"Não leio blogs; só o do Tião, porque é relevante", Filipe Maia, jornalista. "Às vezes o Tião escreve direitinho", Daniel Gallas, presidente. "Não gostar do Tião é uma falha de carácter", Rodrigo Müzell, jornalista. Sebastião Ribeiro é jornalista e mora em Porto Alegre. Leva uma vida pacata com a mulher e dois filhos em um apê no alto Rio Branco. A propósito, teu cu de bobes.
quinta-feira, dezembro 30, 2004
Chegamos no Parafernália e eu já tinha desistido da Rafa. Que fosse o que Deus quisesse. Me despi do personagem e junto com ele se foi o superego. Comecei a projetar a noite. Semanas antes, um jogo de amigas surpreendera-me numa atitude nada convencional no Garagem Hermética. Não é que as três moças, sempre tão comportadas, puseram-se a se beijar enlouquecidamente entre si. Não obstante, colocaram um amigo nosso na farra. Estavam todos bêbedos, tudo bem. O problema é que eu não estava e fui compulsoriamente introduzido no bacanal que não era bem bacanal, porque nem eu nem o amigo quisemos saber de viadage. Deliciamo-nos com o gosto da boca das amigas enquanto elas mesmo se experimentavam. Confesso que fiquei estarrecido: pois então andavam todos na libertinagem e só eu não sabia? Que babaca! Seriam todas as noites daquele jeito? Descobri depois que não - parece que não. Mas resolvi me vingar. Chueguei no Parafernália disposto a pegar o celular e acionar minhas concupiscentes amigas - e assim fiz. Enquanto ainda era cedo para encontrá-las e então mostrar as garras da vingança, pus-me a azucrinar todos no bar (aliás, como de costume). Cheguei mesmo a esquecer da Rafa. Até que o Tiago pediu-me que a levasse até o ponto do táxi. Claro, Tiago, não te preocupa que eu a levo até o ponto de táxi, até meu carro, até tua casa, a coloco na cama e tudo o mais. De modo que agora era minha obrigação dar o bote. Ela aceitou a minha carona e a viagem foi um desespero. Nós conversávamos, conversávamos, conversávamos e eu não achava o momento de agir. Comecei a suar frio. Afinal, eu era um homem ou um rato? Com esta indagação na cabeça, estacionei em frente ao prédio da moça. Foi então que num rompante, na hora do tchau, decidi: eu era um homem! Tasquei um chupão babado de língua que parece ter sido muito bem recebido pela moça. Mas eu era muito mais do que um homem - eu era fodido mesmo e usava camisa vermelharosalaranjada e só um cara assim faz o que eu fiz naquela noite. Passados dez segundos de beijo, abandonei a paixão e tive o auto-controle para afastar-me, afastá-la e, como quem não está nem aí, dizer:
- Quarta-feira te convido para ir na champanharia. Agora, sobe. Tchau, guria.
Tá, eu não sou um Don Juan e foi só ela entrar no prédio, para eu arrancar o carro, dar um urro de faceirice, meter a mão na buzina e ligar para um amigo para contar a façanha. Foi neste estado de graça que voltei ao Parafernália. Lá, enxuguei um pouco, liguei para minhas amigas lascivas e ainda fui encontrá-las em uma famosa boate da capital. Foi só elas me olharem que descobriram: em êxtase com o beijo na Rafa, eu só queria era beijar. E se semanas atrás elas haviam me submetido a um gostoso mas estranho ritual, hoje era a minha vez. E passamos a noite a beijar. Beija, beija, tá calor, tá calor! Baba, baba, sem amor, sem amor! Lambe, lambe, sem pudor, sem pudor! Enfim: que noite!!!
E esta história eu só comecei porque era dia 15 de novembro e fazia exatamente um ano que eu beijara a Rafa pela primeira vez. Hoje, um mês e meio depois do aniversário de namoro, foi-se o gancho. Mas ficou o amor. Te amo, minha gorda!
segunda-feira, dezembro 27, 2004
domingo, dezembro 26, 2004
quarta-feira, dezembro 22, 2004
sábado, dezembro 18, 2004
quinta-feira, dezembro 16, 2004
quarta-feira, dezembro 15, 2004
sábado, dezembro 11, 2004
aos sócios e amigos de sócios, peço votos.
aos gremistas, a torcida para mudar o Grêmio.
aos colorados... bem, aos colorados, vão se catar !
terça-feira, dezembro 07, 2004
sábado, dezembro 04, 2004
Tem fotos da pousada, da dona da pousada (a austríaca Ivy), do fenomenal Pali (o cão húngaro da pousada) e de praias de Búzios e Arraial do Cabo.
sexta-feira, dezembro 03, 2004
quinta-feira, dezembro 02, 2004
quarta-feira, dezembro 01, 2004
sexta-feira, novembro 26, 2004
quinta-feira, novembro 25, 2004
domingo, novembro 21, 2004
Peguei meu carro às 19h30 - horário de verão - e me mandei para o Muffuleta, o barzinho simpático ao lado do Ossip. Naquele tempo eu não sabia nada sobre o Muffuleta e nem mesmo conhecia sua simpática e bela proprietária - a Déia. Fui lá simplesmente porque lá estava o happy hour eleito. E a noite estava começando bem, porque a função seria com a Maria Paula e sua maravilhosa cunhada, Rafaela. Não que eu fosse conseguir alguma coisa com a guria, até porque ela não era bem uma guria, como eu era um guri, mas uma mulher, 28 anos, vontade manifesta de casar e ter logo um filho. Se bem que, na verdade, isso é só floreio, porque eu não tava nem aí pra idade dela. Na verdade, com a minha moral (odeio quando falam "o meu moral", embora não saiba se está certo ou errado) lá em cima, nem a beleza da mulher nem qualquer coisa me abalariam. De forma que me fiz de normal, tomei suco, e utilizei minha habilidade em deixar os outros à vontade. Num dia em que, desde o despertar da sesta, tudo adquirira um ar mágico, não foi difícil fazê-las falar de amor e sexo. E como eu gosto de falar de sexo com mulheres. Não sei quando isso começou, mas eu amo ouvir putarias de uma boca feminina.
