quarta-feira, agosto 26, 2009

Telemarketing. 

- Boa tarde, Sebastião Ribeiro.

- Olá, Seu Sebastião, meu nome é Tatiane. Faço parte da empresa Angelus. Você conhece?

- Ahn... Deixa eu ver... Funerária???

- Sim, exatamente. Eu estou ligando para lhe oferecer um plano que vai passar mais segurança para o senhor e sua família.

- Ah, é? Como é isso?

- É o seguinte: por apenas R$ 40 por mês o senhor terá um seguro que garante funeral para o senhor, a sua esposa, dois filhos, dois sobrinhos, com todas as despesas pagas.

- Desculpe, não entendi. Como os sobrinhos entraram na história? São dois filhos OU dois sobrinhos ou dois filhos E dois sobrinhos?

- Os dois. Filhos e sobrinhos. E, se ocorre uma fatalidade, terão caixão ou cremação paga, coroa de flores, todo apoio na parte burocrática, de encaminhamento de documentos, túmulo em cemitério. Temos convênios com os melhores cemitérios de Porto Alegre. Santa Casa, São...

- Ah, é? Com túmulo para sempre? Digo, perpétuo?

- Não. Por três anos. Ah, e também temos convênios de atendimento médico.

- Como assim? Tipo plano de saúde? Em qualquer ocasião ou para emergências ligadas às dores da perda.

- É isso mesmo, algum atendimento de emergência nessa hora, com cardiologista, neurologista... Temos convênio com a clínica...

- Ah, bom. Mas, sabe que eu estou achando meio caro. R$ 40 por mês... Se eu colocar isso na poupança, espero que até acontecer (toc, toc, toc) alguma coisa, eu tenha mais condições.

- Mas o senhor veja, pagando R$ 40 por mês, em seis meses, por R$ 240, já teria todos os gastos cobertos em caso de fatalidade.

- Ah, não. Desculpa, mas eu não pretendo morrer daqui a seis meses. Mas muito obrigado. Vou avisar meus amigos sobre o plano.

- Boa tarde. Fique com meu telefone. 3072-3217.


terça-feira, agosto 25, 2009

A propósito: o Tribunal Parental decidiu que o pequeno João não disse teta. Quer dizer disse, mas não disse. Ou melhor, disse, mas não quis dizer. Ainda a espera pela primeira palavra.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Eu preciso contar tudo aqui. Dizer que eu pedi as contas em ZH. Que eu abri uma agência de conteúdo, chamada Cartola. Explicar direito o que isso significa. Enfim.
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Mas hoje o que eu quero mesmo é contar que passei o fim-de-semana com a Rafitcha e o Little John em Bento Gonçalves. Na Pousada Don Giovanni (www.dongiovanni.com.br). Nossa, mó amor. Quero voltar muito. Da próxima vez, com amigos. E me hospedar na estrebaria, agora uma cabana, com uma banheira de hidro que dá direto para o potreiro das ovelhas. Vinhedos ao fundo, claro.
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Vou colocar uma fotitas aqui. O link completo para álbum da Web é http://bit.ly/Fg53k.
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Senhora Barp
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Queijos Hmmm Barp
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Quem vai podar?
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O Seu Basso
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Enquanto eles vão olhar
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E eu vou beber

sexta-feira, agosto 07, 2009

Hoje sonhei que morava na frente do Parcão. E que estava na janela, absorto com as cenas urbucólicas. Pois não é que estava o cão fila a descansar à beira do laguinho? Um cachorro lindo, baio, focinho preto babado de baba, os olhinhos fechados para melhor absorver os raios UVA e também os UVB. Quando vem o jacaré e - NHEC! - engole ele num só bote. Que coisa, heinhô. Diante disso, pombas e cágados são historinhas de ninar.

quinta-feira, agosto 06, 2009

A contenda aqui em casa é para ver qual palavra o João vai falar primeiro. Se papai, se mamãe, se Nicolau, o bicho de pelúcia preferido. Já comecei minha campanha há uns dois meses. Olho para ele, estralo os beiços e digo "papai". A reação foi imediata. Na primeira semana de aula, ele aprendeu a falar papapapapapapapa. Foi então convocado o júri familiar para decidir se aquilo era ou não uma referência ao progenitor, no caso, mim, digo, eu. Como não havia um vínculo direto entre papapapapapa e eu, ou seja, ele não repetia as sílabas quando estimulado ou ao me ver, meu pleito foi negado. Impetrei recurso, ainda em análise no Supremo Tribunal Paternal. Nesse ínterim, mamãe continuou com sua massiva campanha, também sob contestação judicial, devido ao abuso do poder leital. Mas mesmo toda a autoridade de quem o abrigou por nove meses não fez meu bebê dominar o complexo segredo do anasalado português. 
Nada de papai. Nada de mamãe. A primeira palavra que meu bebê parece ter dito foi: TETA. Sim, ele olhou para os melõ, ops, para os seios da mamãe e repetiu: tetatetateta. Por si só, como bem gizamos na exegese do caso papapapapapa, o pronunciamento das duas sílabas não constitui uma palavra. Mas, desta vez, meu pequeno foi além: ao ser estimulado a repetir a palavra teta, ele responde com fartura: "tetatetatetateta", tasca. Portadora dos melõ, ops, das tet, ops, dos seios, a Rafa advoga em favor do reconhecimento da pronúncia do que seria "a primeira palavra do João". De minha parte, aguardo novas ocorrências de concumitância entre o ato de observar melõ, ops, os armazéns de leite e a repetição da palavra teta, ou melhor, tetatetateta.  

terça-feira, agosto 04, 2009

Nunca na história deste blog, ele esteve tão abandonado. Por pouco tempo, prometo. Mas dando continuidade à programação do jornal Apneia Criativa, reproduzimos o obituário de ZH, lamentando o falecimento de dois eméritos vizinhos, com os quais infelizmente não tivemos o prazer de partilhar momentos de alegria e compadrio. Adeus, Focinho. Adeus, Pereta:

"Policial civil aposentado, Ilton Grandini costumava dizer que tinha três grandes amores, dois no futebol e um no samba: o Grêmio, o União Harmonia Futebol Clube, de Canoas, e a escola de samba Embaixadores do Ritmo. Aos 72 anos, Focinho, como era conhecido, morreu no dia 27 de junho, na Capital. Natural de Porto Alegre, ele morou no bairro Mont' Serrat, onde conquistou grandes amigos. Apesar do amor declarado pelas três agremiações, Grandini não escondia que nenhuma delas conseguia competir com a grande paixão, sua mulher, Ivone."

"Um dos primeiros moradores do bairro Mont' Serrat, na Capital, Luiz Pieretti começou a trabalhar ajudando seu pai a produzir e a vender hortifrutigranjeiros. Conhecido entre amigos como Pereta, ele morreu no dia 18 de julho, aos 94 anos, vítima de um infarto."