sábado, julho 29, 2006

No fundo, nem tão fundo, uma flauta e como se fosse natural. Por uns bons cinco minutos, consegui ler, um livro qualquer, não importa. Até que uma seqüencia de notas parou o tempo. O hino riograndense, em um ensaio infantil, mas podia ser qualquer outra melodia conhecida. Foi só a familiaridade do som que me despertou e já não dava para continuar. O sopro da flauta congelava e, de repente, ali, toda a minha vida, todas as vidas encerradas naquele quarto, naquele instante. Uma casa catarina, uma cama de tábuas, o lençol, o edredon e eu jogados pelo colchão e o universo todo. Tudo.
Na rua, a flauta e a gritaria das crianças brincando ao fundo, bem fundo. E também o vento, a cortina voando, mas mais do que movimento, barulho das folhas e são tantas. E mais longe, bem dentro, as ondas, o mar da Gamboa. Eu sorri e apenas sorri e só sorri. Até que veio aquela tentação de agarrar o momento, guardar para sempre, dividir com os outros. Um bloco de papel, uma caneta, onde?
Aqui, só lap top. Tirei da pasta, liguei na tomada e quando - tudo tinha terminado. A flauta já não tocava e na sala alguém colocara Claudinho e Bochecha.
Já era. Pelo menos foi.

sexta-feira, julho 28, 2006

E então eu estava revisando uma página e pintou a dúvida. O general farroupilha seria Antônio de Souza Neto ou Antônio de Souza Netto? A favor da primeira opção pesam 9.250 citações no Gioogle e livros de história consultados. A favor da segunda, 365 citações no Google, o filme "Netto perde sua Alma", que tem o general como personagem, e citações em livros. Alguém explica?

quinta-feira, julho 27, 2006

Minha mulher está com uma caixa de Sex and the City em casa. Assisti pela primeira vez ao seriado. É um Confissões de Adolescente dos anos 2000. Talvez piorado.

quarta-feira, julho 26, 2006


Cogumelos flagrados pelo celular em rua de Porto Alegre.

segunda-feira, julho 24, 2006


1) Fui a São Paulo a passeio, entorpecido pelo jingle “Porque São Paulo é Tudo de Bom” e imbuído desse espírito. Não sei por que, achava que lá encontraria coisas que nunca vira. Prédios assustadoramente grandes, lojas inebriantemente lindas, ruas despudoradamente chiques.
2) Nesse sentido, voltei decepcionado. São Paulo é uma cidade como outra qualquer. Com menos verde e bem mais feia do que Porto Alegre, que já considero feia. Apesar de ser uma megalópole, não tem nada de tão diferente. Apenas as coisas na capital paulista são um pouco maiores. Confesso que minha visita serviu para desfazer uma fantasia de morar e viver lá (agora que conheço, só por muito dinheiro iria).
3) A Oscar Freire é uma e Padre Chagas com uns quarteirões a mais e um charme a menos. A 25 de março é uma grande Voluntários. O Mercado Municipal é o nosso Mercado Público, com arquitetura mais bonita, mas bancas menos requintadas. Vila Madalena é uma imensa Cidade Baixa. A Gabriel é uma Quintino Bocaiúva mais rica, e assim por diante.
4) Sabem o que falta em São Paulo? Cafés. Na terra do café, não existem cafés. Um lugar para sentar, ler um jornal, ver a vida passar, tomando um capuccino e comendo uma cheese cake. Juro, o único café bacana que vimos foi um bem pequenino, da Empório Armani.
5) Não achei o trânsito em São Paulo assustador. A não ser os motoboys que, além de serpentear, se sentem no direito de viver com a mão na buzina tornando as ruas um inferno.
6) Ficamos perto de Congonhas. O taxímetro em São Paulo anda muito ligeiro e a corrida até o Centro saía perto de R$ 35. Gastamos demais em táxi. Teria valido mais a pena alugar um carro.
7) Teve um único lugar que me impressionou e tirou o fôlego. Algo que eu realmente nunca tinha visto ou imaginado em termos de estilo e beleza. O Hotel Unique. Estava dentro da programação da Rafaela. O projeto é do Rui Ohtake e o interior, do João Armentano. O recepcionista, extremamente simpático, nos levou até para ver os quartos – a partir de R$ 650 a diária. Mas o mais fantástico é o bar do terraço (foto). Conhecia pelas revistas, mas, ao vivo, é um dos lugares mais lindos que já vi. Vivemos momentos mágicos. Um Dry Martini, uma champagne, um temaki maravilhoso e mais barato do que o do Sakura (R$ 8) e a vista da Paulista. Tudo de bom.
8) No mais, fomos ao Pátio do Colégio, Mosteiro de São Bento, Casa Cor, Estação da Luz, Pinacoteca (show!), Mercado Municipal, Masp, Restaurante Spot, Vila Madalena (Bar São Cristóvão), Ibirapuera (Bienal de Design), Oscar Freire (destaque para as lojas Club Chocolate e da Melissa), Sesc Pompéia (as pessoas usam os espaços culturais de verdade!).
9) Em nenhum outro lugar do mundo fomos tão bem atendidos como em São Paulo. Em todas as lojas e restaurantes fomos muito bem tratados. Além do que, comprar nos Jardins sai mais barato do que nos Moinhos.
10) São Paulo não chega aos pés das outras grandes cidades que conheci – Rio, Paris, Londres, Buenos Aires ou Roma. Mesmo assim, tenho vontade de voltar muitas e muitas vezes. Ainda mais que lá tem o Emiliano, o Gallas, a Renata e outros queridos amigos como Zozô e René, que nem pude ver nessa curta estada. Fica para as próximas. E que sejam muitas.

