domingo, dezembro 28, 2008
sexta-feira, dezembro 19, 2008
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Ok, não vou ser malvado. Sufganiots são sonhinhos. Os que ganhei, de doce de leite e creme. Imperdíveis. Melhores que os sonhos Girassol.
quinta-feira, dezembro 18, 2008
terça-feira, dezembro 16, 2008
quinta-feira, dezembro 11, 2008
FULANA diz:
remedinhos pra emagrecerFULANA diz:
consegue pra mim?sebastiao diz:
ai, sebastião, olha só, eu preciso que tu me massageie o ego, eu estou carente, sabe?, e vou pedir remédios pra emagrecer pra tu dizer que eu estou esbelta e esguiaFULANA diz:
q bobagemFULANA diz:
nao eh pra eu emagrecerFULANA diz:
eh pra ficar ligada e acordadinhaFULANA diz:
entendeu?sebastiao diz:
ah, simsebastiao diz:
eh que eu nao sou da tua geração. no meu tempo quem queria ficar ligado tomava café, e não ritalinaFULANA diz:
KKKKKKKKKKKKKKKKFULANA diz:
pq eu preciso ter menos sonoFULANA diz:
eu gosto da loucurinhaFULANA diz:
mas ng quer me vendersebastiao diz:
vou botar este papo no blogui omitindo teu nomeFULANA diz:
mmmmm..... tá bemsábado, dezembro 06, 2008
- A senhora faz iogurte em casa? - perguntou o guri.
- É, tenho aqueles bichinhos que a gente vai trocando o leite de tempos em tempos e eles vão se multiplicando - ensinou a amiga da Ciarelli.
Todo curioso, o piá não resistiu:
- A senhora me consegue um casalzinho?
terça-feira, dezembro 02, 2008
sábado, novembro 29, 2008
O ano era 1996. Eu e colegas do terceiro ano do Alpicação, que excursionávamos por Buenos Aires, íamos a um jogo de Racing e Arg. Jrs, em Avellaneda. Entrei no táxi para o estádio com a camiseta do Grêmio, e o taxista mandou-me trocar, porque não seria seguro ir com o uniforme de um time brasileiro. Obedeci. Assistimos ao jogo, um tenebroso 0X0, com direito a briga nas arquibancadas, tiro e morte na saída da partida. Deu na TV e tudo. Adivinha que camiseta usava o líder da torcida do racing, o rei dos barra-bravas, o cabeludo que a todos comandava e deu o start à pancadaria? A do tricolor gaúcho. Pura verdade.
sexta-feira, novembro 28, 2008
Quando um ser humano do sexo feminino vem ao mundo, seu cérebro já traz um vocabulário secreto que só se desenvolve com a maternidade. É engravidar e a mulher começa a falar uma língua diferente, composta de palavras tão estranhas quanto linha nigra (a listra que aparece na barriga com a gestação) e que você não sabe como, nem onde aprendeu. E nem vai saber – ela não aprendeu: nasceu sabendo.
E não apenas isso: aflora na gestante uma nova noção de tempo. De uma hora para outra, sua mulher, que pensava que 2,5 semanas eram duas semanas e cinco dias, passa a calcular com perfeição qualquer intervalo com a unidade semana. Quase que um convite para almoço amanhã vira "amor, vamos almoçar daqui a um sétimo de semana?" e "daqui a dois anos" vira "daqui a 112 semanas". Claro, a gestante sempre tem na ponta da língua quantas semanas acumula de gestação. As gurias sempre me perguntavam:
- Com quanto tá a Rafa de gravidez?
- Três meses, mais ou menos.
- Mas quantas semanas.
- Sei lá, faz a conta, mulher. Só sei que fabricamos dia 7 de março.
Voltando ao vocabulário feminino, ele se mostra ainda mais rico quando nasce o bebê. Sua mulher e as médicas e as avós começam a falar outra língua. E você, pobre pai, tem de ter um dicionário de português e outro de inglês e outro de medicina para entender. Para facilitar o ingresso dos homens nesse novo mundo, deixo aqui um glossário, que pode ser enriquecido com comments. Afinal, como diz meu amigo e papai Filipe Maia, este blógui tem de ser relevante.
Coto: anagrama de toco; o toco do umbigo, enquanto já cortado e ainda não caído.
Mecônio: os primeiros cocôs do recém-nascido. Gosma escura e grudenta, parece doce de ameixa. Sai nos primeiros dois dias, dando lugar ao cocô erva-mate e ao cocô molho de maracujá, respectivamente, nos dias subseqüentes.
Tampão: tampa grande, decerto. Primeira parte do corpo feminino que rompe antes do nascimento do bebê. Os sintomas são vazamento de borra marrom e sangue aguado. Após esse rompimento, ainda pode levar dias para o parto. A gente ouve falar de bolsa, útero, contrações, etc... Mas, antes de tudo, há o tampão, quem diria!
Colostro: o leite que não é leite que sai nos primeiros dias. Precioso em conferir defesas imunológicas ao bebê. Aguado após o nascimento. Igual a cheddar antes dele.
Nan: marca registrada. Alimento infantil da Nestlé que virou sinônimo para qualquer complemento alimentar. Não hesite em dar Nan em copinho de cachaça se seu pobre filho é glutão e não se satisfaz com o colostro. Fará bem aos seus ouvidos (e a seu sono)
Concha: armadura de plástico para a teta, ops, para o seio da mamãe. Protege a mamica, ops, o mamilo contra fissuras, e o parceiro da mãe contra jatos de leite. Pode vir com reservatório para leite materno.
