"Não leio blogs; só o do Tião, porque é relevante", Filipe Maia, jornalista. "Às vezes o Tião escreve direitinho", Daniel Gallas, presidente. "Não gostar do Tião é uma falha de carácter", Rodrigo Müzell, jornalista. Sebastião Ribeiro é jornalista e mora em Porto Alegre. Leva uma vida pacata com a mulher e dois filhos em um apê no alto Rio Branco. A propósito, teu cu de bobes.
terça-feira, dezembro 26, 2006
segunda-feira, dezembro 25, 2006
domingo, dezembro 24, 2006
Era noite de amigo secreto, a turma reunida, troca de presentes, talecôsa. Nos divertimos, eu tomei umas cervejas, a Rafa, coca e champanha, e voltamos cansados para casa. Giramos a chave e nossa gatinha já nos esperava - como sempre - atrás da porta. Sedentos, pegamos uma água, e o bichinho - como sempre - se meteu para dentro da geladeira, dando-nos um pouco de trabalho para retirá-lo. Mas foi só isso de arte, que logo depois ela sossegou o pito, estirou-se na laje gelada da cozinha e pôs-se a se coçar. Coçada vai, coçada vem, e eu resolvi ajudar. É irresistível, a nossa gatinha.
Mudei o tom da voz para modo criancinha - "cadê a minha gatinha amada do coração" - e cheguei mais perto. Ela estava coçando a xota. Só que a xaninha, coitada, tava vermelha e inchada feito tomate passado. Chamei a Rafa.
- Rafa, vem cá ver que coisa bizarra. A bucetinha da Elza tá pra fora.
Ela se aproximou, conferiu a coisa. Permanecemos calados alguns segundos - um esperando o outro dizer o que um pensava -, nos olhamos, até que ela disse:
- Ai, isto é um tiquinho.
Parecia mesmo. Era estranho, porque ficava para trás, bem embaixo do fiofó. E ticos, até onde eu saiba, são para frente. Se bem que o cachorro sofre com esta história de ter tico pra frente, porque ele gosta mesmo é de ficar bunda com bunda. De todo modo, pegamos a Elza para uma análise anatômica.
Pusemo-la na cama. A Rafa abriu as patas de trás. Eu iniciei a apalpação. O buraco - ufa! - era de xeca. Mas acima dele havia um volume. Aperta aqui, aperta ali, e ficou claro que eram duas bolinhas. Vocês devem estar pensando - óbvio, é um gato -, mas a coisa não foi assim. Ficamos por uns dez minutos apalpando e discutindo, apesar de todas as evidências - eu diria até provas.
- Duas bolas e um tiquinho. É macho.
- Mas me deram como fêmea, Gordo. E ela já foi três vezes na veterinária e ela nunca disse nada.
- Pois é... Não sei. Esse buraquinho para trás parece xeca. Se bem que...
E assim ficamos, pouco a pouco convencendo-nos de que, realmente, Elza podia não ser Elza, embora, isto pareceu-nos claro desde o início, Elzo nunca seria. Já quase convencidos do equívoco, viemos até o computador. Google, imagens, "anatomia gato" e então a prova cabal: a gata é gato.
Sabia que isso era comum. Nas buscas na Internet, lemos muitos casos semelhantes. A falecida gata dos pais da Rafa era Kanu, o jogador de futebol, até descobrirem que ela era Kanu, uma femeazinha com nome original. Mas nunca pensei que tal infelicidade aconteceria comigo. A verdade é que só passando pelo que passamos é possível entender o que sentimos. Sofrimento, estupefação, desespero, perplexidade, desorientação - tudo junto. Enquanto isso, as peças vão se encaixando: é verdade, uma gata não morderia daquele jeito, os traços da cabeça sempre foram meio masculinos, nunca houve sinais de menstruação, etc...
Bom, a verdade é que ainda estamos absorvendo o impacto. Apesar desse relato superlativo, que mais pode parecer um deboche, é bem complicado, sim. A primeira providência que tomamos foi trocar o nome. De Elza Briseida para Aquiles. Na mitologia grega, Briseida é a paixão de Aquiles. Na minha casa, Briseida é Aquiles.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
domingo, dezembro 17, 2006
terça-feira, dezembro 12, 2006
terça-feira, dezembro 05, 2006
Dá para não concordar com o Feijó nestas horas???
sexta-feira, dezembro 01, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
quinta-feira, novembro 23, 2006
Não importa se está 40 graus na rua, se o dia está infernal, minhas costas não podem ficar descobertas. Por que diabos, então, volta e meia, uma ou duas vezes por ano, eu insisto em deixá-las vulneráveis? Talvez para desafiar a natureza - vamos ver se tu me pegas, camarada, agora que estou tão cheio de saúde! Inútil. Ela sempre ganha. Eu sempre perco.
terça-feira, novembro 21, 2006
Dois meses de gato em casa e, se hoje alguém me diz "gato é o bicho mais independente do mundo", eu mato. Mato mesmo. Só mesmo a mais absoluta ignorância leva alguém a chamar o bicho mais dependente do mundo de o bicho mais independente do mundo.
Elza Brizeida é um amor, mas, acima de tudo, é um inferno. Não se fica mais sozinho ou a dois em casa. O bichano demanda atenção 100% do tempo. Não sai da volta nunca. Está sempre fazendo arte. Agora mesmo, ela está em cima da escrivaninha fazendo menção de pisar no teclado do computador. Já derrubou as caixas de som do CPU três vezes nos últimos cinco minutos. Quando ela sair daqui, vai retirar pedrinhas que adornam a palmeira da sacada e brincar com elas pela casa inteira. E após, afiará unhas no sofá. Ato contínuo, morderá meu calcanhar. E, não importa quantas vezes a retire ou quantos tapas dê em seu focinho, continuará mordendo. Quando cansar, virá para o meu colo e ronronará tão alto e fofamente que ficarei imobilizado, com dó de retirá-la de cima. Mas antes disso, fará um cocô cujo odor se espalhará pela casa obrigando-me a recolher o material com a pazinha e depositá-lo no vaso.
A Rafaela agora argumenta que isso é "só enquanto ela é novinha". Ah, tá! Era o mesmo que eu dizia do Barbosa, o cão da família. Hoje, ele vive no exílio, na fazenda, para onde foi deportado devido a seu comportamento inadequado.
sexta-feira, novembro 17, 2006
Esta é a ilustração original para o texto "Americano que se diz australiano", do meu amigo Sérgio Margarida, na Revista Dois Pontos. O desenho é do Verça, da Afirma Comunicação. Aliás, como pediram os leitores deste blog, a publicação está totalmente remodelada. Não há mais que baixar arquivos e a atualização é bem mais freqüente. Divirtam-se.
quarta-feira, novembro 15, 2006
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Nada a ver o cu com as calças, mas há um tempo ando interessado por este troço de anorexia. Agora, morreu esta modelo e eu resolvi começar a pesquisar mais pelos sites das Anas (anorexas) e das Myas (bulímicas). Aqui tem bons links para quem quiser se aprofundar. http://proannagorda.zip.net/
P.S.: Estão censurando vários sites do tipo. Será que vão censurar meu blógui por passar o link? Seria bem legal.
terça-feira, novembro 14, 2006
segunda-feira, novembro 06, 2006
quinta-feira, novembro 02, 2006
quarta-feira, novembro 01, 2006
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Se eu fosse o Paulo Sant´Anna escrevia um post de 40 frases, todas dizendo a mesma coisa: minhas previsões se concretizaram, eu sou muito bom. Como sou eu mesmo, apenas reproduzo minhas opiniões de início de segundo turno.
