sábado, março 05, 2005

De dentro de um carro em alta velocidade, uns caras passaram na frente do Ossip e dispararam uma saraivada de tiros. Só de raiva daquela gente. Não sei se foi isso o que aconteceu. Para mim foi e basta. Entendo os atiradores. Muitas vezes tive muito ódio de publicitários e jornalistas descolados. Só nunca atirei porque não tenho arma. E quando chegava na loja de caça e pesca para comprar a pistola, a raiva já tinha passado e se transformado em amor e mesmo numa vontade de tomar cerveja no Ossip. Eu amo e odeio tanto tantas coisas, várias vezes por dia, e o que detesto agora posso estar adorando daqui a cinco minutos. Já me imaginei liquidando todos em uma fila da Touch, na praça de alimentação do Iguatemi, na pista da Hípica, no avarandado do Café do Porto, nas mesas do Mamma Mia, nas ruas da Praia da Guarda, na quadra da Imperadores, nas areias do Rosa, no Acampamento Farroupilha, na calçada do Ossip. Mas por ser volúvel me livrei de ser um sujeito que sai por aí atirando no que não gosta. Afinal, mais dia menos dia, ia acabar atirando em mim mesmo.

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