Mijão: sim, o seu filho também é um mijão, ainda mais quando está trocando as fraldas e brinca de chafariz. Mas a palavra também indica a calça ou ceroula do bebê.
Tip-top: desse eu já tinha ouvido falar. Espécie de macacão, a roupa ideal para o bebê. Peça única fechada por botões. Tenha muitos destes.
Bóri: certo que é body, mas, para ser in, a gente tem que falar bóri, com erre. Espécie de camiseta de algodão macio que pode ir debaixo do tip-top.
Cuero: coberta de algodão ou lã para cobrir o bebê (e para que mais serviriam as cobertas)? Um dia deve ter sido de couro.
Alucinar a teta: é o que seu filho faz quando fica mordendo o ar, a roupa e seu dedo imaginando que se trata do seio. Mais detalhes, pergunte para a Melanie Klein. Ou para a minha irmã mesmo.
Bebê-conforto: pequeno berço desconfortável para levar o bebê no carro ou na rua. Evolução do moisés, agora impermeável, para ser largado no rio sem molhar o Moisés.
Sling: faixa que se usa atravessada no tórax para carregar o bebê junto ao corpo. Muito na moda, embora pareça coisa de ípi (hippie).
domingo, novembro 23, 2008
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Tentarei explicar o inexplicável, relatar os sentimentos que acometem um pai de primeira viagem quando nasce o filho, o que se passou antes e depois das 23h39min do dia 17 de novembro de 2008, quando o João Ritter Com Dois Tês dos Santos de Araujo Sem Acento Ribeiro veio ao mundo.
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Dos fatos: na sexta e no sábado a Rafa submeteu-se a duas ecografias para verificar se, digamos assim, um ‘vazamento’ percebido não era de líquido amniótico, o que precipitaria uma cesariana. Não era. Ao ouvir o diagnóstico da médica, a Ana Lúcia Letti Muller Recomendamos, minha mulher descobriu de uma só vez que possuía um tampão e que ele havia rompido. O parto poderia demorar alguns dias.
No sábado, entretanto, começaram as contrações. Leves e a cada 30 minutos, moderadas e a cada 20, fortes e a cada 10, insuportáveis e a cada 4. Esse último nível, já na manhã de segunda-feira, quando fomos ao hospital. No centro obstétrico, uma máquina foi ligada à Rafa para medir o ritmo e a intensidade das contrações. Imediatamente, de inopino, as insuportáveis e a cada 4 minutos ficaram moderadas e a cada 15, pelo menos até o aparelho ser desligado. Meu pai disse que é como chamar um técnico para ver a TV e, quando ele chega, o aparelho está funcionando perfeitamente. A Rafa foi mandada de volta para casa.
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A tarde foi insuportável para a minha pobre mulher. O dilema era o seguinte. As contrações estavam horríveis, mas o bebê só tinha 37 semanas, enquanto o ideal são 40 para nascer. Havia uma remota possibilidade de o pulmãozinho ainda não estar formado 100%, e o João ter de ficar na incubadeira, feito pinto. Mas, com o ritmo voltando para insuportáveis e a cada 4, conversamos com a médica e tomamos uma decisão: o João estava pedindo para sair - de parto normal ou cesariana, era hora de ele nascer.
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A decisão me trouxe um alívio e uma alegria serena. Como minutos antes de meu casamento. Com calma, saí do apartamento dos pais da Rafa, onde meu pai já tomava um uísque para se tranqüilizar e nossas mães prestavam apoio à parturiente, e vim até minha casa. Peguei nossa mala e a bolsa do João, que já estava pronta, e tranquilamente, tomei um banho. Busquei a Rafa e rumamos para o Hospital. Às 21h estávamos no Moinhos.
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Desde o início da gravidez, que agora vira gestação, assim como dar de mamá vira amamentação, tenho procurado ser um pai participativo. Diz que é moderno participar. Mas eles, médicos, que não deixam muito. O pai não pode acompanhar o primeiro exame no Centro Obstétrico e nem o começo da cesárea.
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Até eu entrar no vestiário onde deveria tirar a roupa e vestir o camisolão verde, estava tranqüilo. Só ali, sozinho, me dei conta de que alguma coisa realmente importante aconteceria. É como se tudo o que se passara na minha vida estivesse virando passado. De uma hora para a outra. Alguma coisa nova estava chegando para mudar tudo para sempre. Neste momento, olhei para o banheiro e pensei em quantos pais já haviam se utilizado dos serviços daquela privada. Se eu me caguei? Literalmente.
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Paramentado, de camisolão, touca, protetor de pés e máscara, fui para a sala dos médicos. Na Globo, passava um filme brasileiro, no qual, por coincidência, um bebê era deixado em frente a uma igreja. Na sala de parto, a Rafa era anestesiada. Ainda bem que a pediatra, Rejane Schmitz Sei Lá Como Escreve Mas É Um Anjo Recomendamos, ficou um pouco comigo. Ela mesma levou-me até o local do procedimento. Encontrei a minha mulher muito enjoada, e as médicas pingando suor de tanto forcejar a barriga. Passaram-se instantes até, de repente, uma delas abrir a cortina e aparecer aquele pedacinho de carne já quase chorando. Colocaram-no, ainda gosmento, sobre a Rafa, que o beijava feito bicho. Não derramou uma lágrima. Nem eu. Ainda iria demorar para eu me emocionar.
