quarta-feira, junho 09, 2004

À tarde, fizera uma matéria na Rua da Praia e percebera aquele clima de sexta-feira ou de véspera de feriado. Uma balbúrdia um pouco exagerada, que eu penso ser resultado de passos apressados, saltos e solas batendo no calçadão num ritmo mais apressado do que o comum, de quem corre para casa, para o descanso. Portanto, estava bem lembrado de que era véspera de Corpus Christi e de que todos fariam o máximo para precipitar o amanhã. Mesmo assim, teimei em não querer voltar para casa. Ao sair da TVE, em vez de seguir em linha reta até chegar à minha rua, resolvi circular. Enquanto, pelo celular, convidava, sem sucesso, amigos para tomar um trago, enredava-me de maneira inextrincável no trânsito da capital. Érico Veríssimo, Sebastião Leão, Lima e Silva, Perimetral, Sarmento Leite (passando pela Osvaldo), túnel da Conceição, Farrapos... Fui andando, sem rádio no carro, de engarrafamento em engarrafamento. Não havia acesso aos bairros que não estivesse congestionado. De forma que tive de me dirigir novamente ao Centro, estacionando na Champanharia. Não há o que explique tamanho masoquismo. Só sei que, de repente, perdi, involuntariamente, a razão e desviei do caminho de casa. Quando recuperei a consciência, já não havia mais volta. O jeito era parar e tomar duas taças de champagne sozinho. Até que não foi tão ruim.

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