Voltando ao happy hour. Ou melhor: saindo do happy hour. Como o véio tava divertido naquela noite, a Maria Paula e a cunhada aceitaram esticar o programa, saindo do Muffuleta para ir a um sushi. Durante a janta, introduzi uma caipirinhas na mesa e a conversa seguiu no mesmo nível, mas num nível mais elevado. Digo, menos elevado. Rapaz, se o Tiago imaginasse quanta bobagem me contava a sua irmã na segunda conversa que mantínhamos, não sei o que teria acontecido. Acho que nada. Enfim.
Enfim, apesar de toda a intimidade que a cunhada da Maria Puala dava, não abria a guarda. Nenhuma brincadeirinha me envolvendo, nenhum olhar diferente, nenhuma cutucada por baixo da mesa, nada. Tanto nada, que eu já ia desistindo. Mais um pouco e já ficaria sem forças, sem ânimo, esgotado, de tanto representar bom moço para a cunhada. Tanto nada que, quando as gurias quiseram fazer uma terceira escala na programação, indo até a despedida da Telma, eu nem me empolguei. Ali, com a cunhada, me parecia um jogo perdido. Azar era dela.
Continua amanhã.
quinta-feira, novembro 18, 2004
terça-feira, novembro 16, 2004
Coloque um pequeno grão de arroz debaixo da língua. Feche a boca, esqueça-o. Sim, salabim: mágica ! O grão desapareceu. E vai reaparecer em outro lugar - nada agradável, por sinal. Mas não se preocupem, eu não teria poder para levá-lo até os vossos rabos.
segunda-feira, novembro 15, 2004
Há várias formas de se acordar de uma sesta no sábado à tarde. Mal humorado: você sai da cama puto da vida, porque perdeu um baita dia que os amigos aproveitaram pra jogar aquela bola. Com azia, louco por um Sonrisal: depois de comer uma puta feijoada e cair duro na cama. Com sede: depois de se entupir de cerveja e se atirar no ar condicionado. Louco por um doce: normalmente (e estranhamente), isso acontece quando você comeu muito doce no almoço. Mas naquele sábado me acordei eufórico. E me achando. O dia tava ducacete, o pessoal tinha ido pra casa de um amigo na Ilha da Pintada e eu nem aí. Perdera a tarde, mas ainda tinha o resto. O vento fresco aplacando o sol primaverio era um bom sinal. E eu estava disposto a começar cedo, alongar o máximo a noite que breve chegaria.
Antes mesmo de sair da cama, fiz a ronda e elegi o melhor happy hour. Fui pro banho cantando. Liguei o rádio a milhão. Lavei bem as partes. Passei xampú DUAS vezes ! Saí do banho. Fiz a barba calmamente - a Continental ainda no dial, era um biquíni de bolhinha amarelhinha, stay, don´t you go, stay with me one more time. Usei after shave. Dei mais uma olhadinha pro espelho, um olhar fatal, na verdade, quase uma auto-cantada: rapaiz, como eu estava bonito. Eu era fodido mesmo. Estava saindo com duas, beijando outras tantas (umas boas outras péssimas, mas e daí ?). Apesar daquela barriguinha proeminente, elas gostavam do véio. Não adiantava, o véio era charmoso, carismático. Apesar daquele narizinho forjado numa briga do Raga Store, elas queriam o véio. E ninguém ia segurá-lo naquela noite. Eu tava impossível e era só cuidar pra não dobrar o fio da bibida e correr pro abraço. Seria uma noite diferente, decidi. Eu podia até ter colocado o Aqua di Gió, cuja fragrância sempre provocou um frisson - sejamos justos, absolutamente fratenal e inocente - nas minhas eternas amiguinhas do Direito da Puc. Mas naquela noite, especificamente naquela noite, justamente naquela niote, optei pelo Polo Sport. O cheiro da minha adolescência, do Cord, do le Cap Ferrat, do Raga Store, mas não da Embaixada de Marte. Enfim, eu estava a mil. E com garra. Uma puta gana. Disposto a brigar pelo melhor. E também foi por isso que a velha camisa pólo rosalaranjada foi eleita o uniforme da noite. Podia dar tudo errado, mas eu ia com tudo. Pra golear. Continua amanhã. |
quinta-feira, novembro 11, 2004
Perdida em ZH, no meio da matéria do assassinato de um operário da construção da hidrelétrica de Barra Grande, está uma informação abismante, a qual uma amiga já havia me relatado ontem. Para construir a barragem da usina, uma área de 1,4 mil hectares de mata nativa será inundada. Acaso não haveria terras de agricultura ou pecuária para dar lugar à necessa´ria geração de energia? Encarnando o Paulo Santana: são mil e quatrocentos hectares de araucárias. São mais de mil e quatrocentos campos de futebol que desaparecerão. Milhares, centenas de milhares, de árvores criminosamente afogadas. É um verdadeiro floricídio sob as nossas barbas, financiado com o nosso dinheiro - com o dinheiro de bancos e organizações públicas de crédito. Desencarnando o Paulo Santana: tenho apenas 25 anos, mas lembro bem que, quando pequeno, era infinitamente mais fácil apreciar as araucárias na Serra. Visite Canela e Gramado hoje e erga as mãos ao Senhor se conseguir avistar um mato de pinheiro nativo. Daqui a uns anos, os turistas farão fila para tocar em uma última árvore sobrevivente. E nós aqui, parados. Confeccionemos imediatamente nossos cartazes e trepemos nas araucárias. Impeçamos o crime ambiental. Já !!!
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quarta-feira, novembro 10, 2004
Falluja - "Durante alguns minutos, uma cacofonia de sons tétricos e estranhos tomou conta do campo de batalha urbano. As mesquitas da cidade anunciavam a guerra santa nos alto-falantes. (...) Como se não bastasse, as tropas americanas também se valiam de veículos com alto-falantes potentes para espalhar na noite músicas - quase sempre velhas canções do grupo AC/DC - que competiam com o cântico das mesquitas."
O bastião da resistência. A Falluja do couro cabeludo. Uma renitente área de nove dedos quadrados que rejeita qualquer tentativa de domínio - seja do pente, da escova, da mão, da água gelada. Isso desde que me entendo por gente. Mas o exército inimigo ainda tem esperança de domá-la. Nem que seja com uma máquina zero. A propósito. Estava pensando. Os cabelos são como grama, né ? Digo, uns caem, outros nascem e assim por diante. Porque seria muito nojento pensar que algum fio meu existe desde a minha tenra infância. Argh, chega a me dar arrepio a idéia. |
sexta-feira, novembro 05, 2004
- Por isso que você ficou uma hora e meia aqui, ouvindo eu te enrolar, enrolar, enrolar, e saiu só com o meu e-mail anotado aí neste bloquinho.