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Levaram o João para uma sala contígua. Fui junto. Ainda bem que tinha visto Discovery Home and Health e descoberto que bebês ficam roxos logo que nascem. Caso contrário, teria sido um pavor. Viraram e reviraram o João. Quando me dei por conta, ele era um pacotinho em minhas mãos. Peguei-o como achava que um pai deveria pegar uma criança. Sem medo, com firmeza e determinação. Sem fraquejar, eu só queria ser o que se espera de um pai. Tinha um papel e tinha de cumpri-lo a contento. Ponto.
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Os primeiros momentos de um bebê são do pai. É ele quem o acompanha, quem o pega, quem o assume, quem tem o controle. Ao menos nos casos de cesárea, em que a mulher está sendo costurada. Com o João no colo, dei-me conta que naquele momento o poder era meu; o poder de decidir o que fazer com ele – levá-lo para a mãe ou para a família? Deixei-o nos peitos da Rafa e corri para fazer um sinal de OK para os tios e avós que aguardavam atrás do vidro do Centro Obstétrico. Voltei à sala de cirurgia, para ficar com a Rafa e meu filho. Espiei por sobre a cortina que separa a cabeça da barriga da mãe e vi coisas que fariam muitos desmaiarem. Descobri que sou forte para isso.
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Como disse, os primeiros momentos de um bebê são do pai. Fui eu quem decidiu a hora e levá-lo para o forninho, digo, berço aquecido; foi minha a primeira mão que ele segurou. Acompanhei a pediatra manipulá-lo feito um pedaço de trapo. Vi meu guri levantar a cabeça ao sentir-se sufocado quando de bruços e dependurar-se como macaquinho nos dedos da enfermeira. Descobri ao mesmo tempo que o João tinha Apgar “nove e nove” e que Apgar era um teste para ver reflexos e condições do bebê ao nascer.
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Mas o sonho dos primeiros minutos é efêmero. Uma ilusão que se esvai no exato momento em que põem o garoto na teta da mãe. A boquinha que nunca sentiu um seio vai direto no mamilo e suga como se sempre antes. Nesta justa hora, o pai descobre que é ninguém. A vida do filho será teta e teta. Resta a mim, resta a nós, pais, fazê-lo arrotar.
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Os momentos no quarto do hospital são malucos. Pela primeira vez na minha vida, a sensação de sonho e realidade se inverteram. Prestes a cair no sono, sentia que voltaria ao mundo ao qual estava familiarizado do sonho e, ao mesmo tempo, abandonaria o mundo mágico que estava vivendo acordado. A realidade era muito mais fantástica do que qualquer sonho. E isso não é figura de linguagem nem metáfora. Realmente, tinha medo de dormir e interromper um sonho que dava vontade de sonhar.
Em que momento eu me senti pai? Sei direitinho quando foi. Tínhamos, os três, passado a noite no quarto. As primeiras visitas da terça-feira já haviam aparecido. A primeira delas, o Dr Flávio Prenna, médico amigo da família, que às 8h me explicou que pouco a pouco os humanos vão abandonar o reflexo primitivo de se dependurar nos dedos das enfermeiras feito macaquinhos em galhos da floresta. A seguir, chegaram alguns familiares, amigos, todos bem-vindos. Em um determinado momento, no entanto, me vi sozinho no quarto com o João. A Rafa no banheiro, provavelmente. Coloquei o guri no meu colo, sentei na poltrona e apenas olhei. A boca, a bochecha, os olhinhos, a orelha. Me pus a chorar e descobri que olhar para aquele rostinho me faria para sempre feliz. E cada vez que paro para observá-lo me vem a mesma paz e o mesmo amor.
sábado, novembro 22, 2008
sexta-feira, novembro 14, 2008
quinta-feira, novembro 13, 2008
sexta-feira, novembro 07, 2008
quinta-feira, novembro 06, 2008
sexta-feira, outubro 31, 2008
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Ah, eu seria um excelente adevogado. Se seria...
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Aliás, falando em exército e em Studio Pampa, vê se não parece um anúncio das Forças Armadas atrás de recrutas:
"Se você tem 18 anos ou mais (ou é emancipada), é uma menina comunicativa, gosta de dançar e sonha em trabalhar na televisão, você pode ser uma Pampacat."
E segue...
"Nesta fase, as participantes (que já foram aprovadas na fase de PRÉ-SELEÇÃO) passarão por provas de desenvoltura, fotografia, desinibição, dança, voz, dentre outras questões que serão avaliadas individualmente. Nesta fase, serão escolhidas de 10 a 15 canditadas para as eliminatórias finais do concurso "Seja uma Pampacat"."
quarta-feira, outubro 29, 2008
Estes dias de inverno no verão, estes dias de verão no inverno, eu já disse isso, mas agora acrescento estes dias de primavera na primavera, mas não aqueles dias de outono no outono, enfim, estes dias são dias que têm algo de sobrenatural, mas agora eu acrescento que, apenas por serem, estes dias podem te levar aos píncaros da euforia ou às profundezas da depressão.
