quinta-feira, março 26, 2009


Recentemente, eu me referi ao sonho renitente de que volto pra escola/faculdade e tenho de terminar uma última prova/ano/cadeira. O Beto Baibich foi sensacional ao encontrar na Net (a Inter) JUSTAMENTE o que eu e, agora sei, todos nós sonhamos.
Vejam a performance da arquiteta Rafaela Ritter (contratem: www.rafaelaritter.com.br e 3321-3677) e do pequeno João na TV: http://tinyurl.com/dengmu

quarta-feira, março 25, 2009

Eu nunca achei a minha mulher a mais bonita do mundo. Tampouco a minha mãe. Eu apenas achei o meu cão, o Barbosa, um dos mais lindos de todos. Eu nunca me achei o top. Mas eu olho pro João e eu REALMENTE acho, eu realmente sinto, que ele é o bebê mais lindo do Universo. Juro.

sábado, março 21, 2009

Doa-se. Gato frajola. Dois anos e meio. Castrado. Vacinado. Bem tratado. Bonito. Querido. Não foge quando viaja. Espera o dono na porta. Motivo: concorrência com o irmão, o pequeno João. Contato: rafaelaritter@terra.com.br. Ou direto comigo.
Ah, é sério.

O jardim aqui de casa é bem maluco. Bem dito, não é exatamente um jardim, mas vasos de plantas e árvores plantados na cobertura. Hoje, a Rafa me acorda da sesta berrando lá de cima.
- Socoooooooorro. Sebastião. Sobe aqui. Agora! Já. Vem ver.
Meu Deus, pensei e me botei a escalar a escada, só pode ter uma cobra, uma aranha na cobertura.
- Que que houve, meu bem?
- Olha isso, que nojo, ai, socorro, que coisa nojenta, tira isso daqui.
Aproximei-me da árvore do meio, sei lá o nome, dá uma flor pequenina que atrai milhares de abelhas no verão. Dos seus galhos, saíam tentáculos moles, espécie de mini-cipós, tantos que haviam se emaranhado no chão, agarrados uns nos outros, enquanto alguns desses braços perigosamente atacavam o ficus ao lado, numa clara intenção de assassiná-lo por estrangulamento. E eu achei tudo lindo! Até os dois anos, aquela fora uma planta inocente, dava florzinhas amarelas e não incomodava. Agora, transformava-se em um monstro. Era a natureza em seu estado mais puro, bruto, novamente surpreendendo. Eu tinha na cobertura da minha casa um episódio digno de National Geographic.
- Corta. Corta, agora. Traz a tesoura! - ordenou a Rafa.
- Tu tá louca, é muito legal isso. No máximo, afasto aquele tentáculo do ficus, pobrezinho.
Não houve jeito. Era tesoura ou tesoura, ela berrava.Tentei discutir, mas então ela veio com um argumento irrefutável, apelou para seus conhecimentos técnicos de arquiteta, evocou a segurança: aqueles tentáculos poderiam enrolar-se nos fios, invadir o sistema elétrico do apartamento, do prédio, até, e provocar um incêndio (só faltou dizer "explosão") que poderia atingir os vizinhos, os edifícios ao lado, o bairro, a cidade, a nação, se Francisco esquecesse de dar o sinal! De forma que eu vi que seria absolutamente inútil contra-argumentar e deixei-a buscar a tesoura, apenas me negando a fazer o trabalho sujo com minhas próprias mãos.
Eu sou fascinado pelas coisas que acontecem no meu jardim. Uma vez colocamos um vaso de tostão - umas plantinhas com folha miúda que, dizem, traz dinheiro, o que é a maior mentira do planeta, senão eu já seria o Warren Buffet. Ocorre que os tostões espraiaram-se de maneira descontrolada, ocupando cada espaço de terra que restava nos vasos ao lado, fazendo a maior reforma agrária do Mont Serrat, reproduzindo-se até transbordar até o chão em velocidade inimaginável para o reino vegetal. Situação parecida ocorreu com as bromélias que trouxemos da fazenda do meu primo, correndo risco de multa, encarceramento por anos, perseguição de promotores malucos e ONGs ambientais, tudo isso por uma única e pobre bromélia que visivelmente vivia deprimida com sua rotina no mato. Pois esta bromélia desenvolveu-se com tanto vigor que, certo dia, sem avisar, explodiu dela uma piroca, uma espécie de pendão que avançava rumo ao alto na velocidade de dois palmos por dia, até superar a minha própria altura e interromper seu processo de desenvolvimento. Da mesma forma, do vaso da jaboticabeira saem pequenas árvores que nunca plantei e do ficus, ervas que não sei nomear. 
O que me impressiona é a forma que eu e a Rafa vemos isso tudo. Adoro esta bagunça, esta disputa de espaços, este brotar e morrer caótico. Quero ver o circo pegar fogo, os tentáculos ameaçando os ficus, a piroca desafiando as palmeiras, e assim por diante. Já a Rafa está ficando, como se diz, enervada. E ameaça chamar um jardineiro. E, meu amigo, quando um jardineiro entra na sua casa, você está em perigo. Melhor é acatar as ordens e pegar na tesoura.