sexta-feira, julho 21, 2006

Mãe, Maria: o blógui da Tica experimenta uma surpreendente e agradável recuperação. É, talvez nem tudo esteja perdido por aqui...

quinta-feira, julho 20, 2006

Eu odeio esta reporterzinha do Jornal da Globo que fala cantando. Eu odeio estes brasileiros que se enfiaram no Líbano e agora querem voltar. Eu odeio não poder tomar champagne porque o estômago dói. Eu odeio a geladeira vazia. Eu odeio sobremaneira o regime que me impede de comer chocolate Lindt. Eu odeio ter de dormir cedo para acordar cedo. Aliás, depois da classificação do Inter, eu odeio quase tudo.

quarta-feira, julho 19, 2006

Gente, tou nervoso. Passei por este blógui há pouco. Na tentativa desesperada de salvá-lo, cometi um gesto tresloucado. Coloquei a letra de Oh Milla (Praia da ferrugem, 1998). No mais, uma foto com a Rafa para manter o desembalo, reaproveitamento do ZH Petrópolis, o batidíssimo vídeo do Vanucci. Meu blógui agoniza. Na cama, antes de dormir tantos projetos de posts bacanas. Na frente do computador, um vazio total. Socorro.
Gente, que desespero: minha pança tá crescendo de novo. Pelo amor de deus, alguém faz alguma coisa.

segunda-feira, julho 17, 2006

Tudo começou
Há um tempo atrás
Na ilha do sol
O destino te mandou de volta
Para o meu cais

No coração ficou
Lembranças de nós dois
Como ferida aberta
Como tatuagem

Oh! Milla
Mil e uma noites de amor com você
Na praia, num barco
Num farol apagado
Num moinho abandonado
Em Mar Grande, alto astral
Lá em Hollywood, pra de tudo rolar
Vendo estrelas caindo
Vendo a noite passar

Eu e você
Na ilha do sol
Na ilha do sol

sábado, julho 15, 2006


Porque São Paulo é tudo de bom!

sexta-feira, julho 14, 2006

Saiu a quinta edição da Revista Dois Pontos.

terça-feira, julho 11, 2006

Não sei por que, mas perdi meus contatos no MSN. Vocês podem adicionar sebastiao.araujo.ribeiro@hotmail.com?
Enquanto não posto algo bacana sobre minha recente passagem por São Paulo, vai um videozinho, enviado pelo Leo, do Vanucci apresentando o programa bêbado. Reparem no soluço quando ele fala "futuro".

