quinta-feira, dezembro 30, 2004

Muito bem. Não podemos terminar o ano com pendências. Vamos lá:
Chegamos no Parafernália e eu já tinha desistido da Rafa. Que fosse o que Deus quisesse. Me despi do personagem e junto com ele se foi o superego. Comecei a projetar a noite. Semanas antes, um jogo de amigas surpreendera-me numa atitude nada convencional no Garagem Hermética. Não é que as três moças, sempre tão comportadas, puseram-se a se beijar enlouquecidamente entre si. Não obstante, colocaram um amigo nosso na farra. Estavam todos bêbedos, tudo bem. O problema é que eu não estava e fui compulsoriamente introduzido no bacanal que não era bem bacanal, porque nem eu nem o amigo quisemos saber de viadage. Deliciamo-nos com o gosto da boca das amigas enquanto elas mesmo se experimentavam. Confesso que fiquei estarrecido: pois então andavam todos na libertinagem e só eu não sabia? Que babaca! Seriam todas as noites daquele jeito? Descobri depois que não - parece que não. Mas resolvi me vingar. Chueguei no Parafernália disposto a pegar o celular e acionar minhas concupiscentes amigas - e assim fiz. Enquanto ainda era cedo para encontrá-las e então mostrar as garras da vingança, pus-me a azucrinar todos no bar (aliás, como de costume). Cheguei mesmo a esquecer da Rafa. Até que o Tiago pediu-me que a levasse até o ponto do táxi. Claro, Tiago, não te preocupa que eu a levo até o ponto de táxi, até meu carro, até tua casa, a coloco na cama e tudo o mais. De modo que agora era minha obrigação dar o bote. Ela aceitou a minha carona e a viagem foi um desespero. Nós conversávamos, conversávamos, conversávamos e eu não achava o momento de agir. Comecei a suar frio. Afinal, eu era um homem ou um rato? Com esta indagação na cabeça, estacionei em frente ao prédio da moça. Foi então que num rompante, na hora do tchau, decidi: eu era um homem! Tasquei um chupão babado de língua que parece ter sido muito bem recebido pela moça. Mas eu era muito mais do que um homem - eu era fodido mesmo e usava camisa vermelharosalaranjada e só um cara assim faz o que eu fiz naquela noite. Passados dez segundos de beijo, abandonei a paixão e tive o auto-controle para afastar-me, afastá-la e, como quem não está nem aí, dizer:
- Quarta-feira te convido para ir na champanharia. Agora, sobe. Tchau, guria.
Tá, eu não sou um Don Juan e foi só ela entrar no prédio, para eu arrancar o carro, dar um urro de faceirice, meter a mão na buzina e ligar para um amigo para contar a façanha. Foi neste estado de graça que voltei ao Parafernália. Lá, enxuguei um pouco, liguei para minhas amigas lascivas e ainda fui encontrá-las em uma famosa boate da capital. Foi só elas me olharem que descobriram: em êxtase com o beijo na Rafa, eu só queria era beijar. E se semanas atrás elas haviam me submetido a um gostoso mas estranho ritual, hoje era a minha vez. E passamos a noite a beijar. Beija, beija, tá calor, tá calor! Baba, baba, sem amor, sem amor! Lambe, lambe, sem pudor, sem pudor! Enfim: que noite!!!
E esta história eu só comecei porque era dia 15 de novembro e fazia exatamente um ano que eu beijara a Rafa pela primeira vez. Hoje, um mês e meio depois do aniversário de namoro, foi-se o gancho. Mas ficou o amor. Te amo, minha gorda!
Já tinha mesmo desistido desta procura insana pela cor perfeita. Adotara quanto à cor perfeita a mesma postura que tenho com relação a Deus: ela pode existir, mas nunca conseguirei descobri-la. Foi então que minha mãe me deu, no último dia 24 uma camisa cuja coloração beira a perfeição, renovando as minhas esperanças. Em 2005, retomarei a busca. Por enquanto, já sei que a cor perfeita se situa entre o rosa, o laranja e o salmão.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

As empresas têm todo o direito de adotar uma política de comunicação hermética e não dar informações à imprensa. Mas que isso atrapalha a minha vida, ah atrapalha. É por isso que, em nome da categoria, não mais comprarei no Zaffari, avesso à imprensa, concentrando o meu rancho no Nacional e no Big - cujos dirigentes estão sempre dispostos a engrossar uma matéria.

domingo, dezembro 26, 2004

Esses dias o patrão esteve aqui na redação de ZH, para desejar-nos feliz Natal, próspero Ano-Novo e parabenizar-nos de coração pelos excelentes resultados alcançados em 2004. Mais de duzentos jornalistas reunidos, um silêncio rotundo, e Nelson a falar. Me senti como quem se aproxima da janela do 22o andar. É dar um passo e terminar com a vida. Era dar um passo e terminar com a carreira. Fica por conta de vocês tudo que eu poderia fazer para me queimar para sempre. Não precisaria nem dar um beijo ou um murro no chefe. Poderia mesmo pedir a palavra - e dizer tanta coisa. E aquela coceirinha na barriga, impelindo-me a mudar a ordem de tudo, a dar enfim o passo. Mas desta vez deixei passar. Preciso preparar melhor o discurso.

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Ontem foram uns caras vender um filtro d´água lá para casa. Não um filtro comum: algo revolucionário, que vai mudar os rumos da humanidade - a julgar pelas vantagens relatadas. Sabem água Fonte Ijuí, Sarandi, Santa Catarina, São Lourenço, Perrier? Esqueçam. O filtro com ozônio veio para terminar com as minerais. O ozônio é o oxigênio com mais um átomo, vocês sabem, né? Eu não. Mas diz que oxigênio comum é O2 e ozônio é O3. Enfim, o fato é que, passando por este filtro a água pesada da Corsan vira leve. Mais leve que mineral. E mais: um copo de água filtrada com ozônio funciona mais do que uma colher de sopa de sal de fruta contra a asia. E ressaca: vocês ainda têm ressaca? Xihh, isso é coisa do passado, o novo filtro termina com o mal-estar pós-bebedeira. Um copo de água filtrada e deu. Duvidam? então reguem suas florzinhas com água filtrada com ozônio. Num instante, elas revivem. Porque a filtragem revolucionária mata todos os microorganismos que estão nos imundos canos subterrâneos da rede de água. Duvidam? Experimentem, então. Mas experimentem vocês, porque eu não vou pagar 600 pilas por tudo isso. Depois me contem. Filtro neolife.

sábado, dezembro 18, 2004

Melões cheiram forte, não ? Quase fedem.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Que cara de pau virem agora com a velha "nova matriz tributária" travestida de outro eufemismo.

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Que merda este blog que está sempre desatualizado mesmo !
Mas dentro de duas semanas, devo estar com computador em casa, o que possibiolitará atualização diária.
Sempre que visito um amigo cuja casa ou apartamento disponham de pátio, piscina, cancha de futebol, cobertura, lareira ou churrasqueira penso a mesma coisa: Deus dá carne para quem não tem dente. Invariavelmente, parece-me que os mais abastados não aproveitam adequadamente os bens de que têm a graça de dispor. Pois não é que, já faz quatro meses, moro num apartamentinho com churrasqueira! E, desde que me mudei, planejei dezenas churrascos. E sabem quantos se concretizaram? Dois! Uma vergonhosa média de um a cada 60 dias. De fato o homem gosta mesmo é de roer o osso que Deus dá aos outros. Mas semana que vem, sem falta, churrasco lá em casa.

sábado, dezembro 11, 2004

www.odonepravoltaraganhar.com.br
aos sócios e amigos de sócios, peço votos.
aos gremistas, a torcida para mudar o Grêmio.
aos colorados... bem, aos colorados, vão se catar !

terça-feira, dezembro 07, 2004

Como na casa de uma antiga amante, ainda encontro minha escova de dentes nas gavetas da Farsul. Que bom !

sábado, dezembro 04, 2004

Fotos inéditas da viagem a Búzios. É só hoje ! Visualização gratuita ! Não perca ! É só no fotologuidotiao2. Acesse já www.fotki.com/fotologuidotiao2 .
Tem fotos da pousada, da dona da pousada (a austríaca Ivy), do fenomenal Pali (o cão húngaro da pousada) e de praias de Búzios e Arraial do Cabo.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Blog interativo. O tema do próximo deve ser:
a) o final da história do dia em que eu estava impossível
b) a melhor pousada de Búzios
c) eu, hipocondríaco
Tem novos sites antigos nos links ao lado. Achem.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

La Copa, se mira pero no se toca !

quarta-feira, dezembro 01, 2004

1 - Eu fiquei na melhor pousada de Búzios.
2 - Eu tive vômitos na hora do meu vôo de regresso e marchei em R$ 580 pilas, tendo de abrir mão da minha passagem Smiles por uma normal.
3 - Depois eu conto mais da viagem.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Estou embarcando para Búzios sábado e volto terça-feira. Vamos ver se semana que vem trago novidades pro Blog.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Sobre Inter e Boca: o colorado foi vítima do monstro que idealizou.
Foi engraçado ver a descontração do esfíncter do Clemer.

domingo, novembro 21, 2004

Então, continuando. O normal, para aquela época, era eu jogar por cima da calça jeans surrada uma camisetinha Zapping, Doc Dog, Sommer, comprada na Quincy, curtinha e apertadinha nos braços. Enfim, uma roupinha de veado dessas que eu usava e às vezes uso. Mas optei por colocar a polo colorida Legacy, também surrada, comprada em Punta, alma castelhana, que representaria melhor meu espírito naquela noite. Sabem como é: as roupas dizem tudo. Não é à toa que eu uso minha Hering branca puída. Por trás da escolha está a vontade de passar a idéia de um homem simples, sem frescura, masculino, despreocupado com a imagem. Enfim, os mesmos motivos que fazem um metrossexual escolher um visual hype ou coisa que o valha. Aliás que que é hype ? Somos todos metrossexuais. Até mesmo - ou principalmente - quando optamos por colocar aquela camiseta encardida da Ediba, da Gráfica Paloti ou do circuito estadual de tênis de 1988. Enfim.
Peguei meu carro às 19h30 - horário de verão - e me mandei para o Muffuleta, o barzinho simpático ao lado do Ossip. Naquele tempo eu não sabia nada sobre o Muffuleta e nem mesmo conhecia sua simpática e bela proprietária - a Déia. Fui lá simplesmente porque lá estava o happy hour eleito. E a noite estava começando bem, porque a função seria com a Maria Paula e sua maravilhosa cunhada, Rafaela. Não que eu fosse conseguir alguma coisa com a guria, até porque ela não era bem uma guria, como eu era um guri, mas uma mulher, 28 anos, vontade manifesta de casar e ter logo um filho. Se bem que, na verdade, isso é só floreio, porque eu não tava nem aí pra idade dela. Na verdade, com a minha moral (odeio quando falam "o meu moral", embora não saiba se está certo ou errado) lá em cima, nem a beleza da mulher nem qualquer coisa me abalariam. De forma que me fiz de normal, tomei suco, e utilizei minha habilidade em deixar os outros à vontade. Num dia em que, desde o despertar da sesta, tudo adquirira um ar mágico, não foi difícil fazê-las falar de amor e sexo. E como eu gosto de falar de sexo com mulheres. Não sei quando isso começou, mas eu amo ouvir putarias de uma boca feminina.
Voltando ao happy hour. Ou melhor: saindo do happy hour. Como o véio tava divertido naquela noite, a Maria Paula e a cunhada aceitaram esticar o programa, saindo do Muffuleta para ir a um sushi. Durante a janta, introduzi uma caipirinhas na mesa e a conversa seguiu no mesmo nível, mas num nível mais elevado. Digo, menos elevado. Rapaz, se o Tiago imaginasse quanta bobagem me contava a sua irmã na segunda conversa que mantínhamos, não sei o que teria acontecido. Acho que nada. Enfim.
Enfim, apesar de toda a intimidade que a cunhada da Maria Puala dava, não abria a guarda. Nenhuma brincadeirinha me envolvendo, nenhum olhar diferente, nenhuma cutucada por baixo da mesa, nada. Tanto nada, que eu já ia desistindo. Mais um pouco e já ficaria sem forças, sem ânimo, esgotado, de tanto representar bom moço para a cunhada. Tanto nada que, quando as gurias quiseram fazer uma terceira escala na programação, indo até a despedida da Telma, eu nem me empolguei. Ali, com a cunhada, me parecia um jogo perdido. Azar era dela.
Continua amanhã.

quinta-feira, novembro 18, 2004

É deprimente a excitação infantil dos colorados com o fato de jogarem uma partida na Bombonera. É realmente um clube que nasceu para ser pequeno, este Inter.

