sexta-feira, novembro 05, 2004

Na esperança de obter um algo mais para uma matéria que estou fazendo, marquei uma entrevista cara a cara com um oficial da Brigada Militar. A estratégia era deixá-lo falar, não intimidá-lo com bloquinho, ganhar confiança, enfim, o de sempre. Não adiantou: conversamos por 90 minutos sobre inteligência na Polícia Militar e dali não saiu nada que me valesse para a reportagem. Ao fim do encontro, ele falou da inconveniência de matérias que revelam detalhes que atrapalham investigações. E concluiu que a culpa não era nossa - dos jornalistas -, mas sim das fontes policiais que falam o que não devem. Despediu-se tocando uma flauta:
- Por isso que você ficou uma hora e meia aqui, ouvindo eu te enrolar, enrolar, enrolar, e saiu só com o meu e-mail anotado aí neste bloquinho.
Fiquei vermelho.

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