"Tomem nota: o bigode vai crescer e pode até assustar. Só não se elege porque se desgastou muito quando foi governador e por causa do Lula."
***
Estou esperançoso com a Yeda.
quinta-feira, outubro 26, 2006
quarta-feira, outubro 25, 2006
terça-feira, outubro 24, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
quinta-feira, outubro 19, 2006
Já são vencedores (com direito a música no disco do SBT) Vanusa, Katia (a ceguinha), Marcos Sabino e Adilson Ramos (interpretou "quando Deus te desenhou").
De saco pra mala. O melhor da pastilha Valda era a latinha. Hoje, ela não existe mais, e a pastilha vem em embalagens de cigarro! Quando eu era criança não vestia roupas da Speedo porque pensava que eram do cigarro Óliú. E, quando eu era criança também, achava que aquele jingle da Valda no Silvio Santos era: "Mastiga as fralda, mastiga as fralda..."
De mala pra mochila. Parei em uma esquina. O outdoor dizia: "tire o dedo do nariz: tem gente olhando. A Printpress cuida da sua imagem" (ou coisa assim). E eu tirei o dedo do nariz.
domingo, outubro 15, 2006
Mais algumas de Buenos Aires, antes que eu me esqueça.
1) Em Buenos Aires, todo mundo que é legal tem walk-talk. Digo, Nextel. Aliás, já tinha reparado isso no Rio também. As pessoinhas acham muito legal ficar falando pelo rádio. Como a conta não aumentar com essas conversações, os bate-papos são incontáveis e/ou intermináveis. Um saco, na verdade. Nessas horas, até agradeço por viver na província.
2) Entre numa loja, em qualquer loja, de Buenos Aires. Você sairá cheio de hematomas. Os atendentes te tratam a tapas e pontapés. Te tratam tão mal no comércio bonairense quanto te tratam bem no paulistano. Nos restaurantes, a coisa é um pouquinho melhor. Um pouquinho.
3) Está certo, Buenos Aires já não tem (quase) nada do glamour que já teve. Mas convenhamos: até que seria uma cidade legal para se morar.
4) Perguntei para um passeador de cães quanto ele ganhava pela tarefa. Ele, que já está há tempos no mercado, cobra mais ou menos R$ 4 por mais ou menos uma hora e meia de passeio. O cara ainda denunciou que muitos passeadores não cumprem sua tarefa a contento. Em vez de caminharem e caminharem pelos parques para que os cachorros extravasem aquela energia que têm dentro de si (não o fazendo nos apartamentos), deixam-nos atados, parados, no cantão de uma praça escondida. Então, o passeador me contou onde é essa praça. E eu, passando de trem pelo local indicado por meu infoirmante, pude constatar a picaretagem. Dezenas, centenas de cães atados ao sol enquanto seus passeadores tomavam uma sombra.
5)Pra mim, navegar pelo Delta do Tigre é o passeio mais bacana que há em Buenos Aires. Mais sobre em cafeconmedialunas. Só deixo aqui uma dica. Em vez de pegar um barco turístico destes, com direito a guia mala e tudo, pegue uma lancha-taxi no centro do Tigre (onde tem a cidadezinha bonitinha, e não no porto de frutos). A partir de cinco pessoas vale a pena inclusive economicamente. Dá para arrebanhar companheiros no Trem da Costa, que leva até o Delta.
6) Os cães aí em cima são da raça Airdale. Amos essa raça. Eles são na verdade barbosas gigantes. Se bem que um deles tá mais para Bob Marley do que para qualquer coisa. Falando em Barbosa, ele está passando uma temporada na fazenda. Talvez não volte mais. Minha família já não consegue segurar a barra de um cão louco e violento. Por mais mimoso que ele seja.
sexta-feira, outubro 13, 2006
Enfim, voltei ao normal. A verdade é que sempre gostei de eleição e, cada vez que entro em crise profissional, me vem à cabeça trabalhar em marketing político. De forma que é sem dor que faço breves comentários sobre os programas da Yeda e do Olívio.
- A propaganda do Olívio dá de 20 a zero na da Yeda. Estes caras que fazem a campanha do PT são craques. E os da Yeda, pobres. Um exemplo, apenas: no dia da criança, o PT fez um videozinho bonitinho cheinho de criancinhas, enquanto a Yeda começou direto com o carão do Czamansky - nada contra, gosto muito dele, é um jornalista competente e, o mais importante, gente fina pacas - e começou a falar de coisas tão objetivas quanto saúde, educação e segurança.
- Aliás, incrível como os marketeiros da Yeda conseguiram abixalhar o Czamansky - aquele batom, aquela voz suave, sei não... Agora sério: incrível mesmo é como os marketeiros do Olívio conseguiram abixalhar o Olívio. Ele tá muito bem na TV. Ponderado, interpretando bem o texto, lendo o teleprompter feito Wiliam Boner e, impressionante, sem falar nenhuma vez espraiar, cidadania, integrado e integrador...
- A Yeda demorou para responder as acusações do PT sobre a privatização do Banrisul. Na verdade, subestima a capacidade da militância adversária de criar verdades. O marketing de guerrilha do PT, batendo sempre na mesma tecla, já derrubou o Britto duas vezes e é capaz de mexer com uma eleição. Tomem nota: o bigode vai crescer e pode até assustar. Só não se elege porque se desgastou muito quando foi governador e por causa do Lula.
segunda-feira, outubro 09, 2006
terça-feira, outubro 03, 2006
segunda-feira, outubro 02, 2006
O feitiço virou contra o feiticeiro. Há quatro anos, Rigotto foi catapultado ao segundo turno por uma onda inesperada de votos que veio, não se sabe bem de onde nem como, nos últimos dias. A mesma na qual Yeda surfou agora. Em 2002, quando as pessoas começaram a perceber que Rigotto tinha capacidade de crescer a ponto de passar o Britto e bater o Olívio, migraram em massa para ele. Desta vez, perceberam, aos 45 do segundo, que a Yeda podia bater o Olívio e migraram, em massa, para ela.
Acho, sim, que foi a perspectiva de que a Yeda derrotasse o Olívio a responsável pelo resultado inesperado. Se todos que fizeram esse "voto útil" não o tivessem feito, Rigotto estaria no segundo turno. Embora isso possa não explicar todo o fenômeno, pelo menos 15 mil votinhos explica. É o que Rigotto precisava para estar no segundo turno.
De todo modo, essa migração geral de votos de Rigotto para Yeda só ocorreu porque o voto no atual governador não era um voto de convicção. E se isso não ocorria era porque o próprio Rigotto não é uma pessoa de convicções. Como disse um amigo hoje, ele sempre pareceu flutuar nos ventos da sorte. Nunca tomou posições fortes, sempre escorregou para lá e para cá, fez um governo sem graça e sem força. Foi vítima de si mesmo.