terça-feira, novembro 16, 2004

Creio que o biquíni fosse de bolinha - e não de bolhinha. E que seria para ficar one more night - e não one more time. Mas OK. Continua amanhã, então. No intervalo, uma brincadeirinha. Inventada por mim, viu ?
Coloque um pequeno grão de arroz debaixo da língua. Feche a boca, esqueça-o. Sim, salabim: mágica ! O grão desapareceu. E vai reaparecer em outro lugar - nada agradável, por sinal. Mas não se preocupem, eu não teria poder para levá-lo até os vossos rabos.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Há várias formas de se acordar de uma sesta no sábado à tarde. Mal humorado: você sai da cama puto da vida, porque perdeu um baita dia que os amigos aproveitaram pra jogar aquela bola. Com azia, louco por um Sonrisal: depois de comer uma puta feijoada e cair duro na cama. Com sede: depois de se entupir de cerveja e se atirar no ar condicionado. Louco por um doce: normalmente (e estranhamente), isso acontece quando você comeu muito doce no almoço. Mas naquele sábado me acordei eufórico. E me achando. O dia tava ducacete, o pessoal tinha ido pra casa de um amigo na Ilha da Pintada e eu nem aí. Perdera a tarde, mas ainda tinha o resto. O vento fresco aplacando o sol primaverio era um bom sinal. E eu estava disposto a começar cedo, alongar o máximo a noite que breve chegaria.
Antes mesmo de sair da cama, fiz a ronda e elegi o melhor happy hour. Fui pro banho cantando. Liguei o rádio a milhão. Lavei bem as partes. Passei xampú DUAS vezes ! Saí do banho. Fiz a barba calmamente - a Continental ainda no dial, era um biquíni de bolhinha amarelhinha, stay, don´t you go, stay with me one more time. Usei after shave. Dei mais uma olhadinha pro espelho, um olhar fatal, na verdade, quase uma auto-cantada: rapaiz, como eu estava bonito. Eu era fodido mesmo. Estava saindo com duas, beijando outras tantas (umas boas outras péssimas, mas e daí ?). Apesar daquela barriguinha proeminente, elas gostavam do véio. Não adiantava, o véio era charmoso, carismático. Apesar daquele narizinho forjado numa briga do Raga Store, elas queriam o véio. E ninguém ia segurá-lo naquela noite. Eu tava impossível e era só cuidar pra não dobrar o fio da bibida e correr pro abraço.
Seria uma noite diferente, decidi. Eu podia até ter colocado o Aqua di Gió, cuja fragrância sempre provocou um frisson - sejamos justos, absolutamente fratenal e inocente - nas minhas eternas amiguinhas do Direito da Puc. Mas naquela noite, especificamente naquela noite, justamente naquela niote, optei pelo Polo Sport. O cheiro da minha adolescência, do Cord, do le Cap Ferrat, do Raga Store, mas não da Embaixada de Marte. Enfim, eu estava a mil. E com garra. Uma puta gana. Disposto a brigar pelo melhor. E também foi por isso que a velha camisa pólo rosalaranjada foi eleita o uniforme da noite. Podia dar tudo errado, mas eu ia com tudo. Pra golear.
Continua amanhã.

quinta-feira, novembro 11, 2004

Perdida em ZH, no meio da matéria do assassinato de um operário da construção da hidrelétrica de Barra Grande, está uma informação abismante, a qual uma amiga já havia me relatado ontem. Para construir a barragem da usina, uma área de 1,4 mil hectares de mata nativa será inundada. Acaso não haveria terras de agricultura ou pecuária para dar lugar à necessa´ria geração de energia? Encarnando o Paulo Santana: são mil e quatrocentos hectares de araucárias. São mais de mil e quatrocentos campos de futebol que desaparecerão. Milhares, centenas de milhares, de árvores criminosamente afogadas. É um verdadeiro floricídio sob as nossas barbas, financiado com o nosso dinheiro - com o dinheiro de bancos e organizações públicas de crédito. Desencarnando o Paulo Santana: tenho apenas 25 anos, mas lembro bem que, quando pequeno, era infinitamente mais fácil apreciar as araucárias na Serra. Visite Canela e Gramado hoje e erga as mãos ao Senhor se conseguir avistar um mato de pinheiro nativo. Daqui a uns anos, os turistas farão fila para tocar em uma última árvore sobrevivente. E nós aqui, parados. Confeccionemos imediatamente nossos cartazes e trepemos nas araucárias. Impeçamos o crime ambiental. Já !!!

quarta-feira, novembro 10, 2004

Trechos de matéria da ZH.
Falluja - "Durante alguns minutos, uma cacofonia de sons tétricos e estranhos tomou conta do campo de batalha urbano. As mesquitas da cidade anunciavam a guerra santa nos alto-falantes. (...) Como se não bastasse, as tropas americanas também se valiam de veículos com alto-falantes potentes para espalhar na noite músicas - quase sempre velhas canções do grupo AC/DC - que competiam com o cântico das mesquitas."

O bastião da resistência. A Falluja do couro cabeludo. Uma renitente área de nove dedos quadrados que rejeita qualquer tentativa de domínio - seja do pente, da escova, da mão, da água gelada. Isso desde que me entendo por gente. Mas o exército inimigo ainda tem esperança de domá-la. Nem que seja com uma máquina zero.

A propósito. Estava pensando. Os cabelos são como grama, né ? Digo, uns caem, outros nascem e assim por diante. Porque seria muito nojento pensar que algum fio meu existe desde a minha tenra infância. Argh, chega a me dar arrepio a idéia.

sexta-feira, novembro 05, 2004

Na esperança de obter um algo mais para uma matéria que estou fazendo, marquei uma entrevista cara a cara com um oficial da Brigada Militar. A estratégia era deixá-lo falar, não intimidá-lo com bloquinho, ganhar confiança, enfim, o de sempre. Não adiantou: conversamos por 90 minutos sobre inteligência na Polícia Militar e dali não saiu nada que me valesse para a reportagem. Ao fim do encontro, ele falou da inconveniência de matérias que revelam detalhes que atrapalham investigações. E concluiu que a culpa não era nossa - dos jornalistas -, mas sim das fontes policiais que falam o que não devem. Despediu-se tocando uma flauta:
- Por isso que você ficou uma hora e meia aqui, ouvindo eu te enrolar, enrolar, enrolar, e saiu só com o meu e-mail anotado aí neste bloquinho.
Fiquei vermelho.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Sendo bem direto: por que eu odeio coisas diet: porque, depois de ingeridas, deixam uma baba espessa - e um gosto ruim - entre a língua e o céu da boca.

terça-feira, novembro 02, 2004

E, incrível: parece difícil não simpatizar com o Verle. Acho que não existe alguém que o odeie.
Ontem, meu pai sugeriu que o blógui oferecesse notas de rodapé. Para explicar o que não está claro, o que carece de precisão. Como o post do Verle, por exemplo. Tremenda bobagem, tive de retrucar. O bom de um blógui é que ele não só comporta como se adequa às meias frases, ao non-sense. Com a desculpa de estar escrevendo para si, o blogueiro. Peraí. Escorreguei. Só o que faltava eu ter orgulho de ser nerd, agora. Tenho mais é vergonha ! Apaga "blogueiro" aí. Delete. Return. Voltemos. Com a desculpa de estar escrevendo para si (não obriguei ninguém a acessar esta merda), mas querendo efetivamente escrever para o mundo, o autor de um blógui se dá o direito de uma escrita descompromissada, sem a obrigação de uma nota de rodapé ou qualquer tipo de complemento. Isso é o bacana. Bacana. Bacana. Bacana. Ba-ca-na. Bacãna.
O post do Verle só existe porque não precisa de explicação (então por que diabos eu estou aqui a explicá-lo ?). Enfim. Mas tá difícil terminar este post, hein ? Quem sabe a gente bota aqui uma nota de rodapé lembrando que tudo isso está sendo feito no feriado, que não há o que fazer aqui em ZH, que o tempo que faltou para explicar o post do prefeito agora sobra ?
Voltando: o post do Verle só existe porque não carece de explicação. Porque num blógui a gente pode, em trinta segundos, no meio de um dia corrido, escrever uma coisa qualquer que venha à cachola. Que merda escrever um tratado sobre a insipidez do Verle, sobre o esforço do PT para escondê-lo, sobre as matérias que dão conta do aumento da dívida na prefeitura ! Bem melhor é escrever "e o Verle, hein" e deixar o amigo fazer suas elucubrações. Sorte daqueles que leram o post e logo se lembraram dele com o cocar na cabeça. Ou melhor: dele entrando de calçãozinho no Guaíba. Garanto que nem passou pela cabeça do Paulo Odone lembrar-se dessas coisas. Tivesse passado, não pediria notas de rodapé.
"O papel amassado ou molhado não pode ser reciclado. Tem de ir pro lixo orgânico"
Raquel Bernardon, engenheira química.

sexta-feira, outubro 29, 2004

Por que a propaganda eleitoral de rádio e TV termina na quarta-feira antes da eleição, no primeiro turno, e na sexta-feira, no segundo ? Falta de critérios...

quinta-feira, outubro 28, 2004

Na hora de viajar, ensina uma tia, PPP: passagem, passaporte, plata.
Para não esquecer das coisas que realmente importam nesta vida: CCC : celular, chave, carteira.

quarta-feira, outubro 27, 2004

E o João Verle, hein ?

quarta-feira, outubro 20, 2004

Do fabiano Goldoni:
"Parem de tentar me convencer que salada é bom. Todo mundo sabe que salada éobrigação e não prazer.Se salada fosse bom, os cartazes de buffet no centro seriam "buffet livre R$ 4,50 c/ duas saladas". Se salada fosse bom, a gente comeria um pouquinhomais de salada só de gula depois de se empanturrar nos restaurantes. Sesalada fosse bom, o MC Donnalds teria 8 saladas e 2 hamburgers e não ocontrário. Se salada fosse bom, os pratos-feitos teriam um pratão de saladae um pratinho de carne, massa, arroz, etc. E não o contrário. Se salada fosse bom, salada seria o prato principal e não SALADA!!!"

terça-feira, outubro 19, 2004

Na minha rua, neva no finzinho do inverno. É quando as folhas de jacarandá caem como se fossem flocos de neve. No início da primavera, a rua fica inundada - e roxa. São as flores da árvore que desabam na calçada e no paralelepípedo, são pisoteadas e atropeladas, e deixam o chão molhado e escorregadio.
A Jaime Telles tem destas coisas. Na minha quadra, tem duas pitangueiras - estão carregadas -, duas ameixeiras e uma laranjeira. No estacionamento onde deixo meu carro, há uma vertente. Água purinha, purinha vindo ao sol. No verão, eles aproveitam o desague para encher a piscina. Nas outras épocas do ano, plantam ervas na poça. À noite, os sapos fazem uma barulheira com o seu uéééééé uééééééé. Do lado da vertente, também tem uma horta e um pomar cheio de hortifruti.
Tudo isso tem tornado menos traumático o abandono da Aurélio Bit, que, aliás, já não é a mesma.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Sempre senti falta de um aparelhinho que certo que já inventaram, mas eu nunca vi no mercado: um dicionário eletrônico. Um aparelhinho pequeno, do tamanho da palma da mão, com um tecladinho, e que nos desse o significado das palavras.

Uma vez disse isso pro meu primo Dinho e ele, meio brincando, meio sério, rebateu a idéia. Que horror ! O bom é tocar, sentir o cheiro do papel, escutar o bum surdo de um Aurelião sendo fechado; o bom é folhear, se perder entre as palavras, sair à cata de um verbete e descobrir outro, procurar peia e achar peguilha, dar para cada consulta um rumo diferente e inesperado.

Eu não acho. Bom seria topar na palavra desconhecida, digitá-la no teclado e imediatamente receber a resposta. Ideal seria descobrir o significado e não ter de voltar uma frase sequer na leitura, inserindo-o logo no contexto do texto.

Tá, eu sei: é preguiça minha, mesmo...

terça-feira, outubro 12, 2004

Biscoito Globo com Matte Leão !

sexta-feira, outubro 08, 2004

Daqui a poucos dias, nós, jornalistas, teremos esquecido o Didi. A vida inteira, ele vai ouvir piadas dos colegas sobre o stripper que esfaqueou ontem à noite. Precisávamos dizer que a vítima era um michê, um profissional do sexo; que a circunstância era uma suruba, uma putaria, uma veadagem, uma baixaria generalizada ?

quinta-feira, outubro 07, 2004

- O se Yameda está por favor ?
- (ataque de riso). Yassuda !!!
- (ataque de riso)
- Não, não está.
- Obrigado. Tchau.
- (ataque de riso)
- (ataque de riso)
Com luta, com gara, a tera sai na mara !!!!!

segunda-feira, outubro 04, 2004

Eleições - Impressões

Nunca a oposição esteve tão perto da Prefeitura de Porto Alegre. Para chegar lá, entretanto, ainda é preciso atingir a excelência do PT nos programas de TV e rádio. Aguardemos.

Na eleição para vereador, dois fenômenos chamaram a atenção. Primeiro a Manuela, militante estudantil, ilustre desconhecida, que fez aquela puta votação. Mas vamos combinar: ela era queridinha na TV. Bem que mereceu. Segundo, o Ibsen, que estourou a boca do balão. Como eu queria conseguir quantificar as parcelas dos vinte e tantos mil votos que se deveram ao trabalho político-partidário, à popularidade no sala de redação e à vontade geral de se reparar uma injustiça.

Aliás, ontem ouvi o Ibsen dizer numa entrevista: "quem sabe não encerro minha carreira política como comecei...". Até parece que eles largam a cachaça assim.

Rapaiz, pobres desses candidatos que perderam ali, ali. O Schirmer, por exemplo, em Santa Maria. "Que coisa, hein, Macedo !"

