terça-feira, setembro 19, 2006


Passei o último feriadão no Rio de Janeiro. Seguem minhas impressões.
1) Já fui umas quatro vezes ao Rio de Janeiro. Cada vez que chego lá, e cada vez mais, penso: “putz, como eu queria morar aqui”. Normalmente, quando viajo, preciso de pelo menos um dia para me sentir confortável no destino. No Rio, isso nunca acontece. Na primeira aproximação da orla já me sinto em casa. E posso passar dias e dias que não me canso da beleza da cidade. Incrível.
2) Fiquei em Copacabana. Meu pai não gosta de Copacabana – pegou seus áureos tempos e agora se deprime com a decadência. Eu amo Copacabana por causa da decadência. Eu amo Copacabana e sua classe média, sua mediocridade. Eu amo a Copacabana do documentário Edifício Master, do Eduardo Coutinho, e de um livrinho chamado Ô, Copacabana, do João Antônio. Eu a amo a Copacabana das putas e dos velhinhos e especialmente a Copacabana dos gambás que tomam cerveja nos botecos de esquina com a camisa do Flamengo.
3) Melhor programa para uma tarde, especialmente se for chuvosa e especialmente se for de domingo: tomar um café na cafeteria da Livraria da Travessa de Ipanema – a que fica mais para o lado do Leblon. Imperdível.
4) Os ventos do mar nos trouxeram, a mim e à Rafa, uma vontade incontrolável de comer sushi. Em Ipanema, onde as pessoas são finas e têm tatuagens, abordamos todos que nos pareceram simpáticos para perguntar qual era a boa dos japas. Tanaka, nos indicaram. Fomos. Vista pra Lagoa, bom atendimento, bom tempurá de sorvete. Sushi regular.
5) No outro dia, Seu Manolo, um motorista de carro de madame, nos indicou outro japa. Azumi, se chama. Fica em Copacabana, Av. Ministro Viveiro de Castro, acho. Parada obrigatória de grandes executivos japoneses, contou. Fomos. É uma boca muito roots e muito in (para o Carioca: japonês de raiz e na moda). Um misto de Madame Sakae e Temari da Protásio. Você entra para uma porta e desce. Dentro do “buraco”, o staff só fala japonês entre si. Há muitos balcões e poucas mesas. O sushi é sem frescura, mas o peixe é fresquíssimo. No combinado, vem mais sashimi do que sushi. E de sobremesa – lembranças da Madame Sakae – só sorvete ou doce de feijão (bleargh). Como não pedi nenhum dos dois, um dos japa-cozinheiros me deu – de graça – uma batata-doce assada! 6) Gosto de fazer compras no Rio. Por dois motivos: o primeiro é passear pelas vitrines de Ipanema sabendo que a uma quadra está o mar. O segundo é a Elle et Lui. Sou viúvo da filial do Iguatemi, fechada lá pelos idos dos anos 90. Adoro as pólos com selinhos bleu, blanc, rouge.
7) Vocês sabem que eu adoro praia. Desta vez, consegui passar só uma hora na areia. Lamentável. Passaria os dias inteiros. Gosto ali do posto nove, dez, mesmo. Você chega, pega uma cadeira e só fica mandando o moleque baixar caipa e biscoito Globo. No final, o dono da banca pede para você fazer a conta de quanto deve. Carioca é muito gente boa.
8) O Rio é lindo. Mas Niterói é tão lindo quanto. Sem contar a simpatia da cidade. A vista para o Rio, a tranqüilidade das amendoeiras das ruas de Icaraí, o museu do Niemyer, tudo, tudo, tudo é encantador em Niterói. Sem contar uma praia que tem mais para longe do Centro que se chama Itacoatira e é uma das mais lindas que conheço.

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