Fiquei vermelho.
quinta-feira, novembro 04, 2004
terça-feira, novembro 02, 2004
O post do Verle só existe porque não precisa de explicação (então por que diabos eu estou aqui a explicá-lo ?). Enfim. Mas tá difícil terminar este post, hein ? Quem sabe a gente bota aqui uma nota de rodapé lembrando que tudo isso está sendo feito no feriado, que não há o que fazer aqui em ZH, que o tempo que faltou para explicar o post do prefeito agora sobra ?
Voltando: o post do Verle só existe porque não carece de explicação. Porque num blógui a gente pode, em trinta segundos, no meio de um dia corrido, escrever uma coisa qualquer que venha à cachola. Que merda escrever um tratado sobre a insipidez do Verle, sobre o esforço do PT para escondê-lo, sobre as matérias que dão conta do aumento da dívida na prefeitura ! Bem melhor é escrever "e o Verle, hein" e deixar o amigo fazer suas elucubrações. Sorte daqueles que leram o post e logo se lembraram dele com o cocar na cabeça. Ou melhor: dele entrando de calçãozinho no Guaíba. Garanto que nem passou pela cabeça do Paulo Odone lembrar-se dessas coisas. Tivesse passado, não pediria notas de rodapé.
sexta-feira, outubro 29, 2004
quarta-feira, outubro 27, 2004
quarta-feira, outubro 20, 2004
"Parem de tentar me convencer que salada é bom. Todo mundo sabe que salada éobrigação e não prazer.Se salada fosse bom, os cartazes de buffet no centro seriam "buffet livre R$ 4,50 c/ duas saladas". Se salada fosse bom, a gente comeria um pouquinhomais de salada só de gula depois de se empanturrar nos restaurantes. Sesalada fosse bom, o MC Donnalds teria 8 saladas e 2 hamburgers e não ocontrário. Se salada fosse bom, os pratos-feitos teriam um pratão de saladae um pratinho de carne, massa, arroz, etc. E não o contrário. Se salada fosse bom, salada seria o prato principal e não SALADA!!!"
terça-feira, outubro 19, 2004
A Jaime Telles tem destas coisas. Na minha quadra, tem duas pitangueiras - estão carregadas -, duas ameixeiras e uma laranjeira. No estacionamento onde deixo meu carro, há uma vertente. Água purinha, purinha vindo ao sol. No verão, eles aproveitam o desague para encher a piscina. Nas outras épocas do ano, plantam ervas na poça. À noite, os sapos fazem uma barulheira com o seu uéééééé uééééééé. Do lado da vertente, também tem uma horta e um pomar cheio de hortifruti.
Tudo isso tem tornado menos traumático o abandono da Aurélio Bit, que, aliás, já não é a mesma.
quinta-feira, outubro 14, 2004
Uma vez disse isso pro meu primo Dinho e ele, meio brincando, meio sério, rebateu a idéia. Que horror ! O bom é tocar, sentir o cheiro do papel, escutar o bum surdo de um Aurelião sendo fechado; o bom é folhear, se perder entre as palavras, sair à cata de um verbete e descobrir outro, procurar peia e achar peguilha, dar para cada consulta um rumo diferente e inesperado.
Eu não acho. Bom seria topar na palavra desconhecida, digitá-la no teclado e imediatamente receber a resposta. Ideal seria descobrir o significado e não ter de voltar uma frase sequer na leitura, inserindo-o logo no contexto do texto.
Tá, eu sei: é preguiça minha, mesmo...
terça-feira, outubro 12, 2004
sexta-feira, outubro 08, 2004
quinta-feira, outubro 07, 2004
segunda-feira, outubro 04, 2004
Nunca a oposição esteve tão perto da Prefeitura de Porto Alegre. Para chegar lá, entretanto, ainda é preciso atingir a excelência do PT nos programas de TV e rádio. Aguardemos.
Na eleição para vereador, dois fenômenos chamaram a atenção. Primeiro a Manuela, militante estudantil, ilustre desconhecida, que fez aquela puta votação. Mas vamos combinar: ela era queridinha na TV. Bem que mereceu. Segundo, o Ibsen, que estourou a boca do balão. Como eu queria conseguir quantificar as parcelas dos vinte e tantos mil votos que se deveram ao trabalho político-partidário, à popularidade no sala de redação e à vontade geral de se reparar uma injustiça.
Aliás, ontem ouvi o Ibsen dizer numa entrevista: "quem sabe não encerro minha carreira política como comecei...". Até parece que eles largam a cachaça assim.
Rapaiz, pobres desses candidatos que perderam ali, ali. O Schirmer, por exemplo, em Santa Maria. "Que coisa, hein, Macedo !"
Bah, que falta de moral da Marta. A mulher tem de ser muuuuito chata para perder assim pro Serra já no primeiro turno. E, na boa, é demais pro PT ter a Presidência da República e a ainda a prefeitura de São Paulo.
sexta-feira, outubro 01, 2004
quinta-feira, setembro 23, 2004
sábado, setembro 18, 2004
quinta-feira, setembro 16, 2004
quinta-feira, setembro 09, 2004
terça-feira, setembro 07, 2004
segunda-feira, setembro 06, 2004
sábado, setembro 04, 2004
quarta-feira, setembro 01, 2004
segunda-feira, agosto 30, 2004
sábado, agosto 28, 2004
sexta-feira, agosto 27, 2004
quinta-feira, agosto 26, 2004
quarta-feira, agosto 25, 2004
terça-feira, agosto 24, 2004
Outra coisa engraçada foram uns versos, que não entendi se eram uma espécie de hino das meninas sãoborjenses na década de 50. Seguem:
Em praça de São Borja
Nós fomos passear
Veio uma turma de brotos
E queria nos apanhar
A turminha vaiou
Eles encabularam
Foi um big show
E eles se acabaram
Ei, Oriental
E, e, ei Oriental
sexta-feira, agosto 20, 2004
R$ 40: dois ingressos.
R$ 5: flanelinha, que brigou comigo porque não dei R$ 10.
R$ 28: três cervejas, dois refris e um nuggets.
Visão do show nula e audição prejudicada, devido à superlotação.
O carro semi-arrombado (serviço incompleto).