Bah, que falta de moral da Marta. A mulher tem de ser muuuuito chata para perder assim pro Serra já no primeiro turno. E, na boa, é demais pro PT ter a Presidência da República e a ainda a prefeitura de São Paulo.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Já disse aqui que adoro pessoas absolutas ?
O Romário, por exemplo. Adoro o Romário.

domingo, setembro 26, 2004

Meu amigo, não faça como a Tica,
não transforme a sua vida numa montanha russa.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Uma candidata à vereança do PSDB no programa eleitoral de rádio e TV: "Petistas, tirem suas placas de cima das minhas !"

sábado, setembro 18, 2004

E eu queria tanto ser surfista, me tocar todas as sextas de noite para a praia e voltar só na segunda de manhã. Mas daí, primeiro eu resolvi ter medo de mar. E depois, decidi ser jornalista. De modo que me tornei este ser absolutamente normal. Assustadoramente normal.

quinta-feira, setembro 16, 2004

Meu amigo, aprenda: não compre o sabonete e o desodorante mais barato do mercado. Deixe para economizar no sal. Invista em um Dove, em um Nivea...

sábado, setembro 11, 2004

Segunda-feira, começo na reportagem da editoria de economia de ZH.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Faz pouco, a revista Época contratou, como cronista, no lugar do Mario Prata, uma gaúcha de quem eu nunca ouvira falar: Bibi da Pieve. Na primeira crônica publicada, a moça diz que o supermercado, mais especificamente o corredor de congelados, é o lugar ideal para encontrar homens solteiros, bonitos, bem sucedidos. Vou além. É também em meio às gôndolas que os rapazes podem encontrar o par ideal. Mais seletiva fica a busca se o passeio pelo súper for feito entre dez e meia-noite. Tem tanta gente jovem, bonita e atraente, que a Rafa não me deixa mais ir às compras sozinho. Em tempo: também não a autorizo a fazer incursões noturnas solitárias no Zaffari Cristóvão.

terça-feira, setembro 07, 2004

Piadinha do Belloc (ou ele achou que eu não iria creditar ?) :
Por que o sete de setembro sempre tem céu de brigadeiro ?

segunda-feira, setembro 06, 2004

Pergunta ela, para o instalador do ar condicionado:
- Não vai cair, né ?
- Não.
Então, tá.

sábado, setembro 04, 2004

Irrita-me horrores este gauchismo exacerbado, este orgulho de ser riograndense que temos. Isso que eu sou tri gaúcho, e sou tri portoalegrense e amo esta terra. Mas não saio por aí dizendo ou pensando que somos melhores que os outros. Foi de dar vergonha a abertura oficial da Expointer. Mais ainda a inauguração de portões, no sábado passado, quando quatro dançarinas do La Salle, de lenços amarelo, verde e vermelho e collant branco ressaltando a saliência mamária e as entranhas pubianas, apresentaram uma dança sexy, enquanto uma voz máscula contava que Deus criou este povo bravo e guerreiro. Mas fiquemos apenas com a inauguração oficial da feira. É deprimente que a cena mais bonita tenha sido a encenação de uma carga de lanças. Que orgulho bestial temos de nossas guerras ! Cultuamos uma revolução que foi uma verdadeira carnificina, matando milhares, pelo interesse de poucos, e mudando pouco ou nada a realidade local e brasileira. Isso sem falar na celebração do mau gosto que é aquele acampamento farroupilha que já deve estar começando no Harmonia. Um amontoado de gaudérios - boa parte nunca saiu do eixo Porto Alegre/Tramandaí - "enmalocados" num espaço minúsculo, fazendo lixo, enquanto a cavalhada bosteia. Ora bolas, cavalos no asfalto ! Pra quê ? E olha que eu sou tri gaúcho e sou tri portoalegrense e amo esta terra.
Manchete do Correspondente Ipiranga das oito da manhã de hoje:
"O feriadão de Páscoa começou com acidente na RS..."

quarta-feira, setembro 01, 2004

A cada edição da Expointer, me assalta a mesma idéia. Por que não mudar de vida ? Digo, mudar mesmo, deixar o resto para trás. São duas as possibilidades absolutamente realizáveis que me vêm à cabeça. Largar tudo e virar ovinocultor e largar tudo e virar dono de empresa de comunicação. Ambas me parecem muito simples. No primeiro caso, é só começar a ler um pouco sobre o assunto, fazer um cursinho do Senar e iniciar a criação de Texel na Barra do Ribeiro. Eu viraria um agroboy com um pouco mais de visão de marketing do que os que dominam o mercado. No segundo caso, é só largar a TVE, começar a fazer contatos com empresas e deu ! Quer sonho mais fácil de realizar do que o de ser melhor do que a grande maioria dos assessores de imprensa que estão por aí ? É roubar pirulito de criança. Fazer vídeos, revistas, boletins informativos, relises. Deixa comigo ! Nunca foi tão fácil ganhar dinheiro.

segunda-feira, agosto 30, 2004

A batalha final será entre os que usam e os que não usam bidê. Discorreria horas sobre o assunto aqui para defender os meus. Mas, definitivamente, este não é o espaço apropriado para escatologia.

sábado, agosto 28, 2004

Começo de Expointer é tão bom. Todo mundo circula feliz, fresco, bonito. Até quinta, o clima é de alegria no ar. A gente trabalha e se diverte - com igual tesão. Sexta, dia da inauguração oficial, a coisa começa a pesar. Com os julgamentos todos terminados, os remates já realizados, o clima é de fim de festa. Resta abrir o parque ao populacho, que, houvesse macacos em Esteio, daria pipoca aos macacos. Restam os rostos suados, cansados, e o olhar vazio de quem trabalhou a semana trabalhando. Que o tempo se arraste até o trago de quinta à noite. Que voe a partir de sexta.

sexta-feira, agosto 27, 2004

O tremor do vidro fazendo cafuné na cabeça, o sol esquentando o rosto, o ar condicionado esfriando o corpo. Adoro andar de lotação !

quinta-feira, agosto 26, 2004

Gosto de pessoas que comem bolo Alpes com Toddynho na rua.

quarta-feira, agosto 25, 2004

O Exército indeferiu o pedido de entrevista sobre o dia do soldado feito pela FM Cultura.

terça-feira, agosto 24, 2004

Meu fim-de-semana em meio às coxilhas do Itacurubi foi de muito sossego e risadas. Remexendo em fotos antigas guardadas na fazenda, achei algumas coisas históricas e engraçadas, como minha mãe e minhas tias refesteladas, tomando sol na Granja do Torto, quando os Goulart mandavam por lá e eu nem era nascido. Mas a mais legal mesmo é uma foto do Brizola com o Rock Hudson, os dois conversando, lado a lado, em um avião, o ator todo interessado, "fazendo zoinho" pro velho caudilho. Imaginem o papo: "Rock, esta coisa de dar o rabo não tá com nada, compreendeu ?".

Outra coisa engraçada foram uns versos, que não entendi se eram uma espécie de hino das meninas sãoborjenses na década de 50. Seguem:

Em praça de São Borja
Nós fomos passear
Veio uma turma de brotos
E queria nos apanhar

A turminha vaiou
Eles encabularam
Foi um big show
E eles se acabaram

Ei, Oriental
E, e, ei Oriental

sexta-feira, agosto 20, 2004

Este teleblógui da rede Vodamóvel está fora da área de cobertura ou temporariamente desligado. Tente mais tarde. Amanhã. Não. Segunda-feira. Talvez, terça. Quando voltar o bom humor. E a inspiração. Tu tu tu tu tu.
- Saldo do show do Seu Jorge, ontem, no Opinião -
R$ 40: dois ingressos.
R$ 5: flanelinha, que brigou comigo porque não dei R$ 10.
R$ 28: três cervejas, dois refris e um nuggets.
Visão do show nula e audição prejudicada, devido à superlotação.
O carro semi-arrombado (serviço incompleto).
Lucro: Nenhum tiro no pé.

quarta-feira, agosto 18, 2004

De repente, nossos rádios começam a ser invadidos por vozes nunca ouvidas, por narrações apoteóticas de esportes desconhecidos, e vocês começam a torcer e se emocionar a cada mísera medalhinha que o Brasil disputa em Atenas, e ainda cobram quando nossos até ontem anônimos compatriotas - e agora ilustres celebridades, gloriosos brasileiros - não chegam ao pódio. Isso é muito patético - não no sentido formal da palavra, mas no que o uso repetido lhe conferiu, talvez inspirado nas Olimpíadas do Pateta.

Alías, "escutar" Olimpíadas no rádio é deprimente.

terça-feira, agosto 17, 2004

Gurias: verdade que água oxigenada faz crescer os pêlos ?
Se a sua mãe, como a minha, ainda não lhe contou, eu o faço: fogão não se limpa com a parte áspera da esponja, que arranha o inox. Sacou ?

segunda-feira, agosto 16, 2004

1) Na Bazkaria - pizzaria que fica ali na Rua Comendador Caminha, junto ao Parcão -, peça uma "cestita" e uma jarra de sangria. Combinado ?

2) Abriu uma pizzaria na Rua Padre Chagas. Tem forno a lenha e fica naquela casa que abrigava o Kazuka. Ainda não experimentei.
Vá a um shopping center. Melhor: vá a algum supermercado. Repare: o que tem de homem feio com mulher bonita ! Bom, a começar pelo meu caso...

quinta-feira, agosto 12, 2004

Tá, mais jingles from Jana:
"Mais de três mil itens e (?) alimentos pra você: Vodka, azeite, chocolate, maionese, detergente e muito mais. Telentrega gratuita pra lhe satisfazer. Atacado Letícia..."
E eu posso estar maluco, mas eles mudaram o novo jingle. Antes, era assim: "Quando a Letícia chegou, o atacado mudou, sua vida com Letícia melhorou". Daí, eles viram que era muita pretensão achar que uma distribuidora de alimentos que a gente só conhece por causa de saquinhos de açúcar mudara a vida de todos os ouvintes. Agora, ficou assim: "Quando a Letícia chegou, o atacado mudou, a vida de quem compra Letícia melhorou".
- Quer mandar um alô para alguém ou só para curtir ?
- Só para curtir.
Vocês já devem mesmo ter notado. Eu não sou um cara de palavra. Perdoem-me.

quarta-feira, agosto 11, 2004

A Letícia Distribuidora de Alimentos tem um namorado: o Claju Distribuidor de Alimentos. Quem quiser conhecê-lo vai ter de ir até a Avenida Piauí, na Zona Norte de Porto Alegre.
Relutei por um bom tempo em fazer a pergunta - é como se eu soubesse a resposta. Hoje, não resisti. E sim, o Bigode morreu. Fiquei triste. Tudo bem, era só o dono do estacionamento Genérico, alternativo ao oficial da PUC. Tudo bem, eu pouco falava com ele. "E o teu Inter, hein ? E esta chuvinha que não pára ? Calorão desgraçado ! Bah, hoje tenho prova, correria. Ah, que tu não achavas que eu conseguiria colocar nesta vaga ! Fica com a chave, cuida lá, Bigode ! SUS é brabo, mesmo. Não te preocupa, o Clínicas é show de bola". Tudo bem, tudo bem, mas eu sinto falta.

Um papo que eu evitava com o Bigode era política. Ele era PT fanático, de colocar bandeirinha no portão de casa e tudo. Num Fórum Social Mundial, pichou, no asfalto da rua, um enorme "Alca No !". Na volta às aulas, veio me contar, todo orgulhoso. Respondi que ficara muito afudê. É capaz de estar até hoje lá, a pichação.

Até gostaria de saber como foi, quando foi, mas não tive coragem de perguntar os detalhes da morte do Bigode. Sei que deve ter sido horrível. Em poucos dias, ele apareceu com um tumor do tamanho de uma laranja no pescoço.

Ao menos, o Bigode deixou lá sua herança para a família: o rentável estacionamento. No início, ninguém se arriscava a colocar o carro ali. Quem é que deixaria a chave pro proprietário daquela maloquinha ? Depois, o Genérico, capitaneado pelo nosso falecido amigo, foi progredindo, o povo foi ganhando confiança. Hoje, a sede do negócio não é mais um barraco, mas três confortáveis casas e mais um galpão. A mulher do Bigode cuida de tudo.

segunda-feira, agosto 09, 2004

Negócio é o seguinte. Ou é Orkut ou é Multiply. Ou é ICQ ou é Messenger. Decidam-se.
O Motel Taiko, na Sertório, é - definitivamente - o melhor da cidade. Talvez seja o único a manter algum bom gosto na decoração e iluminação.
Se vocês querem comprar eletrodomésticos com desconto, podem ir lá no Armazém Colombo, na Frederico Mentz, que só vende ponta de estoque - produtos que resistiram a feirões, fora de linha, com pequenos defeitos ou recuperados de clientes inadimplentes. Já vou avisando, nem precisam ir ao Depósito Manlec. Além de ser um pouco mais caro e não trabalhar com equipamentos retirados dos maus pagadores, vocês evitam de passar pela Baltazar de Oliveira Garcia - endereço da loja. Aliás, para quem não gosta da Assis Brasil, o que dizer sobre a Baltazar ?

sexta-feira, agosto 06, 2004

Estou a mil, quase entrando em curto-circuito. Me segurem lá na esquina. Alguém me pára, pelamordedeus !

quinta-feira, agosto 05, 2004

Um calor danado e lá estava o professor de gravata, paletó, todo empertigado. Como pode, hein ? Ninguém mais se irrita com isso, não ?
Uma amiga vai ficar por aqui durante as férias de 10 dias que pediu. Dei algumas sugestões de programas.

caminhar no mercado público, passear lentamente pela rua da praia, pedir um café no cataventos, tomar sol no gasômetro, beber caipirinha de tarde no café do porto, assistir à sessão das duas, comprar na bamboletras ao meio-dia, gastar naquela loja de artigos indianos da república, tirar uma sesta nos brinquedos de madeira do parcão (o sol deixa-os quentinhos), comer um açaí de manhã, comprar radinho na galeria do rosário, provar um drink no café moeda, almoçar no le bistrô.
Visitem o site do pai:
www.pauloodone.com.br

quarta-feira, agosto 04, 2004

From Jana:

Comprei tudo pra minha casa na Benoit, minha família ficou mais feliz. O meu vizinho morreu de inveja porque era tudo o que ele sempre quis. Uma casa moderna, e pagando uma pequena prestação. Benoit, Benoit...

