domingo, novembro 20, 2005

Briguei com meu pai, ao vivo e por telefone, e até com minha mãe, por telefone. Me irritei tanto que joguei o celular na parede. O problema é que o aparelho ricocheteou e foi parar lá embaixo, na rua (da amargura).
Pleft. Silêncio. Guardinha murmurando com alguém na calçada. Aqui em cima, eu quebro o gelo.
- Busca lá, Rafa.
- Tá louco, tu que atirou. Agora vai lá passar vergonha.
Argumento irrefutável. Eu desço.
- Desculpa cara, não era para cair perto da tua cabeça, queria atirar mais para lá, para o meio da rua, saca?
- Ãrran.
Subo com o equipamento. Hora de um bate-papo reflexivo.
- Tu acha que eu sou louco, Rafa?
- Sei lá. Talvez não. Às vezes a gente atira coisas quando tá brabo.
- É mesmo.
Novo silêncio. Hora de checar o estrago. Mas que estrago? É só encaixar uma peça na outra e voilá: o telefone está funcionando. Nokia 2280: simplesmente indestrutível.

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