Lucro: Nenhum tiro no pé.
quarta-feira, agosto 18, 2004
Alías, "escutar" Olimpíadas no rádio é deprimente.
terça-feira, agosto 17, 2004
segunda-feira, agosto 16, 2004
quinta-feira, agosto 12, 2004
"Mais de três mil itens e (?) alimentos pra você: Vodka, azeite, chocolate, maionese, detergente e muito mais. Telentrega gratuita pra lhe satisfazer. Atacado Letícia..."
E eu posso estar maluco, mas eles mudaram o novo jingle. Antes, era assim: "Quando a Letícia chegou, o atacado mudou, sua vida com Letícia melhorou". Daí, eles viram que era muita pretensão achar que uma distribuidora de alimentos que a gente só conhece por causa de saquinhos de açúcar mudara a vida de todos os ouvintes. Agora, ficou assim: "Quando a Letícia chegou, o atacado mudou, a vida de quem compra Letícia melhorou".
quarta-feira, agosto 11, 2004
Um papo que eu evitava com o Bigode era política. Ele era PT fanático, de colocar bandeirinha no portão de casa e tudo. Num Fórum Social Mundial, pichou, no asfalto da rua, um enorme "Alca No !". Na volta às aulas, veio me contar, todo orgulhoso. Respondi que ficara muito afudê. É capaz de estar até hoje lá, a pichação.
Até gostaria de saber como foi, quando foi, mas não tive coragem de perguntar os detalhes da morte do Bigode. Sei que deve ter sido horrível. Em poucos dias, ele apareceu com um tumor do tamanho de uma laranja no pescoço.
Ao menos, o Bigode deixou lá sua herança para a família: o rentável estacionamento. No início, ninguém se arriscava a colocar o carro ali. Quem é que deixaria a chave pro proprietário daquela maloquinha ? Depois, o Genérico, capitaneado pelo nosso falecido amigo, foi progredindo, o povo foi ganhando confiança. Hoje, a sede do negócio não é mais um barraco, mas três confortáveis casas e mais um galpão. A mulher do Bigode cuida de tudo.
segunda-feira, agosto 09, 2004
sexta-feira, agosto 06, 2004
quinta-feira, agosto 05, 2004
caminhar no mercado público, passear lentamente pela rua da praia, pedir um café no cataventos, tomar sol no gasômetro, beber caipirinha de tarde no café do porto, assistir à sessão das duas, comprar na bamboletras ao meio-dia, gastar naquela loja de artigos indianos da república, tirar uma sesta nos brinquedos de madeira do parcão (o sol deixa-os quentinhos), comer um açaí de manhã, comprar radinho na galeria do rosário, provar um drink no café moeda, almoçar no le bistrô.
quarta-feira, agosto 04, 2004
Comprei tudo pra minha casa na Benoit, minha família ficou mais feliz. O meu vizinho morreu de inveja porque era tudo o que ele sempre quis. Uma casa moderna, e pagando uma pequena prestação. Benoit, Benoit...
Latina, Latina, Latina.Latina, Latina, Latina.Latina, Latina, Latina.Certeza de combustível puro.Iéaaaaaaaa
(blablablalbla) mas o solado eu sei que era Amapá. Há meio século pisando forte, de sul a norte deste brasilzão... a base sólida do caçado brasileiro, o ano inteiro é a Amapá. De leste a oeste, de norte a sul, o Brasil todo vai cantar (dançar??) com solados Amapáááááá
Tramontina é tudo, tudo o que você imagina.Tramontina é tudo, Tramontina é Tramontina.
Ronda Biz, com tudo ela combina, só não combina com posto de gasolina.
Tintas Killing agradecem a você, pintor, que escolhe a qualidade das cores, da ..., obrigado a você.Tintas Killing têm mais durabilidade, excelente rendimento e perfeito acabamento.Tintas Killing, um mundo maravilhoso de cor.
terça-feira, agosto 03, 2004
segunda-feira, agosto 02, 2004
sábado, julho 31, 2004
sexta-feira, julho 30, 2004
Ontem, fui fazer a matrícula. Foi um pouco estranho. Passei pelo estacionamento do Bigode, o genérico, junto à vila, onde eu sempre colocava meu carro. Na casa contígua ao muro dele, tinha batuque toda terça à noite. Dava medo. Custava 1,50 para deixar meu Golzinho roxo ali. Hoje, a plaquinha avisa: R$ 2,00, se eu quiser estacionar meu Celtinha vermelho. Quando deixei a PUC, o Bigode estava com um problema sério - um tumor do tamanho de uma laranja no pescoço -, às voltas com internações e SUS e coisas e tals. Não tive coragem de entrar ali ontem e perguntar por ele...
Na entrada do prédio do Direito, as cenas me eram familiares. Aquelas mulheres grandes - ou pequenas que parecem grandes -, um tailleur ajustado, os seios balouçando por baixo de uma blusinha apertada, pastas como se fossem processos apertadas contra o corpo, e fundamentalmente, passos firmes e determinados sobre saltos sempre altos. Me dão medo, essas mulheres. Algumas querem ser delegadas.
Na hora da matrícula, me fiz de idiota. Adoro brincar de me fazer de trouxa, frente à burocracia. Quantos semestres são ? Para que sala devo me dirigir ? E agora ? E agora ? Senha ? Que senha ? Oh, que pena, querida, quer dizer então que não vou poder fazer a matrícula, sua babaca (por que só meninas querem ser monitoras ?) ? Ah, tem de chamar a monitora chefe... Eu espero. Enfim, um sorriso. Quanto é a mensalidade ? Não sabes ? Ah, entendi, tu fazes fisioterapia, odeia advogados. Mal sabes que eu também não os amo. Tchau. Agora, vou para onde ? Última sala à esquerda. Okey. Ah, era "última", né ? Putz, entrei na penúltima. Se não fosse tu me avisares de novo, hein, amiga babaca ! Valeu mesmo. Quantos semestres são ?