Latina, Latina, Latina.Latina, Latina, Latina.Latina, Latina, Latina.Certeza de combustível puro.Iéaaaaaaaa

(blablablalbla) mas o solado eu sei que era Amapá. Há meio século pisando forte, de sul a norte deste brasilzão... a base sólida do caçado brasileiro, o ano inteiro é a Amapá. De leste a oeste, de norte a sul, o Brasil todo vai cantar (dançar??) com solados Amapáááááá

Tramontina é tudo, tudo o que você imagina.Tramontina é tudo, Tramontina é Tramontina.

Ronda Biz, com tudo ela combina, só não combina com posto de gasolina.

Tintas Killing agradecem a você, pintor, que escolhe a qualidade das cores, da ..., obrigado a você.Tintas Killing têm mais durabilidade, excelente rendimento e perfeito acabamento.Tintas Killing, um mundo maravilhoso de cor.

terça-feira, agosto 03, 2004

Da série jingles:
"É meu, é meu, o Canoas Shopping é meu."
"Off Paquetá é 39,90."
"Se eu ando meio assim, eu vou pro meu jardim."
"...tomografia helicoidal é na Tomoclínica(?) Canoas." (este resgatado pelo Davi Coimbra, dia desses.)
Achei que eles já tinham aprendido que militantes de aluguel fazendo bandeiraços nas rótulas não funcionam.

segunda-feira, agosto 02, 2004

Estou gravando um TVE Reporter sobre colecionadores. Alguém conhece algum, de preferência que colecione algo meio bizarro ?

sábado, julho 31, 2004

Toni da Gatorra vai se apresentar no Ratinho !

sexta-feira, julho 30, 2004

Como podem os seios balançar se a blusa está apertada ? Acho que a blusa não está apertada. Definitivamente, a blusa está com o botão aberto na altura do busto. E apertadinha na barriga.

Anteontem, pedi meu reingresso no Direito da PUC, para não ser jubilado. A matrícula para o semestre ? SETECENTOS E SETENTA E CINCO REAIS !

Ontem, fui fazer a matrícula. Foi um pouco estranho. Passei pelo estacionamento do Bigode, o genérico, junto à vila, onde eu sempre colocava meu carro. Na casa contígua ao muro dele, tinha batuque toda terça à noite. Dava medo. Custava 1,50 para deixar meu Golzinho roxo ali. Hoje, a plaquinha avisa: R$ 2,00, se eu quiser estacionar meu Celtinha vermelho. Quando deixei a PUC, o Bigode estava com um problema sério - um tumor do tamanho de uma laranja no pescoço -, às voltas com internações e SUS e coisas e tals. Não tive coragem de entrar ali ontem e perguntar por ele...

Na entrada do prédio do Direito, as cenas me eram familiares. Aquelas mulheres grandes - ou pequenas que parecem grandes -, um tailleur ajustado, os seios balouçando por baixo de uma blusinha apertada, pastas como se fossem processos apertadas contra o corpo, e fundamentalmente, passos firmes e determinados sobre saltos sempre altos. Me dão medo, essas mulheres. Algumas querem ser delegadas.

Na hora da matrícula, me fiz de idiota. Adoro brincar de me fazer de trouxa, frente à burocracia. Quantos semestres são ? Para que sala devo me dirigir ? E agora ? E agora ? Senha ? Que senha ? Oh, que pena, querida, quer dizer então que não vou poder fazer a matrícula, sua babaca (por que só meninas querem ser monitoras ?) ? Ah, tem de chamar a monitora chefe... Eu espero. Enfim, um sorriso. Quanto é a mensalidade ? Não sabes ? Ah, entendi, tu fazes fisioterapia, odeia advogados. Mal sabes que eu também não os amo. Tchau. Agora, vou para onde ? Última sala à esquerda. Okey. Ah, era "última", né ? Putz, entrei na penúltima. Se não fosse tu me avisares de novo, hein, amiga babaca ! Valeu mesmo. Quantos semestres são ?

Na hora de ir embora, dejavu. Como se escreve isso ? Pronto, minha tia Bebé, francófila, acabou de me dizer: déjà-vu. Enfim, aconteceu que fui até o estacionamento, peguei meu carro e me dei conta: não tenho dinheiro. Cadê a Mari Hauschild, a Lê, a Muri, a Aline, a Helena, o Marteli, para me emprestarem dinheiro ? Onde tem caixa Banrisul ? Ah, é mesmo, no quinze, obrigado, senhor. A máquina da direita é só para extratos, a da esquerda aceita saques, amigo. Disso eu entendo. Aqui, estou em casa. Sou um filho da PUC. Mas quando, enfim, vou embora, o cara do estacionamento me cobra preço de visitante: R$ 3,25. Tchau. Nos vemos quartas e quintas, às 21h15. Filosofia do Direito. Que tal uma cervejinha depois da aula ? Dado Pub é legal.

quinta-feira, julho 29, 2004

A polícia prendeu ontem um dos carinhas que participou da destruição do ônibus da Expresso Rio Guaíba, ontem, na Vila Santa Rita. Fui fazer a matéria e o preso, que é guarda municipal em Porto Alegre, quis falar. Disse que era uma injustiça, que foi conferir o protesto apenas como curioso. A editora optou por levar ao ar a sonora. Hoje, abro a Zero Hora e está lá o nosso amigo empurrando o ônibus barranco abaixo. Cara-de-pau !

Mesmo assim, eu fiquei com pena do cara. Deve ter entrado de gaiato na depredação coletiva e acabou no Presídio Central.
Comercial, acho que de um consórcio de imóveis, na Guaíba:
- Mestre, que que é preciso para ser tranqüilo como o senhor ?
- Karatê ! (em voz de zaponês)
- Karatê ?
- É. É preciso o cara tê um imóvel próprio como eu.

quarta-feira, julho 28, 2004

McDonalds é tudo nesta vida.

terça-feira, julho 27, 2004

As duas coisas mundanas mais dolorosas do cotidiano, segundo a Rafaela:
- Acordar-se de manhã cedo.
- Fazer regime.
Concordo.

Comunicado do jornalista Rodrigo Müzzel, divulgado nesta manhã:
"Não sei bem como contar isso, mas... er... ok, fiz um blog.  Acessem lá www.mblog.com/walrus. Gratíssimo."
Filipe Maia, tenho impressão de que este será "relevante".

segunda-feira, julho 26, 2004

Um bom roteiro e ótimas sacadas não bastam para se fazer um baita filme. Pra quem não entendeu, estou falando de "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças". Aliás, que nomezinho...

Falando nisso, o Emiliano uma vez me ensinou: o "momento A" de um filme é a cena em que se explica o porquê do título da produção e a gente faz "aaahhhhh...", em sinal de que agora, sim, entendeu.

Como diz o meu amigo Tim Maia, a vida vem em ondas como o mar. Na sexta-feira, veio a série. Praticamente (ainda falta assinar o contrato) fechei o aluguel de um apê e chegou meu tão esperado brinquedinho: uma máquina digital Pentax Optio 555. Uau !
1) Tem fotos novas no Fotologuidotião. Um monte do Churras no Vicente e uma do meu provável apê.
2) O fotki permite o máximo de 10MB por fotológui. Cheguei ao meu limite. Como posso resolver este impasse ? Criar o Fotologuiodotiao2 ? Vocês o acessariam ? Alguém tem outra sugestão ?

 

O filme termina e a platéia não deixa as poltronas. É sempre assim no Guion ou nas sessões de filmes cult do Moinhos e do Unibanco Arteplex. E então eu me pergunto: por quê ? Será que meus parceiros são tão intelectuais que precisam saber quem segurou o pau de luz durante as filmagens ("bah, Jefferson Hewitt, só podia ser ele, bem que eu notei, o mesmo que foi auxiliar de iluminação em ´O Ilusionista´", brincou o Rodrigo Muzzel no final da sessão das oito do Guion ontem à noite). Ou será que permanecer sentado, lendo o rol, é um sinal de respeito a todos aqueles que participaram de uma produção (inclusive a servente incompetente que deixou o cafezinho cair no colo do ator principal). Por favor, amigos cinéfilos, o auxiliar do diretor de figurino do filme francês cagou e andou se vocês ficaram um minuto em silêncio reverenciando-o no coração da Cidade Baixa ! E confessem: vocês nem conhecem Jefferson Hewitt.

quinta-feira, julho 22, 2004

Vocês sabem, né?, que a minha monografia de conclusão de curso foi sobre as moças do tempo na televisão. Patrícia Poeta, Fabiana Scaranzi e Cia... Pois é. A previsão meteorológica está cada vez mais ridícula na TV. No Jornal da Band, tem uma menina que fica andando de lá pra cá uns dois minutos no ar, que nem uma putinha da volunta, empurrando os gráficos na tela e ainda fazendo "zoinho" para o telespectador no final do quadro.

quarta-feira, julho 21, 2004

As estatísticas da Secretaria de Segurança ainda estão numa caixinha preta. Apesar das palavras do Secretário José Otávio Germano, que, quando assumiu, prometeu, sabiamente, facilitar o acesso da imprena aos números, obter dados mais precisos sobre criminalidade continua sendo tarefa para o James Bond. Semana passada, solicitei o número de assaltos no bairro Moinhos de Vento em algum período recente. Foi um tal de fala com Fulano, não sei se temos, vê com a Polícia, vê com a Brigada, tenho de verificar com a chefia, talvez não seja seguro liberar isso, pede autorização pro Beltrano...

A propósito: liberar o mapeamento geográfico da criminalidade em Porto Alegre mexeria com o mercado imobiliário ? Acho que sim. Veja bem. Eu estou procurando apartamento para alugar. Se soubesse que Petrópolis é mais violento do que Bom Fim, provavelmente preferiria a zona da Osvaldo à da Protásio. Ou, pelo menos, pagaria menos por um apê na Ijuí.

Mas, para saber isso, só com estatísticas mesmo. No bate papo de bar, já ouvi que Bom Fim é seguro e que é violento. Que Cidade Baixa é seguro e que é violento. Que Petrópolis é seguro e que é violento.

De minha parte, sempre tenho a impressão de que as zonas mais agitadas são mais seguras.
Mais um que nós todos odiamos: o manobrista do estacionamento que fica na Duque, ao lado da Champanharia.
Tem novo blog na praça. Como é de um colega muito espirituoso, o Gustavo Ibarra, acho que esse vai render. Ainda nem li os posts do cara, mas se bem o conheço, aposto que contêm pérolas do cotidiano, gastronomia e cultura campeira. Confere aí: Armarinho de Alfarrabios.

terça-feira, julho 20, 2004

Noite escura - não há lua nem estrelas no céu de Viamão. Os adolescentes brincam num rádio amador.
 
- Alô, aqui é Fazenda Ross Campos. Alguém me ouve ?
...
- Falando Sítio Pindorama. Alguém me escuta ?
...
- Por favor, alguém tem a frequência da polícia ?
...
- Se não, pode ser a dos Bombeiros mesmo.
...
- Meidei ! Meidei !
...
- Ei, se tem alguém aí, pode me passar a frequência de um navio ?
...
 
E nada de respostas. Só chiado. Foi-se a madrugada. 
Alguém me explica por que a maçã, em vez de saciar, estimula o apetite ???

domingo, julho 18, 2004

É muito triste, mas é verdade. Aconteceu semana passada, em Porto Alegre. Um yorkshire  morreu, depois de tomar um pau de uma gangue de poodles.

sexta-feira, julho 16, 2004

Litígio entre vizinhos:
 
"... e, pasme!, Senhor Juiz, as fezes do felino foram parar na piscina."
...para descobrir, na sexta, que o melhor era aquele que você viu na segunda, e que agora já está alugado.

quinta-feira, julho 15, 2004

Nada pode ser mais irritante do que a tua própria namorada introduzindo o teu próprio pai no Orkut no computador do teu próprio quarto.

quarta-feira, julho 14, 2004

Procurar apartamento para alugar é um desespero. Primeiro, você seleciona uns dez ou quinze para olhar, depois de conferir algumas centenas de opções nos Classificados e na Internet. Fazer a triagem não é fácil. Este está novinho, uma beleza, banheira de hidromassagem, lá no bairro Intercap. Este outro, na frente da Barbarella e do Puppi Baggio, no coração do Moinhos, delícia, não fosse a vista para o varal do vizinho e a umidade que escorre das paredes. Agora imagine que, para ver cada um, você tem de ir à imobiliária solicitar as chaves, que seguidamente estão com outros pretendentes. Calcule: sair de casa, ir a uma imobiliária, pegar duas chaves, ir a outra, pegar mais uma chave, ir a um apartamento, a outro e a outro, voltar à imobiliária um, entregar as chaves, voltar à imobiliária dois, entregar a chave. E foi-se a sua manhã. Se você trabalha à tarde e acorda cedo, conseguirá ver todos os imóveis em uma semana. Começa na segunda e termina na sexta, quando descobrirá que o melhor de todos era aquele que viu na segunda, mas que agora já está alugado. E lhe restará a única alternativa de esperar mais um domingo, mais um classificados, mais algumas centenas de alternativas, de onde será garimpado algum imóvel novo na praça, que, se você não visitá-lo e reservá-lo ainda no sábado, o perderá para algum outro infeliz.
Saco cheio...
Este calorzinho no inverno e tive a impresão, por um instante, de estar no Rio de Janeiro. Era só cruzar a 24 de Outubro, andar mais uma quadra, e ia dar na Av Atlântica.

