sexta-feira, outubro 12, 2007

Três horas de Wii e estou todo suado, melado, nojento. Pai, mãe, Carioca e demais leitores da terceira, ops, melhor idade: Wii é o videogame da Nintendo em que teus movimentos segurando o controle na mão se trasnformam em comandos na tela - trocando em miúdos, um soco no ar é um soco no joguinho de boxe. Aliás, surrei o Tiago no boxe e depois caguei a pau a Maria Paula e depois tomei uma coça do Tiago. Três lutas, oito rounds (a última perdi por nocaute) e ao fim estava mais extenuado que o próprio boxeador jogado à lona. Diz a Débora Seco que trocou a academia pelo Wii. Bem que rolaria, só é preciso um aprimoramentozinho, para que as ações na tela correspondam um pouco mais ao movimento real, e eu já trocaria tranqüilo uma quadra de tênis por um quarto fechado. É a popularização do tênis. E do golfe. E do hipism... - não, do hipismo não.
Sempre tive uma queda por videogames. Tá, vamos ser diretos: sou viciado. Freqüentei por meses o JGA - Jogadores de Games Anônimos - até reconhecer o problema. Ali na paróquia da Igreja São Manoel, na Lucas de Oliveira, o grupo. Um monte de nerds, eu e mais o Clécio - um tiozinho que comprou um Mega Drive escondido da mulher e alugava quartos de motel para jogar sem ser ganho pela patroa.
Graças a Deus, hoje sei me controlar. Mas cada vez que chego perto de um aparelho sinto um treco. É como tomar a terceira dose de whisky, sobe aquele calor e de repente a gente acha que o mundo todo está aos nossos pés. Hoje mesmo, saí da casa dos pais da Rafa com uma bola na garganta, por ter de me afastar do Wii. Sensacional, o brinquedinho.
Só podia ser Nintendo, mesmo. A Nintendo é foda, sempre foi. Como todo mundo, comecei com Atari - não, nunca joguei telejogo e desprezava MSX. Primeiro o desespero cada vez que meu pai me ganhava no Megamania, e depois o encantamento com River Raid, Enduro, Heroe. Enfim, os clássicos, normal.
Mas não esqueço a primeira vez que vi um Nintendo. Foi na casa do Muski e do Jorge em Torres. Equipamento importado, coisa rara. Nossa, cheguei a ficar tonto de emoção esperando a minha vez de jogar Mario Bros. No enqtanto, quiseram a publicidade e o mercado que eu comprasse um Master System, e assim foi. Mas logo percebi que Alex Kid e seus bolinhos de arroz não eram páreos para Mario e Luigi e seus tubos e conexões. De maneira que assim que pude ganhei meu Nintendo, viciando-me instantaneamente em Maniac Mansion, aquele game maluco em que você apontava uma pessoa/objeto, uma ação e outra pessoa/objeto, de forma que a coisa mais divertida que tinha era PUT the HAMSTER into the MICROWAVE, experiência que, é claro, os americanos começaram a repetir em suas casas torrando vivos milhares de ratinhos de verdade. Para desespero de suas mães, sempre gordas e, bem... americanas.
Enfim, só o Nintendo rodava o Maniac Mansion e uma infinidade de jogos que fizeram minha vida mais feliz. E não foi por acaso que eu me tornei o primeiro porto-alegrense a ter um SuperNes, comprado na semana de lançamento nos EUA pela minha tia ou meu pai, não lembro bem, só sei que, salvo engano, custou US$ 200, o que era uma boa grana na época. E então vieram o Super Mario World e tantos outros games, até o Mario Kart, que enfim me levou a uma internação por quatro dias no Hospital Parque Belém e, após, a recomendação psiquiátrica para que freqüentasse o grupo da paróquia da São Manoel.
De forma que, mãe, pai, Rafa, me segurem, confisquem meus cartões de crédito e de forma alguma deixem eu passar por uma vitrina que exponha um Wii. Senão, acabo que nem esta aí abaixo, ó.

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