Na hora de ir embora, dejavu. Como se escreve isso ? Pronto, minha tia Bebé, francófila, acabou de me dizer: déjà-vu. Enfim, aconteceu que fui até o estacionamento, peguei meu carro e me dei conta: não tenho dinheiro. Cadê a Mari Hauschild, a Lê, a Muri, a Aline, a Helena, o Marteli, para me emprestarem dinheiro ? Onde tem caixa Banrisul ? Ah, é mesmo, no quinze, obrigado, senhor. A máquina da direita é só para extratos, a da esquerda aceita saques, amigo. Disso eu entendo. Aqui, estou em casa. Sou um filho da PUC. Mas quando, enfim, vou embora, o cara do estacionamento me cobra preço de visitante: R$ 3,25. Tchau. Nos vemos quartas e quintas, às 21h15. Filosofia do Direito. Que tal uma cervejinha depois da aula ? Dado Pub é legal.
quinta-feira, julho 29, 2004
Mesmo assim, eu fiquei com pena do cara. Deve ter entrado de gaiato na depredação coletiva e acabou no Presídio Central.
quarta-feira, julho 28, 2004
terça-feira, julho 27, 2004
"Não sei bem como contar isso, mas... er... ok, fiz um blog. Acessem lá www.mblog.com/walrus. Gratíssimo."
Filipe Maia, tenho impressão de que este será "relevante".
segunda-feira, julho 26, 2004
Falando nisso, o Emiliano uma vez me ensinou: o "momento A" de um filme é a cena em que se explica o porquê do título da produção e a gente faz "aaahhhhh...", em sinal de que agora, sim, entendeu.
2) O fotki permite o máximo de 10MB por fotológui. Cheguei ao meu limite. Como posso resolver este impasse ? Criar o Fotologuiodotiao2 ? Vocês o acessariam ? Alguém tem outra sugestão ?
quinta-feira, julho 22, 2004
quarta-feira, julho 21, 2004
A propósito: liberar o mapeamento geográfico da criminalidade em Porto Alegre mexeria com o mercado imobiliário ? Acho que sim. Veja bem. Eu estou procurando apartamento para alugar. Se soubesse que Petrópolis é mais violento do que Bom Fim, provavelmente preferiria a zona da Osvaldo à da Protásio. Ou, pelo menos, pagaria menos por um apê na Ijuí.
Mas, para saber isso, só com estatísticas mesmo. No bate papo de bar, já ouvi que Bom Fim é seguro e que é violento. Que Cidade Baixa é seguro e que é violento. Que Petrópolis é seguro e que é violento.
De minha parte, sempre tenho a impressão de que as zonas mais agitadas são mais seguras.
terça-feira, julho 20, 2004
- Alô, aqui é Fazenda Ross Campos. Alguém me ouve ?
...
- Falando Sítio Pindorama. Alguém me escuta ?
...
- Por favor, alguém tem a frequência da polícia ?
...
- Se não, pode ser a dos Bombeiros mesmo.
...
- Meidei ! Meidei !
...
- Ei, se tem alguém aí, pode me passar a frequência de um navio ?
...
E nada de respostas. Só chiado. Foi-se a madrugada.
domingo, julho 18, 2004
sexta-feira, julho 16, 2004
quinta-feira, julho 15, 2004
quarta-feira, julho 14, 2004
terça-feira, julho 13, 2004
segunda-feira, julho 12, 2004
sexta-feira, julho 09, 2004
quinta-feira, julho 08, 2004
quarta-feira, julho 07, 2004
terça-feira, julho 06, 2004
- Camisetinha básica Triton, de presente para a Rafa, com inscrição "love me for ever", embalada em uma latinha vermelha com o slogan "love and fuck me": R$ 39.
- Calça de brim Zapping: R$ 95,40.
- Camiseta de manga comprida amarela e preta Zapping com estampa de monstros: R$ 46,60.
- Ana, Carol, Déia, Sabrina e Jú Fanta Uva te atendendo e te paparicando na Quincy: não tem preço.
segunda-feira, julho 05, 2004
Alpen Park. Ah, a Rafa preferiu não experimentar.
Quer saber se um amigo é louco ? Fácil ! Leve-o a um fondue. Peça de chocolate. Eles vão trazer um monte de frutas para mergulhar no caldo - inclusive morango, uva, banana e maçã. Se o cara enfiar o garfo em um pedaço de mamão, é porque não bate bem.
Fondue II
Há outros melhores e mais caros, piores e mais baratos. Mas continue indo no Maison de la Fondue. É o melhor custo-benefício de Gramado.
quinta-feira, julho 01, 2004
...e o Belloc ainda tem medo do Orkut... tsc, tsc.
terça-feira, junho 29, 2004
Como pano de fundo, o pôr-do-sol vermelhazularroxalaranjado.Na pista, os skatistas sobem e descem, lisos, as ondas de concreto. Na grama, o violeiro toca Bob Marley, os amigos fumam uma ervinha, os pombinhos refestelam-se na canga, o malabarista se exibe. Ah, e uma ípi (sic) brinca com aqueles tchacos de pano, sem correntes, achando que está no filme Hair.
- Se fosse um cão, seria um Pit Bull.
- Se fosse um filme, seria "Entre Quatro Pardes" (amo esse filme).
- Se fosse um animal de estimação, seria uma serpente.
- Se fosse sei lá o quê, seria o Peter Pan.
- Se fosse um astro de rock, seria a Rita Lee.
- De zero a dez, meu nível de molecagem é sete.
- Se pudesse escolher, viveria na idade contemporânea.
- Sou altamente sensível.
- Sou engajado.
- Sou exibicionista.
- Não sou um craque de bola.
- Minha marcha na cama é a segunda (boa de subir lomba).
- Sou um atleta na cama.
- Na cama, sou Junior (não entendi direito se sou o Junior irmão da Sandy ou se sou apenas um aprendiz).
- Quando o assunto é o corpo, sou preguiçoso.
- Morrerei aos 71 anos.
- Tenho um coração generoso e não guardo ressentimentos.
- Sou independente e hábil para ocupar cargos de chefia.
- Sou quase compulsivo.
- Meu índice de ser humano é 0,68 (o super-humano teria índice igual a 1. Mas, em
média, uma pessoa teria esse fator entre 0,84 e 0,94. Abaixo disso, é preciso parar para analisar que atributos humanos você está deixando de desenvolver).
Não tem um testezinho para ver se eu sou louco, não ?
segunda-feira, junho 28, 2004
fascina, chama. Por outro, me atemoriza, apavora, espanta. Uma das
minhas maiores frustrações é não surfar. Poucas sensações são tão
boas quanto boiar no "out". O sobe e desce das ondas - gordas,
macias, carinhosas - extasia. É como um retorno ao útero, diria um psicanalista - e com razão (que é o Oceano senão o útero da Mãe Natureza ?).