Gosto muito do Rigotto como pessoa. Parece um cara sério, o governador mais simpático e querido que o Rio Grande do Sul já teve. A Yeda é o oposto de tudo isso. Me causa repulsa, ojeriza. Jamais deixaria um filho meu com ela. Mas quem sabe não é de uma bruxa mejera que o Rio Grande precisa. Ao menos muitas de suas idéias não me desagradam.
Para finalizar: o Brasil merecia um segundo turno.
domingo, outubro 01, 2006
Pesquisa de boca-de-urna divulgada pelo Ibope na noite deste domingo aponta que o governador Germano Rigotto (PMDB) lidera com 34,56% dos votos válidos. Mas é seguido de perto pelo ex-governador Olívio Dutra (PT), que tem 34,04%. A tucana Yeda Crusius (PSDB) aparece com 23,40%% e Francisco Turra (PP), com 3,72%%. Os demais candidatos somam 4,27%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela Rede Globo e foi registrada no TRE-RS.
sábado, setembro 30, 2006
quinta-feira, setembro 28, 2006
Estava lendo na cama. Me deparei com uma palavra desconhecida no livro. Levantei-me para pegar o dicionário eletrônico, que estava ao lado do computador. Voltei à cama com o equipamento. Consultei a palavra que gerou a dúvida e ainda outras que surgiram. Quando fui pesquisar mais um termo, simplesmente o dicionário, que estava em cima da cama, ao lado do livro tinha sumido. Virei os lencóis, olhei debaixo da cama e nada. Foi quando a Rafaela gritou da sala: tá aqui, dizendo que o treco estava ao lado do computador. Ñ, eu ñ saí da cama nos cerca de dez minutois que se passaram entre uma palavra consultada e a outra, quando já ñ achei o dicionário.
Agora, me passou outra coisa estranha. Saí do apartamento onde estou hospedado, aqui em Buenos Aires e deixei o computador descansando. Quando voltei, estava aberta em uma janela o email que utilizara e outra com uma notícia do Portal G1, do qual eu nem sabia da existência, sobre um show dos Los Hermanos em Buenos Aires, sendo que eu nem gosto de música. Hmmm.
Óbvio, os dois episódios ñ me tornam menos cético. O primeiro foi um episódio muito prosaico, embora tenha me impressionado. E o segundo, pode ser apenas uma forma de marketing viral ou seja lá o tipo de nome que isso tenha...
segunda-feira, setembro 25, 2006
quinta-feira, setembro 21, 2006
Buenos Aires amanheceu linda. Nada mais adequado: um dia primaveril para a entrada da primavera. Aliás, a data aqui é super bem comemorada. Nas ruas, (todas) as pessoas passam com ramalhetes de flores para lá e para cá, esbanjando sorrisos. Os adolescentes - e hoje é dia do estudante - saem mais cedo das aulas e lotam as pracas, as sorveterias e o Puerto Madero. Boa primavera, Buenos Aires.
A propósito, fico na Argentina até o dia 29. Bom trabalho, queridos leitores.
terça-feira, setembro 19, 2006
Passei o último feriadão no Rio de Janeiro. Seguem minhas impressões.
1) Já fui umas quatro vezes ao Rio de Janeiro. Cada vez que chego lá, e cada vez mais, penso: “putz, como eu queria morar aqui”. Normalmente, quando viajo, preciso de pelo menos um dia para me sentir confortável no destino. No Rio, isso nunca acontece. Na primeira aproximação da orla já me sinto em casa. E posso passar dias e dias que não me canso da beleza da cidade. Incrível.
2) Fiquei em Copacabana. Meu pai não gosta de Copacabana – pegou seus áureos tempos e agora se deprime com a decadência. Eu amo Copacabana por causa da decadência. Eu amo Copacabana e sua classe média, sua mediocridade. Eu amo a Copacabana do documentário Edifício Master, do Eduardo Coutinho, e de um livrinho chamado Ô, Copacabana, do João Antônio. Eu a amo a Copacabana das putas e dos velhinhos e especialmente a Copacabana dos gambás que tomam cerveja nos botecos de esquina com a camisa do Flamengo.
3) Melhor programa para uma tarde, especialmente se for chuvosa e especialmente se for de domingo: tomar um café na cafeteria da Livraria da Travessa de Ipanema – a que fica mais para o lado do Leblon. Imperdível.
4) Os ventos do mar nos trouxeram, a mim e à Rafa, uma vontade incontrolável de comer sushi. Em Ipanema, onde as pessoas são finas e têm tatuagens, abordamos todos que nos pareceram simpáticos para perguntar qual era a boa dos japas. Tanaka, nos indicaram. Fomos. Vista pra Lagoa, bom atendimento, bom tempurá de sorvete. Sushi regular.
5) No outro dia, Seu Manolo, um motorista de carro de madame, nos indicou outro japa. Azumi, se chama. Fica em Copacabana, Av. Ministro Viveiro de Castro, acho. Parada obrigatória de grandes executivos japoneses, contou. Fomos. É uma boca muito roots e muito in (para o Carioca: japonês de raiz e na moda). Um misto de Madame Sakae e Temari da Protásio. Você entra para uma porta e desce. Dentro do “buraco”, o staff só fala japonês entre si. Há muitos balcões e poucas mesas. O sushi é sem frescura, mas o peixe é fresquíssimo. No combinado, vem mais sashimi do que sushi. E de sobremesa – lembranças da Madame Sakae – só sorvete ou doce de feijão (bleargh). Como não pedi nenhum dos dois, um dos japa-cozinheiros me deu – de graça – uma batata-doce assada! 6) Gosto de fazer compras no Rio. Por dois motivos: o primeiro é passear pelas vitrines de Ipanema sabendo que a uma quadra está o mar. O segundo é a Elle et Lui. Sou viúvo da filial do Iguatemi, fechada lá pelos idos dos anos 90. Adoro as pólos com selinhos bleu, blanc, rouge.
7) Vocês sabem que eu adoro praia. Desta vez, consegui passar só uma hora na areia. Lamentável. Passaria os dias inteiros. Gosto ali do posto nove, dez, mesmo. Você chega, pega uma cadeira e só fica mandando o moleque baixar caipa e biscoito Globo. No final, o dono da banca pede para você fazer a conta de quanto deve. Carioca é muito gente boa.
8) O Rio é lindo. Mas Niterói é tão lindo quanto. Sem contar a simpatia da cidade. A vista para o Rio, a tranqüilidade das amendoeiras das ruas de Icaraí, o museu do Niemyer, tudo, tudo, tudo é encantador em Niterói. Sem contar uma praia que tem mais para longe do Centro que se chama Itacoatira e é uma das mais lindas que conheço.
sábado, setembro 16, 2006
quinta-feira, setembro 14, 2006
A gente gasta uma fortuna em revistas para babar com as casas mais fantásticas do mundo. Viaja e visita as construções mais legais de cada lugar, porque faz parte da profissão da mulher e, enfim, porque é belo - e divertido. Morre de vergonha de Porto Alegre ao ver os prédios de Londres.
O que a gente nunca imaginaria é que aqui, bem pertinho, na Capital dos Gaúchos, encravada no bairro Menino Deus, tem esta coisa aí ao lado. Uma casa premiadíssima e de encher os olhos e aguçar a imaginação de qualquer um.