segunda-feira, março 16, 2009

Mãe, eu sei que tu não sabe o que é Twitter. Não importa. Só o que tu precisas saber é que, se olhares pro canto direito desta página, haverá algumas tiradas, retiradas, insights, outsights, impressões e desimpressões. O que resolve o problema da necessidade de atualização permanente deste blógui, evitando, eu espero, cobranças por parte da família e dos leitores normais. Ou seja, quando não houver posts, ao menos haverá fumaça de posts. Pingos. Tuitadas. Ok, mãe?
E mais: tu podes comentar as tuitadas nos comments aqui do blog. Por exemplo, mãe: o que tu achas da ascenção dos dos panos de chão (Scottish Terriers) a cães da moda? E tu, Carioca, o que achas disso?

quinta-feira, março 12, 2009

Toooooma, Caio Fernando Abreu!



Tooooooma, Fernanda Takai!

quarta-feira, março 11, 2009

Integramos as postagens do tuíter. Organizamos os arquivos. Mas perdemos os comments. E a contagem de acessos. Culpa da Vanessa Nunes. Logo agora que eu estava preparando a festa para comemorar as 80 mil visitas. Então comentem bastante, acessem bastante.

domingo, março 08, 2009

Oi. Invadi de novo. E nem é pra contar que a pediatra mandou passar maizena nas minhas dobrinhas.


Mas para mostrar que já sei veranear.

Ass.: João.

quinta-feira, março 05, 2009

Ainda que encravado na badalação da Dinarte Ribeiro, o Daimu está sempre entre a cruz e a escada, mas quero falar mesmo é sobre cabeça de peixe. Entre a cruz e a escada porque, do alto de um promontório, brigará sempre para acolher clientes. As pessoas gostam de dar uma espiadinha nos restaurantes que surgem. Mas, se há entre elas e a porta algumas dezenas de degraus, se retraem. Menos por preguiça do que por constrangimento. Ficam com vergonha de desistir da empreitada depois de subirem tanto.

Mas eu realmente recomendo encarar as escadas do Daimu. Feche os olhos, confie e suba. Lá em cima, uma hostess, com sorte ela se chamará Satoko e será muito simpática, lhe dirá:

- Ajumnhgsknnaijêê!

Presumo que seja boa noite ou bem-vindo e respondo:

- Ajumnhgsknnaijêêêêê!

O que obviamente é uma resposta equivocada, caso a saudação seja bem-vindo. Mas adoro japoneses e acho eles tri engraçados e não me importo com a possível gafe. O ambiente do restaurante é bem bacana, super design, sabe? Linhas retas, tons de berinjela e branco, parede trabalhada com tijolinhos irregulares de madeira. Mudérrno e de bom gosto. Mas isso é frescura e estou aqui para falar de... bom, vocês já sabem.

Acontece que dia desses meu cunhado Tiago Ritter teve no Daimu e me jurou, com os dois (e não haveriam de ser três) pés juntos e beijinhos nos fura-bolos em cruz, que tinha uma família de japas traçando uma cabeça de peixe lá.

