Finado Cocé - Original
por Sebastião Ribeiro
Viveu lá no garupá
Pelas bandas do jarau
De primeiro, gente e gado
De segundo, ovelha e nada
Só tapera e alambrado
Amassado de sol
De a cavalo ou de a pé
Existiu o tal Cocé
(cantado - refrao)
Solito no más
Solito no más
Solito no más
Solito no más
(falado, dito, como na noz dele, lenta...)
E nunca vi nada
Que não fosse deste mundo
Salamanca alma penada
Nunca vi nada
Que não fosse deste mundo
De guri andava à toa
Nhu-Porã, um mundo todo
Era de cana e de carreira
Cancha reta, guaiaca cheia
Vencia tudo
Perdia tudo
Pesava nada
Não foi china, foi a lida
Que fez cambiar de banda
Que fez cambiar de vida
Pras bandas do Garupá
Uma primavera rebrotou
Findado, curtido, amassado
Na velha Nhu Porã
O véio Cocé!
Teve festa e teve cana
Teve canto e teve cancha
Outra vez era guri
Meia cancha meio reta
Égua puro-meio-sangue
Sangue galopando na veia
Partiu o véio
Amuntado na yegua branca
Rodou o véio
Amontoado pata e anca
Cheio de cana
Cheio de gana
Finado Cocé!
----
"Finado Cocé" (versão metrificada)
I
Viveu lá no Garupá
Pelas bandas do Jarau
De primeiro, gente e gado
De segundo, ovelha e nada
II
Só tapera e alambrado
Amassado de sol
De a cavalo ou de a pé
Existiu o tal Cocé
Refrão (cantado)
Solito no más
Solito no más
Solito no más
Solito no más
Interlúdio (falado, lento, como na voz dele)
E nunca vi nada
Que não fosse deste mundo
Salamanca, alma penada
Nunca vi nada
que não fosse deste mundo
III
De guri andava à toa
Nhu-Porã, um mundo inteiro
Era de cana e carreira
Cancha reta, bolso cheio
IV
Vencia tudo, perdia tudo
No bolicho, na Luzia
Não foi china, foi a lida
Que fez cambiar de vida
V
Uma primavera rebrotou
Curtido, batido, 'rengado'
Na velha Nhu-Porã brotou
Véio Cocé relembrado
VI
Teve festa e teve cana
Teve canto e teve cancha
Outra vez era guri
Com o tempo que se espança
VII
Meia cancha, meio reto
Égua puro-meio-sangue
Sangue a galope na veia
Na poeira, na tranca, no lance
VIII
Partiu o véio Cocé
Amuntado na yegua branca
Rodado na terra dura
Amontoado, pata e anca
IX (final)
Cheio de cana, cheio de gana
No delírio do que já não é
Se achando guri na cancha
— Finado Cocé!
Nenhum comentário:
Postar um comentário