Hoje foi o dia mais úmido da história de Porto Alegre.

terça-feira, julho 13, 2004

Nunca eu fui a um banco sem pegar fila.
Várias vezes na fila do banco eu tive vontade de sair xingando e chutando todo mundo pela frente, de tão irritado com a espera.

segunda-feira, julho 12, 2004

Olha, você pode até tomar refri diet, pode até mesmo dizer que gosta de refri diet, eu perdôo, agora, se você disser que refri diet é "igual" a refri normal, vai me desculpar, você não desenvolveu o sentido do paladar.
Não exixte fazer regime sem passar fome. O resto é blá-blá-blá "nutricionético". Ninguém emagrece sem sofrer. Não há dieta que não implique em renúncia. Ninguém perde peso sem pagar o preço. Como bem alertou a Tica, isso não existe. É mentira, pode esbofetear a sua amiga que disse não ter feito nada para perder 10 quilos. Analisemos uma dieta padrão. No café-da-manhã, uma fatia de pão com queijo ou geléia, uma xícara de café com leite e um pedaço de fruta. Ora, se eu como pão com queijo, me dá vontade de comer depois com geléia, se eu como com geléia, sinto falta do queijo, se eu como metade de cada jeito, dá duas mordidas pro doce e duas pro salgado; quando a coisa fica boa, pum !, terminou, e ficou só a coceirinha no estômago. E ninguém é ingênuo para pensar que será um kiwi que irá retirá-la. Isso sem falar que o café com leite só vai acirrar a fome. Muito bem, aí, o profissional vai receitar-lhe um lanche da manhã (eles inventaram que isso é bom): uma fruta. Desde quando fruta é lanche ? E desde quando a gente consegue comer "uma" fruta. Digamos que você parou na sinaleira e comprou bergamota. Pra começar, você comprou "dois" sacos (porque um é dois, dois é três), ou seja, 16 unidades. Com tudo isso no banco do lado, só na cabeça do nutricionista que você vai descascar "uma" fruta, sentir o gostinho doce e gelado na boca e não vai querer abrir outra e outra e outra. No almoço, receitar-lhe-ão um bife, salada à vontade e uma colher de cereal. Ou seja, se você quiser comer arroz e feijão, tem de comer meia colher de arroz e meia colher de feijão. Calcule: apenas uma, a cada cinco garfadas de bife, poderá ser acompanhada do arroz com feijão. As outras quatro terão de ser no seco. Salada é à vontade, mas, você sabe, quanto mais alface você botar pra dentro, mais comida de verdade você vai querer ingerir. Olha, já estou me irritando com este papo. Não adianta sofrer por antecipação. Vou lá comer um negrinho.
Não tenho heróis.
Não tenho inimigos.
Não quero uma ideologia para viver.
(Ainda bem.)

Não me interpretem mal. Gosto do Cazuza. Apenas somos de gerações diferentes.

sexta-feira, julho 09, 2004

Acabei de descobrir. Não sou só eu. Floresce na cidade um ódio que só encontra precedentes na bronca geral contra o alemãozinho que vendia CDs na Multisom do Iguatemi. O novo alvo da raiva coletiva é o porteiro do Shamrok.
Me identifiquei barbaridade com o artigo do Cleber Benvegnú, página 21, ZH de hoje. Sempre me senti um rebelde.

quinta-feira, julho 08, 2004

Ontem à noite, estacionei meu carro a uma distância de um dedo do da Rafaela, para não atrapalhar a vizinha do box da frente. Apesar de estarem os dois com os respectivos freios de mão puxados, hoje, os Celtas vermehos amanheceram grudados - bunda com bunda. Copularam ! Só pode ser, transaram, fizeram amor, sexo casual, pelo menos. O que me preocupa são as crias. Quantos Celtinhas vermelhos vão nascer ? Quanto tempo dura a gravidez de um automóvel popular ? Onde será a gestação (espero que o útero dos carros seja no porta-malas) ? Quando os carrinhos nascerem, devemos aninhá-los no calorzinho do motor ? Ai, meu Deus, são tantas dúvidas. Se bem que há a possibilidade de o coche dela não estar em período fértil, não ?

quarta-feira, julho 07, 2004

Você não precisa ser veterinário para saber que, se um cão faz cocô mole, arrasta o rabo no chão e come grama, ele está com vermes.

terça-feira, julho 06, 2004

A propósito 2: por que o Daniel Oliveira não fala ass im - que nem o Cazuza, o Lula e o Palocci - no filme O Tempo Não Pára ?
- Camiseta básica Triton com inscrição "love me for ever": R$ 39.
- Camisetinha básica Triton, de presente para a Rafa, com inscrição "love me for ever", embalada em uma latinha vermelha com o slogan "love and fuck me": R$ 39.
- Calça de brim Zapping: R$ 95,40.
- Camiseta de manga comprida amarela e preta Zapping com estampa de monstros: R$ 46,60.
- Ana, Carol, Déia, Sabrina e Jú Fanta Uva te atendendo e te paparicando na Quincy: não tem preço.

segunda-feira, julho 05, 2004

A propósito: por que a gente tem de gritar Jerônimoooooo quando a árvore cai ?
Resolvi andar no tal trenó alemão que desce o morro por entre as araucárias e por sobre as cachoeiras, em Canela. Não é lá uma montanha russa da Disney - embora seja bem mais emocionante do que o Teleférico do Caracol, aquele -, mas provavelmente será uma adrenalina para a sua mãe, por exemplo, caso ela se aventure. Assim mesmo, acho que vale os onze pilas. Quem quiser tentar, passa aqui antes:
Alpen Park. Ah, a Rafa preferiu não experimentar.
Entrei no Café Canela e vi uma Bohemia 600 ml sendo consumida na mesa ao lado. Só apontei para a garrafa e o garçom entendeu que era a minha pedida também. Tomei o primeiro gole e me caíram lágrimas, tão gelada, saborosa e encorpada estava a cerveja. Só depois fui ver que era aquela de trigo, que não sei se ainda estão fabricando. Que pecado se não o estão !
Ganha um presentaço o amigo que conseguir instalar, no meu computador, o programinha de um gravador de áudio que eu tenho aqui em casa. Aos profissionais do ramo, o pagamento estimado é de R$ 50,00.
Fondue I
Quer saber se um amigo é louco ? Fácil ! Leve-o a um fondue. Peça de chocolate. Eles vão trazer um monte de frutas para mergulhar no caldo - inclusive morango, uva, banana e maçã. Se o cara enfiar o garfo em um pedaço de mamão, é porque não bate bem.
Fondue II
Há outros melhores e mais caros, piores e mais baratos. Mas continue indo no Maison de la Fondue. É o melhor custo-benefício de Gramado.

quinta-feira, julho 01, 2004

Câmeras de vídeo não podem entrar no centro de pesquisas da HP instalado no Tecnopuc. Duas vezes tentamos, sem sucesso, fazer matérias lá. Sabem como é, nestes tempos pós-modernos, a espionagem pós-industrial é sempre uma ameaça... Vai que o cinegrafista utilize o super-hiper-optio-zoom do equipamento e capte todos os códigos secretos escancarados nas telas dos computadores. E depois ainda os envie para os russos, digo, para os indianos. Ou vai que a matéria revele para a Dell os equipamentos utilizados no centro concorrente e a quantidade de funcionários que trabalham ali. A menos que... A menos que eles estejam enjaulados lá dentro, alimentados com pastas, seviciados quando não cumprem a carga de 20 horas de trabalho por dia, lobotomizados. Ai, que medo. Me ajudem ! E se Eles descobrirem meu blog ? Estou ralado. Teletransportar-me-ão para um lugar desconhecido. Por favor, amigos, se eu sumir, avisem a polícia. Vocês já sabem os responsáveis.


...e o Belloc ainda tem medo do Orkut... tsc, tsc.
- Mãe, tá chovendo demais. Dá para não ir à escola hoje ?
- Dá, filhote, dá... Vem cá que mamãe vai preparar um Nescau quentinho pra ti.
- Que é isso ? Não senhora ! O guri, vai pro colégio, sim. Te arruma, que eu vou te levar, rapaz !
- Ah, pai.
- Nem A, nem B, nem C. Já !
- :(
Agora é irreversível.
Meu pai é candidato a vereador.
Já tem número e tudo.
Antecipo-me pedindo vossos votos.

PAULO ODONE - 23123

Lembrar-vos-ei mais perto da eleição.

terça-feira, junho 29, 2004

O fim de tarde no Marinha.
Como pano de fundo, o pôr-do-sol vermelhazularroxalaranjado.Na pista, os skatistas sobem e descem, lisos, as ondas de concreto. Na grama, o violeiro toca Bob Marley, os amigos fumam uma ervinha, os pombinhos refestelam-se na canga, o malabarista se exibe. Ah, e uma ípi (sic) brinca com aqueles tchacos de pano, sem correntes, achando que está no filme Hair.
Uma coisa perfeita ? Fim de tarde na pista de skate do Parque Marinha do Brasil, num dia de verão em pleno inverno.
Tenho um defeito. Uma compulsão, uma mania, quase uma doença. Não gozem, é sério. E não contem pra ninguém. Começou no colégio. Tá, vou confessar: eu roubo canetas.
Acabei de fazer milhões de testes na IstoÉ. Os resultados ?

- Se fosse um cão, seria um Pit Bull.
- Se fosse um filme, seria "Entre Quatro Pardes" (amo esse filme).
- Se fosse um animal de estimação, seria uma serpente.
- Se fosse sei lá o quê, seria o Peter Pan.
- Se fosse um astro de rock, seria a Rita Lee.
- De zero a dez, meu nível de molecagem é sete.
- Se pudesse escolher, viveria na idade contemporânea.
- Sou altamente sensível.
- Sou engajado.
- Sou exibicionista.
- Não sou um craque de bola.
- Minha marcha na cama é a segunda (boa de subir lomba).
- Sou um atleta na cama.
- Na cama, sou Junior (não entendi direito se sou o Junior irmão da Sandy ou se sou apenas um aprendiz).
- Quando o assunto é o corpo, sou preguiçoso.
- Morrerei aos 71 anos.
- Tenho um coração generoso e não guardo ressentimentos.
- Sou independente e hábil para ocupar cargos de chefia.
- Sou quase compulsivo.
- Meu índice de ser humano é 0,68 (o super-humano teria índice igual a 1. Mas, em
média, uma pessoa teria esse fator entre 0,84 e 0,94. Abaixo disso, é preciso parar para analisar que atributos humanos você está deixando de desenvolver).

Não tem um testezinho para ver se eu sou louco, não ?