Por favor, alguém me diga o endereço desta escultura.
Quem quiser saber mais sobre o projeto é só acessar esta página
terça-feira, setembro 12, 2006
COQUETEL
Dia 12/09, às 20:30h
Café do Lago
Dj Rodrigo Ayala
Dj Federico Barco
Convite R$3,00
P.S.: Prometo para breve um post sobre minha ida ao Rio, como fiz quando fui para São Paulo.
terça-feira, setembro 05, 2006
quinta-feira, agosto 31, 2006
segunda-feira, agosto 28, 2006
sábado, agosto 26, 2006
Deu bode. A Expointer nem começou e eu já estou destruído. Reparem na sucessão de desastres desta sexta-feira.
1) Saí para o Parque Assis Brasil, em Esteio, todo faceiro, com minha Pentax digital. Logo me dei conta que ela estava estragada. Frustração total.
2) Perdi no parque o meu melhor (e mais caro) agasalho. Um suéter azul marinho de linho Ralph Lauren que já tenho há cinco anos mas ainda parecia novo.
3) Liguei para uma amiga para que ela ajudasse o fotógrafo de ZH a achar uma fonte do qual bateria uma foto. Desliguei e orientei o retratista: "é fácil achá-la, é uma muito gorda". Ele voltou com um recado da amiga: "diz pro Sebastião que muito gorda é a mãe". Escutara o diálogo pelo celular.
4) Todos os cinco computadores da redação da Casa RBS em Esteio estavam ocupados. Recorri a uns terminais dirigidos aos visitantes para bater minha matéria. Fiz um texto enorme e na hora de enviar... o computador não acessava a Internet. Depois de 20 minutos de desespero, o técnico resolveu a bronca.
5) Precisava que um fotógrafo ficasse comigo até à noite para fazer um remate para o qual estava escalado. Os dois que estavam no parque foram embora e me deixaram - mais minha colega - na mão. Um outro profissional teve de se deslocar de Porto Alegre para a tarefa, atrasando nossa saída de Esteio.
Haja bom humor (e remedinhos) para enfrentar isso e não surtar.
segunda-feira, agosto 21, 2006
quinta-feira, agosto 17, 2006
quarta-feira, agosto 16, 2006
- E aquele guri, não pode?
- Acho que ele é meio parcial...
- Não posso o quê? - intervim.
- Cobrir o jogo do Inter amanhã. Movimentação ao redor do estádio - respondeu a Marta.
- Ah, que pena, adoraria, mas tenho viagem marcada para São Gabriel, uma matéria da Expointer que estou fazendo.
Sim, arrumei uma pauta em São Gabriel quarta-feira. Boa sorte, colorados. Boa sorte, tricolores. Só me deixem fora desta.
A propósito: o Rodrigo Müzell foi escalado para a cobertura futebolística.
sexta-feira, agosto 11, 2006
Auxiliadora Predial – A maior e a pior imobiliária em termos de atendimento ao cliente. Mandei um mail pedindo auxílio para uma corretora. Não houve resposta. Enviei reclamação para o mail de um gerente ou diretor. Não obtive rertorno. Por fim, solicitei umas informações referente ao meu aluguel (eles que administram) pelo site e fui ignorado.
Comerlato - Eficiente. Mandei mail com minhas demandas. O corretor Marcio Oliva respondeu. Mantivemos contato por e-mail, mas até agora nada me interessou.
Noblesse – Também eficiente. Nessa, o contato começou por telefone. Sugeri negociação por e-mail. Troquei mensagens com corretor Jorge Miranda. Chegamos a visitar uma cobertura na Bagé. Eu me apaixonei; a Rafa detestou. Nada feito.
Attive - A mais fantástica e eficiente de todas. A única que lê o pensamento dos clientes. Nem mandei mail para eles e o corretor, Luyz Ferreira, estabeleceu contato. Assim, do nada - eu sequer tinha conhecimento da existência da imobiliária. Inexplicável. Mas nem questionei, fingi que era normal e mantivemos a negociação por e-mail.
Guarida – Pedi ajuda para achar o apartamento. Responderam pedindo meu telefone e só. Reclamei. Me deram resposta, mas ainda não mandaram sugestões (talvez não tenham mesmo).
A3 – Horrível. Mandei e-mail pedindo auxílio. Não obtive retorno. Enviei reclamação para o mail da gerência. Não obtive retorno.
quinta-feira, agosto 10, 2006
quarta-feira, agosto 09, 2006
segunda-feira, agosto 07, 2006
Webserviços - Alerta Gol
Olá, Ribeiro/Sebastiao.
Obrigado por comprar sua passagem na Gol Linhas Aéreas Inteligentes.
Você optou por voar com qualidade.
DATA VÔO PARTIDA CHEGADA ESCALAS
20SET06 7458 Porto Alegre 09:00 Buenos Aires 10:40
27SET06 7459 Buenos Aires 21:00 Porto Alegre 22:30
TOTAL 1 PASSAGEIRO(S) TARIFA: 353.32
PAGAMENTO Mastercard TAXAS: 81.00 (Tx Embarque)
21.70 (Imigração/Alfândega)
5.50 (Força Aérea/AR)
TOTAL: R$ 461.52
NOME DO(S) PASSAGEIRO(S):
SEBASTIAO RIBEIRO
domingo, agosto 06, 2006
Eu tenho 27 anos. Minha mulher, 30. Moramos em um aconchegante apartamento no bairro Petrópolis. Só que o imóvel é alugado - desperdiçamos 850 reais por mês que poderiam estar sendo usados em uma prestação. É hora de termos a "tão sonhada casa própria", como dizia o Silvio Santos.
Começamos a busca há uns três meses. Só não compramos uma coberturinha bem bacana porque o banheiro era pequeno, mas a maioria dos apartamentos que visitamos não agradou. Entramos na Internet seguidamente. Mas é impossível monitorar as ofertas toda hora. Por isso, passamos nossos telefones para corretores, para que avisassem de novidades.
A emenda ficou pior que o soneto. O telefone da minha mulher não pára de tocar. Cada vez mais gente oferecendo mais apartamentos menos condizentes com a nossa demanda. A grande maioria dos profissionais segue aquele estereótipo antigo. São muito chatos, sempre forçam a barra com ofertas desinteressantes, e dizem que qualquer imóvel "é diferenciado", que não "há oferta igual no mercado", etc....
Fugindo disso, resolvi eu mesmo cuidar da busca. De uma forma diferente, que para mim já não tem nada de diferente e é pra lá de banal: por e-mail. Mandei alguns e-mails para imobiliárias, inclusive a sua, pedindo que algum corretor se dispusesse a ficar de olho nas ofertas, me repassando sugestões via Internet. Estou 90% do tempo conectado. Um e-mail vale mais do que uma conversa por telefone para mim. Para todos os meus amigos - a maioria publicitários e jornalistas também em idade de procurar o primeiro imóvel - as coisas são assim. Estamos em contato permanente pela rede e não é preciso uma ligação para confirmar o happy hour já acertado via web.
No entanto, não obtive retorno da sua imobiliária. A primeira resposta que veio ao e-mail foi "qual seu telefone?". Eu dei, pedi moderação nas ligações, e, após, nenhum corretor estabeleceu contato.
