quinta-feira, dezembro 27, 2007

Semana das matérias bobinhas que adorei fazer. Esta teve o título "Na Tentativa de Corrigir Papai Noel", mas não deu para sair na íntegra no jornal. A foto é do Maionese, vulgo Ricardo Duarte. Ops, o contrário.

"O helicóptero que não voa, o dinossauro que não caminha, o carro que não completa o looping, a moto que não obedece ao controle. Para todos esses problemas, Marcelo Lopes. Deslocado do setor de estoque de uma rede de lojas de brinquedos da Capital para uma filial em um shopping, Lopes virou a última esperança para pais ansiosos após mais de 24 horas de lamentações de filhos frustrados com presentes que, ao ligar, não funcionaram.
O técnico em eletrônica passou o dia tentando tirar o beiço de crianças como Bernardo, sete anos, que, na noite do dia 24, viu que seu novo dinossauro de controle remoto não caminhava direito._ Por que ele não está caminhando, papai? Chama o Papai Noel de volta, mamãe. Chama... _ apelou, antes de cair no choro.
Papai Noel não voltou, e a mamãe, a estudante Luciana Santana, acompanhada do pai, o programador Jerônimo Queiroz, tiveram de apelar para Lopes. Na tarde de ontem, observavam com expectativa o técnico avaliar o brinquedo. Mas nada de o dinossauro dar passos para a frente. Em vez disso, insistia em uma dança desencontrada, dando voltas em torno de si mesmo. Tão desajeitado, que um adolescente peralta, diante dos olhos dos curiosos, ensaiou um rebolado e arrancou risos da platéia:
_ Até eu mexo melhor que ele.
Ao fim, o dinossauro trapalhão foi trocado por outro igual, mas mais coordenado. A mesma sorte não teve o casal de médicos Jorge e Andréa Alves. O "presente" deles para Lopes era uma pista de corrida sobre a qual um carrinho impulsionado por um motor deveria dar loopings até ser engolido ou amassado por um gorila assassino. O problema é que na engenhoca, dada ao filho Eduardo, cinco anos, o carrinho caía do alto ao dar as voltas, tendo um final bem menos glamouroso do que a goela do macaco. Depois de trocar as pilhas, o carrinho e o motor propulsor e de reconstruir a pista, sempre orientado por Jorge _ já craque na montagem dos trajetos _ Lopes jogou a toalha.
_ Acho que eles têm de recolher isso, porque os pais ficam cheios de expectativa ao dar para os filhos e depois não funciona _ queixou-se Andréa, antes de sair com um vale para troca por outra mercadoria.
O próximo "paciente" de Lopes foi um cão salsicha, de óculos escuros e lenço na cabeça, cuja habilidade é cantar rap enquanto dança e mexe as patinhas. O problema é que, a cada movimento, o cachorro fazia um barulho como se todos seus "ossos" estivessem quebrando. Transformado em "veterinário", o técnico em eletrônica disse ter condições de curar o brinquedo, mas precisaria de uns bons 10 dias. Sem um similar no estoque, a mãe, a advogada Kátia Moyses, teve de aceitar deixá-lo no conserto, ainda que tenha de enfrentar o choro compulsivo do filho Gabriel, de quatro anos.
_ Não adianta, não tem escolha. Ele quer o cachorro mesmo _ diz."