Flávia, Rosele, Lella, Camila, Solon, Laura Futuro e todos que gostam de testes: passem lá na IstoÉ - tem vários. A propósito, se eu fosse um cão, seria um Pit Bull. Grrrrrrrr. Au Au Au. Se bem que eu tenho certeza de que seria um Fox Terrier Pelo de Arame. Pensando bem, não faz muita diferença.

segunda-feira, junho 28, 2004

Tenho uma relação paradoxal com o mar. Por um lado, ele me atrai,
fascina, chama. Por outro, me atemoriza, apavora, espanta. Uma das
minhas maiores frustrações é não surfar. Poucas sensações são tão
boas quanto boiar no "out". O sobe e desce das ondas - gordas,
macias, carinhosas - extasia. É como um retorno ao útero, diria um psicanalista - e com razão (que é o Oceano senão o útero da Mãe Natureza ?).
Pena que, ao contrário dos surfistas, não posso fruir este prazer por muito tempo (isso quando posso). Na verdade, boiar fora da arrebentação, só quando o mar está calmo. E mesmo assim, ele me bota medo. É afável até chegar a série. E posso avistá-la de longe. A vaga se formando, o nado frenético em sua direção, a respiração asmática, o pavor estampado no rosto e refletido no descompasso das braçadas. No pensamento, a onda se transforma num Tsunami que vai me levar, e depois varrer cadeiras, chinelos e crianças na beira da praia. Não lembro de alguma vez ela ter estourado na minha cabeça ou me destruído. Mesmo assim, nunca permaneci no mar depois de enfrentar uma série. Também nunca deixei de avançar até o “out” quando isso é possível.
Quando estou no mar, medo e fascínio travam uma batalha dentro de mim. Normalmente, o duelo termina empatado. E o êxtase produzido pelo sobe e desce das ondas, o entregar-se à natureza, é sempre um gozo momentâneo, sobre o qual, inevitavelmente, paira a ameaça da série, do vagalhão, do Tsunami que se formará no coração do Oceano para vir tirar minha vida.

sexta-feira, junho 25, 2004





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia


Brizola segue morrendo. Pelo menos enquanto o hino da legalidade ecoa na minha cabeça.
Fui fazer uma reportagem no União sobre o Campeonato Estadual de Ginástica. Daiane dos Santos estaria lá para falar com a imprensa. Entrei no clube e logo encontrei a pequena dando entrevistas para uns colegas canetinhas. No final do papo, conversei com ela.
- Tu vais ficar aqui a tarde toda ?
- Por quê ?
- Porque quero te entrevistar daqui a pouco.
- Já falaste com o Haroldo ?
- Sim, está tudo combinado com a assessoria de imprensa.
- Mas eu não vou passar a tarde falando com vocês. Vamos ali embaixo que eu vou dar uma entrevista pra gaúcha agora.
Chamei o câmera. Fomos ao encontro do Haroldo.
- E aí ?
- Corram ali embaixo, que ela está falando com a rádio. Aproveitem, que o advogado dela não quer que ela dê mais entrevistas.
Descemos. Daiane ao microfone da gaúcha; o assessor de imprensa e o rábula a discutir.
- Desculpa, Sebastião, o advogado não quer mais que ela fale - disse o Haroldo.
- Semana que vem a gente marca uma coletiva - disse o engravatado.
Irritado, achando tudo aquilo absurdo - afinal, o clima era tranquilo, a Daiane estava ali, calma, conversando com o outro repórter -, querendo evitar constrangimentos e avaliando que o caso não valia um minuto no telejornal, voltei para a redação sem matéria. A Núbia, editora, perguntou:
- Por que não colocaste o microfone no advogado e perguntaste por que a proibição ?
- Achei que não valia. Cheguei a pensar nisso, mas não quis dar atenção e visibilidade àquele sujeito.
- Pois, da próxima vez, aja diferente. Coloque o microfone e depois discutimos na redação.
Ela tinha razão. Fiquei meio chateado. Por que a gente não consegue acertar dois dias seguidos ?

quinta-feira, junho 24, 2004

É até irônico ler este último post depois dos acontecimentos dos últimos dias.

terça-feira, junho 22, 2004

Dá para eu sumir do mundo ? Só enquanto o Brizola morre.
Já tinha decidido. Não iria escrever nada aqui sobre a morte do Brizola, porque simplesmente não tenho nada de relevante a dizer sobre isso. Tinha até pensado em lembrá-los de que ele era meu tio-avô emprestado, marido da irmã da minha avó, que era irmã de um cara que já foi Presidente da República. Mas daí pensei: devem haver uns quinhentos sobrinhos-netos emprestados do Brizola. Cogitei falar sobre a função que enfrentaremos nos próximos dias: vela no Rio, os jornalistas ouvem amigos e políticos, seguem o corpo até o aeroporto (como se ele fosse fugir), outros o esperam no Salgado Filho, para segui-lo até o Piratini e, novamente, ouvir amigos e políticos e acompanhá-lo, de novo, até o aeroporto, até que ele embarque para São Borja, para ser, mais uma vez, recepcionado pelos jornalistas e pela família... Mas daí pensei: todos os meus colegas estão pensando nisso e torcendo para serem ou não serem escalados para tão magnífica e edificante cobertura. Considerei a possibilidade de escrever sobre quando eu fui para São Borja, recebê-lo na sua chegada do exílio, das lembranças que tenho da parede mofada do quarto em que, bebê de colo, descansava, enquanto os figurões recepcionavam o Grande Líder na sala de estar. Mas daí pensei: pra que brincar de mentir de novo (vai que alguém pense que eu estou mentindo sem brincar) ? Óbvio que não me lembro de quando eu tinha um ano ! Tive vontade de reproduzir histórias da ditadura, contadas pelos meus pais, envolvendo o Brizola; de falar que eu o achava um cara divertido, engraçado; de dizer que ele nunca representou absolutamente nada para mim; de lembrar das vezes que o entrevistei, de como falava, de como era chato e simpático ao mesmo tempo. Mas daí pensei: nada que eu falar será novo, relevante, importante, digno de um post. Até que li o blog da Mariela e constatei que ela dedicou umas linhas ao Brizola. E então pensei: a gente sempre tem vontade de dizer alguma coisa quando caras como esse morrem. Nem que seja: "Bah, ele morreu". Eu não sou anormal ! Eu só queria escrever um post sobre o Brizola, porra !!!! Desculpem-me.

sexta-feira, junho 18, 2004

Se eu fosse um cão, certamente, não seria aquele chow-chow preto que passeia, soberano e garboso, pelos becos da Vila Cruzeiro, exibindo no couro, orgulhoso, as cicatrizes conquistadas em peleias mil por cadelas no cio que não têm opção, senão multiplicar a genética chow-chow, colocando no mundo mais e mais filhotes que trazem no sangue a braveza e a valentia do pai.
Os dias de inverno no verão, os dias de verão no inverno, os primeiros dias de uma estação, esses dias têm um ar sobrenatural. Assim mesmo. Sempre achei isso.

terça-feira, junho 15, 2004

O Pingo de Leite Jazam é o caramelo Embaré do século XXI.

segunda-feira, junho 14, 2004

Alguém, pelo amor de Deus, pode me explicar por que diabos a Xuxa e o Tony Ramos carregaram a tocha olímpica ???
Nos Estados Unidos, na Argentina, na Europa, no Uruguai, em qualquer lugar de clima temperado ou mais frio, usa-se calefação. Só aqui em Porto Alegre que não. Que coisa...

quarta-feira, junho 09, 2004

Eu não disse que o dia estava estranho ? Na frente do Gum, dois pivetes chegaram mandando minha mãe e a amiga dela entregarem os celulares. Dona Niura, que não perde a paciência nem comigo, reagiu. "Te arranca, piá. Não vou te dar nada, guri de merda !". Os ladroezinhos se assustaram e deram no pé, levando só o celular da outra mulher.
Branco, de cabelos raspados e usando roupas pretas, um rapaz olhava camisetas de bandas nos camelôs da Praça da Alfândega. Maltrapilhos, usando spikes e calças e camisetas rasgadas, chegaram os punks para abordá-lo.
- Tu és skin !, acusaram.
- O quê ? Não. Vocês devem estar se confundind...
TUM ! SOC ! POW ! POFT ! STEPLEFTDEBLECHT ! PAF ! POW !
Foi espancado, o coitado. Hoje à tarde, na Praça da Alfândega.
O dia está mesmo estranho hoje. Pra começar, acordei antes das 09h30. Como só tinha de ir para a TVE às 16h, resolvi almoçar um açaí e tirar uma sesta no Parcão. Passei a tarde sentindo um cheiro diferente em mim mesmo. E, no final do dia, além do relatado abaixo, minha mãe foi tomar uma cerveja no Gum com as amigas.
À tarde, fizera uma matéria na Rua da Praia e percebera aquele clima de sexta-feira ou de véspera de feriado. Uma balbúrdia um pouco exagerada, que eu penso ser resultado de passos apressados, saltos e solas batendo no calçadão num ritmo mais apressado do que o comum, de quem corre para casa, para o descanso. Portanto, estava bem lembrado de que era véspera de Corpus Christi e de que todos fariam o máximo para precipitar o amanhã. Mesmo assim, teimei em não querer voltar para casa. Ao sair da TVE, em vez de seguir em linha reta até chegar à minha rua, resolvi circular. Enquanto, pelo celular, convidava, sem sucesso, amigos para tomar um trago, enredava-me de maneira inextrincável no trânsito da capital. Érico Veríssimo, Sebastião Leão, Lima e Silva, Perimetral, Sarmento Leite (passando pela Osvaldo), túnel da Conceição, Farrapos... Fui andando, sem rádio no carro, de engarrafamento em engarrafamento. Não havia acesso aos bairros que não estivesse congestionado. De forma que tive de me dirigir novamente ao Centro, estacionando na Champanharia. Não há o que explique tamanho masoquismo. Só sei que, de repente, perdi, involuntariamente, a razão e desviei do caminho de casa. Quando recuperei a consciência, já não havia mais volta. O jeito era parar e tomar duas taças de champagne sozinho. Até que não foi tão ruim.
Cara, tava me olhando no espelho agora: como eu sou bonito !
Acabei de comer dois quadradinhos de Nestlè Classic. Tinham gosto de Chica-Bon. Dos tempos em que o Chica-Bon vinha em embalagem de papel. Porque, vocês sabem, desde que ele vem em embalagem de plástico, não é mais o mesmo.

segunda-feira, junho 07, 2004

Minha família tem bronca do Tabajara Ruas. É que em Varões Assinalados, o escritor pintou uma figura deletéria, ao descrever José de Araújo Ribeiro, o Visconde do Rio Grande, que assumiu a presidência da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul durante a Guerra dos Farrapos. No romance histórico, nosso antepassado é retratado como um homem rude e tosco. Na verdade, o que mais incomoda é uma passagem do texto na qual ele recebe o regente Padre Diogo Feijó abotoando as calças depois de dar uma cagada. "´Desculpe fazê-lo esperar, Padre. Estava aliviando as tripas.´ Araújo Ribeiro está sem camisa, abotoando as calças, o cinto desafivelado. (...) Araújo Ribeiro exibe uma barriga cabeluda. Induz qualquer coisa obscena que desliza pela memória do regente", relata o livro. Disseram-me que a passagem foi retratada com mais grosseria ainda na primeira versão do texto, publicada como folhetim na Zero Hora. Acontece que a biografia de José de Araújo Ribeiro não é a de um sujeito grosseiro, que teria tal atitude ao receber o regente. O Visconde era um diplomata e um intelectual. Discípulo de Charles Darwin, escreveu "O Fim da Creação, ou a Natureza Interpretada pelo Senso Comum", com prefácio do próprio mestre da teoria da evolução das espécies. Além de ter sido presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, presidiu também as Minas Gerais e ocupou vários cargos políticos e diplomáticos. Foi o segundo embaixador brasileiro em Washington. De sua vida pessoal, sabe-se que foi um solteirão. Daí, aceitaria-se até mesmo que Tabajara Ruas o tivesse pintado como veado, talvez. Mas como um tosco mal-educado, isso não !

A artista plástica Maria Tomaselli já escreveu sobre isso em um artigo em ZH, louvando Araujo Ribeiro. Na sua coluna, ela reproduz um trecho do prefácio do livro escrito pelo Visconde sobre a evolução da Terra: "...emprehendi escrever o presente opusculo, em que me vou esforçar por mostrar que a terra é dotada de uma vida própria, e se nutre como os indivíduos organisados, e que deve como estes indivíduos crescer de volume, colhendo nas regiões do espaço, por intermedio de sua atmosphera, a matéria necessária á sua nutrição e crescimento" (em português oitocentista).

sexta-feira, junho 04, 2004

Esta aqui eu não sei se já publiquei no blógui ou se foi só na lista de e-mails. Na dúvida, segue a explicação do Tesouro da Fraseologia Brasileira, de Antenor Nascentes, para a expressão "chorar as pitangas":
"Fazer uma choradeira. A frase foi criada pelos colegas do professor Casemiro Lúcio de Souza Pitanga, na segunda metade do século XIX. Esse violoncelista, nos ensaios de determinada peça orquestral, tocava com muito sentido o solo de seu instrumento. Quando chegava a ocasião de entrar este solo, os colegas de Pitanga diziam: ´chora, Pitanga!´ (Cernichiaro, Storia de la Musica nel Brasile, 498). Perdendo-se a entonação da frase, Pitanga passou de nome próprio e da função de vocativo, a nome comum e à função de objeto direto. Castro Lopes, Origem de Anexins, 214, Beaurepaire Rohan, Vocabulário, e Gonçalves Viana, Palestras Filológicas, 51, que não sabiam do caso, arranjaram outras explicações lógicas, mas inexatas."


Falando nisso, não achei, no Tesouro, a origem de "às pampas" e descobri que "abrir o chambre" significa "fugir".
Três coisas legais:
- Estourar plastibolhas.
- Encher copo d´água na bombona até subir um bolhão de ar.
- Cuspir água no banho como se fora um chafariz.

terça-feira, junho 01, 2004

Minha irmã está na Alemanha; meu primo, na França; a família Drugg Cardoso, em Portugal; a Tica, em Bruxelas; a Carol, em Londres, para onde o Esbroglio e o Paulinho pensam em ir. O Vicente quer ir embora e a Isa sonha com a Itália. E eu, vou ficar aqui o resto da vida ? Acho que sim.

domingo, maio 30, 2004

Como resposta ao último post, a Rafaela acabou de me dizer que, no pré-escolar, tinha o Denis, que a beijava na boca. Grrrrrr !

sábado, maio 29, 2004

Esses dias disse aqui que há rostos que não conseguimos esquecer. Pois bem: também há cheiros que marcam. Posso sentir agora mesmo o perfume que exalava dos cabelos recém lavados das minhas colegas do pré-escolar, quando fazíamos fila para entrar na sala de aula do IPA. Guardei pra sempre este aroma e só pude senti-lo novamente ano retrasado. Uma amiga do Caras Novas, a Camila Saccomori, usava - e ainda usa - o mesmo shampoo que minhas coleguinhas. Mais recentemente, meu cachorro passou a vir da pet-shop com o mesmo cheiro. Não, não estou dizendo que a Camila e o Barbosa usem o mesmo shampoo ou estejam tendo um caso; apenas que usam produtos com a mesma essência. Exatamente a que perfumava os cabelos da Karina, a garota por quem eu era apaixonado. Uma guria que não faço idéia de quem seja, onde esteja, não recordo se loura, ruiva ou morena, e sequer conseguiria reconhecê-la na foto da turminha que descansa numa gaveta do meu quarto. Dela, só lembro do cheiro dos cabelos. E de que gostava do Mariano - não de mim.


