segunda-feira, julho 24, 2006


1) Fui a São Paulo a passeio, entorpecido pelo jingle “Porque São Paulo é Tudo de Bom” e imbuído desse espírito. Não sei por que, achava que lá encontraria coisas que nunca vira. Prédios assustadoramente grandes, lojas inebriantemente lindas, ruas despudoradamente chiques.
2) Nesse sentido, voltei decepcionado. São Paulo é uma cidade como outra qualquer. Com menos verde e bem mais feia do que Porto Alegre, que já considero feia. Apesar de ser uma megalópole, não tem nada de tão diferente. Apenas as coisas na capital paulista são um pouco maiores. Confesso que minha visita serviu para desfazer uma fantasia de morar e viver lá (agora que conheço, só por muito dinheiro iria).
3) A Oscar Freire é uma e Padre Chagas com uns quarteirões a mais e um charme a menos. A 25 de março é uma grande Voluntários. O Mercado Municipal é o nosso Mercado Público, com arquitetura mais bonita, mas bancas menos requintadas. Vila Madalena é uma imensa Cidade Baixa. A Gabriel é uma Quintino Bocaiúva mais rica, e assim por diante.
4) Sabem o que falta em São Paulo? Cafés. Na terra do café, não existem cafés. Um lugar para sentar, ler um jornal, ver a vida passar, tomando um capuccino e comendo uma cheese cake. Juro, o único café bacana que vimos foi um bem pequenino, da Empório Armani.
5) Não achei o trânsito em São Paulo assustador. A não ser os motoboys que, além de serpentear, se sentem no direito de viver com a mão na buzina tornando as ruas um inferno.
6) Ficamos perto de Congonhas. O taxímetro em São Paulo anda muito ligeiro e a corrida até o Centro saía perto de R$ 35. Gastamos demais em táxi. Teria valido mais a pena alugar um carro.
7) Teve um único lugar que me impressionou e tirou o fôlego. Algo que eu realmente nunca tinha visto ou imaginado em termos de estilo e beleza. O Hotel Unique. Estava dentro da programação da Rafaela. O projeto é do Rui Ohtake e o interior, do João Armentano. O recepcionista, extremamente simpático, nos levou até para ver os quartos – a partir de R$ 650 a diária. Mas o mais fantástico é o bar do terraço (foto). Conhecia pelas revistas, mas, ao vivo, é um dos lugares mais lindos que já vi. Vivemos momentos mágicos. Um Dry Martini, uma champagne, um temaki maravilhoso e mais barato do que o do Sakura (R$ 8) e a vista da Paulista. Tudo de bom.
8) No mais, fomos ao Pátio do Colégio, Mosteiro de São Bento, Casa Cor, Estação da Luz, Pinacoteca (show!), Mercado Municipal, Masp, Restaurante Spot, Vila Madalena (Bar São Cristóvão), Ibirapuera (Bienal de Design), Oscar Freire (destaque para as lojas Club Chocolate e da Melissa), Sesc Pompéia (as pessoas usam os espaços culturais de verdade!).
9) Em nenhum outro lugar do mundo fomos tão bem atendidos como em São Paulo. Em todas as lojas e restaurantes fomos muito bem tratados. Além do que, comprar nos Jardins sai mais barato do que nos Moinhos.
10) São Paulo não chega aos pés das outras grandes cidades que conheci – Rio, Paris, Londres, Buenos Aires ou Roma. Mesmo assim, tenho vontade de voltar muitas e muitas vezes. Ainda mais que lá tem o Emiliano, o Gallas, a Renata e outros queridos amigos como Zozô e René, que nem pude ver nessa curta estada. Fica para as próximas. E que sejam muitas.

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