sexta-feira, novembro 26, 2004
quinta-feira, novembro 25, 2004
domingo, novembro 21, 2004
Então, continuando. O normal, para aquela época, era eu jogar por cima da calça jeans surrada uma camisetinha Zapping, Doc Dog, Sommer, comprada na Quincy, curtinha e apertadinha nos braços. Enfim, uma roupinha de veado dessas que eu usava e às vezes uso. Mas optei por colocar a polo colorida Legacy, também surrada, comprada em Punta, alma castelhana, que representaria melhor meu espírito naquela noite. Sabem como é: as roupas dizem tudo. Não é à toa que eu uso minha Hering branca puída. Por trás da escolha está a vontade de passar a idéia de um homem simples, sem frescura, masculino, despreocupado com a imagem. Enfim, os mesmos motivos que fazem um metrossexual escolher um visual hype ou coisa que o valha. Aliás que que é hype ? Somos todos metrossexuais. Até mesmo - ou principalmente - quando optamos por colocar aquela camiseta encardida da Ediba, da Gráfica Paloti ou do circuito estadual de tênis de 1988. Enfim.
Peguei meu carro às 19h30 - horário de verão - e me mandei para o Muffuleta, o barzinho simpático ao lado do Ossip. Naquele tempo eu não sabia nada sobre o Muffuleta e nem mesmo conhecia sua simpática e bela proprietária - a Déia. Fui lá simplesmente porque lá estava o happy hour eleito. E a noite estava começando bem, porque a função seria com a Maria Paula e sua maravilhosa cunhada, Rafaela. Não que eu fosse conseguir alguma coisa com a guria, até porque ela não era bem uma guria, como eu era um guri, mas uma mulher, 28 anos, vontade manifesta de casar e ter logo um filho. Se bem que, na verdade, isso é só floreio, porque eu não tava nem aí pra idade dela. Na verdade, com a minha moral (odeio quando falam "o meu moral", embora não saiba se está certo ou errado) lá em cima, nem a beleza da mulher nem qualquer coisa me abalariam. De forma que me fiz de normal, tomei suco, e utilizei minha habilidade em deixar os outros à vontade. Num dia em que, desde o despertar da sesta, tudo adquirira um ar mágico, não foi difícil fazê-las falar de amor e sexo. E como eu gosto de falar de sexo com mulheres. Não sei quando isso começou, mas eu amo ouvir putarias de uma boca feminina.
Voltando ao happy hour. Ou melhor: saindo do happy hour. Como o véio tava divertido naquela noite, a Maria Paula e a cunhada aceitaram esticar o programa, saindo do Muffuleta para ir a um sushi. Durante a janta, introduzi uma caipirinhas na mesa e a conversa seguiu no mesmo nível, mas num nível mais elevado. Digo, menos elevado. Rapaz, se o Tiago imaginasse quanta bobagem me contava a sua irmã na segunda conversa que mantínhamos, não sei o que teria acontecido. Acho que nada. Enfim.
Enfim, apesar de toda a intimidade que a cunhada da Maria Puala dava, não abria a guarda. Nenhuma brincadeirinha me envolvendo, nenhum olhar diferente, nenhuma cutucada por baixo da mesa, nada. Tanto nada, que eu já ia desistindo. Mais um pouco e já ficaria sem forças, sem ânimo, esgotado, de tanto representar bom moço para a cunhada. Tanto nada que, quando as gurias quiseram fazer uma terceira escala na programação, indo até a despedida da Telma, eu nem me empolguei. Ali, com a cunhada, me parecia um jogo perdido. Azar era dela.
Continua amanhã.