Portanto: será que vocês estão preparados para atender à minha geração? Isso é ao mesmo tempo uma sugestão e uma reclamação.
Grato pela atenção, Sebastião Ribeiro.
quinta-feira, agosto 03, 2006
pra quem ainda não sabe...
se tem uma coisa que não gosto é do "sério? tu não gosta mesmo de música?".
sim, é sério. e me amem ou me odeiem, mas não me incomodem por causa disso. tá?
pronto (ou ponto?). desabafei.
quarta-feira, agosto 02, 2006
"O Senhor poderia passar o telefone para termos um tratamento mais personalizado?".
NÃÃÃÃO, POR DEUS, NÃO! EU PODERIA PASSAR MEU TELEFONE, MAS VOCÊS NÃO PODERIAM ME LIGAR!!!
sábado, julho 29, 2006
Na rua, a flauta e a gritaria das crianças brincando ao fundo, bem fundo. E também o vento, a cortina voando, mas mais do que movimento, barulho das folhas e são tantas. E mais longe, bem dentro, as ondas, o mar da Gamboa. Eu sorri e apenas sorri e só sorri. Até que veio aquela tentação de agarrar o momento, guardar para sempre, dividir com os outros. Um bloco de papel, uma caneta, onde?
Aqui, só lap top. Tirei da pasta, liguei na tomada e quando - tudo tinha terminado. A flauta já não tocava e na sala alguém colocara Claudinho e Bochecha.
Já era. Pelo menos foi.
sexta-feira, julho 28, 2006
quinta-feira, julho 27, 2006
quarta-feira, julho 26, 2006
segunda-feira, julho 24, 2006
1) Fui a São Paulo a passeio, entorpecido pelo jingle “Porque São Paulo é Tudo de Bom” e imbuído desse espírito. Não sei por que, achava que lá encontraria coisas que nunca vira. Prédios assustadoramente grandes, lojas inebriantemente lindas, ruas despudoradamente chiques.
2) Nesse sentido, voltei decepcionado. São Paulo é uma cidade como outra qualquer. Com menos verde e bem mais feia do que Porto Alegre, que já considero feia. Apesar de ser uma megalópole, não tem nada de tão diferente. Apenas as coisas na capital paulista são um pouco maiores. Confesso que minha visita serviu para desfazer uma fantasia de morar e viver lá (agora que conheço, só por muito dinheiro iria).
3) A Oscar Freire é uma e Padre Chagas com uns quarteirões a mais e um charme a menos. A 25 de março é uma grande Voluntários. O Mercado Municipal é o nosso Mercado Público, com arquitetura mais bonita, mas bancas menos requintadas. Vila Madalena é uma imensa Cidade Baixa. A Gabriel é uma Quintino Bocaiúva mais rica, e assim por diante.
4) Sabem o que falta em São Paulo? Cafés. Na terra do café, não existem cafés. Um lugar para sentar, ler um jornal, ver a vida passar, tomando um capuccino e comendo uma cheese cake. Juro, o único café bacana que vimos foi um bem pequenino, da Empório Armani.
5) Não achei o trânsito em São Paulo assustador. A não ser os motoboys que, além de serpentear, se sentem no direito de viver com a mão na buzina tornando as ruas um inferno.
6) Ficamos perto de Congonhas. O taxímetro em São Paulo anda muito ligeiro e a corrida até o Centro saía perto de R$ 35. Gastamos demais em táxi. Teria valido mais a pena alugar um carro.
7) Teve um único lugar que me impressionou e tirou o fôlego. Algo que eu realmente nunca tinha visto ou imaginado em termos de estilo e beleza. O Hotel Unique. Estava dentro da programação da Rafaela. O projeto é do Rui Ohtake e o interior, do João Armentano. O recepcionista, extremamente simpático, nos levou até para ver os quartos – a partir de R$ 650 a diária. Mas o mais fantástico é o bar do terraço (foto). Conhecia pelas revistas, mas, ao vivo, é um dos lugares mais lindos que já vi. Vivemos momentos mágicos. Um Dry Martini, uma champagne, um temaki maravilhoso e mais barato do que o do Sakura (R$ 8) e a vista da Paulista. Tudo de bom.
8) No mais, fomos ao Pátio do Colégio, Mosteiro de São Bento, Casa Cor, Estação da Luz, Pinacoteca (show!), Mercado Municipal, Masp, Restaurante Spot, Vila Madalena (Bar São Cristóvão), Ibirapuera (Bienal de Design), Oscar Freire (destaque para as lojas Club Chocolate e da Melissa), Sesc Pompéia (as pessoas usam os espaços culturais de verdade!).
9) Em nenhum outro lugar do mundo fomos tão bem atendidos como em São Paulo. Em todas as lojas e restaurantes fomos muito bem tratados. Além do que, comprar nos Jardins sai mais barato do que nos Moinhos.
10) São Paulo não chega aos pés das outras grandes cidades que conheci – Rio, Paris, Londres, Buenos Aires ou Roma. Mesmo assim, tenho vontade de voltar muitas e muitas vezes. Ainda mais que lá tem o Emiliano, o Gallas, a Renata e outros queridos amigos como Zozô e René, que nem pude ver nessa curta estada. Fica para as próximas. E que sejam muitas.
sexta-feira, julho 21, 2006
quinta-feira, julho 20, 2006
quarta-feira, julho 19, 2006
segunda-feira, julho 17, 2006
Há um tempo atrás
Na ilha do sol
O destino te mandou de volta
Para o meu cais
No coração ficou
Lembranças de nós dois
Como ferida aberta
Como tatuagem
Oh! Milla
Mil e uma noites de amor com você
Na praia, num barco
Num farol apagado
Num moinho abandonado
Em Mar Grande, alto astral
Lá em Hollywood, pra de tudo rolar
Vendo estrelas caindo
Vendo a noite passar
Eu e você
Na ilha do sol
Na ilha do sol
sábado, julho 15, 2006
sexta-feira, julho 14, 2006
terça-feira, julho 11, 2006
quinta-feira, julho 06, 2006
Não perco por esperar
quarta-feira, julho 05, 2006
Deu no ZH Petrópolis
Casinhas e mercadinhos
Sebastião Ribeiro*
É impossível passar batido por estas casinhas do Petrópolis. Não que sejam bonitas ou tenham algum valor arquitetônico. Pelo contrário. Me fascinam as mais simples e toscas.
Em meio aos edifícios cada vez mais altos (por que tantos andares?),lá estão elas, um nível abaixo da calçada, paredes de madeira, telhas desencontradas. Às cercas, sempre um, dois, três cuscos acodem quando o caminhante passa. Chegam latindo, dentes rangendo. Um pouquinho de atenção do viajante, e o rabo já balança, enquanto o rosnar se transforma em apelo de mais, mais, mais carinho. Pregada aos portões de entrada desses casebres, é comum haver uma placa, letras pintadas a mão livre: "conserta-se bicicletas", "fazemos cercas de bambu", "aqui, costureira", "lavanderia", "oficina". Nos dias de sol, é fácil ver senhoras na varanda, encobertas pelo verde que cresce vistosa e desorganizadamente pelos pátios frontais,colocando água com açúcar nos bebedouros para beija-flores.
