terça-feira, novembro 21, 2006

Um dia cheguei em casa e deparei com um gato. Uma gata, para ser mais preciso. A Rafaela já vinha dando fortes indícios de que faria a adoção. Contra mim, um argumento irrefutável: "Gato é o bicho mais independente do mundo, Gordo, tu nem vai ter de ter de te preocupar".
Dois meses de gato em casa e, se hoje alguém me diz "gato é o bicho mais independente do mundo", eu mato. Mato mesmo. Só mesmo a mais absoluta ignorância leva alguém a chamar o bicho mais dependente do mundo de o bicho mais independente do mundo.
Elza Brizeida é um amor, mas, acima de tudo, é um inferno. Não se fica mais sozinho ou a dois em casa. O bichano demanda atenção 100% do tempo. Não sai da volta nunca. Está sempre fazendo arte. Agora mesmo, ela está em cima da escrivaninha fazendo menção de pisar no teclado do computador. Já derrubou as caixas de som do CPU três vezes nos últimos cinco minutos. Quando ela sair daqui, vai retirar pedrinhas que adornam a palmeira da sacada e brincar com elas pela casa inteira. E após, afiará unhas no sofá. Ato contínuo, morderá meu calcanhar. E, não importa quantas vezes a retire ou quantos tapas dê em seu focinho, continuará mordendo. Quando cansar, virá para o meu colo e ronronará tão alto e fofamente que ficarei imobilizado, com dó de retirá-la de cima. Mas antes disso, fará um cocô cujo odor se espalhará pela casa obrigando-me a recolher o material com a pazinha e depositá-lo no vaso.
A Rafaela agora argumenta que isso é "só enquanto ela é novinha". Ah, tá! Era o mesmo que eu dizia do Barbosa, o cão da família. Hoje, ele vive no exílio, na fazenda, para onde foi deportado devido a seu comportamento inadequado.

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