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A propósito: estaria esta essência que perfumava minhas coleguinhas voltando à moda, junto com esta onda de anos 80 ???

sexta-feira, maio 28, 2004

Não consigo desgrudar do meu novo telefone celular. Ele é lindo. Pra começar é azul - azul da cor do mar de Cabo Frio. Quando a gente aperta uma tecla qualquer, o aparelho todo se ilumina. É como se um mergulhador tivesse aceso uma lanterna no fundo do oceano. Não resisto à tentação de apagar as luzes do recinto, só para ver o meu brinquedo brilhar. Só isso já bastaria para me encantar. Mas há mais.
A cada minuto, levo-o até o nariz, para sentir seu cheiro. Cheiro de video-game novo, recém tirado da caixa. Lembra de quando você ganhou o SuperNes ou o Megadrive ? Pois é...
Pra completar, o meu celular pesa menos do que uma maçã, não tem um arranhão sequer e é macio como tronco de goiabeira. Não canso de esfregá-lo no rosto. Ele desliza, faz carinho na pele. Meu telefone novo é demais. Ah, se tudo isso não fosse passageiro...
Mas é. Eu sei: daqui a uma semana ele estará arranhado, opaco e desbotado. E não passará de um celular. Nada além de um celular. Mais um celular, como outro qualquer, que, um dia, vai parar no fundo de uma gaveta qualquer. Sem linha, sem dono, sem vida.


(impressão minha ou está meio gay este texto ? bom, estou tranquilo, já passei dos 24).

quinta-feira, maio 27, 2004

palavras:

Não há palavra mais careta do que "careta".
Não há palavra menos bacana do que "bacana".
E "tira", que só significa guarda, policial, no cinema ! Nunca foi pronunciada com este sentido senão por um dublador.
Só em telejornal "cerca" não divide territórios, mas
disfarça o fato de nós, jornalistas, não sabermos ao certo um número qualquer.
"Ei, psiu!" eu só ouvi da boca de um colega do País de Galles, que aprendeu a falar português lendo gibis.
Na vida real e na linguagem natural, ninguém é "derrotado"; todo mundo perde.

quarta-feira, maio 26, 2004

Uma breve e direta troca de e-mails desfez a dúvida.

Tião: Vc é assessor da Unisinos ?
Carpinejar: Sim, é minha identidade secreta. Trabalho como jornalista na Unisinos.

Pra completar, o poeta me ligou, disse que achou engraçado o relato que fiz sobre ele e ainda o postou o meu texto no seu blógui - www.carpinejar.blogger.com.br. Fiquei tri faceiro. Bacana, né ?

segunda-feira, maio 24, 2004

Fui pentear o cabelo agora e tive uma atitude absolutamente ridícula. Me olhei no espelho para ver se havia alguma coisa diferente. Vocês sabem, 25 anos... Vai que sempre que se faz 25 anos alguma coisa muda, algo misterioso que só quem já fez 25 anos sabe e percebe, algo tão fantástico que nunca alguém que tem mais de 25 anos jamais contou para um menor. Bobagem. Tudo igual. Droga !

domingo, maio 23, 2004


Reminiscências

Jogar bola no IPA e voltar para casa suado, cortando caminho pelo jardim de um prédio, no tempo em que os prédios não tinham grades, e abrir uma torneira nesse mesmo jardim, a água jorrando fresca na língua, aquele gosto de cano, de metal, escorregando pela goela, e depois enfiar a nuca, quente, debaixo do jato, frio, descer a lomba molhado, até chegar na minha rua, no tempo em que a minha rua era a nossa rua, a mesma rua de hoje, mas diferente.

quarta-feira, maio 19, 2004

São 03h44. Foi agora há pouco. Prestei bem atenção em como tudo aconteceu: Primeiro, um uivou; logo, foi imitado por outro; a seguir, um terceiro latiu. A partir daí, já não consegui distinguir nada. Todos os cães da zona estavam latindo ao mesmo tempo. Durou um minuto. Aterrador.

Era véspera de páscoa. Eu e o Bento já éramos bem grandinhos, mas não conseguíamos dormir, ansiosos que estávamos com a velha história do lebrão que vem, durante a madrugada, esconder os ninhos com ovos de chocolate. Foi quando um cão latiu. Em seguida, todos os cães estavam latindo. E então todos os animais da fazenda começaram a berrar: gansos, vacas, cavalos, galinhas. Au, mu, có, tudo ao mesmo tempo, uma confusão de onomatopéias. Juro. Aterrorisante. Até hoje hesito em afirmar que não acredito em lebrão da páscoa.
Há rostos que marcam. Tem caras que vemos constantemente e, numa situação inesperada, não conseguimos recordar. Tem faces que vemos uma única vez e jamais esquecemos. Posso lembrar de várias agora (suas imagens estão aqui, nítidas, na minha memória). Uma dessas é a de um assessor de imprensa da Unisinos, um rapaz com rosto anguloso, quase em forma de triângulo, traços fortes, muito osso, muita pele e, fundamentalmente, olhos caídos, daqueles que se esquecem de acompanhar a boca em um sorriso. Uma composição tão singular que atrai para si todas as atenções de um ambiente (mesmo que o seu pobre portador pareça clamar pelo contrário). Por diversas vezes, ao fazer a tal reportagem na Universidade, desviei-me do assunto da pauta para mirar o semblante soturno do assessor. Não conseguia não pensar no que haveria por trás daquela face. Quem seria aquela pessoa ? Certamente, com aquele ombro caído, aquele ar sombrio, um jornalista incapaz de fazer uma pergunta em uma coletiva ou mesmo interpelar um entrevistado qualquer; mais um infeliz recém-formado na própria Unisinos, filho de professor, que encontrou na assessoria da Universidade um belo esconderijo. Teria ele coragem de publicar um relise ? Aqueles ombros encolhidos respondiam: não, definitivamente, não !
Pois dias depois voltei a ver o mesmo rosto, pasmem !, na Zero Hora, na contra-capa do caderno Cultura. Dizia na legenda que se tratava do poeta Fabrício Carpinejar, que, por sinal, assinava o artigo. Mas aquilo era impossível ! Como um poeta, um escritor dos mais gabaritados, pode ser assessor da Unisinos ? Não pode. Não tenho nenhum preconceito com assessores; pelo contrário: já fiz assessoria e adoro o ofício. Mas, enfim, um poeta é um poeta, um escritor é um escritor, jamais também um assessor, de modo que cheguei à conclusão de que eu estava enganado. Dias depois, cheguei na TV e peguei a pauta. De novo, na Unisinos. O contato: Fabrício Carpinejar. Burras, imbecis, idiotas, inguinorantes, estas produtoras ! Acaso não sabem que Fabrício Carpinejar é o poeta, o escritor ? Até que me veio uma luz e descobri o que se passara. Claro, que burro eu fui... O assessor da Unisinos é irmão gêmeo do Fabrício Carpinejar, e elas, de tanto ouvir o nome do poeta, confundiram-se. Bom, neste dia o assessor não apareceu e eu fiquei sem a resposta. Fui pesquisar: Fabrício Carpinejar é poeta e jornalista, mora em São Leopoldo, eu vi bem a foto em ZH, vi outras fotos também e elas realmente parecem ser do assessor de imprensa da Unisinos. E apesar de todos esses indícios, estou eu aqui, com medo de postar esta história, todo receoso de estar dizendo uma bobagem... Mas, enfim, Fabrício Carpinejar - o grande poeta, o louvado escritor, tem um blog - assim como eu e a Samara Felippo. Então, se ele tem um blog, também pode ser assessor de imprensa, né ? Se eu estiver errado, que me desmintam !

terça-feira, maio 18, 2004

Sobre a morte do promotor Marcelo Kuffner. Acho que os brigadianos que presenciaram o assassinato têm culpa. Era dever legal deles, ao atender a ocorrência, estar preparados para conter um possível rompante do motorista/policial/assassino bêbado.
Sobre fraudes no Totobola. Acho que o Estado tem culpa. Ora, segundo contou o dono da loteria, sem ser desmentido, auditores da Lotergs presenciavam cada sorteio para garantir a lisura do processo. Anos e anos fazendo a mesma coisa e nunca identificaram a fragilidade da máquina ? E nós pagando esta gente para isso.
Ainda sobre o Totobola. Embora a máquina pudesse ser manipulada, não estou convencido da existência efetiva de fraude. Falta uma explicação coerente sobre como isso acontecia.
Curtas

Um
Todos os dias vai à padaria com o seu cão. Come uns quantos croissants recheados de goiabada e dá outros tantos pro beagle, que já não consegue caminhar, de tão gordo que está.

Dois
Levantaram-se ligeiro e, apressados, enfiaram a camisinha na gaveta e a roupa no corpo. Suados, resfolegando, atenderam à porta.
- Estudaram, crianças ? - perguntou a mãe.
- Sim, bastante. - responderam.

Tres
Ela tinha sempre o corpo fervendo; ele, sempre gelado. Quando se encontravam debaixo das cobertas, passavam a noite assim:
- Minha brasinha !
- Meu gelinho !
- Minha brasinha !
- Meu gelinho !
- Minnha brasinha !
...

sábado, maio 15, 2004

Está ultrapassada a frase "o Orkut é o Ossip da Internet", atribuida à Jajá. Ontem, o Rodrigo resumiu bem uma anotação que lhe fiz e cunhou uma mais atual: "o Orkut é a Balonê da Internet". É que, como a festa anos 80, o site de relacionamentos começou reunindo publicitários e jornalistas. Agora, é refúgio também de advogados, administradores e dentistas. Eclético que sou, vejo minha friend list em franca ascenção (não, Fabiano, não estou me gabando disto). E fico feliz de reencontrar na rede figuras desaparecidas da minha vida.

sexta-feira, maio 14, 2004

O negrinho, a gente deve deixar amadurecer por pelo menos 24 horas, para que se forme aquela crosta e ele fique crocante por fora e cremoso por dentro.

quinta-feira, maio 13, 2004

No mundo perfeito, você dorme pela manhã, lê e usa o computador à tarde, bebe e joga conversa fora à noite, faz sexo de madrugada e come sempre que tiver vontade.
Momento auto-ajuda.

Faça uma lista de coisas pendentes na sua vida - tarefas simples, que precisam ser feitas, mas alguma força oculta parece impedi-lo de executá-las imediatamente, como marcar hora no dentista, escrever para aquele amigo que fez aniversário e você esqueceu, cortar o cabelo, revisar o carro... Num rompante, ao terminar de ler este post, mexa-se e faça a que estiver a mão. Risque-a da lista. Esforce-se para, gradualmente, ir riscando as outras. Funcionou ? Comigo não.

quarta-feira, maio 12, 2004

Cheguei a chamar o jornalista do NYTimes de "correspondentezinho de merda", de tão irritado com a notícia que ele criou sobre a relação do Lula com o álcool. Isso que eu era até "amigo" do cara, com quem bati altos papos lá na Farsul, quando de sua passagem por aqui para fazer uma matéria sobre o MST. Mas, convenhamos, o Ministério da Justiça expulsar o jornalista do país foi uma atitude arbitrária, ditatorial, repugnante, ignominiosa e que, com certeza, vai pegar muito mal para o governo. Ora, eu achei equivocada a matéria do cara, a maioria das pessoas achou o mesmo, mas temos de admitir que o assunto já havia ao menos sido abordado, com outro viés - o do mau exemplo -, por colunistas em alguns dos maiores jornais e revistas do país. Se ele passou dos limites, que seja julgado. Pela justiça, pela Associação Brasileira de Imprensa, pelos órgãos competentes. Mas o governo se sentir desrespeitado e cassar o visto do profissional direto, isso é absurdo ! Ataque abominável à liberdade de imprensa. Ficou chato. Parece que qualquer correspondente que fale mal do governo está na mira, agora.

segunda-feira, maio 10, 2004

A Maria Paula relembrou aqui, num comment, a história contada pelo Ronaldo Nunes, da RBS, durante o Caras Novas. É o seguinte:

Estava aquele burburinho no hall de entrada do hotel que concentrava os jornalistas brasileiros que cobriam a Copa do Mundo. Um monte de machos conversando, fazendo algazarra, até que cruza a global Ana Paula Padrão, nariz, peitos e bunda arrebitados, como sempre. A passagem seria triunfal, caso um gaiato, sotaque nordestino carregado, voz clara, não tivesse tascado esta:
- Xihh, aí vem a inventora...
Fez-se o silêncio e todos voltaram suas atenções para o engraçadinho, esperando o complemento.
- Esta aí acha que inventou a buceta !
O hotel explodiu em gargalhadas.