- Nãããããão! Sério, meu???

E ele jurou de novo daquele jeitinho, de forma que o cabeça oca aqui preencheu a cachola com a idéia fixa de provar o prato. Tem toda uma coisa de ter de ligar antes quando for pedir a iguaria (www.daimu.com.br), acho que para dar um tempo de o chef decapitar o peixinho. Eu não sabia disso, mas tive a sorte de comparecer justo no dia e que aqueles japas tinham novamente passado por lá e traçado quatro cabeças, deixando apenas uma, para quemquemquem? Na mosca: para mim mesmo, Tiãozito, el devorador de cabezas. Juro com pés juntos e beijinhos nos fura-bolos em cruz.

O garçom explicou que a peça, se assim podemos chamar, vinha cozida no shoyu, com alguma coisa de gengibre, açúcar, ervas e temperos secretos do chef. Mandei vir, a um só tempo empolgado e temeroso. Foi com alegria que vi chegar aquela cabecinha de cheia de dentes serrados do Peixe Pargo. Dourada, com um molho escuro reduzido, cheio de frescor do gengibre, adocicado, mas não tanto para borrar por completo o tempero do sal. Umas ciboulettes verdinhas por cima davam o toque final.

- Ei, amigo, dá pra me explicar como se come isso? – perguntei ao garçom, dispensando a formalidade.

- O senhor pode procurar o que houver de carne aí dentro. Se quiser, pode usar a mão também. Eu lhe trago depois um pano úmido quente para limpá-la.

Ah, era tudo o que eu queria ouvir. Dei início à Operação Cabeça de Pargo. Foi muito mais fácil do que se pode imaginar. Incrível o que se pode extrair de carne da peça; uma carne bastante macia, um pouco mais forte do que a do filé, mas não a ponto de causar estranhamento ou deixar algum tipo de catinga – sabe catinga, né? Tipo de ovelha lanuda, peixe estragado...etc? Não, a carne já é adaptada ao paladar mais banal. O único senão pode ser o visual: aquele peixinho ali, com os olhos baços e mareados, um olhar triste e ainda os dentes serrados, ameaça inofensiva. Garotas e rapazes sensíveis podem não gostar.

Mas o melhor de tudo, tenho de admitir, não é nem o sabor convidativo. É a batalha, o desafio de virar e revirar a cabeça, com a ponta dos dedos e os hashis. Traçar bochecha, escamas, língua e miolos (se é que peixes têm línguas e miolos). Comer tudo, incansavelmente, até restarem apenas os ossinhos e cartilagens no prato. E então, a satisfação de ver aquela cabeça estraçalhada, suprema vitória marcada por mãos e beiços lambuzados, resquícios de um adversário totalmente derrotado. Ou quase totalmente. Ali ainda ficaram os olhinhos baços e tristes, testemunhas oculares da devastação, escondendo, lá no fundo, a ameaça de vingança, a regeneração do monstro.

Não, não cometerei esse pecado de novo. Da próxima vez, vou até o fim. Como, ah se como aquelas duas bolinhas viscosas e borrachudas. Ainda que me revirem o estômago. Me aguardem. 

quarta-feira, março 04, 2009

Poucas vezes o post abaixo foi tão oportuno. Acabo de pedir dados de produção industrial de fevereiro. Os números de janeiro estavam desatualizados.
- Boa tarde, senhor. Desculpa lhe incomodar à noite. Eu precisava dos dados de produção industrial de fevereiro.
- A divulgação será apenas daqui a duas semanas.
- Mas não há dados parciais, as empresas não começaram a enviar relatórios?
- Dados parciais não existem.
- Eles não foram enviados, ou não foram contabilizados?
- Não. Eles não existem.
- Mas eles já estão no sistema, quem sabe se eu falar com cada sindicato de empresas que remete a vocês.
- Não existem. Do ponto de vista estatístico, não existem.
- Mas eles não existem ou não foram somados?
- Não existem. Do ponto de vista estatístico, eles não existem.
- Mas se o senhor acessar o sistema, há como fazer uma previsão parcial, fazendo estimativa para quem ainda não mandou?
- Meu amigo, qual seu nome?
- Sebastião.
- Sebastião, você não está entendendo que eles NÃO EXISTEM?
- É que preciso saber aqui se eles não existem ou apenas não podem ser divulgados, ainda que parcialmente.
- Meu amigo...
- Está bem, obrigado. Desculpa.
Tu, tu, tu, tu.