Peguei meu carro às 19h30 - horário de verão - e me mandei para o Muffuleta, o barzinho simpático ao lado do Ossip. Naquele tempo eu não sabia nada sobre o Muffuleta e nem mesmo conhecia sua simpática e bela proprietária - a Déia. Fui lá simplesmente porque lá estava o happy hour eleito. E a noite estava começando bem, porque a função seria com a Maria Paula e sua maravilhosa cunhada, Rafaela. Não que eu fosse conseguir alguma coisa com a guria, até porque ela não era bem uma guria, como eu era um guri, mas uma mulher, 28 anos, vontade manifesta de casar e ter logo um filho. Se bem que, na verdade, isso é só floreio, porque eu não tava nem aí pra idade dela. Na verdade, com a minha moral (odeio quando falam "o meu moral", embora não saiba se está certo ou errado) lá em cima, nem a beleza da mulher nem qualquer coisa me abalariam. De forma que me fiz de normal, tomei suco, e utilizei minha habilidade em deixar os outros à vontade. Num dia em que, desde o despertar da sesta, tudo adquirira um ar mágico, não foi difícil fazê-las falar de amor e sexo. E como eu gosto de falar de sexo com mulheres. Não sei quando isso começou, mas eu amo ouvir putarias de uma boca feminina.
Voltando ao happy hour. Ou melhor: saindo do happy hour. Como o véio tava divertido naquela noite, a Maria Paula e a cunhada aceitaram esticar o programa, saindo do Muffuleta para ir a um sushi. Durante a janta, introduzi uma caipirinhas na mesa e a conversa seguiu no mesmo nível, mas num nível mais elevado. Digo, menos elevado. Rapaz, se o Tiago imaginasse quanta bobagem me contava a sua irmã na segunda conversa que mantínhamos, não sei o que teria acontecido. Acho que nada. Enfim.
Enfim, apesar de toda a intimidade que a cunhada da Maria Puala dava, não abria a guarda. Nenhuma brincadeirinha me envolvendo, nenhum olhar diferente, nenhuma cutucada por baixo da mesa, nada. Tanto nada, que eu já ia desistindo. Mais um pouco e já ficaria sem forças, sem ânimo, esgotado, de tanto representar bom moço para a cunhada. Tanto nada que, quando as gurias quiseram fazer uma terceira escala na programação, indo até a despedida da Telma, eu nem me empolguei. Ali, com a cunhada, me parecia um jogo perdido. Azar era dela.
Continua amanhã.
quinta-feira, novembro 18, 2004
terça-feira, novembro 16, 2004
Creio que o biquíni fosse de bolinha - e não de bolhinha. E que seria para ficar one more night - e não one more time. Mas OK. Continua amanhã, então. No intervalo, uma brincadeirinha. Inventada por mim, viu ?
Coloque um pequeno grão de arroz debaixo da língua. Feche a boca, esqueça-o. Sim, salabim: mágica ! O grão desapareceu. E vai reaparecer em outro lugar - nada agradável, por sinal. Mas não se preocupem, eu não teria poder para levá-lo até os vossos rabos.
Coloque um pequeno grão de arroz debaixo da língua. Feche a boca, esqueça-o. Sim, salabim: mágica ! O grão desapareceu. E vai reaparecer em outro lugar - nada agradável, por sinal. Mas não se preocupem, eu não teria poder para levá-lo até os vossos rabos.
segunda-feira, novembro 15, 2004
Há várias formas de se acordar de uma sesta no sábado à tarde. Mal humorado: você sai da cama puto da vida, porque perdeu um baita dia que os amigos aproveitaram pra jogar aquela bola. Com azia, louco por um Sonrisal: depois de comer uma puta feijoada e cair duro na cama. Com sede: depois de se entupir de cerveja e se atirar no ar condicionado. Louco por um doce: normalmente (e estranhamente), isso acontece quando você comeu muito doce no almoço. Mas naquele sábado me acordei eufórico. E me achando. O dia tava ducacete, o pessoal tinha ido pra casa de um amigo na Ilha da Pintada e eu nem aí. Perdera a tarde, mas ainda tinha o resto. O vento fresco aplacando o sol primaverio era um bom sinal. E eu estava disposto a começar cedo, alongar o máximo a noite que breve chegaria.