Pena que, ao contrário dos surfistas, não posso fruir este prazer por muito tempo (isso quando posso). Na verdade, boiar fora da arrebentação, só quando o mar está calmo. E mesmo assim, ele me bota medo. É afável até chegar a série. E posso avistá-la de longe. A vaga se formando, o nado frenético em sua direção, a respiração asmática, o pavor estampado no rosto e refletido no descompasso das braçadas. No pensamento, a onda se transforma num Tsunami que vai me levar, e depois varrer cadeiras, chinelos e crianças na beira da praia. Não lembro de alguma vez ela ter estourado na minha cabeça ou me destruído. Mesmo assim, nunca permaneci no mar depois de enfrentar uma série. Também nunca deixei de avançar até o “out” quando isso é possível.
Quando estou no mar, medo e fascínio travam uma batalha dentro de mim. Normalmente, o duelo termina empatado. E o êxtase produzido pelo sobe e desce das ondas, o entregar-se à natureza, é sempre um gozo momentâneo, sobre o qual, inevitavelmente, paira a ameaça da série, do vagalhão, do Tsunami que se formará no coração do Oceano para vir tirar minha vida.
sexta-feira, junho 25, 2004
- Tu vais ficar aqui a tarde toda ?
- Por quê ?
- Porque quero te entrevistar daqui a pouco.
- Já falaste com o Haroldo ?
- Sim, está tudo combinado com a assessoria de imprensa.
- Mas eu não vou passar a tarde falando com vocês. Vamos ali embaixo que eu vou dar uma entrevista pra gaúcha agora.
Chamei o câmera. Fomos ao encontro do Haroldo.
- E aí ?
- Corram ali embaixo, que ela está falando com a rádio. Aproveitem, que o advogado dela não quer que ela dê mais entrevistas.
Descemos. Daiane ao microfone da gaúcha; o assessor de imprensa e o rábula a discutir.
- Desculpa, Sebastião, o advogado não quer mais que ela fale - disse o Haroldo.
- Semana que vem a gente marca uma coletiva - disse o engravatado.
Irritado, achando tudo aquilo absurdo - afinal, o clima era tranquilo, a Daiane estava ali, calma, conversando com o outro repórter -, querendo evitar constrangimentos e avaliando que o caso não valia um minuto no telejornal, voltei para a redação sem matéria. A Núbia, editora, perguntou:
- Por que não colocaste o microfone no advogado e perguntaste por que a proibição ?
- Achei que não valia. Cheguei a pensar nisso, mas não quis dar atenção e visibilidade àquele sujeito.
- Pois, da próxima vez, aja diferente. Coloque o microfone e depois discutimos na redação.
Ela tinha razão. Fiquei meio chateado. Por que a gente não consegue acertar dois dias seguidos ?
quinta-feira, junho 24, 2004
terça-feira, junho 22, 2004
sexta-feira, junho 18, 2004
terça-feira, junho 15, 2004
segunda-feira, junho 14, 2004
quarta-feira, junho 09, 2004
- Tu és skin !, acusaram.
- O quê ? Não. Vocês devem estar se confundind...
TUM ! SOC ! POW ! POFT ! STEPLEFTDEBLECHT ! PAF ! POW !
Foi espancado, o coitado. Hoje à tarde, na Praça da Alfândega.
segunda-feira, junho 07, 2004
A artista plástica Maria Tomaselli já escreveu sobre isso em um artigo em ZH, louvando Araujo Ribeiro. Na sua coluna, ela reproduz um trecho do prefácio do livro escrito pelo Visconde sobre a evolução da Terra: "...emprehendi escrever o presente opusculo, em que me vou esforçar por mostrar que a terra é dotada de uma vida própria, e se nutre como os indivíduos organisados, e que deve como estes indivíduos crescer de volume, colhendo nas regiões do espaço, por intermedio de sua atmosphera, a matéria necessária á sua nutrição e crescimento" (em português oitocentista).
sexta-feira, junho 04, 2004
"Fazer uma choradeira. A frase foi criada pelos colegas do professor Casemiro Lúcio de Souza Pitanga, na segunda metade do século XIX. Esse violoncelista, nos ensaios de determinada peça orquestral, tocava com muito sentido o solo de seu instrumento. Quando chegava a ocasião de entrar este solo, os colegas de Pitanga diziam: ´chora, Pitanga!´ (Cernichiaro, Storia de la Musica nel Brasile, 498). Perdendo-se a entonação da frase, Pitanga passou de nome próprio e da função de vocativo, a nome comum e à função de objeto direto. Castro Lopes, Origem de Anexins, 214, Beaurepaire Rohan, Vocabulário, e Gonçalves Viana, Palestras Filológicas, 51, que não sabiam do caso, arranjaram outras explicações lógicas, mas inexatas."
Falando nisso, não achei, no Tesouro, a origem de "às pampas" e descobri que "abrir o chambre" significa "fugir".
terça-feira, junho 01, 2004
domingo, maio 30, 2004
sábado, maio 29, 2004
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A propósito: estaria esta essência que perfumava minhas coleguinhas voltando à moda, junto com esta onda de anos 80 ???
sexta-feira, maio 28, 2004
A cada minuto, levo-o até o nariz, para sentir seu cheiro. Cheiro de video-game novo, recém tirado da caixa. Lembra de quando você ganhou o SuperNes ou o Megadrive ? Pois é...
Pra completar, o meu celular pesa menos do que uma maçã, não tem um arranhão sequer e é macio como tronco de goiabeira. Não canso de esfregá-lo no rosto. Ele desliza, faz carinho na pele. Meu telefone novo é demais. Ah, se tudo isso não fosse passageiro...
Mas é. Eu sei: daqui a uma semana ele estará arranhado, opaco e desbotado. E não passará de um celular. Nada além de um celular. Mais um celular, como outro qualquer, que, um dia, vai parar no fundo de uma gaveta qualquer. Sem linha, sem dono, sem vida.
(impressão minha ou está meio gay este texto ? bom, estou tranquilo, já passei dos 24).
quinta-feira, maio 27, 2004
Não há palavra mais careta do que "careta".
Não há palavra menos bacana do que "bacana".
E "tira", que só significa guarda, policial, no cinema ! Nunca foi pronunciada com este sentido senão por um dublador.
Só em telejornal "cerca" não divide territórios, mas
disfarça o fato de nós, jornalistas, não sabermos ao certo um número qualquer.
