sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Coisa 1: estou saindo de férias. Neste instante. Os últimos dias foram dramáticos. Os segundos viraram minutos, os minutos, horas, as horas, dias. Como o coelho de Zenão, eu nunca conseguia alcançar a maldita tartaruga das férias. Parece que agora vai dar. É só eu me levantar, pegar o elevador, passar o crachá na roleta e pronto!

Coisa 2: conheci muita gente nesta vida. Depois, descobri que era demais.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Postar é como dar uma cagada. Alivia barbaridade.

sábado, fevereiro 18, 2006

À direita da saída da porta dos fundos da casa de Tramandaí dos pais da Rafa falata uma laje do piso. É um espaço de 50 centímetros por 50 centímetros com terra, no canto de um pátio calçado. Trata-se do menos de metro quadrado mais fértil do mundo. Do mundo.
No verão de 2005, a conta no aramazém da Gorda, que é parenta do Bino, que também tem armazém, a uma quadra dali, sofreu uma redução de 4%. Não foi preciso comprar um único tomate. Quando chegamos para a temporada (naquele tempo ainda se fazia temporada de praia) havia um enorme tomateiro. Um arbusto vergado de tanta fruta, com mil e uma ramificações, que deu para o verão inteiro e mais um pouco. A planta foi recebida de bom grado por todos, e não poderia ser diferente, mas instalou-se uma discussão sobre a origem dela. Até que a vó Wally matou a charada: ao lado da porta se punha o lixo e no lixo havia tomatos e tomatas, de forma que um tomato se apaixonou por uma tomata, uma sementinha surgiu e ali mesmo germinou.
Neste verão, o verão de 2006, chegamos para o primeiro fim-de-semana (já não se faz temporadas como antigamente), e novamente uma surpresa atrás da porta: um arbusto de funcho. É, funcho, tipo erva doce, pra fazer chá ou mascar feito caubói gay. Desta vez, a conta na Gorda não baixou, ninguém compra funcho, mas a discussão sobre a origem da planta voltou a se instalar rompendo a paz da família. Até que novamente a vó, desta vez a Alice, veio com a explicação. Era praxe jogar erva mate - sempre enriquecida com chazinhos - para nutrir o tomateiro, de forma que um funcho misturado no chimarrão encontrou uma funcha e deu no que deu.
Que será que as velhas vão jogar atrás da porta neste ano?

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Na sexta-feira que vem saio de férias. Treze dias. Vou à Gamboa e ao Rosa.
A partir de 10 de março, este blógui volta ao normal. Eu terei de novo Internet em casa. Cumprirei a meta de sair da cama até as 10h30min todos os dias. Estudarei inglês de segunda a sexta pela manhã. Lerei os tantos livros que se acumulam na minha cabeceira. Comerei apenas bifinho e saladinha no almoço. Inscrever-me-ei na disputa por uma vaga no mestrado. E irei ao dentista. São metas para o ano que vem, leia-se, par depois do Carnaval.
Preciso de um modem. E de um guaraná Polar. Em garrafa de cerveja.
Me emocionei – emoção de verdade, de marejar os olhos – uma única vez em Brokenass Mountain, como escreveu o Agamenon em sua coluna, que eu nem conhecia até dias atrás, afinal sou um estúpido mesmo, não sei nem distinguir o Caco Ciocler e o Caio Blat, e não tenho a mínima noção de quem seja Sandra Bulock, embora já deva ter visto mil filmes com ela, mas, enfim, isso não importa. Importa que só chorei quando Alma Jr, a filha do caubói mais legal, a bicha ativa e enrustida, personagem muito bem construído, como diria uma crítica do filme, quando a filha do Ennis del Mar disse ao pai que iria casar-se e pediu-lhe que comparecesse à cerimônia, ou seja, resumindo, que a conduzisse ao altar. Pode que minhas lágrimas tenham vindo do fato de eu já ter presenciado tantos dramas familiares semelhantes, pais que não conduzem as filhas nas igrejas, que não comparecem às formaturas ou esquecem os aniversários dos filhos. Mas o fato é que, definitivamente, não me emocionei com o amor dos gays.
Pronto, falei, como se costuma falar quando se quer falar algo que pode ser recriminado. As bichas pastoreando na montanha, as bichas rolando na montanha, as bichas se beijando na montanha, as bichas se comendo na montanha, as bichas se cheirando... nada disso me arrepiou. Pelo contrário, a verdade é que... A verdade é que eu deveria ter começado este post com a afirmação que se segue: VER AS BICHAS SE AMANDO ME DEIXOU INCOMODADO. Pode ser puro preconceito, pode ser que o diretor não tenha sabido me convencer, pode ser mesmo que a minha condição de macho não me permita ser solidário com um amor assim, arrasa rabos, pode até ser veadagem minha, mas não me senti muito confortável com Pennis e Jack.
Passei o filme inteiro torcendo contra um beijo, um afago, uma enrabada. Torci enlouquecidamente para que eles, os mocinhos (ou as mocinhas, como queiram), largassem logo a veadagem e se apaixonassem de verdade por uma mulher.
Para mim (e me perdoem se agora contradigo meu colega e também heterosseuxual Ticiano Osório), Brokenass não é uma grande história de amor; é uma grande história sobre como é foda ser veado! Ontem, hoje, sempre e em qualquer lugar.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Eu odeio a manhã. Eu odeio segunda-feira. Eu odeio gente que sabe tudo de tudo. Eu até me odeio.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Sempre ouvi falar de Ri-Do-Rato. Foi por conta de um primo meu que, pequeno, na fazenda, teria passado um dedinho no veneno e depois na boca.