domingo, maio 09, 2004

Agora inventaram que o Lula bebe. Só porque o Diogo Mainardi escreveu um artigo sobre o mau exemplo que ele estava dando em recepções, vem NYTimes dizer que a bebida está atrapalhando a forma como o presidente governa o Brasil. Que coisa irritante isso. Deixa o cara beber, porra! Eu bebo, tu bebes, nós bebemos, ele bebe. Um correspondentezinho de merda inventa uma notícia, baseado em fonte nenhuma, para fazer um factóide e eu não duvido que amanhã minhas ações estejam mais desvalorizadas do que já estão, só por causa disso.

sexta-feira, maio 07, 2004

Voltando ao livro Quintessence. Segue a lista de algumas das 65 coisas (perfeitas, absolutas) descritas pelos autores:
O Martini, a bola de borracha Spalding, a sopa de tomate Campell´s, o piano Steinway, o cigarro Camel, a botinha cano alto Keds, a bolacha Negresco, a Mont Blac, a mola-maluca, o saco de supermercado de papel marrom (supimpa, este), a Harley Davidson ElectarGlide, o Zippo, o protetor Coopertone, o balão da Goodyear, o Frisbeee, o cão Bull Terrier, o Banco Imobiliário, a Budweiser, o Ray Ban, o fusca, o chocolate Hersheys Kiss, o cartão American Express, o chocolate m&m´s, a Aspirina Bayer, a camisa pólo da Lacoste, o pó para bebê Johnson´s, o canivete suíço, a calça Levi´s 501 (perfeita, Cássia), a Coca, o lenço Kleenex, o catchup Heinz, a caixa Tupperware, a champagne Dom Perrignon e outras coisas que só americanos conhecem.
É incrível, mas a força que encerra a foto do saco de papel no livro é arrebatadora. A quintessência da quintessência.

terça-feira, maio 04, 2004

Quarta-feira, 22hs, no canal 7, vai ao ar o TVE Repórter que fiz sobre inventores.
Adoro coisas, lugares, pessoas absolutas. No futebol, Pelé, Maradona, Romário. Por isso, instigado pelo ensaio do Sérgio Augusto de Andrade na Bravo de abril, mandei vir, pela Amazon, o livro "Quintessence. The quality of having ´it´", de Betty Cornfeld e Owen Edwards. Ele traz uma lista de coisas quintessenciais, perfeitas, absolutas. Segundo os próprios autores, faz parte desse rol tudo aquilo que tem a misteriosa capacidade de ser exatamente o que deveria ser, que se parece como um desenho de criança. O cigarro Camel, a bolacha Negresco, a moto Harley Davidson, o óculos Ray Ban, o Fusca, a Aspirina, a Coca Cola, o lenço Cleenex... - estão todos no livro. O texto fala de cada artigo carinhosa e poeticamente. É fascinante mesmo olhar ao nosso redor, observar a quantidade de bugiganga que nos cerca, e se dar conta de que algumas, poucas, são perfeitas, não podem sequer ser aperfeiçoadas, possuem uma aura própria, não enjoam jamais. O Atari, o falecido Milk Shake do Ribs, o Chica-Bom com embalagem de papel, o Fox Terrier (o livro fala no Bull Terrier, mas peça para uma criança desenhar um cão, observe as placas proibindo a entrada de cães, e comprove), a Maizena, o lápis Faber castel n.o 2, a caneta Bic, o Hipoglós, o estojo de pano xadrez... Me ajudem na lista ?

segunda-feira, maio 03, 2004

Domésticas 1
Faça um furo, mínimo, na parte de baixo, na bundinha, do caqui. Dê um chupão, forte, no lugar. Sinta a polpa vir, de uma vez, rasgando a casca, esgaçando o buraquinho e enchendo a boca. Imagine a Fernanda Lima fazendo o mesmo.

Domésticas 2
Para abrir a caixa de longavida, faça um corte mínimo no biquinho dela. A seguir, aperte-a com força. Observe o filete de leite jorrando e levante a embalagem o mais alto e longe do copo o possível. Valorize a contradição entre o esforço empreendido e a lentidão com que o recipiente é preenchido. Tente fazer o máximo de espuma. E depois tome o leite como se ele tivesse recém saído da teta da vaca.

Domésticas 3
Venha aqui em casa provar o mel do pau que meu pai trouxe dos campos nativos do Itacurubi. Ah: antes de qualquer comment, por favor, sem trocadilhos e brincadeirinhas. "Mel de pau: mel de abelha silvestre, cuja colméia é feita em oco de pau." (Fonte: Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de Zeno e Rui Cardoso Nunes.)

sexta-feira, abril 30, 2004

Extra Extra, uma véia levou uma porrada na testa !
Agora, sim, fotos GRANDES no www.fotologuidotiao.fotki.com

quinta-feira, abril 29, 2004

Bah, morreu a Terezinha Morango. Quantos beijos abatonados aquela véia me deu !
Há lugares em que a sinalização permite que se estacione, mas ninguém o faz, por causa do movimento da rua - em frente ao meu prédio, por exemplo. Há lugares - a esquina da Praça Saint Pastous, por exemplo -em que as placas proíbem terminantemente o parqueamento, mas ninguém respeita, por ser o local tranqüilo. O bom senso impera no nosso trânsito. E o non-sense impera neste blog.
O Barbosa acabou de arrebentar a sua segunda enforcadeira metálica. Faz jus ao apelido de "Maldito". Quando vê outro cão, o animal invoca uma força quase sobrenatural, tremenda, incontrolável. A próxima coleira será de Pit-Bull.

quarta-feira, abril 28, 2004

Garanto que ninguém aí de vocês que estão lendo este post jogou mais bola do que eu quando era guri. Sempre fui ruim - muito ruim -, mas sempre joguei muito. No IPA, no Parcão, no Aplicação. De manhã, de tarde, de noite. Na calçada, no meio da rua, na garagem do prédio, no hall de entrada do apartamento. Na educação física, no recreio, no intervalo do curso de inglês, antes da aula, depois da aula. No areião, na grama, no cimento. Futebol de campo, futebol sete, dois contra dois, gol a gol. Tres dentro tres fora, dezoito, paredão, bobinho. Era só ter uma bola ou uma folha de papel amassada para a brincadeira começar - sem frescura, sem cerimônia ou preparação.

Ontem fui bater uma bola com o pessoal da Fabico, cheguei atrasado, não aqueci, não alonguei e, à primeira jogada, senti uma fisgada na perna. Já não é a primeira vez nos últimos tempos que isso acontece. Pelo contrário ! Hoje, sem uma corridinha e uma esticada antes, não dá.

Existe um elo perdido entre esses dois momentos. Pensando nisso, pela primeira vez na minha vida, me senti "velho" - e não "maduro".

segunda-feira, abril 26, 2004

Se estou enganado me corrijam, mas creio que ZH rateou na sua manchete de hoje - "SEC define regras para recuperação de aulas". A Secretaria de Educação deixou, há tempos, de ser Secretaria de Educação e Cultura (SEC).

domingo, abril 25, 2004

Baaaaaaaaaah... A Maria Clara Diniz vai na festa de entrega do Troféu Celebridade. Tomara que ela acabe com aquela Laura !!!

sexta-feira, abril 23, 2004

Tou com vontade de escrever que nem o Cardoso e a Lolita Pille e não me encham o saco !

Odeio trabalhar na TV. É que tenho espinhas e, para tapá-las, ou melhor, para tapeá-las, tenho de passar PÓ e CORRETIVO. A marca da maquiagem da TVE é NATHALIA BEAUTY. O produto é bagaceiro e COÇA. Quando fica quente, tudo fica duro, depois derrete e COÇA MAIS. E, numa PARATY 86, onde passo mais da metade do tempo de serviço, SEMPRE é quente.
Repórter de TV também tem de estar sempre de cabelo cortado e barba feita. ODEIO fazer a barba. Tenho PREGUIÇA. Sou VAGABUNDO, RELAXADO e detesto pagar 20 pilas por uma lata de espuma.
Pior que isso, só usar gravata. Ela aperta, SUFOCA, engasga. Dentro de uma PARATY 86, no verão, é mesmo capaz de matar, por isso, só a visto na hora de gravar. É nesta hora que tenho de colocar a camisa pra dentro também. Já não quis ser jogador de futebol para fugir daquelas MEIAS GRUDANDO NAS PERNAS SUADAS e daquele ELÁSTICO DO CALÇÃO APERTANDO e sobrepondo-se às camisetas. E agora, saber que tenho de me submeter a desconfortos piores...
O pior de tudo é ter a certeza empírica de que dessas FORMALIDADES não podemos fugir. Por quê ? Experimenta gravar um BOLETIM sem seguí-las e saberás.

P.S.: Pra completar, minha mãe acaba de chegar aqui no quarto e dizer que "isto aqui já não dá mais". "Isto aqui" é nada mais nada menos do que o meu MELHOR sapato, condenado por estar um pouquinho ENCARDIDO. Capaz que vou aposentá-lo.

quinta-feira, abril 22, 2004

Isto é kafkiano, mas sempre acontece. Você faz uma reclamação para algum helpdesk ou responde a um telemarketing. Um cara da instituição te dá uma resposta. Outro liga para saber se o que te atendeu te tratou bem. Outro liga para perguntar se o cara que te ligou antes agiu corretamente. Outro liga para confirmar se o cara que te ligou antes, para saber sobre o atendimento do que ligou antes, te tratou bem. E você está preso em uma rede infinita de checagens e re-checagens.
from "eu já..."

...tive vontade de matar um gato.
minha namorada tem duas gatas. uma gorda e feia; outra magra e bonita. ontem, tava na casa dela e a mais ajeitadinha foi pro para-peito da janela. morri de vontade de dar um cutuque e atirá-la do 12o andar. perguntei pra rafa se ela nunca tivera semelhante idéia. ela, que ama as gatas, respondeu que sim - nós dois caímos na gargalhada. o que mais me irrita é a passividade dos bichos. volta e meio faço carinho nelas. mas elas nunca vêm me lamber. tampouco lambem os outros. fazem o que querem, a hora que querem, não dão satisfação.
um gato de uma ex-namorada sumiu do quinto andar. não fui eu quem atirou. juro !
Experiência Orkut encerrada. Traduzindo, para quem não acompanha o blógui, já tenho veredicto pronto sobre o troço. É uma dversão como qualquer outra. Como televisão, por exemplo. Pode ter aplicações práticas. Gente que lida muito com informática, por exemplo, pode trocar experiências, dicas e segredos. Da mesma forma, pode-se fazer o mesmo em outras áreas. Mas eu assumo o caráter eminentemente de entretenimento do Orkut. Não creio que encontrarei crescimento intelectual ali mais do que em livros, revistas e publicações tradicionais. E, já que o troço é viciante, fixo um limite de uma hora por dia para brincar.
Falta o resultado da experiência da gasolina.

terça-feira, abril 20, 2004

Várias vezes eu sinto pena, compaixão, dos caras que aparecem presos na TV. Hoje, no RBS Notícias, mostraram uma menina que pegou êxtase na rodoviária de Porto Alegre. O que me tocou foi o diálogo dela - tri insegura e com medo - no telefone com o traficante.

ela - mas é muita coisa ?
ele - pouquinho. bastante. pouquinho bastante.
ela - mas não tem porblema, né ? por ônibus é seguro, né ? será que não vai acontecer nada ?

Depois tá a coitada lá na TV.

segunda-feira, abril 19, 2004

Página 28 de ZH de hoje. Caso Marcello Antony. Gostei de ver o juiz Mauro Borba, que soltou o ator, dando entrevista e explicando, em linguagem acessível, a sua decisão. Afinal, é obrigação - senão legal, moral - dos magistrados prestar contas à população. São pagos por todos e exercem uma função pública. A atitude do juiz deveria ser praxe. Não é.

sexta-feira, abril 16, 2004

Adoro Heineken. A brasileira - fique claro. Ela tem um leve cheiro de zorrilho. De um zorrilho cheirado de longe, cujo odor atravessa os campos, por entre as macegas, agregando o cheiro do pasto e da terra, até chegar, gotoso, às nossas narinas.
Lembro-me de quando tinha 15 anos e a cerveja fazia arder a goela ao descer. Eram tempos em que, para mim, como dizia Paulo Francis, beber socialmente era coisa de pequeno burguês. Beber, ainda com Francis, só para ficar bêbado. Quando foi que isso mudou e eu fui ter vontade de tomar uma Heineken depois da academia ? Existe um elo perdido entre esses dois momentos.

quinta-feira, abril 15, 2004

Em lugar algum no mundo o tempo passa mais lentamente do que em uma esteira de academia.

Não inventaram, na história da humanidade, máquina de tortura mais cruel do que a esteira de correr. Em qualquer instrumento de suplício, o seviciado sofre com dignidade, resistindo contra a injustiça ou mesmo encontrando redenção em um castigo merecido. A tortura física é acompanhada de um sentimento de honra. Na esteira, não: o cidadão sofre fisicamente e sofre mentalmente, sentindo-se um idiota por não estar fazendo qualquer outra coisa com o seu tão valioso tempo.
Dei agora início a um experimento, que, ao contrário da medição do rendimento da gasolina, não sei se terá conclusão. Cadastrei-me em várias comunidades "sérias" do orkut e, ao final do mês, tentarei dar um veredicto.
P.S.: Dentro de uma semana, prestarei contas sobre a gasolina super-hiper-ultra da Ipiranga.