; profissionalismo e amizade. Um colega agradável, que transmitia confiança pra toda a equipe. Acima de tudo, um olhar curioso, atento e sensível. 

Lá por agosto de 2008, estávamos há uns três dias na estrada, reporteando sobre a revolução do eucalipto nos campos do Rio Grande. Exaustos, assinamos o checkin às 19h no confortável Hotel São João Palace em Santiago do Boqueirão. Não baixamos mala, nem nada, reingressamos no auto e andamos mais 70kms em sentido contrário ao destino final, por asfalto ruim e estrada de chão. Trocamos os lençóis engomados da sofisticada hotelaria missioneira pelas rústicas camas da Fazenda do Perpétuo Socorro, na Cândida Vargas.

Porque, pro Mauro, e pra equipe que ao fim e ao passo ele comandava, jantar uma paleta de ovelha texel assada na brasa, mirar as estrelas sem a interferência das luzes da cidade, ver o amanhecer no campo e sentir o minuano no lombo valiam muito mais do que duas horas extras de estrada. 

A horinha que passamos na fazenda ainda em meio ao nascer bastou pra ele fazer estas fotos que ninguém pediu, ninguém mandou, ninguém pautou. Só porque era fotógrafo e trabalhava com o que amava (na mesma trip, ele fez o mesmo em um esquecido cemitério de Campanha em São Gabriel).

Regressando à Capital, ainda paramos no São João só para assinar o checkout do hotel como se de fato tivéssemos usado - afinal, ninguém queria ficar dando explicação pro ADM. O que importava e sempre importaria pro Mauro eram as histórias e as imagens.

RIP, @mvieirafoto

Mauro Vieira era fotógrafo, trabalhou no Jornal Zero Hora por anos, faleceu em 12 de setembro de 2024.

PS: poucos dias depois da reportagem, a iniciada revolução do eucalipto nos campos do RS foi sufocada pelos desdobramentos da crise internacional que quebrou as papeleiras, desprotegidas do baque da desvalorização do real. A linda matéria que fizemos virou pó na história, afinal, não previmos (como ningém, aliás), o colapso das empresas e projetos de celulose gaúchos.


segunda-feira, agosto 19, 2024

Em Parintins, faça como os parintinenses: vá de moto!

Cheguei no quarto, digo, no cativeiro e fui recepcionado com um abraço pela minha anfitriã (eu nunca a tinha visto, mas aparentemente ela teve uma Síndrome de Estocolmo ao contrário e se afeiçoou ao sequestrado).

Expliquei que ainda precisava passar no aeroporto, ao que ela sugeriu:

"Vai de moto!"
"Que moto?", perguntei...
"A minha moto. Tó a chave"
"Mas eu não tenho carteira de moto"
"Não tem problema, não, aqui não precisa"
"Tá, mas eu não tenho capacete, este teu não vai me entrar"
"Precisa, não, nesta época ninguém pede"
"Moça, olha só, eu não sei andar de moto"
"É fácil... Vá!"
"Moça, olha só, eu nunca, nunquinha, dirigi uma moto. Nem mobilete. Nada..."
"Experimente..."
"Mas tem de fazer marcha??? Se tiver, eu não vou..."
"Tem, é com o pé, pra cima e pra baixo, experimente!"
"Tá! Me dá esta moto então"

E saí todo atrapalhado, dando solavanco a cada reduzida na marcha e voando pra trás a cada vez que colocava segunda ou terceira. Não caí. Não morri. Estou aqui.