"Ei, psiu!" eu só ouvi da boca de um colega do País de Galles, que aprendeu a falar português lendo gibis.
Na vida real e na linguagem natural, ninguém é "derrotado"; todo mundo perde.
quarta-feira, maio 26, 2004
Tião: Vc é assessor da Unisinos ?
Carpinejar: Sim, é minha identidade secreta. Trabalho como jornalista na Unisinos.
Pra completar, o poeta me ligou, disse que achou engraçado o relato que fiz sobre ele e ainda o postou o meu texto no seu blógui - www.carpinejar.blogger.com.br. Fiquei tri faceiro. Bacana, né ?
segunda-feira, maio 24, 2004
domingo, maio 23, 2004
Reminiscências
Jogar bola no IPA e voltar para casa suado, cortando caminho pelo jardim de um prédio, no tempo em que os prédios não tinham grades, e abrir uma torneira nesse mesmo jardim, a água jorrando fresca na língua, aquele gosto de cano, de metal, escorregando pela goela, e depois enfiar a nuca, quente, debaixo do jato, frio, descer a lomba molhado, até chegar na minha rua, no tempo em que a minha rua era a nossa rua, a mesma rua de hoje, mas diferente.
quarta-feira, maio 19, 2004
Era véspera de páscoa. Eu e o Bento já éramos bem grandinhos, mas não conseguíamos dormir, ansiosos que estávamos com a velha história do lebrão que vem, durante a madrugada, esconder os ninhos com ovos de chocolate. Foi quando um cão latiu. Em seguida, todos os cães estavam latindo. E então todos os animais da fazenda começaram a berrar: gansos, vacas, cavalos, galinhas. Au, mu, có, tudo ao mesmo tempo, uma confusão de onomatopéias. Juro. Aterrorisante. Até hoje hesito em afirmar que não acredito em lebrão da páscoa.
Pois dias depois voltei a ver o mesmo rosto, pasmem !, na Zero Hora, na contra-capa do caderno Cultura. Dizia na legenda que se tratava do poeta Fabrício Carpinejar, que, por sinal, assinava o artigo. Mas aquilo era impossível ! Como um poeta, um escritor dos mais gabaritados, pode ser assessor da Unisinos ? Não pode. Não tenho nenhum preconceito com assessores; pelo contrário: já fiz assessoria e adoro o ofício. Mas, enfim, um poeta é um poeta, um escritor é um escritor, jamais também um assessor, de modo que cheguei à conclusão de que eu estava enganado. Dias depois, cheguei na TV e peguei a pauta. De novo, na Unisinos. O contato: Fabrício Carpinejar. Burras, imbecis, idiotas, inguinorantes, estas produtoras ! Acaso não sabem que Fabrício Carpinejar é o poeta, o escritor ? Até que me veio uma luz e descobri o que se passara. Claro, que burro eu fui... O assessor da Unisinos é irmão gêmeo do Fabrício Carpinejar, e elas, de tanto ouvir o nome do poeta, confundiram-se. Bom, neste dia o assessor não apareceu e eu fiquei sem a resposta. Fui pesquisar: Fabrício Carpinejar é poeta e jornalista, mora em São Leopoldo, eu vi bem a foto em ZH, vi outras fotos também e elas realmente parecem ser do assessor de imprensa da Unisinos. E apesar de todos esses indícios, estou eu aqui, com medo de postar esta história, todo receoso de estar dizendo uma bobagem... Mas, enfim, Fabrício Carpinejar - o grande poeta, o louvado escritor, tem um blog - assim como eu e a Samara Felippo. Então, se ele tem um blog, também pode ser assessor de imprensa, né ? Se eu estiver errado, que me desmintam !
terça-feira, maio 18, 2004
Sobre fraudes no Totobola. Acho que o Estado tem culpa. Ora, segundo contou o dono da loteria, sem ser desmentido, auditores da Lotergs presenciavam cada sorteio para garantir a lisura do processo. Anos e anos fazendo a mesma coisa e nunca identificaram a fragilidade da máquina ? E nós pagando esta gente para isso.
Ainda sobre o Totobola. Embora a máquina pudesse ser manipulada, não estou convencido da existência efetiva de fraude. Falta uma explicação coerente sobre como isso acontecia.
Um
Todos os dias vai à padaria com o seu cão. Come uns quantos croissants recheados de goiabada e dá outros tantos pro beagle, que já não consegue caminhar, de tão gordo que está.
Dois
Levantaram-se ligeiro e, apressados, enfiaram a camisinha na gaveta e a roupa no corpo. Suados, resfolegando, atenderam à porta.
- Estudaram, crianças ? - perguntou a mãe.
- Sim, bastante. - responderam.
Tres
Ela tinha sempre o corpo fervendo; ele, sempre gelado. Quando se encontravam debaixo das cobertas, passavam a noite assim:
- Minha brasinha !
- Meu gelinho !
- Minha brasinha !
- Meu gelinho !
- Minnha brasinha !
...
sábado, maio 15, 2004
sexta-feira, maio 14, 2004
quinta-feira, maio 13, 2004
Faça uma lista de coisas pendentes na sua vida - tarefas simples, que precisam ser feitas, mas alguma força oculta parece impedi-lo de executá-las imediatamente, como marcar hora no dentista, escrever para aquele amigo que fez aniversário e você esqueceu, cortar o cabelo, revisar o carro... Num rompante, ao terminar de ler este post, mexa-se e faça a que estiver a mão. Risque-a da lista. Esforce-se para, gradualmente, ir riscando as outras. Funcionou ? Comigo não.
quarta-feira, maio 12, 2004
segunda-feira, maio 10, 2004
Estava aquele burburinho no hall de entrada do hotel que concentrava os jornalistas brasileiros que cobriam a Copa do Mundo. Um monte de machos conversando, fazendo algazarra, até que cruza a global Ana Paula Padrão, nariz, peitos e bunda arrebitados, como sempre. A passagem seria triunfal, caso um gaiato, sotaque nordestino carregado, voz clara, não tivesse tascado esta:
- Xihh, aí vem a inventora...
Fez-se o silêncio e todos voltaram suas atenções para o engraçadinho, esperando o complemento.
- Esta aí acha que inventou a buceta !
