terça-feira, outubro 19, 2004

Na minha rua, neva no finzinho do inverno. É quando as folhas de jacarandá caem como se fossem flocos de neve. No início da primavera, a rua fica inundada - e roxa. São as flores da árvore que desabam na calçada e no paralelepípedo, são pisoteadas e atropeladas, e deixam o chão molhado e escorregadio.
A Jaime Telles tem destas coisas. Na minha quadra, tem duas pitangueiras - estão carregadas -, duas ameixeiras e uma laranjeira. No estacionamento onde deixo meu carro, há uma vertente. Água purinha, purinha vindo ao sol. No verão, eles aproveitam o desague para encher a piscina. Nas outras épocas do ano, plantam ervas na poça. À noite, os sapos fazem uma barulheira com o seu uéééééé uééééééé. Do lado da vertente, também tem uma horta e um pomar cheio de hortifruti.
Tudo isso tem tornado menos traumático o abandono da Aurélio Bit, que, aliás, já não é a mesma.

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