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Muito escrevi sobre as frutas e a primavera da Jaime Telles, sobre a atmosfera idílica do estacionamento da Zilnei, aquela que me chama de Giovani, aliás, saudade dela e do estacionamento, tenho de dar uma estacionada lá qualquer dia desses. Mas agora quero dizer das frutas e da primavera da Fabrício Pilar. É lentamente que exploro esta minha nova já velha rua. Se por um lado me demoro a aproveitá-la, por outro posso saboreá-la aos poucos, como o picolé que se lambe e não se morde, cada dia uma descoberta. A verdade é que este Mont Serrat não deve nada àquele Petrópolis. Em meia quadra e meia de caminhada hoje descobri a pitangueira da vizinha da frente, a goiabeira do meio da rua e as muitas... as muitas... Bom, ninguém sabe bem que fruta é aquela, mas todo mundo come, tem um gosto azedo, mas a gente finge que é doce. A senhora da maloca da esquina disse que é cereja, mas eu garanto, de cerejas ela não sabe nada. Outra velha, cheia de convicção, me garantiu ser amora, e então fiquei pensando como pode ela, em seus setenta e tantos anos de vida, não ter aprendido o que eu aprendi, senão antes, aos seis, quando entrei no Aplicação e conheci a amoreira que circundava "a casinha" de brinquedo. Desconfiei que pudesse ser jambolão, mas não, ninguém dirige melhor do que eu na estrada do jambolão, lá na Gamboa, eu sei muito bem o que é um jambolão para não olhar e dizer de cara: eis um jambolão. Então, tem esta fruta que é meio amora, meio cereja, meio pitanga, meio jaboticaba, meio jambolão e tem forma de caju e que ninguém sabe direito o que é. E, para encerrar, tem também o pêssego do casebre da esquina, um pêssego pequeno e verde e sem veludo cuja folha cheira a marzipan, mas que, definitivamente, é um pêssego, eu mesmo o quebrei e vi o caroço.
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Como é bom um almoço solitário ao ar livre, o vento fresco levantando os guardanapos presos debaixo do prato, o guarda-sol fazendo as vezes de árvore.
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Ai, ai... Perdão por toda essa viadagem. Deixarei os jacarandás para depois.
segunda-feira, outubro 27, 2008
quarta-feira, outubro 22, 2008
A impressora cospe 500 folhas com os sinais:
"0000000000000000000000000//////////////////////
/////////sdfjkçklçjsdfklçndfs0000000000000000000>&
gt;>>>>>>>>kçljçlwekjdçklnmsdk/////
///////////0000000000000000000000000/////////////
//////////////////sdfjkçklçjsdfklçndfs0000000000000......."
Trata-se de:
1) Uma instalação artística
2) Uma pegadinha
3) Os OVNIs tentando contato
terça-feira, outubro 21, 2008
sexta-feira, outubro 17, 2008
quinta-feira, outubro 16, 2008
quarta-feira, outubro 15, 2008
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As roupas do João menos infantis foram eu que comprei. Um abrigo Ralph Lauren (US$ 40) e um pala La Victoria (US$ 60). A propósito: as mais caras e as mais chiques e as mais legais.
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Fazia quanto tempo que eu não tinha febre? Rapaz, desde que retireis as bolas. As amígdalas, fique claro, que as debaixo estão nos conformes. O João é prova.
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- Siga aquele carro!
- Já sei, já sei... que nem nos filmes.
sexta-feira, outubro 10, 2008
terça-feira, outubro 07, 2008
segunda-feira, outubro 06, 2008
quarta-feira, outubro 01, 2008
quinta-feira, setembro 25, 2008
terça-feira, setembro 23, 2008
quarta-feira, setembro 17, 2008
segunda-feira, setembro 15, 2008
sexta-feira, setembro 12, 2008
quinta-feira, setembro 11, 2008
segunda-feira, setembro 08, 2008
sexta-feira, setembro 05, 2008
segunda-feira, setembro 01, 2008
quarta-feira, agosto 27, 2008
segunda-feira, agosto 25, 2008
sexta-feira, agosto 22, 2008
segunda-feira, agosto 18, 2008
sábado, agosto 16, 2008
Pulgas defecam. Até aí tudo bem. Tudo que entra, sai; tudo que come, caga. Mas tem uma coisa mais impressionante. Pulgas cospem. Pffff (onomatopéia de cuspe). O que nos leva a uma conclusão estarrecedora, confirmada pela doutora: pulgas têm saliva, Ou seja, pulgas são quase humanos. A diferença entre nós e elas é que a saliva delas é poderosa. O cuspe da pulga irrita a pele do gato, e então o gato começa a se coçar e perde pêlo e a gente tem de levá-lo à veterinária, para decobrir que pulga caga e cospe. Ah, claro, e também para pagar R$ 160 por uma consulta, um banho, um shampoo e dois remédios.
Ainda bem que a gente aproveita para se divertir. Sabia que há esmalte para pets? E corretivo para os olhos? E bolo de laranja? E panetone? E óculos de sol? E tempero para ração? Sim, há tudo isso para cães e gatos e muito mais. Inclusive um refrigerante para cachorro. A latinha custa R$ 9,90. O sabor? Carne. Será que é gaseificado?
