domingo, dezembro 04, 2005

O Inter entrou em campo disposto a enfiar cinco no Coritiba e ser campeão brasileiro. Logo no início, tomou um e abandonou suas pretensões. Daí para diante, queria apenas ganhar, terminar empatado com o Corinthians e ser o campeão moral. Sem chances de vencer, o colorado concentrou-se em secar o líder e fingir que foi campeão de um campeonato de mentirinha.
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Incrível como os colorados não conseguiram digerir a vitória do Grêmio na segunda divisão. Na segunda divisão! O despeito foi tanto, o grito reservado para o segundo pênalti do Náutico ficou tão entalado, que eles não puderam se contentar em comemorar a ida a Libertadores e tiveram de inventar um título fictício.
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Imagina o constrangimento daquela gente na Goethe quando, terminado o jogo do Inter, a TV passou a mostrar o jogo do Corinthians. Tevez e Cia. trocavam passes na defesa, apenas esperando o apito final do juiz. Perdiam de 3 a 2, mas já nem queriam jogar. Do campeonato de mentirinha, da vontade colorada de comemorar, sequer tomaram conhecimento. Dos bares porto-alegrenses, não deu nem pra secar.
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Semana passada, ZH saiu com doze páginas destinadas à heróica ascensão tricolor, reservando à vitória colorada apenas uma página. A fúria dos leitores, ou ao menos dos leitores vermelhos, foi tanta que dezenas suspenderam a assinatura. Os editores de Esportes parecem ter se arrependido - se é que não levaram puxão de orelha. Ontem, ao fim do jogo do colorado, como um juiz que dá um pênalti inexistente e depois procura recompensar, um dos manda-chuvas da editoria lasca uma sugestão de manchete: "Campeão na Bola". Campeão do que, carapálida? Calma Tião, ZH tem de se redimir pelas doze páginas da segunda passada...
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Aliás, final melancólico o deste campeonato. Uma lição a todos que defendem os pontos corridos.
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Por fim, eu tinha avisado: Ele não ia interceder duas vezes pela gauchada em tão pouco tempo...

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