sexta-feira, maio 28, 2004

Não consigo desgrudar do meu novo telefone celular. Ele é lindo. Pra começar é azul - azul da cor do mar de Cabo Frio. Quando a gente aperta uma tecla qualquer, o aparelho todo se ilumina. É como se um mergulhador tivesse aceso uma lanterna no fundo do oceano. Não resisto à tentação de apagar as luzes do recinto, só para ver o meu brinquedo brilhar. Só isso já bastaria para me encantar. Mas há mais.
A cada minuto, levo-o até o nariz, para sentir seu cheiro. Cheiro de video-game novo, recém tirado da caixa. Lembra de quando você ganhou o SuperNes ou o Megadrive ? Pois é...
Pra completar, o meu celular pesa menos do que uma maçã, não tem um arranhão sequer e é macio como tronco de goiabeira. Não canso de esfregá-lo no rosto. Ele desliza, faz carinho na pele. Meu telefone novo é demais. Ah, se tudo isso não fosse passageiro...
Mas é. Eu sei: daqui a uma semana ele estará arranhado, opaco e desbotado. E não passará de um celular. Nada além de um celular. Mais um celular, como outro qualquer, que, um dia, vai parar no fundo de uma gaveta qualquer. Sem linha, sem dono, sem vida.


(impressão minha ou está meio gay este texto ? bom, estou tranquilo, já passei dos 24).

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