sexta-feira, agosto 15, 2008
quarta-feira, agosto 13, 2008
segunda-feira, agosto 04, 2008
É mesmo escandalizante a inflação dos alimentos. Os gastos do brasileiro com comida subiram muito além da média do custo de vida, superando qualquer índice de inflação. Senão, vejamos. Em junho de 2002, nossos arquivos digitais registram que se pagava um valor mínimo de R$ 60 para o cidadão comer na Sauna Guaíba, mais R$ 35 para entrar na boat..., digo, no refeitório, perfazendo um total de pelo menos R$ 95 por incursão. Esse valor, corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), representaria R$ 140 a preços atuais. Ainda que a aplicação fosse na poupança, embora normalmente ela seja um pouco abaixo, o valor atualizado seria de R$ 157. No entanto, nossos pesquisadores foram a campo e descobriram que o mínimo que se gasta hoje no distinto estabelecimento é R$ 179, sendo R$ 69 para entrar e mais R$ 110 para adentrar. Ou seja, seis anos depois, o cidadão de bem está gastando R$ 39 a mais em uma refeição mediana. Desse jeito fica difícil comer fora de casa mesmo! Confira a tabela:
Inflação (junho de 2006 a junho de 2008)
IPC (Índice de Preços ao Consumidor): 47,55%
Poupança: 65,87%
IPG (Índice de Preços Guaíba): 88,42%
quarta-feira, julho 30, 2008
Há uns dias esteve na Capital o urbanista catalão Jordi Borja. Ele só disse o óbvio. Mas o óbvio seria uma revolução para Porto Alegre. Derrubar o muro, aproveitar os armazéns, retirando alguns para fazer a visão da água chegar até a cidade, criar atrações comerciais e também gratuitas para não elitizar demais como o Puerto Madero... Simples assim. Genial assim.
segunda-feira, julho 28, 2008
sexta-feira, julho 25, 2008
quinta-feira, julho 24, 2008
quarta-feira, julho 23, 2008
segunda-feira, julho 21, 2008
sexta-feira, julho 18, 2008
terça-feira, julho 01, 2008
segunda-feira, junho 30, 2008
quarta-feira, junho 25, 2008
sábado, junho 21, 2008
quinta-feira, junho 19, 2008
quarta-feira, junho 11, 2008
Atualmente, Filipe passa mais tempo no hospital do que em casa. Quando está em Tenente Portela, o garoto se diverte com os amigos e mata as saudades do pai, Celso Mereis, que por causa do trabalho, não pode acompanhar o tratamento do filho em tempo integral.
Antes de fazer o transplante, Filipe, gremista fanático, faz um pedido especial a mãe. "Quero que ela vire gremista. Não quero uma medula colorada", fala o menino.
terça-feira, junho 10, 2008
quarta-feira, maio 28, 2008
>>>Rodrigo Bersch Muzell>>>
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Quanto de frescura vai ter no teu casamento, numa escala de 0 a 10? (Sendo 0 o casamento dum amigo meu que foi num quintal com pizza e 10 o casamento do anghinoni, onde para tudo havia um garçom)
>>>Sebastiao Ribeiro>>>
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8. pq?
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>>>Rodrigo Bersch Muzell>>>
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Gostaria de saber o que esperar. Exemplos?
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>>>Sebastiao Ribeiro>>>
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tu não prefere que seja surpresa?
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>>>Rodrigo Bersch Muzell>>>
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prefiro. Não me entrega as surpresas, mas me dá uma idéia de que haverá de legal. Chamam de teaser, os publicitários.
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>>>Sebastiao Ribeiro>>>
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não haverá grandes surpresas... será um casamento normal. boa decoração, boa comida, muita bebida, espero. só que acho que estará bem animado, porque tenho amigos bastante bagunceiros...
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>>>Rodrigo Bersch Muzell>>>
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Achas que há boas perspectivas pro Último Solteiro, o Vicente?
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>>>Sebastiao Ribeiro>>>
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poucas, mas algumas... mas poucas...
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>>>Rodrigo Bersch Muzell>>>
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Apesar desse monte de respostinhas medrosas, tens uma entrevista pro dia de hoje já.
terça-feira, maio 27, 2008
mariella: o que tu mais gostou na função toda?
sebastiao: de procurar a lua-de-mel. acho que gastei umas 500 horas na frente do computador sonhando com hotéis e lugares paradisíacos. como a rafa queria metrópole e eu, sombra, sexo, comida e água fresca, decidimos cinco noites no caribe e cinco noites em ny. demorei anos para me decidir por playa del carmen, no méxico, mas quando fomos a são paulo buscar o visto mexicano, esgotaram-se as senhas para o dia. nos irritamos com os cucarachos e decidimos não ir mais pra lá. desesperado, fiz um comment no blógui do ricardo freire pedindo ajuda. ele foi muito querido e nos mandou tomar no olho do cu. sério: nos sugeriu o ku hotel, em anguilla. a partri do dia 17, em encontre em www.ku-anguilla.com/
sebastiao: ... (longo tempo) ... mariella, uma entrevista pressupõe respostas e PERGUNTAS
mariella: hahahahahaha. sim,eu tava lendo, guri
mariella: e o noivo teve muitas funções no processo ou a noiva acabou absorvendo todas? quais as tarefas foram delegadas a ti, além da lua-de-mel?
sebastiao: putz, que bosta este gtalk, apagou toda uma resposta...
mariella: quer ir pro msn?
sebastiao: bem capaz. fiz um monte de coisas. escolhi o fotógrafo e a empresa de iluminação (foi por eliminação, já que o representante de uma delas tinha uma megatatoo do inter no braço e foi desqualificado). estou vendo as bebidas e comidinhas surpresas. descobri e comprei lembrancinhas criativas. a escolha do menu foi megademocrática, em um pleito que envolveu as duas famílias e voto aberto.
mariella: um noivo muito dedicado. e o terno? qual foi o critério de escolha? a rafa ja viu?