terça-feira, dezembro 25, 2007

Eu não sou um cara legal. Mas esses dias fiz uma coisa legal. Há tempos estava louco para contar aqui, mas, de tão louco, não postei. Agora que não estou mais louco, vou dizer.
Desde sempre a Rafa me fala da amiga Tati Kern, elo perdido entre a infância e a adolescência dela. Juntas, elas faziam as mil Barbies copularem com o único Bob (ou seria Ken?) da coleção, o sujeito mais feliz de toda a história dos brinquedos. Juntas, passavam horas folheando edições da Fluir, porque queriam namorar surfistas, e, afinal, precisavam de informações para seduzi-los. Juntas, assistiam sem parar à reprise do show do Guns no Rock In Rio, para depois trocar juras de amor:
_ Rafa, tu jura que se o Axl (Rose) chegar em ti tu não vai ficar com ele?
_ Juro. Juro.
E se abraçavam...
Foi a Tati Kern quem empurrou a Rafa para o seu primeiro beijo, aos treze anos, porque, afinal, era um absurdo uma menina de treze anos nunca ter beijado. Sorte do feioso do Artur.
Mas, como todas as grandes paixões, a das duas amigas esmoreceu. A Tati Kern trocou de colégio, saiu do Americano, elas foram se afastando, afastando, até se perderem por completo. Até que um dia chegou o Google e o Orkut, e a Rafa se encheu de esperança. Vã esperança, porque a Tati Kern simplesmente não existe no mundo virtual.
A Rafa cresceu, virou mulher, noivou, desnoivou, juntou, decidiu casar, e nada da Tati Kern. Cada vez que alguma coisa a fazia lembrar da antiga amiga, suspirava "ah, a Tati Kern". O último suspiro foi um dia desses, quando estávamos em um restaurante e passou a filha de uns amigos dos meus pais, antiga colega de colégio da Rafa: "ah, esta é a Joana, também conhecia a Tati Kern...".
Eu já não agüentava a situação e resolvi agir, fazer o que há muito tempo planejava. Liguei pra minha mãe, que me deu o telefone da Heloísa, que me deu o telefone da Maria Isabel, que é mãe da Joana e me deu o telefone da Joana, que me disse que lembrava da Tati Kern mas não tinha contato com ela, mas que a Tati Tavares deveria tê-lo.
_ Nossa, a Tati Tavares da Zero Hora? - perguntei.
_ Ela mesmo.
_ Ah, que coincidência, sou colega dela. Deixa comigo. Muuuito obrigado.
De forma que liguei pra Tati Tavares e peguei o telefone da Tati Kern. E foi com o coração a mil que liguei pra ela e disse "Tati, tu não me conhece, mas sou marido de uma grande amiga de infância tua, ela vive falando de ti, eu gostaria que vocês se encontrassem". E foi com muita felicidade que encontrei nela eco para toda a minha empolgação e combinamos de fazer uma surpresa para a Rafa.
Demorou três semanas até o encontro acontecer _ não era tão simples assim, a Tati Kern mora em São Leopoldo, é casada e tem um filhinho pequeno, é veterinária, trabalha pra caramba e vem pouco a Porto Alegre. Durante esse tempo, cheguei a sonhar com a surpresa, e falei umas quatro vezes por telefone com a Tati Kern _ vocês já notaram que eu adoro dizer Tati Kern, né? Tati Kern, muito sonoro.
Então, o grande dia chegou. Era domingo à tarde e a Rafa nervosa porque eu passara a semana toda prometendo uma surpresa. E eu nervoso porque não sabia se ficava em casa ou saía, para fazer o tempo passar até que a Tati Kern me ligasse anunciando a chegada. De forma que resolvi fazer um churrasco em casa, mesmo, para não correr o risco de estar fora quando ela chamasse.
Lá pelas 15h, toca o telefone. Era ela. Já esperava na rua. Chegava junto com os pais da Rafa, convidados pro churras. E trazia o filhote e o maridão. Mandei a Rafa sentar-se em uma cadeira e fechar os olhos. Desci suando de nervoso para abrir a porta. Incrível, mas quando vi o rosto da Tati Kern, parecia que eu mesmo a conhecia há anos. Foi mais ou menos como quando conheci a Laura, namorada do Fabiano _ mas esta história fica só para os que a conhecem.
Conduzi a Tati até o apartamento. Ela subiu pé por pé a escada até encontrar a Rafa sentada, de costas, olhos fechados. Pedi para que ela vendasse os olhos da Rafa com as próprias mãos. Seguiram-se um dos momentos mais emocionantes dos últimos tempos. A Rafa começou a tatear o rosto da amiga. O nariz, a boca, os cabelos. A Tati Kern, quieta, deixou escapar um suspiro, um respiro, produzindo um vento na nuca da Rafa e um grunhido. E a Rafa gritou: "Tati!!!!!!!!!!!! Eu não acredito!!!!!!!!!"
As duas se abraçaram forte, muito forte. Por vezes, separavam-se e voltavam a se abraçar. O mais emocionante é que se tocavam, se tateavam, como se não acreditassem na materialidade dos corpos. Eu tive de virar de costas para não ver mais a cena e não começar a chorar.
O filhinho e o marido da Tati Kern são uns queridos. Passamos uma tarde muito legal lá em casa. A Rafa e a Tati Kern conversavam com naturalidade e intimidade de quem nunca se separou. Espero que elas possam voltar a ser as amigas que eram, ainda que hoje saibam que o Axl nunca vai chegar na Rafa.
Quanto a mim, fiquei muito orgulhoso da surpresa que armei. Ainda mais quando a Tati Kern disse que, durante os dias que antecederam à surpresa, contou a várias pessoas sobre a situação e, em vez de ouvir como resposta "nossa, que legal, vais encontrar uma grande amiga perdida", ouviu sempre "nossa, como o marido da tua amiga é legal".
A propósito: agora a Tati Kern, tão avessa ao computador, já existe no mundo virtual.