- Tu comeu, Bento?
- Comei...
- Mas como, Bento?
- Com garfo, faca...
- E tinha gosto de quê, Bento?
- De boi, de vaca...

Observem, tem até rima, o diálogo que se repete até hoje na família. Apesar de já ter ouvido mil vezes o nome, nunca tinha visto Ri-Do-Rato. E sempre achei que se tratava de Ridu Rato ou Ridorrato, coisa assim. Mas do jeito que é, acho que quer dizer que o rato morre e a gente fica rindo dele, né?
Sábado, vi pela primeira vez uma latinha de Ri--Do-Rato. Foi no armazém da Gorda, em Tramandaí. A Gorda é parenta do Bino, que também tem armazém, uma quadra depois, junto da caixa d´água. O do Bino é bem melhor, mais limpinho, o da Gorda anda meio relaxado, ela misturou a venda de secos e molhados com um atacado de ração para cachorro, de forma que ficou um ambiente meio sujo e com cheiro de ração e um monte de cães e gatos em volta. Ainda assim a gente vai na Gorda, porque é mais perto.
Mas, voltando ao Ri-Do-Rato, e ao que me levou a este post, cheio de tergiversações: a marca do veneno é um clássico do design! (Não tirei fotos, tentem procurar a imagem no Google)
Ah, sobre o Bento, parece que levaram-no ao hospital de Santiago, 80 quilômetros distante, onde se verificou que ele não ingeriu o veneno ou o fez em dose desconsiderável. Está muito bem, obrigado, o meu primo.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Tá difícil postar. Estou arrasado sem Internet.
***
Mais um domingo em Zero Hora e eu aqui fingindo que é normal. Há cinco anos que faço plantões, na Band, na TVE e agora em ZH. Nunca acostumei. Fico olhando para a tela do computador, tomo um café, leio o Estadão, nada acontece e eu torcendo para que nada aconteça. Se porventura um editor gritar meu nome, meu sangue congelará por uns segundos, eu sei. É impossível encontrar uma fonte num domingo de veraneio.
***
Sim, continuo sem internet e é por isto que esta coisa está sem atualização. Em ZH, não podemos brincar de blógui e em casa, meu computador não conecta. A GVT diz que não tem nada com isso, o técnico assegura que o problema é no modem, a fabricante do aparelho me manda instalar uma nova versão do software e eu continuo sem conseguir conectar. Desesperador.
***
A máxima de que um blógui é uma terapia é tão óbvia quanto verdadeira. Nos minutos que paro para escrever aqui desconecto. De tudo. É como se eu vivesse em um barco, observando a superfície do Oceano. Postar é como mergulhar ligeiramente a cabeça na água e poder ver o que há lá embaixo. Alegoria simplória, filosofia barata, deixa prá lá.
***
Ao menos, nestas semanas sem Internet, acumulei temas para tratar aqui. Ana Gabriela, João Pedro, Flavinha e menina do Peñarol. A confissão de Martha Medeiros. Os títulos das dissertações. Me cobrem.