segunda-feira, outubro 02, 2006

Quando percebi, atônito, a derrota do Rigotto, me veio à cabeça, não sei por que, aquele embate com o Garotinho, quando ele festejou vitória, mas, no último minuto, descobriu que não sabia das regras da prévia e terminou derrotado.

O feitiço virou contra o feiticeiro. Há quatro anos, Rigotto foi catapultado ao segundo turno por uma onda inesperada de votos que veio, não se sabe bem de onde nem como, nos últimos dias. A mesma na qual Yeda surfou agora. Em 2002, quando as pessoas começaram a perceber que Rigotto tinha capacidade de crescer a ponto de passar o Britto e bater o Olívio, migraram em massa para ele. Desta vez, perceberam, aos 45 do segundo, que a Yeda podia bater o Olívio e migraram, em massa, para ela.

Acho, sim, que foi a perspectiva de que a Yeda derrotasse o Olívio a responsável pelo resultado inesperado. Se todos que fizeram esse "voto útil" não o tivessem feito, Rigotto estaria no segundo turno. Embora isso possa não explicar todo o fenômeno, pelo menos 15 mil votinhos explica. É o que Rigotto precisava para estar no segundo turno.

De todo modo, essa migração geral de votos de Rigotto para Yeda só ocorreu porque o voto no atual governador não era um voto de convicção. E se isso não ocorria era porque o próprio Rigotto não é uma pessoa de convicções. Como disse um amigo hoje, ele sempre pareceu flutuar nos ventos da sorte. Nunca tomou posições fortes, sempre escorregou para lá e para cá, fez um governo sem graça e sem força. Foi vítima de si mesmo.

Gosto muito do Rigotto como pessoa. Parece um cara sério, o governador mais simpático e querido que o Rio Grande do Sul já teve. A Yeda é o oposto de tudo isso. Me causa repulsa, ojeriza. Jamais deixaria um filho meu com ela. Mas quem sabe não é de uma bruxa mejera que o Rio Grande precisa. Ao menos muitas de suas idéias não me desagradam.

Para finalizar: o Brasil merecia um segundo turno.

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