domingo, dezembro 23, 2007

Como eu gosto de fazer matérias bobas sobre comportamento. Como eu odeio quando falta espaço par publicá-las na ítegra. Como eu gosto de ter um blógui com espaço infinito. Ah, a foto é de Genaro Joner, e a matéria inteira saiu na ZH de domingo e em zerohora.com, aqui.


Até o fim do estoque

- Licencinha, licencinha... Licença! Nossa, hoje o trânsito está difícil aqui - pede passagem um vendedor.

A quatro dias da véspera de Natal, é quase impossível andar pelos corredores da loja de sapatos encravada na Esquina Democrática, o centro do centro de Porto Alegre. Em meio ao amontoado de clientes, os vendedores, num vai-e-vem frenético, pedem licença, contorcem-se tentando desviar, mas, às vezes, para abrir caminho entre os colegas, só com o cotovelo mesmo.

Os poucos espaços vazios do salão parecem ser preenchidos pelo agito da axé-music de Ivete Sangalo, que dita o ritmo das vendas. Com um sorriso discreto no rosto, a vendedora Noemia Costa parece indiferente ao clima de confusão. Ajoelhada aos pés de duas clientes, ajuda-as a calçar a sexta sandália que experimentam. Quando percebe ser necessário um número maior, pede para que aguardem e ruma para uma filial da empresa localizada a 170 metros da loja.

Noemia percorre a distância a passos largos, quase de marcha atlética. Normalmente, iria correndo, mas sente uma certa vergonha na presença do repórter. Fôlego não falta. Aos 49 anos, ela malha uma hora por dia. No entanto, desde o início de dezembro, por conta de um aumento de oito para 10 horas na carga horária de trabalho, o tempo de exercício na academia foi reduzido para 15 minutos diários. Em compensação, a ginástica na loja se multiplicou com o aumento do movimento

.- Isso aqui é uma academia. A gente passa o dia subindo e descendo escada. E se calcular tudo que a gente anda por dia trabalhando acho que dá para ir até minha casa, quase lá em Gravataí - brinca.

Depois de cerca de 10 minutos, Noêmia volta à loja e encontra as clientes no mesmo lugar. Enquanto entrega a sandália que buscou, já sai em disparada rumo ao porão, onde fica o estoque local. Apesar do labirinto de corredores, ela sabe direitinho onde está cada produto. É a funcionária mais antiga da empresa, tem 27 anos de casa _ as colegas a chamam carinhosamente de "Véia". Mesmo com tanto tempo na atividade, não perde a vontade de trabalhar e de aproveitar ao máximo o período de Natal para faturar mais.

- A gente cansou de brigar com o sindicato (dos comerciários) para não precisar folgar toda semana nesta época. Queríamos negociar para tirar as folgas em janeiro, quando o movimento é menor - reclama.