Ando pelas ruas do Petrópolis – e como é bom andar por elas nos dias ensolarados de inverno! – e tento adivinhar vidas. Quem são as pessoas que vivem nesses casebres? Será que se viram só com o dinheiro ganho prestando serviços no lar ou de alguma aposentadoria do INSS? Por que não vendem esses terrenos? Sabem que cada lote vale centenas de milhares de reais, que há incorporadoras de olho em cada metro
quadrado do Petrópolis? Ou será que todas essas famílias moram em terras sem escritura, invadidas?
Só sei que são umas resistentes, estas casinhas de Petrópolis. Assim como o são os armazéns. A umas três quadras da minha casa, há um mini-mercado por esquina, inclusive o de nome mais criativo: Armazém da Esquina. E são tão parecidos, os mercadinhos do Petrópolis. Sempre uma iluminação lúgubre e um gringo italiano atrás do balcão – "son quantos gramas de salsichon, mesmo, senhora"? Nas prateleiras,
ostentam produtos que nem sabia que ainda existiam – frascos de Creolina, Anil Imperial, Ri-Do-Rato, pão-cabritinho: que nostalgia! Se é que é possível ter nostalgia de um tempo que não vivemos. Em alguma gaveta, nunca falta o caderninho molambento, com as dívidas de cada um. Acho tão bonita esta história de conta no armazém – no início do século 21, era da informática, tempos de corrupção e bandalheira no país, um rabisco a lápis ainda é compromisso nos mini-mercados do
Petrópolis.
Vez ou outra, uma casinha de madeira é demolida para dar lugar a um espigão. Ou um armazém fecha as portas, pressionado pela concorrência dos supermercados. Infelizmente, o bairro está mudando. Mas quanto mais edifícios e supermercados surgem, mais bravos e fascinantes me parecem as casinhas e os mercadinhos que resistem.
*Repórter de economia de Zero Hora, morador do Petrópolis
terça-feira, julho 04, 2006
Enterro ou cremação?
quinta-feira, junho 29, 2006
domingo, junho 25, 2006
sexta-feira, junho 23, 2006
Simplesmente não aguento mais esta barba. Coça, pinica, me faz sentir velho e sujo. Mas tenho preguiça de tirar. Posso roubar a máquina do meu cunhado, mas a operação dá um trabalho... Sem contar a sujeirama. Certo mesmo seria eu comprar uma máquina própria, mas custa caro. Nos camelôs, até que sairia barato, mas sou contra o contrabando (será que os dois contras não viram a favor, tipo menos vezes menos?). Usar tesourinha, nem pensar. Aliás, nem tenho tesourinha, a única que tive era da minha mãe e era curva, tem formato de unha, e não de barba. Enquanto isso, vai ficando, vou ficando... mulambento.
quinta-feira, junho 22, 2006
quarta-feira, junho 21, 2006
sexta-feira, junho 16, 2006
quinta-feira, junho 15, 2006
sexta-feira, junho 09, 2006
MSX - Abadia del Crimen (O Nome da Rosa)
Atari - Decatlon
Nintendo - Maniac Mansion
Master System - Jogos de Verão
Super Nes - Super Soccer
Obs.: Quem nunca ficou com as mãos calejadas por causa do Decatlon? Abadia eu jogava na casa do Marco Centeno, ele que entendia tudo, mas eu me divertia muito, mesmo sem tocar no teclado. Maniac Mansion foi o que fez eu trocar o Master pelo Nintendo. Jogos de Verão por meses a fio reuniu uma boa patota na minha casa - dava para oito competidores ao mesmo tempo. De Super Soccer eu era o mais habilidoso dos jogadores.
segunda-feira, junho 05, 2006
Optei pelo mais colorido, com "tela" larga e definida. Uma beleza. Impossível sentir saudade do LG, certo? Errado, senão eu não perguntaria "certo?". Ocorre que quando eu fico amuado, gosto de jogar joguinhos ("jogar, joguinhos"!). E desde que descobri os downloads de celular, os games voltaram a fazer parte da minha vida.
No LG, baixei pelo menos três. O primeiro foi o Futebol CBF. Gráficos primários, variações de jogadas poucas, mas bom grau de dificuldade. O que garantiu um certo envolvimento com o software, uma vez que costumo jogar até "virar".
O segundo, foi o mais desastrado. Rocky, o Balboa. Joguinho de boxe - adorava um do gênero que tinha no flíper (não o golfinho, o "ama"). Na primeira vez que usei, já virei. derrubei de Apolo a Ivan Drago em uma tacada só. Quando percebi a facilidade, queria jogar o aparelho na parede. R$ 9,99 por dez minutos de divertimento. Mas o que fazer, pedir o dinheiro de volta? Senhor, não posso estar fazendo nada se o senhor é muito habilidoso.
Depois, baixei o melhor de todos. California Games. Jogos de Verão, em português. Imperdível. Igual ao do Master, mas ainda melhor. E sete modalidades para "virar". Viciei mesmo foi no surf. Altas ondas, u-hu! Jogabilidade nota dez. Engraçado, antigamente eu sabia o que era "jogabilidade", sempre um dos quesitos nas análises das revistas de videogame. Hoje, já não sei. Mas posso afirmar a jogabilidade do surf é maravilhosa. Levei mais de mês para "virar". Até que um dia consegui a nota dez de to-dos os juízes. O segredo é o tubo. O tubo conquista os jurados. No fim, conseguia ficar no tubo por um minuto e meio - o tempo de cada onda.
Agora, com o novo celular, estava pronto para novas aventuras. Gosto de jogos de esportes e fiquei a fim de baixar um de queimada. No Nintendo tinha um bom game de "caçador". Resolvi tentar. Fui nos downloads e... surprise: só três jogos para baixar. Futebol CBF, um lá do Pelé e outro do Código da Vinte (e eu dou trinta).
Liguei para a Vivo. A mocinha disse que "é porque nós precisamos estar testanto os aplicativos para cada modelo e o seu é novo e ainda não tem todos os jogos à disposição". Ora, vá tomar no seu cu! Então eu gasto R$ 519 para comprar um celular e vocês não sabem rodar nem o Tetris nele? Se foder...
domingo, junho 04, 2006
quarta-feira, maio 31, 2006
publicação agora está disponível online. No entanto, os usuários que
baixavam os arquivos para colecionar continuam tendo essa opção. O
conteúdo pode ser visto ou baixado pelo site www.revistadoispontos.com.br.
sábado, maio 27, 2006
sexta-feira, maio 26, 2006
Que alegria!
quinta-feira, maio 25, 2006
quarta-feira, maio 24, 2006
sábado, maio 13, 2006
A) Labrador (o do papel higiênico)
B) Dálmata (o dos 101)
C) Basset (um menino tava na rua, começou a chover, ele abriu o guarda-chuva, entrou em um bar, pediu duas fatias de pão, uma salsicha, dois ovos fritos e uma azeitona)
D) Fox Terrier (Barbosa e Milou Milou do Tintin)
E) Salsicha (Cofap)
F) Beagle (Snoppy)
G) Bull Terrier (eleito o cão quintessencial pelo livro Quintessence)
Votem aí
segunda-feira, maio 08, 2006
sábado, maio 06, 2006
quinta-feira, abril 27, 2006
O Barbosa tem raiva. Ódio mesmo. Mortal. Do Ulisses, um rico dum labrador que vive a cinqüenta metros do apartamento dos meus pais. Quando o cão bota uma pata para fora do prédio onde mora, o meu cão enlouquece. Não importa o que esteja fazendo - se comendo, se dormindo, se mordendo pedras -, abandona a tarefa para ladrar contra o desafeto. Dependura-se na janela, treme, rosna. Late,late, late. Até o labrador se afastar. Incrível é que ele sente (fareja) o exato momento da saída do cachorro. A rua tem dono, deve pensar meu fox terrier. Temo, no entanto, que tanto ódio o esteja levando a loucura. Agora, já não é preciso o Ulises sair para o Barbosa pirar. Quando a empregada que leva o labrador para passear anda pela rua, sozinha, ele procede de maneira tão violenta quanto contra o própio cão. Difícil é imaginar tanta brabeza olhando esta foto meiga aí do lado.
