sábado, maio 19, 2007

Quando cheguei em Montevideo, uma destas promotoras maravilhosas do Free Shop ofereceu-me uma nova fragrâcia. Polo Double Black. Pingou um pouco em meu punho, no outro, olhou bem no meu olho e disse: espere, sinta no corpo, depois você decide se gostou. Ela desapareceu, e eu fui embora sem dar muita bola. Pois nos cinco dias seguintes que passei no Uruguai tomei pelo menos cinco banhos e o cheiro burrifado pela princesa não saiu. Na volta, procurei-a. Ela não estava. Me veio outra com a mesma oferta, de novo odorificou-me e desapareceu sem nem um adiós. Pois não é que já faz três dias e continuo com o punho perfumado! Que fixador tem esse perfume, que fixador!
A menos que... A menos que... A menos que aquelas moças fossem fadas, e aqueles perfumes poções. Poções que modificaram minha estrutura genética e fizeram meu próprio corpo produzir a fragrância. E se, hein? E se? E se, agora eu sou um ser especial, mágico, divino. E então serei levado de cima a baixo, de baixo a cima, mãos dadas com os cientistas. Nova York, Massachussets, Basiléia, hospitais e laboratórios em todo o mundo. Levar-me-ão por toda a parte, serei um rato de laboratório, até conseguirem isolar o gene mágico e depois inseri-lo em todos os que pretendem ser eternamente cheirosos. Nesse caso... Nesse caso serei rico, rico, rico (imagem de fim de desenho animado, bonequinho jogando moedas ao alto)!
Mas peraí. Tive uma idéia. Outra idéia. Meu gato. Meu gato, ele produz amoníaco. Não mija, libera amônia pura - usamos máscaras de gás aqui em casa. É uma fabrica ambulante. Tenho de apresentar urgente o Aquiles aos cientistas. Já imaginou se todas as vacas tivessem o gene do aquiles? Elas estariam despejando puro adubo no campo. Os pastos nascerão mais bastos, o gado terá mais bóia. E, nesse caso, serei rico, rico, rico!

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