O hotel explodiu em gargalhadas.
domingo, maio 09, 2004
sexta-feira, maio 07, 2004
O Martini, a bola de borracha Spalding, a sopa de tomate Campell´s, o piano Steinway, o cigarro Camel, a botinha cano alto Keds, a bolacha Negresco, a Mont Blac, a mola-maluca, o saco de supermercado de papel marrom (supimpa, este), a Harley Davidson ElectarGlide, o Zippo, o protetor Coopertone, o balão da Goodyear, o Frisbeee, o cão Bull Terrier, o Banco Imobiliário, a Budweiser, o Ray Ban, o fusca, o chocolate Hersheys Kiss, o cartão American Express, o chocolate m&m´s, a Aspirina Bayer, a camisa pólo da Lacoste, o pó para bebê Johnson´s, o canivete suíço, a calça Levi´s 501 (perfeita, Cássia), a Coca, o lenço Kleenex, o catchup Heinz, a caixa Tupperware, a champagne Dom Perrignon e outras coisas que só americanos conhecem.
É incrível, mas a força que encerra a foto do saco de papel no livro é arrebatadora. A quintessência da quintessência.
terça-feira, maio 04, 2004
segunda-feira, maio 03, 2004
Faça um furo, mínimo, na parte de baixo, na bundinha, do caqui. Dê um chupão, forte, no lugar. Sinta a polpa vir, de uma vez, rasgando a casca, esgaçando o buraquinho e enchendo a boca. Imagine a Fernanda Lima fazendo o mesmo.
Domésticas 2
Para abrir a caixa de longavida, faça um corte mínimo no biquinho dela. A seguir, aperte-a com força. Observe o filete de leite jorrando e levante a embalagem o mais alto e longe do copo o possível. Valorize a contradição entre o esforço empreendido e a lentidão com que o recipiente é preenchido. Tente fazer o máximo de espuma. E depois tome o leite como se ele tivesse recém saído da teta da vaca.
Domésticas 3
Venha aqui em casa provar o mel do pau que meu pai trouxe dos campos nativos do Itacurubi. Ah: antes de qualquer comment, por favor, sem trocadilhos e brincadeirinhas. "Mel de pau: mel de abelha silvestre, cuja colméia é feita em oco de pau." (Fonte: Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de Zeno e Rui Cardoso Nunes.)
sexta-feira, abril 30, 2004
quinta-feira, abril 29, 2004
quarta-feira, abril 28, 2004
Ontem fui bater uma bola com o pessoal da Fabico, cheguei atrasado, não aqueci, não alonguei e, à primeira jogada, senti uma fisgada na perna. Já não é a primeira vez nos últimos tempos que isso acontece. Pelo contrário ! Hoje, sem uma corridinha e uma esticada antes, não dá.
Existe um elo perdido entre esses dois momentos. Pensando nisso, pela primeira vez na minha vida, me senti "velho" - e não "maduro".
segunda-feira, abril 26, 2004
domingo, abril 25, 2004
sexta-feira, abril 23, 2004
Odeio trabalhar na TV. É que tenho espinhas e, para tapá-las, ou melhor, para tapeá-las, tenho de passar PÓ e CORRETIVO. A marca da maquiagem da TVE é NATHALIA BEAUTY. O produto é bagaceiro e COÇA. Quando fica quente, tudo fica duro, depois derrete e COÇA MAIS. E, numa PARATY 86, onde passo mais da metade do tempo de serviço, SEMPRE é quente.
Repórter de TV também tem de estar sempre de cabelo cortado e barba feita. ODEIO fazer a barba. Tenho PREGUIÇA. Sou VAGABUNDO, RELAXADO e detesto pagar 20 pilas por uma lata de espuma.
Pior que isso, só usar gravata. Ela aperta, SUFOCA, engasga. Dentro de uma PARATY 86, no verão, é mesmo capaz de matar, por isso, só a visto na hora de gravar. É nesta hora que tenho de colocar a camisa pra dentro também. Já não quis ser jogador de futebol para fugir daquelas MEIAS GRUDANDO NAS PERNAS SUADAS e daquele ELÁSTICO DO CALÇÃO APERTANDO e sobrepondo-se às camisetas. E agora, saber que tenho de me submeter a desconfortos piores...
O pior de tudo é ter a certeza empírica de que dessas FORMALIDADES não podemos fugir. Por quê ? Experimenta gravar um BOLETIM sem seguí-las e saberás.
P.S.: Pra completar, minha mãe acaba de chegar aqui no quarto e dizer que "isto aqui já não dá mais". "Isto aqui" é nada mais nada menos do que o meu MELHOR sapato, condenado por estar um pouquinho ENCARDIDO. Capaz que vou aposentá-lo.
quinta-feira, abril 22, 2004
...tive vontade de matar um gato.
minha namorada tem duas gatas. uma gorda e feia; outra magra e bonita. ontem, tava na casa dela e a mais ajeitadinha foi pro para-peito da janela. morri de vontade de dar um cutuque e atirá-la do 12o andar. perguntei pra rafa se ela nunca tivera semelhante idéia. ela, que ama as gatas, respondeu que sim - nós dois caímos na gargalhada. o que mais me irrita é a passividade dos bichos. volta e meio faço carinho nelas. mas elas nunca vêm me lamber. tampouco lambem os outros. fazem o que querem, a hora que querem, não dão satisfação.
um gato de uma ex-namorada sumiu do quinto andar. não fui eu quem atirou. juro !
Falta o resultado da experiência da gasolina.
terça-feira, abril 20, 2004
ela - mas é muita coisa ?
ele - pouquinho. bastante. pouquinho bastante.
ela - mas não tem porblema, né ? por ônibus é seguro, né ? será que não vai acontecer nada ?
Depois tá a coitada lá na TV.
segunda-feira, abril 19, 2004
sexta-feira, abril 16, 2004
quinta-feira, abril 15, 2004
Não inventaram, na história da humanidade, máquina de tortura mais cruel do que a esteira de correr. Em qualquer instrumento de suplício, o seviciado sofre com dignidade, resistindo contra a injustiça ou mesmo encontrando redenção em um castigo merecido. A tortura física é acompanhada de um sentimento de honra. Na esteira, não: o cidadão sofre fisicamente e sofre mentalmente, sentindo-se um idiota por não estar fazendo qualquer outra coisa com o seu tão valioso tempo.
P.S.: Dentro de uma semana, prestarei contas sobre a gasolina super-hiper-ultra da Ipiranga.