sexta-feira, julho 05, 2024

Um sonho

Sobre esta trip pra ver o Caprichoso. Possivelmente, é a primeira vez que "realizo um sonho". 

Todas as coisas, conquistas na minha vida, foram meio que acontecendo naturalmente. Eu não sonhava ter filhos - eu os amo mais do que tudo, queria ser pai, mas era algo que tinha convicção de que aconteceria. E assim foi, como se o curso natural da vida.

Eu não sonhava trabalhar aqui ou acolá - desejava, talvez. Eu não sonhava conhecer Paris ou Nova Iorque, porque sabia que a qualquer hora pisaria nestas terras, privilegiado que sou. Eu nunca tive um ídolo pra sonhar encontrar.

Um sonho tem de ter algo de inatingível, de ser desejado, mas não esperado. Um sonho, a gente tem de abraçar e dizer "eu vou lá fazer", não importa o perrengue; exige um querer, um esforço incomum e um propósito... 

Nesse sentido, ver o Caprichoso deve ter sido o primeiro sonho realizado da minha vida - e isso é incrível, porque, de verdade, eu achei que nunca aconteceria. 

E, agora, eu só quero é ir de novo! Parintins é como a garota mais bonita da sala de aula, a cunhã poranga por todos desejada, que te maltrata, te pisa, te humilha, mas pra ela tu quer sempre voltar.

Desculpa, Floripa, mas a verdadeira Ilha da Magia não é sulista; é nortista e adora dormir numa rede. Desculpa, Nova Iorque, mas a city that never sleeps fica no meio da Floresta. Desculpa, encarnado, desculpa colorado, mas ser gremista e caprichoso é um sentimento porreta, bem maior do que o planeta, efervescente calor. Só quem é sabe a extensão deste amor.

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