sebastiao: a rafa não vai ver. desculpa, não sou vaidoso, mas quero preservar a informação sobre o terno. a escolha é minha e só minha. a maria paula foi chamada pra me ajudar, mas não me ajudou. de que adianta ter cunhada, então? agora, só eu sei como é meu terno (e o alfaiate e a margarida muller, que é a cerimonialista, muito querida). ah, ele é diferentão. disse isso pra minha mãe e ela está apavorada.
mariella: hahahaha. mas é terno ou fraque? ou meio fraque?
sebastiao: terno.
mariella: tu vais usar gravata ou plastrom? é assim que escreve?
sebastiao: o que é plastrom, meu deus? não, tudo menos PLASTROM, seja lá o que isso for..
mariella: é aquela gravata de noivo com uma pérola. acho meio esquisita, mas enfim. e a expectativa com o grande dia. tá perto, né? a rafa teve muitos pesadelos??
sebastiao: ah, começaram as perguntas de repórter esportivo pra jogador de futebol... tem expectativa nenhuma, guria. tá tudo ótimo. a rafa tá ótima. e chega de entrevista. amanhã fazemos mais. valeu!
mariella: não, não. não é pergunta de repórter esportivo. nem sei como se faz isso.
sebastiao: putz, não estou conseguindo fazer um copy-paste disso. e agora?
mariella: mas é que noivas têm pesadelos durante o processo. e a rafa me falou de um com o vestido, que era azul celeste. mas conta mais. vai ter pajem? imagina o barbosa levando as alianças!
sebastião: ba-ai.
segunda-feira, maio 26, 2008
Webmaster - Teu blógui tá uma merda.
Tião - Eu sei... É que...
WM - Tua meta é deixá-lo como o da Tica?
Tião - Não, não, de jeito maneira, prometo que vou me empenhar.
WM - Andam dizendo por aí que a tua condição de futuro marido e pai
está te fazendo um homem mais maduro, e que homens maduros não têm blóguis...
Tião - Mentira! Calúnia! Quer dizer, acho que não... Pode ver, eu tento atualizar, fiz dois posts sobre a azeitona, digo, o morangão... Talvez vá ser legal pra ele ler isso quando crescer. Saber que um dia foi uma azeitona. Bonito, né?
WM - Ele?
Tião - Não, tipo, digo ELE latu sensu. Pode ser uma morangona. Aliás, seria bem divers se fosse uma morangona...
WM - Divers? Tua filha vai te achar ridículo se tu falar assim com ela.
Tião - Tipo o pai de boné e pochete que eu vi tomar um tombo na rua quando andava de skate com o filho?
WM - Não desvia. Por que tu não tá atualizando?
Tião - Não fui eu que tergiversei, cara. Foi tu que perguntou se eu ia falar divers pra minha filha. Filho. Sei lá.
WM - Desculpa.
Tião - Tá, não tenho tempo pra ficar de abobrinha. Tenho de ensacar as lamparinas. Nos falamos depois.
WM - Abobrinha? Lamparina?
Tião - Esquece, esquece... A propósito, o que é Webmaster?
terça-feira, maio 20, 2008
segunda-feira, maio 19, 2008
sexta-feira, maio 09, 2008
terça-feira, maio 06, 2008
Se você fosse um bovino - um boi, uma vaca, um touro, um terneiro - e estivesse no brete (aquela confusão toda, a cola do da frente espalhando merda no seu focinho molhado), prestes a levar uma pistolada no pescoço, preferia que a vacina contra aftosa aplicada fosse da:
a) Bayer (se é Bayer, é bom)
b) Intervet (leia-se Schering Plough - se diz "pláu")
c) Merial (sem proteínas não-estruturais)
d) Vallée (se faz de francesa, mas é de Uberlândia)
segunda-feira, maio 05, 2008
"Muito obrigada pela lembrança. Sabe que essa questão do gosto que a lanolina passa prá carne é super importante mesmo! O Álvaro, que era o meu namorado mas agora estamos separados, sempre fala isso, tanto é que quando o irmão dele carneava qualquer ovelha velha o sabor da carne era tão suave quanto o de um cordeiro mamão!!!
Quanto à lanolina, se tu quiseres explicar de um jeitinho bem delicado, é só dizer que é como aquele sebo que a gente fica se não toma banho uma semana... rsrsrs.
É a oleosidade produzida por glândulas sebáceas da pele da ovelha. A lanolina, apesar de não ter um perfume muito agradável quando está in natura, é extensamente usada em produtos cosméticos por suas propriedades de hidratação.
Como a lanolina tem esse cheiro forte e propriedade oleosa, quando se abate um cordeiro, é fundamental cuidar para que a mão que toca no pelego não toque na carne, pois a lanolina ficará "grudada" nos dedos e conseqüentemente será "transportada" para o nosso sagrado churrasquinho, ou qualquer que seja a forma de preparo da carne de cordeiro."