No piso superior, a correria só aumenta: uma cliente esbaforida pergunta pela sandália da Sandy, a portinhola estilo saloon de faroeste que dá acesso ao balcão da caixa não pára de ranger, os atendentes acumulam-se em torno do computador no qual se faz consulta aos estoques, um segurança de colete à prova de balas e roupa preta que lembra os soldados do filme Tropa de Elite dispara olhares para todos os cantos. É para esse ambiente que Noêmia volta, com uma sandália na mão, retomando seu posto aos pés das duas clientes. Uma delas experimenta a última opção de calçado e decide a compra.

Nemia retira da pochete, onde guarda a calçadeira e os cartões da loja, a "previsão" _ boleto que, quando apresentado pelo cliente no caixa, garantirá sua comissão _, onde anota a compra de R$ 64,90. O olhar não esconde uma certa decepção por ter vendido tão pouco após um atendimento de mais de 20 minutos. Mas o Natal não reserva tempo para lamentações. A vendedora recolhe as caixas de sapato que ficaram no chão, e leva ao estoque. Na escada, deixa quatro sandálias caírem no chão, dá uma risada, convida o repórter para trabalhar de auxiliar e junta tudo. É hora de correr para a porta e fisgar o próximo cliente.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Para mim, poucas coisas no mundo são mais fantásticas do que o nó na gravata do Brossard.
(Na foto, ele está mais jovem e o nó, mais apertado do que o habitual).

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Há dias que tenho algo legal para postar aqui. Mas me falta tempo sempre. Por enquanto, tenho apenas duas coisas muuuuuuuuito importantes para comunicar:
1) Me acordei às 7h hoje e fui à academia. Mais do que ser apresentado à luz diáfana do nascente e ver as tias desquitadas malhando, senti o cheiro da manhã. Como vocês sabem, meu nariz é enorme e tenho "papilas olfativas" (sic) muito apuradas. A propósito: são 17h e estou que é um caco.
2) Nunca aprendi a teclar sem olhar o teclado. Sou abobado?

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Todo o fim de ano, gentilmente, o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos manda uma cesta, que na verdade é uma sacola, com, obviamente, produtos suínos. Eu sempre pego o presunto para mim e, como é praxe, divido o resto com os colegas. Resumindo, a galera fica com o salame. E com a copa. Mas ganha quem apresentar frases sobre salame. E sobre copa. As vencedoras deste ano:
 
Quem nasceu pra linguiça, nunca chega a salame. - MARI MUNIZ

Salame e copa é melhor que viajar pra Europa. - SILVIA LISBOA

O Tião acopla o salame, quer dizer, a copa e o salame nasceram um pro o outro. - TATI CRUZ

Uma frase que chegou atrasada levou o prêmio consolação.

Se o Dunga não melhorar a Seleção para a próxima Copa, ficaremos todos com cara de salame. - PAULO GERMANO.

 

 

Nossa, que falta de ar.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

O mundo está doido. Enquanto os sul-coreanos criaram gatos fluorescentes, cientistas japoneses fizeram ratos que não temem gatos (que não brilham).

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Sempre ouvi falar que, quando a gente deixava o sedentarismo e adotava uma rotina de exercícios, sentia-se mais disposto. Como sabem, tenho mem mexido diariamente. Estou destruído e cansado. 

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O cara é um blasonador, um bravateador, um bufão, um verdadeiro ferrabrás. O cara é um arrotador, alardeador, um blasoneador, um basófio, um grande pimpão. O cara é um pretensioso, um presunçoso, um rebolão, realmente um pabola. Para usar o termo da moda, o cara é um fanfarrão. Um fanfarrão!