Antes mesmo de sair da cama, fiz a ronda e elegi o melhor happy hour. Fui pro banho cantando. Liguei o rádio a milhão. Lavei bem as partes. Passei xampú DUAS vezes ! Saí do banho. Fiz a barba calmamente - a Continental ainda no dial, era um biquíni de bolhinha amarelhinha, stay, don´t you go, stay with me one more time. Usei after shave. Dei mais uma olhadinha pro espelho, um olhar fatal, na verdade, quase uma auto-cantada: rapaiz, como eu estava bonito. Eu era fodido mesmo. Estava saindo com duas, beijando outras tantas (umas boas outras péssimas, mas e daí ?). Apesar daquela barriguinha proeminente, elas gostavam do véio. Não adiantava, o véio era charmoso, carismático. Apesar daquele narizinho forjado numa briga do Raga Store, elas queriam o véio. E ninguém ia segurá-lo naquela noite. Eu tava impossível e era só cuidar pra não dobrar o fio da bibida e correr pro abraço. Seria uma noite diferente, decidi. Eu podia até ter colocado o Aqua di Gió, cuja fragrância sempre provocou um frisson - sejamos justos, absolutamente fratenal e inocente - nas minhas eternas amiguinhas do Direito da Puc. Mas naquela noite, especificamente naquela noite, justamente naquela niote, optei pelo Polo Sport. O cheiro da minha adolescência, do Cord, do le Cap Ferrat, do Raga Store, mas não da Embaixada de Marte. Enfim, eu estava a mil. E com garra. Uma puta gana. Disposto a brigar pelo melhor. E também foi por isso que a velha camisa pólo rosalaranjada foi eleita o uniforme da noite. Podia dar tudo errado, mas eu ia com tudo. Pra golear. Continua amanhã. |
quinta-feira, novembro 11, 2004
Perdida em ZH, no meio da matéria do assassinato de um operário da construção da hidrelétrica de Barra Grande, está uma informação abismante, a qual uma amiga já havia me relatado ontem. Para construir a barragem da usina, uma área de 1,4 mil hectares de mata nativa será inundada. Acaso não haveria terras de agricultura ou pecuária para dar lugar à necessa´ria geração de energia? Encarnando o Paulo Santana: são mil e quatrocentos hectares de araucárias. São mais de mil e quatrocentos campos de futebol que desaparecerão. Milhares, centenas de milhares, de árvores criminosamente afogadas. É um verdadeiro floricídio sob as nossas barbas, financiado com o nosso dinheiro - com o dinheiro de bancos e organizações públicas de crédito. Desencarnando o Paulo Santana: tenho apenas 25 anos, mas lembro bem que, quando pequeno, era infinitamente mais fácil apreciar as araucárias na Serra. Visite Canela e Gramado hoje e erga as mãos ao Senhor se conseguir avistar um mato de pinheiro nativo. Daqui a uns anos, os turistas farão fila para tocar em uma última árvore sobrevivente. E nós aqui, parados. Confeccionemos imediatamente nossos cartazes e trepemos nas araucárias. Impeçamos o crime ambiental. Já !!!
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quarta-feira, novembro 10, 2004
Trechos de matéria da ZH.
Falluja - "Durante alguns minutos, uma cacofonia de sons tétricos e estranhos tomou conta do campo de batalha urbano. As mesquitas da cidade anunciavam a guerra santa nos alto-falantes. (...) Como se não bastasse, as tropas americanas também se valiam de veículos com alto-falantes potentes para espalhar na noite músicas - quase sempre velhas canções do grupo AC/DC - que competiam com o cântico das mesquitas."
Falluja - "Durante alguns minutos, uma cacofonia de sons tétricos e estranhos tomou conta do campo de batalha urbano. As mesquitas da cidade anunciavam a guerra santa nos alto-falantes. (...) Como se não bastasse, as tropas americanas também se valiam de veículos com alto-falantes potentes para espalhar na noite músicas - quase sempre velhas canções do grupo AC/DC - que competiam com o cântico das mesquitas."
O bastião da resistência. A Falluja do couro cabeludo. Uma renitente área de nove dedos quadrados que rejeita qualquer tentativa de domínio - seja do pente, da escova, da mão, da água gelada. Isso desde que me entendo por gente. Mas o exército inimigo ainda tem esperança de domá-la. Nem que seja com uma máquina zero. A propósito. Estava pensando. Os cabelos são como grama, né ? Digo, uns caem, outros nascem e assim por diante. Porque seria muito nojento pensar que algum fio meu existe desde a minha tenra infância. Argh, chega a me dar arrepio a idéia. |
sexta-feira, novembro 05, 2004
Na esperança de obter um algo mais para uma matéria que estou fazendo, marquei uma entrevista cara a cara com um oficial da Brigada Militar. A estratégia era deixá-lo falar, não intimidá-lo com bloquinho, ganhar confiança, enfim, o de sempre. Não adiantou: conversamos por 90 minutos sobre inteligência na Polícia Militar e dali não saiu nada que me valesse para a reportagem. Ao fim do encontro, ele falou da inconveniência de matérias que revelam detalhes que atrapalham investigações. E concluiu que a culpa não era nossa - dos jornalistas -, mas sim das fontes policiais que falam o que não devem. Despediu-se tocando uma flauta:
- Por isso que você ficou uma hora e meia aqui, ouvindo eu te enrolar, enrolar, enrolar, e saiu só com o meu e-mail anotado aí neste bloquinho.