quinta-feira, julho 06, 2006

Não perco por esperar

A matéria sobre os investimentos do Ronaldinho e do Assis no La Barca, proeminente puteiro do mercado porto-alegrense.

quarta-feira, julho 05, 2006

Deu no ZH Petrópolis

Casinhas e mercadinhos
Sebastião Ribeiro*
É impossível passar batido por estas casinhas do Petrópolis. Não que sejam bonitas ou tenham algum valor arquitetônico. Pelo contrário. Me fascinam as mais simples e toscas.
Em meio aos edifícios cada vez mais altos (por que tantos andares?),lá estão elas, um nível abaixo da calçada, paredes de madeira, telhas desencontradas. Às cercas, sempre um, dois, três cuscos acodem quando o caminhante passa. Chegam latindo, dentes rangendo. Um pouquinho de atenção do viajante, e o rabo já balança, enquanto o rosnar se transforma em apelo de mais, mais, mais carinho. Pregada aos portões de entrada desses casebres, é comum haver uma placa, letras pintadas a mão livre: "conserta-se bicicletas", "fazemos cercas de bambu", "aqui, costureira", "lavanderia", "oficina". Nos dias de sol, é fácil ver senhoras na varanda, encobertas pelo verde que cresce vistosa e desorganizadamente pelos pátios frontais,colocando água com açúcar nos bebedouros para beija-flores.
Ando pelas ruas do Petrópolis – e como é bom andar por elas nos dias ensolarados de inverno! – e tento adivinhar vidas. Quem são as pessoas que vivem nesses casebres? Será que se viram só com o dinheiro ganho prestando serviços no lar ou de alguma aposentadoria do INSS? Por que não vendem esses terrenos? Sabem que cada lote vale centenas de milhares de reais, que há incorporadoras de olho em cada metro
quadrado do Petrópolis? Ou será que todas essas famílias moram em terras sem escritura, invadidas?
Só sei que são umas resistentes, estas casinhas de Petrópolis. Assim como o são os armazéns. A umas três quadras da minha casa, há um mini-mercado por esquina, inclusive o de nome mais criativo: Armazém da Esquina. E são tão parecidos, os mercadinhos do Petrópolis. Sempre uma iluminação lúgubre e um gringo italiano atrás do balcão – "son quantos gramas de salsichon, mesmo, senhora"? Nas prateleiras,
ostentam produtos que nem sabia que ainda existiam – frascos de Creolina, Anil Imperial, Ri-Do-Rato, pão-cabritinho: que nostalgia! Se é que é possível ter nostalgia de um tempo que não vivemos. Em alguma gaveta, nunca falta o caderninho molambento, com as dívidas de cada um. Acho tão bonita esta história de conta no armazém – no início do século 21, era da informática, tempos de corrupção e bandalheira no país, um rabisco a lápis ainda é compromisso nos mini-mercados do
Petrópolis.
Vez ou outra, uma casinha de madeira é demolida para dar lugar a um espigão. Ou um armazém fecha as portas, pressionado pela concorrência dos supermercados. Infelizmente, o bairro está mudando. Mas quanto mais edifícios e supermercados surgem, mais bravos e fascinantes me parecem as casinhas e os mercadinhos que resistem.

*Repórter de economia de Zero Hora, morador do Petrópolis

terça-feira, julho 04, 2006

Por que raios estes maledetos vibram tanto com a Itália aqui na redação? Que raiva!

Enterro ou cremação?

Morreu o avô de uma amiga. Foi cremado em Porto Alegre, fato que muito satisfez a neta. Não que desejasse a morte do velho, mas gostou da cerimônica no crematório.
Agradou-me também o velório e a cerimônia ecumênica dos quais participei, não como protagonista, no Crematório Metropolitano. Mas não dispenso as rezadeiras resmungando e o frio do cimento batendo na laje do enterro tradicional: pleft, pleft, pleft. É menos ascético e mais tocante do que a cremação.
Embora haja algo que ache nojento no método mais antigo. Não no método em si, mas nas condições nas quais ele é praticado na Capital. É que os cemitérios daqui são muito sujos, há baratas nos velórios e elas se alimentam dos mortos. Pelo menos o avô da Mirella está livre disso.