Aproveito para trazer dos comments para o corpo do blógui as considerações do Gustavo Ibarra, que atribui os diferentes góstos aos diferentes pastos e deixa uma receita:
"Tião, a questão do pasto é muito pessoal. As gramíneas que determinam o gosto variam de acordo com as microrregiões do estado. Notaste grande diferença de sabor entre o cordeiro produzido na fronteira e os originários dos campos de cima da serra ou da região central, por exemplo. Eu estranho o gosto, pois o meu costume é de comer carne proveniente da fronteira. Eu recomendaria que o pessoal comprasse a carne do selo ovino jovem do Nacional/Big. É garantida que é boa e cujo o manejo é correto, pois são cordeiros de campos nativos da fronteira, mais precisamente fornecidos pelo núcleo santanense de criadores de Texel.Hhehehe.Faz assim ó: compre uma paleta. Esmague alho com sal e faça uma pasta. Misture manjericão fresco picado a essa pasta e espalhe/esfregue por toda a paleta (fure ela com uma faca pra aumentar a absorção dos sabores). Leve ao forno para assar. Acompanhe com uma massa puxada na manteiga com sálvia (derreta a manteiga-bastante- na frigideira e jogue as folhas de sálvia para fritar rapidamente) e um bom tinto. Reze que seja um domingo chuvoso..."
terça-feira, abril 29, 2008
sexta-feira, abril 25, 2008
terça-feira, abril 22, 2008
Foi mais ou menos assim. Terça-feira, dia do futebolzinho da turma, eu estava dando um tempo na Zero Hora para ir direto para a quadra, quando a Rafa liga. Ela sempre liga.
- Gordo, tu tá sentado?
- Ahn... Que tu quer?
- Tou grávida.
Neste momento, é bom que vocês entendam que a Rafa sempre ficava grávida. A cada ciclo que atrasava, engravidava. De fazer teste e tudo. Um dia sem a menstruação, e já queria ir pra farmácia comprar palitinho. Portanto, nenhuma novidade até aqui. Mas resolvi averiguar.
- Como? Explica.
- Eu tou muito nervosa. Eu tou aqui no escritório. Eu comprei um teste de farmácia. Deu dois risquinhos azuis. Um tá mais fraco que o outro, mas na bula diz que se dá dois risquinhos é que ta grávida.
A primeira reação foi físico-química. Senti um vazio no estômago; uma espécie de frio que se espraiou até a ponta dos dedos dos pés e das mãos. Instantes depois, pude elaborar um pensamento:
- Putaquiupariu, e o futebol? Tou fodido, tenho de ir ver a Rafa. Não vou conseguir jogar. Vai faltar um. Os guris vão me matar.
A questão neste momento era prática. Eu tinha de ver a Rafa. Era como se ela estivesse muito doente, e precisando de apoio. Ordenei que se dirigisse para casa e me esperasse. Antes de desligar, ela disse:
- Não podemos contar pra ninguém. Só depois do teste de sangue.
- Claro, claro! Tou correndo pra casa. Te amo. Beijo.
Desliguei o telefone, olhei para o meu lado e enxerguei a Isabel. Então vomitei:
- Isabel tenho que te contar uma coisa não conta pra ninguém a Rafa tá grávida acabou de descobrir foi um exame de farmácia diz que é 99% de certeza.
A Isa ficou faceira. Eu comecei a refletir sobre como me sentia. Com certeza, muito mais feliz do que triste; muito mais assustado do que alegre; sem dúvidas, muito eufórico e orgulhoso de ser um bom reprodutor.
Assim, rumei para casa. De carro, mas a jato. Minha preocupação voltou a ser o estado da Rafa e o futebol. Eu realmente queria jogar. Nossa peladinha de terça à noite é um dos raros momentos de prazer garantido. Mas, agora eu era pai. Pai. Tinha compromissos de pai. E, se a Rafa precisasse, eu ficaria com ela.
Cheguei no apartamento louco para vê-la. Ela abriu a porta e eu a abracei. Com força, mais pela necessidade de mostrar que estava ali do que por emoção incontida. Fiz um interrogatório sobre as circunstâncias do exame e então tomei coragem para dizer que eu queria ir ao futebol, mas não admitia, em hipótese alguma, que ela ficasse sozinha. Era como se instantaneamente ela tivesse se tornado um cristalzinho muito frágil. Tanto que, quando a deixei na casa da mãe dela, antes de seguir para o jogo, subi com o carro na calçada para não haver risco de minha mamãe ser atropelada. Parece pouco, mas eu nunca tinha feito isso antes.
Na ida para o futebol, tive de ligar para a Isabel. Eu tinha de falar. O jogo foi bom, apenas que às vezes eu parava no meio da quadra e pensava: meu, que viagem, eu vou ser pai, que coisa mais nonsense. Ao fim da partida, eu estava absolutamente eufórico. Tomei uma cerveja e voltei para levar a Rafa até a casa dos meus pais, onde fomos recebidos com muitos beijos e champanhas Cave Geisse para o brinde. Entrementes, o Alô Panvel entregou mais um exame que apontou dois riscos.
Acordei-me no outro dia incrédulo. Uma mijada num palito era totalmente insuficiente para me convencer da paternidade. Enquanto a Rafa fazia mil planos para o bebê, eu passei o dia ansioso, esperando o resultado do exame. Por volta das 17h, entrei eu mesmo no site do laboratório Weinmann. O resultado, vocês conhecem tanto quanto eu.
Quando o vi, lá na Zero Hora, chamei imediatamente a Isabel e pedi que convocasse a turma para um brinde no bar da redação. Todos ficaram muito alegres com a notícia e até Totosinho foi chamado.
De tudo, o que mais me surpreendeu é que eu fiquei muito menos nervoso do que esperava. Ando mais é faceiro mesmo. Acho que, na verdade, eu estou muito mais preparado para ser pai do que pensava. Ou não.
sexta-feira, abril 18, 2008
Uma azeitona com um caroço pulsante. Bem maior do que uma ervilha, pelo menos. Meu bebê tem exatos 1,29 cm “da cabeça à nádega”. Francamente! Não consigo entender por que eles medem uma criança da cabeça à bunda. Aliás, não consigo entender como eles conseguem descobrir onde é a cabeça e onde é a bunda. Pra mim, é tudo a mesma azeitona.