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Fui na nutricionista. Esporadicamente, vou na nutricionista. Não funciona, eu sei. A culpa é minha, só minha. Mas, sei lá, eu e a nutricionista, a gente se dá bem, bate-papo, faz piada. Mais importante: é só no consultório que tomo coragem para subir na balança. Acho que ando meio mulherzinha, mesmo, me preocupando com estas coisas de corpo. Enfim...
O seguinte: tou meio pesado. Muito pesado. Pra não dizer gordo, palavra grotesca. Ok, Ok, eu (quase) sempre fui gordo, e ainda mais gordo que a maioria pode pensar. Nenhuma novidade, então. Apenas uma revolta com as regras da vida.
Porque, ano passado, andei meio mal. Down, deprê, na fossa. Por uns bons três meses. Nessa época, sem esforço algum, emagreci quase dez quilos. Cheguei perto do peso ideal. Olha, nem quero o peso ideal, não sou de utopias. Sempre quis um peso normal, e era justo o que tinha atingido. Mas quanto mais bonito ficava meu corpo, mais baços e menos capazes de ver a beleza do mundo ficavam meus olhos. De que adianta ser magro e triste? Pergunta que me faz lembrar a frase do Tim Maia citada na biografia escrita pelo Nelson Motta e que foi reproduzida pela Veja. Pois o Síndico resolveu iniciar um regime: “em duas semanas de dieta, perdi 14 dias”, concluiu ele.
Agora, a minha última visita à nutricionista me fez perceber uma cruel relação entre felicidade e peso. Porque, sim, eu ando muito feliz. Domingo, cheguei a abrir uma champanha às 11 da manhã para celebrar a vida, o sol, as plantas e a mangueira da minha laje (ok, a champanha era da marca Garibaldi, podre de ruim e de bagaceira, e me deixou abobado o resto do dia, mas isso é detalhe). Parece não haver dúvidas de que a felicidade é diretamente proporcional ao peso, ou, por outra, o peso é diretamente proporcional à felicidade.
Isso não é uma tese infundada. É conclusão científica, baseada em anos de observação de um ser – no caso, eu mesmo – submetido a diferentes condições psíquicas. A ligação entre gordura e felicidade faz parte do ser humano. Quanto mais feliz o vivente fica, mais ele tem vontade de comer, menos ele tem culpa por sentir prazer e, por isso mesmo, mais feliz ele fica. Donde concluo que esta obsessão moderna pelo corpo e pela magreza vai contra as regras da natureza. De novo, estamos querendo questionar o que Deus criou.
Eu queria terminar este post aqui. Mas minha sinceridade não permite. Tudo bem, eu confesso: comecei academia. Mas não deixei e nunca vou deixar de achar exercícios físicos uma tortura. Ok, um futebolzinho, uma partida de padel até valem a pena – e se valem. Mas jogging, bicicleta, musculação, natação e outros esportes individuais são para matar. De tédio. De sofrimento.
Não entendo como tem gente que pode ficar feliz correndo. Dizem que exercícios ajudam na produção de serotonina, susbtância associada à felicidade. Mas chocolate também é ótimo para ativar esta tal serotonina.
Tudo bem que depois de uma corrida ou uma nadada se tenha uma sensação de prazer. Claro, o esportista se martiriza por minutos e depois se regogiza com o fim do sofrimento. Como o cara da propaganda que pede pastel seco no deserto e depois acha Teen a melhor coisa do mundo. No esporte, o sofrimento causado pela prática é sempre muito mais duradouro e intenso do que um possível prazer que possa ser gerado.E se o lance é ter prazer, porque não buscar o prazer sem sofrimento? Como? Por exemplo: com um chope bem gelado acompanhado de uma costela gorda.
Estava “falando” com uma amiga no MSN e ela “dizia” o que queria da vida. E então me veio mais uma vez aquela idéia de que nós humanos somos tão ridiculamente iguais. Nossa variabilidade é mínima. E se fôssemos um jogo, seríamos ping-pong, e nunca futebol. Segue o relato da fulaninha...

“(...) queria alguém que soubesse ler meus olhos, (...), queria silicone, queria dentes mais brancos, queria um peito masculino para deitar sabe (sic), queria alguém para segurar minha onda e que cantasse para mim e tocasse sambas no violão, queria morar no Leblon.”