Fiquei vermelho.
- Por isso que você ficou uma hora e meia aqui, ouvindo eu te enrolar, enrolar, enrolar, e saiu só com o meu e-mail anotado aí neste bloquinho.
Fiquei vermelho.
quinta-feira, novembro 04, 2004
terça-feira, novembro 02, 2004
Ontem, meu pai sugeriu que o blógui oferecesse notas de rodapé. Para explicar o que não está claro, o que carece de precisão. Como o post do Verle, por exemplo. Tremenda bobagem, tive de retrucar. O bom de um blógui é que ele não só comporta como se adequa às meias frases, ao non-sense. Com a desculpa de estar escrevendo para si, o blogueiro. Peraí. Escorreguei. Só o que faltava eu ter orgulho de ser nerd, agora. Tenho mais é vergonha ! Apaga "blogueiro" aí. Delete. Return. Voltemos. Com a desculpa de estar escrevendo para si (não obriguei ninguém a acessar esta merda), mas querendo efetivamente escrever para o mundo, o autor de um blógui se dá o direito de uma escrita descompromissada, sem a obrigação de uma nota de rodapé ou qualquer tipo de complemento. Isso é o bacana. Bacana. Bacana. Bacana. Ba-ca-na. Bacãna.
O post do Verle só existe porque não precisa de explicação (então por que diabos eu estou aqui a explicá-lo ?). Enfim. Mas tá difícil terminar este post, hein ? Quem sabe a gente bota aqui uma nota de rodapé lembrando que tudo isso está sendo feito no feriado, que não há o que fazer aqui em ZH, que o tempo que faltou para explicar o post do prefeito agora sobra ?
Voltando: o post do Verle só existe porque não carece de explicação. Porque num blógui a gente pode, em trinta segundos, no meio de um dia corrido, escrever uma coisa qualquer que venha à cachola. Que merda escrever um tratado sobre a insipidez do Verle, sobre o esforço do PT para escondê-lo, sobre as matérias que dão conta do aumento da dívida na prefeitura ! Bem melhor é escrever "e o Verle, hein" e deixar o amigo fazer suas elucubrações. Sorte daqueles que leram o post e logo se lembraram dele com o cocar na cabeça. Ou melhor: dele entrando de calçãozinho no Guaíba. Garanto que nem passou pela cabeça do Paulo Odone lembrar-se dessas coisas. Tivesse passado, não pediria notas de rodapé.
O post do Verle só existe porque não precisa de explicação (então por que diabos eu estou aqui a explicá-lo ?). Enfim. Mas tá difícil terminar este post, hein ? Quem sabe a gente bota aqui uma nota de rodapé lembrando que tudo isso está sendo feito no feriado, que não há o que fazer aqui em ZH, que o tempo que faltou para explicar o post do prefeito agora sobra ?
Voltando: o post do Verle só existe porque não carece de explicação. Porque num blógui a gente pode, em trinta segundos, no meio de um dia corrido, escrever uma coisa qualquer que venha à cachola. Que merda escrever um tratado sobre a insipidez do Verle, sobre o esforço do PT para escondê-lo, sobre as matérias que dão conta do aumento da dívida na prefeitura ! Bem melhor é escrever "e o Verle, hein" e deixar o amigo fazer suas elucubrações. Sorte daqueles que leram o post e logo se lembraram dele com o cocar na cabeça. Ou melhor: dele entrando de calçãozinho no Guaíba. Garanto que nem passou pela cabeça do Paulo Odone lembrar-se dessas coisas. Tivesse passado, não pediria notas de rodapé.
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