... inexplicáveis correntes internas de vento. As mesmas que fizeram a vó Conceição acender aquele palito de fósforo ao lado do fogão (com o gás aberto há horas) e imediatamente ouvir tranqüila a explosão do vidro da sala.
terça-feira, abril 18, 2006
terça-feira, abril 11, 2006
Na fileira de trás, os brigadianos a cavalo, espada em punho. À frente dos cavaleiros e atrás dos escudos, o choque. Voltados contra essas duas linhas, alguns policiais, que, para efeito de treinamento, faziam as vezes de POVO. Munidos de várias caixas de legumes, atiravam sem parar tomates e pimentões contra os colegas. Terminada a carga leguminosa, lançaram as caixas de madeira. Ato contínuo, o choque abriu um clarão, para que cavalaria avançasse. O POVO fugiu.
domingo, abril 09, 2006
domingo, abril 02, 2006
terça-feira, março 28, 2006
domingo, março 26, 2006
terça-feira, março 21, 2006
domingo, março 19, 2006
quinta-feira, março 09, 2006
www.revistadoispontos.com.br
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Coisa 2: conheci muita gente nesta vida. Depois, descobri que era demais.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
sábado, fevereiro 18, 2006
No verão de 2005, a conta no aramazém da Gorda, que é parenta do Bino, que também tem armazém, a uma quadra dali, sofreu uma redução de 4%. Não foi preciso comprar um único tomate. Quando chegamos para a temporada (naquele tempo ainda se fazia temporada de praia) havia um enorme tomateiro. Um arbusto vergado de tanta fruta, com mil e uma ramificações, que deu para o verão inteiro e mais um pouco. A planta foi recebida de bom grado por todos, e não poderia ser diferente, mas instalou-se uma discussão sobre a origem dela. Até que a vó Wally matou a charada: ao lado da porta se punha o lixo e no lixo havia tomatos e tomatas, de forma que um tomato se apaixonou por uma tomata, uma sementinha surgiu e ali mesmo germinou.
Neste verão, o verão de 2006, chegamos para o primeiro fim-de-semana (já não se faz temporadas como antigamente), e novamente uma surpresa atrás da porta: um arbusto de funcho. É, funcho, tipo erva doce, pra fazer chá ou mascar feito caubói gay. Desta vez, a conta na Gorda não baixou, ninguém compra funcho, mas a discussão sobre a origem da planta voltou a se instalar rompendo a paz da família. Até que novamente a vó, desta vez a Alice, veio com a explicação. Era praxe jogar erva mate - sempre enriquecida com chazinhos - para nutrir o tomateiro, de forma que um funcho misturado no chimarrão encontrou uma funcha e deu no que deu.
Que será que as velhas vão jogar atrás da porta neste ano?
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Pronto, falei, como se costuma falar quando se quer falar algo que pode ser recriminado. As bichas pastoreando na montanha, as bichas rolando na montanha, as bichas se beijando na montanha, as bichas se comendo na montanha, as bichas se cheirando... nada disso me arrepiou. Pelo contrário, a verdade é que... A verdade é que eu deveria ter começado este post com a afirmação que se segue: VER AS BICHAS SE AMANDO ME DEIXOU INCOMODADO. Pode ser puro preconceito, pode ser que o diretor não tenha sabido me convencer, pode ser mesmo que a minha condição de macho não me permita ser solidário com um amor assim, arrasa rabos, pode até ser veadagem minha, mas não me senti muito confortável com Pennis e Jack.
Passei o filme inteiro torcendo contra um beijo, um afago, uma enrabada. Torci enlouquecidamente para que eles, os mocinhos (ou as mocinhas, como queiram), largassem logo a veadagem e se apaixonassem de verdade por uma mulher.
Para mim (e me perdoem se agora contradigo meu colega e também heterosseuxual Ticiano Osório), Brokenass não é uma grande história de amor; é uma grande história sobre como é foda ser veado! Ontem, hoje, sempre e em qualquer lugar.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
terça-feira, fevereiro 07, 2006
- Tu comeu, Bento?
- Comei...
- Mas como, Bento?
- Com garfo, faca...
- E tinha gosto de quê, Bento?
- De boi, de vaca...
Observem, tem até rima, o diálogo que se repete até hoje na família. Apesar de já ter ouvido mil vezes o nome, nunca tinha visto Ri-Do-Rato. E sempre achei que se tratava de Ridu Rato ou Ridorrato, coisa assim. Mas do jeito que é, acho que quer dizer que o rato morre e a gente fica rindo dele, né?
Sábado, vi pela primeira vez uma latinha de Ri--Do-Rato. Foi no armazém da Gorda, em Tramandaí. A Gorda é parenta do Bino, que também tem armazém, uma quadra depois, junto da caixa d´água. O do Bino é bem melhor, mais limpinho, o da Gorda anda meio relaxado, ela misturou a venda de secos e molhados com um atacado de ração para cachorro, de forma que ficou um ambiente meio sujo e com cheiro de ração e um monte de cães e gatos em volta. Ainda assim a gente vai na Gorda, porque é mais perto.
Mas, voltando ao Ri-Do-Rato, e ao que me levou a este post, cheio de tergiversações: a marca do veneno é um clássico do design! (Não tirei fotos, tentem procurar a imagem no Google)
Ah, sobre o Bento, parece que levaram-no ao hospital de Santiago, 80 quilômetros distante, onde se verificou que ele não ingeriu o veneno ou o fez em dose desconsiderável. Está muito bem, obrigado, o meu primo.
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
***
Mais um domingo em Zero Hora e eu aqui fingindo que é normal. Há cinco anos que faço plantões, na Band, na TVE e agora em ZH. Nunca acostumei. Fico olhando para a tela do computador, tomo um café, leio o Estadão, nada acontece e eu torcendo para que nada aconteça. Se porventura um editor gritar meu nome, meu sangue congelará por uns segundos, eu sei. É impossível encontrar uma fonte num domingo de veraneio.
***
Sim, continuo sem internet e é por isto que esta coisa está sem atualização. Em ZH, não podemos brincar de blógui e em casa, meu computador não conecta. A GVT diz que não tem nada com isso, o técnico assegura que o problema é no modem, a fabricante do aparelho me manda instalar uma nova versão do software e eu continuo sem conseguir conectar. Desesperador.