terça-feira, março 03, 2009

Quero transcrever uma passagem do livro Radical Chique e o Novo Jornalismo, do Tom Wolfe, que me toca muito - e acredito que a todos os jornalistas:
"O trabalho de reportagem pode ser tedioso, confuso, fisicamente sujo, cansativo e até perigoso. Mas o pior de tudo, do ponto de vista gentil, é a contínua postura de humilhação. O ponto de partida do repórter é invadir a privacidade de alguém, fazer perguntas que não tem o direito de esperar que sejam respondidas - e, assim que ele se rebaixou a esse ponto, transforma-se num suplicante de canequinha na mão, esperando que venha a informação ou que alguma coisa aconteça, esperando ser tolerado o bastante para conseguir o que precisa, adaptando sua personalidade à situação, insinuando-se, servindo, fazendo o que for preciso, suportando insultos, abusos, até choques ocasionais na eterna busca da "história" - comportamento que chega bem perto do servilismo ou mesmo da mendicância."  
É um dia triste em minha vida. Uma dor pungente no peito. Entreguei-me. Twittei. Me sinto como quando troquei o MSN pelo ICQ. Meu blogui segue aqui, óbvio, mas também estarei lá. Adaptar-me-ei aos escassos caracteres - eu, o prolixo. Pior que se trata da maior regressão da história da Internet. É a volta à velha linguagem do Telex: RN AMN SL3, LV CAMS (reunião amanhã na sala 3, levar camisinha).
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Ah, sou tiaoribeiro no Twitter. Já fui Seb, Seba, Sebas, Sebola. Hoje sou Tião. O mais banal dos apelidos. Triste destino, esse meu. Ao abismo, sigam-me os bons.
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Tenho tantas coisas a contar das férias no Uruguai - coisa mais antiga isso de o cara achar que é esnobe passar férias em Punta. Punta já é xinelagem. Esnobe é passar a lua-de-mel em Anguila, como eu e o Lobo de Wall Street (leiam o livro com título idem). Enfim, tenho tantas coisas a contar das férias em Puntadileste, como diz minha amiga Silvinha, a Sra. Minhoca.
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O que o Uruguay tem de bom: carne, lácteos - doce de leite incluso -, milanesas, torta salgada e torta Rogel (foto). Foi isso que comi nas minhas férias. Ah, e chipirones a la plancha, no batido e imbatível Lo de Charly .
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Poucas coisas me mobilizam mais do que comida. Preciso sublimar isso. Acho que é assim que os psicólogos dizem. Meu sonho é ser o Jeffrey Steingarten. Pronto, falei.
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Aprendi a fazer milanesas uruguayas perfeitas. Ao menos na teoria. Seguinte: fatias bem finitas de tatu ou coxão de dentro, martelar bem o bife, passar na farinha-ovo-farinha, necessariamente nesta ordem, afogar na banha fervendo e correr pro abraço. Ah, não esqueça: farinha de pão.
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Apesar deste maravilhoso glossário - http://www.scribd.com/doc/3823290/Glosario - me sinto absolutamente incapaz de entender as diferenças e semelhanças entre os cortes de carne: ojo de bife, entrecote, bife angosto, bife de chorizo. Tampouco consigo achar correspondências com cortes brasileiros - ainda que não hajam totalmente, os cortes uruguaios e argentinos pegam partes dos daqui. Apenas a tapa de cuadril e a colita de cuadril e o asado de tira estão bem resolvidos: são picanha e maminha e costela, necessariamente nesta ordem. Ah, peceto é tatu. Nalga parece ser coxão.

segunda-feira, março 02, 2009

Voltei de férias intrigado. Por que a ameixa branca é sempre mais bicuda que a vermelha? Parece teta bonita na extremidade inferios.