Tem gente que chora na primeira eco. Eu não. Digamos que o ambiente não é lá muito inspirador. Entramos em uma sala e uma moça ordenou à Rafa que tirasse a calça – e a calcinha. Todo dia, ela se despe na minha frente. Mas ali, naquele cubículo frio, achei meio estranho. E que coisinha ela ficou quando foi vestida com um saiote de papelão!
Deitada na cama, agora sem a moça, e aguardando a doutora, minha mulher olhou para o lado. Encontrou 30 centímetros de um objeto cilíndrico. Mais parecia uma salsicha parrillera desenrolada. Fina e comprida como a vara do Minhoca – palavras da própria mulher do Minhoca. Uma vara que espia (e ouve).
Passado o choque com as dimensões, seguiu-se uma preocupação mais nobre. Higiênica. Por quantas pererecas teria aquela... ah, deu pra entender, né? A tranqüilidade só veio quando a médica entrou e, em um movimento ágil e certeiro, uns cinco segundos no máximo, encobriu o objeto cilíndrico com uma camisinha.
Foi então que o exame propriamente dito começou. A médica dizia: ali é o embrião, ali a comidinha dele, ali a parede do útero, ali o ovário... E nós: Ahn? Quê? Onde? Ahn? Olha, eu podia dizer que é superfrustrante descobrir que o teu bebê é... uma azeitona disforme. Mas a verdade é que dá um puta orgulho. De saber que a tua mulher é fértil, que o ovário direito está produzindo progesterona, que o útero está dilatado, que o corpo dela está se comportando exatamente como devia até agora. E de saber que tu é capaz de gerar uma vida, porque nada simboliza mais a vida do que aquela minúscula bolinha pulsando, enlouquecidamente. Olha, vou confessar, estou arrepiado neste exato momento. E não é só para encerrar o texto como ele começou, mas passei o dia inteiro ouvindo aquele barulhinho: tu-tuc-tuc-tuc.
domingo, abril 13, 2008
Kati
Comprar carne ovina é uma loteria. Não importa se tem marca, é vendida em butique, faz parte de programa de abate controlado: há sempre o risco de o corte vir catinguento.
Sabe catinga? Aquele cheiro de barba de bode impregnado? Um gosto que causa náusea e instantânea contração nos músculos da face (e do abdôme)? E cuja sensação retorna a cada expirada? Pois é, tem bagual que adora, acha que é coisa de macho. Margarida detesta. Está certo, Margarida fala de si na terceira pessoa, e isso não é lá muito abonador, mas nem por isso deve-se desqualificar sua opinião.
Conversando com quem sabe ou quem diz que sabe, chega-se a três explicações com relação às origens da catinga _ aliás, ensina o Aurélio, termo com origem na palavra guarani kati, ou "cheiro forte". Para alguns, a kati poderia ser causada pela idade avançada do animal (oveia véia), pela raça ou pelo mau procedimento na hora do abate.
De início, Margarida colocou em xeque a questão da idade. A carne ovina mais catinguenta que já comeu foi um filezinho de cordeiro ao molho de mostarda. Prato lindo, receita tentadora e uma kati absolutamente desproporcional à delicadeza do corte. O problema era que a carne era de "marca", de "cordeiro mamão": como podia então ter aquele gosto repelente? Foi então que um criador amigo, adepto da teses que envolvem idade e raça, respondeu:
- Rapaz, eles dizem que é cordeiro. Eu sei que não é, porque eles oferecem para comprar meus bichos e da redondeza. E embarcam de qualquer idade e de qualquer raça. Tem oveia véia, eles compram.
A diferença de gosto entre as raças é uma explicação que sempre agradou a Margarida. Este colunista freqüentou o campo ao longo de toda sua vida. Lembra-se da kati da carne servida na fazenda do avô lá pela década de 80, quando se criavam raças específica para produção de lã. E sabe como o cheiro ruim desapareceu totalmente após a migração para a raça texel, voltada à produção de carne. A melhor paleta assada que Margarida já comeu - daquelas macias, suaves e ca-ra-me-la-das - foi de um animal suffolk criado (tipo carne) na Cabanha Picumã, de Butiá, do Rogério Silva, um veterinário muito gentil e que, aliás, tinha um carneiro megasuperultraresistente a vermes na propriedade, mas isso é outra história.
Quem defende a tese da forma de carnear é o marido da Letícia Picoli, outra veterinária querida totalmente apaixonada (e especializada) por ovinos. Pois o cara, cujo nome eu não lembro, com a chancela da mulher, diz que o problema é quando o carneador encosta a carne na lã. Se isso acontecer, com o perdão da expressão, fodeu. Essa, aliás, é uma tese antiga, mas Margarida não acredita muito nela, não. Duvida que nos grandes frigoríficos haja processos múltiplos de abate, e ainda assim a carne oriunda deles sai às vezes com kati, às vezes sem.
É essa inconstância odorífera ou gustativa, vamos assim chamar, que faz com que tanta gente não goste da carne ovina, que é a melhor que há entre as vermelhas (quando está boa). E que, por fim, limita o mercado e até os preços do produto. Afinal, não é todo mundo que aceita arriscar. Da parte de Margarida, continuará apostando na loteria, porque acha que uma costelinha de cordeiro boa compensa outras mil com kati.
quarta-feira, abril 09, 2008