***
A máxima de que um blógui é uma terapia é tão óbvia quanto verdadeira. Nos minutos que paro para escrever aqui desconecto. De tudo. É como se eu vivesse em um barco, observando a superfície do Oceano. Postar é como mergulhar ligeiramente a cabeça na água e poder ver o que há lá embaixo. Alegoria simplória, filosofia barata, deixa prá lá.
***
Ao menos, nestas semanas sem Internet, acumulei temas para tratar aqui. Ana Gabriela, João Pedro, Flavinha e menina do Peñarol. A confissão de Martha Medeiros. Os títulos das dissertações. Me cobrem.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Winnie tinha seis anos e cabelos angelicais. Era um doce de criança, um narizinho de batata misturado com ricos cachinhos louros. Morava com a mãe, a tia e a avó - todas muito insanas e muito bacanas - em um sobrado de classe média em um bairro de classe alta de Niterói. Era prima da minha então namorada Rebeca, com a família de quem passávamos uns dias no litoral carioca.
Foi me ver e Winnie se apaixonou por mim. Acho que com ela aprendi a gostar de crianças. Por causa dela, me dei conta que eu então já era um tio para a piazada. Pela primeira vez, estava mais para pai do que para irmão.
Não lembro bem como ela gostava de mim, as coisas que dizia. Sei que estava sempre às voltas, me convidava para brincar de boneca, pulava no colo, conversava, conversava, conversava e fazia bagunça na praia. Eu a levava para tomar banho de mar, ameaçava deixá-la sozinha no fundão. Ela andava na minha garupa na areia. Eu perguntava sobre bonecas e sobre brinquedos e fazia esforço para educá-la.
De repente, aquela menina, cujo súbito amor por mim impressionou a todos, passou a me odiar. Ódio mortal. Por nada. A família não entendeu. Eu tampouco. Fiquei muito constrangido, porque parecia que eu tinha maltratado o anjinho às escondidas. E não havia jeito de reconquistar a guriazinha. Quando fomos embora e ela tinha de voltar para o seu quarto - de onde temporariamente foi desalojada para dar lugar aos hóspedes - se negou.
- Só volto se alguém passar um aspirador pra tirar vermes deste quarto - disse no seu adorável sotaque carioca, externando todo o nojo que passou a nutrir por mim.
Nunca mais via a Winnie. Final do ano passado, me mostraram uma foto dela na formatura da Rebeca. Uma linda mulher de 16 anos, com um chapéu de caubói, e fazendo pose de sem-vergonha. Adorável e perigosa Winnie.
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Sexta-feira, dirigindo na free-way, em direção a Tramandaí, elenquei umas cinco figuras para citar aqui. Agora, me lembro apenas de três, melhor anotar logo antes que eu esqueça: João Pedro, Ana Gabriela e Winie. Não sei se já ou daqui a pouco ou amanhã, escreverei algo sobre cada um desses amigos que andam perdido pelo mundo, distantes, bem distantes da minha agenda telefônica.
quinta-feira, janeiro 12, 2006
***
Diálogo:
- E aí, Pink? - faço um afago na cadelinha cujo nome é uma homenagem à estrela do último BBB.
- Sabe que esta bichinha, eu achei que ela ia se aquietar com a idade, mas continua danada, GIOVANI.
O grifo não é meu. É da dona do estacionamento mesmo. Como ela gosta de enfatizar meu nome, assim como quem se gaba de tê-lo decorado! Impressionante.
***
Parece que ela já está recuperada do episódio do cheque. Depois de umas semaninhas nas quais o Giovani saía meio envergonhado, engasgado, da boca, minha amiga voltou à velha forma.
quinta-feira, janeiro 05, 2006
E o pior é que uma semana antes eu tinha ficado indignado com uma crônica da Martha Medeiros. A historinha era que ela parou na sinaleira e tinha uma moça chorando no carro ao lado e ela abriu o vidro e estabeleceu-se um papo emocionante. Algo como:
- Tu estás bem, posso te ajudar? - pergunta a colunista
- Não, precisa, vai passar - responde a "personagem", enxugando os olhos com as costas da mão e já esboçando um sorriso.
Enfim, uma historinha assim, comovente. E eu, que tenho um blógui pra abastecer, fiquei puto da vida porque essas coisas nunca aconteciam comigo. E com a desgraçada da Martha Medeiros, que tem uma coluna por semana, elas aconteciam bem na véspera de Natal. Com sorte assim, qualquer um poderia ser colunista.
Juro que foi isso que pensei...
Esta coisa de Ano Novo ainda me deixa tenso. Seis da tarde e os caras, nervosos, sem saber o que fazer, pipocando foguetes a esmo – fico desnorteado. Para aliviar, dia 31, pouco antes das onze da noite, resolvi dar uma volta a pé pelas ruas de Tramandaí, pensar no sentido da vida.
O calcanhar para fora do chinelo encostando no paralelepípedo, só isso já me descarregaria. Mas ainda dava pra bisbilhotar cada uma das casas - de noite as ruas ficam escuras, e os lares, bem iluminados. As famílias, todas meio tristes, meio felizes, com seus dramas típicos e profundos, do tipo: será que esperamos a meia-noite para servir a ceia? Adoro isso!
Flanei livre pela praia, até ser interrompido por um casal. Portavam uma lanterna e estavam desesperados, o cara e a mocinha. Procuravam algo como se procura nos desenhos animados, de forma teatral, exagerada, absurda até. Perguntaram se eu não vira um cachorro, assim, tipo bege, uma foxezinha meio vira-lata, Suzy (por que diabos eu acho que é com “Y”?), bem velhinha. Respondi que os foguetes assustam os bichos e eu apostava que ela estava dentro do armário, como meu cachorro Platão costumava fazer. Mas eles não deram bola.
Continuei caminhando e a cada quadra vinha mais gente perguntar do cachorro - era mesmo um batalhão à caça de Suzy. Em frente à casa da fujona, uma menininha, uns 8 anos, chorava copiosamente junto a outras crianças. Tentei consolá-la, dizendo que enfim eu mesmo já tinha perdido dois cachorros, que eles normalmente são achados dias depois, que ela tivesse paciência. Nessa hora eu já havia me incorporado às buscas e também já tinha desistido delas, vocês sabem, é totalmente impossível achar um cão em noite de Ano Novo.
Triste com a fuga de Suzy, voltei para casa sem paciência para bisbilhotar lares. Caminhei, meio perdido (eu sempre me perco em Tramandaí), desolado. Foi então que, lá longe na esquina do armazém abandonado, distingui um bichinho. Corri, corri, corri, dobrei a quadra, e cheguei perto. Chamei: tstststststs, vem cá, tstststs, e o cãozinho veio. Com medo de ser mordido, peguei-o no colo. A cada foguete o pobrezinho tremia, e eu passava a mão no focinho, calma, calma, pronto, pronto. Suando de nervoso, voltei à casa da menininha chorona.
- Gente, se não for esta aqui, eu mato vocês – disse, inoportuno.
E a família veio abaixo, e as crianças se atiraram aos prantos em cima da cachorrinha, e as velhas vertiam lágrimas, e ninguém acreditava. Ficaram tão emocionados, que esqueceram até de me agradecer. Fiquei meio chateado, mas não tinha problema. Era quase meia-noite e eu voltei para casa feliz, me achando o anjo que saiu para fazer uma família feliz.