quarta-feira, outubro 31, 2007

Meus pais completam hoje 40 (!) anos de casado. Haja amor!

sábado, outubro 27, 2007

Só o que me alenta é um vento na paleta.
Só o que me aventa é um alento na paleta.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Por que, Teodora - PARTE FINAL

As coisas só começaram a se complicar na minha vida faz oito meses. Foi quando a Dona Leonora me chamou pra uma conversa séria, e eu já senti, Teodora a gente gosta muito de ti mas o João Pedro já tá com seis aninhos vai pra escola ano que vem não tem mais sentido tu aqui conosco e agora também tu já ta pra terminar o colégio fica aqui até novembro e depois tu procura outra coisa a gente vê uma graninha pra tu agüentar uns dois meses muito obrigada pelo carinho que tu sempre deu pro nosso filho e bláblábláblá.
Em novembro, eu fui embora. Chorei ao me despedir do João Pedro. A Deise disse que eu podia passar uns dias na casa dela, até o vestibular. Seguiram-se dois meses de disciplina rígida, as manhãs inteiras estudando, mil palavras que eu nunca tinha ouvido falar nas apostilas que comprei numa banca de revistas, eu decorando aquela bobajada toda até uma da tarde. Uma e meia eu já me tocava pra rua, atrás de emprego, mas no Sine diziam que só tinha vagas para operador de telemarketing, cheguei a ir a quatro entrevistas, mas as firmas não me quiseram porque eu “tinha o sotaque muito carregado”.
O vestibular foi em janeiro. Na Ufrgs, a prova foi em um coleginho menor do que eu estudava lá em Canguçu, um calorão desgraçado, tinha de marcar uma tabelinha complicada com lápis, umas perguntas malucas, me atrapalhei toda, saí arrasada. Na Ulbra, foi lá em Canoas mesmo, cada prédio que só vendo, eu me sentindo toda importante, até entender as perguntas eu consegui, caiu um monte de coisas que tavam na apostila. Fui até a Ufrgs conferir o listão só por ir mesmo, mas o da Ulbra fiquei escutando no rádio, a Deise do lado. Primeiro foi aquela tristeza porque o nome dela não saiu, e depois eu nervosa, coçando a cabeça feito bugio, até o T, até o cara dizer Teodora Santana de Oliveira e eu começar chorar feito criança, mãe tu tinha que estar viva pra ver Teodora tua filha Pedagoga Teodora Santana de Oliveira Pe-da-go-ga mãe mãe mãe. Depois desse papelão, comecei a escrever uma carta pro pai, lá fora, ia pedir dinheiro, mas como?, se eles mal têm para comer, melhor não, melhor rasgar o papel, continuar a chorar, mas agora de tristeza. Da euforia, caí na desilusão, e dois dias depois da história do vestibular a Deise disse que eu tinha que sair, mas que não ia me deixar mal, me apresentaria uma amiga e ela daria um jeito de me ajudar.
Faz uns três meses que ela me apresentou a Letícia e que a Letícia me trouxe para morar aqui. Confesso que ainda não acostumei, as coisas são meio loucas, este lugar mexeu demais com minha vida. Vivo com a cabeça longe, as lembranças da roça estão mais presentes do que nunca. Agora mesmo meus pensamentos estão fixos no estábulo, o tarro cheio só até a metade, a dor insuportável nas mãos, mas também o shhhhhh do leite no copo com açúcar, o bigode branco. Já deve fazer uns cinco minutos que essas cenas não saem da minha cabeça. Desde que este cliente teve a delicadeza de me perguntar:
- Olha, me explica uma coisa: por que toda puta tem as mãos grossas?
E eu ainda respondi:
- É da academia, amor, é da academia...

quarta-feira, outubro 24, 2007

Ok, então é assim, é? Todo mundo pelado, se querendo, cheirando maconha, fumando pó e lendo tudo de trás pra frente. Agora, se você, como eu, é um cara careta e diferentemente de mim, AINDA NÃO LEU AS PARTES 1 e 2, DIRIJA-SE AOS POSTS ABAIXO E DEPOIS RETORNE.

Por que, Teodora? - PARTE 3

Primeiro a rodoviária, aquele mundaréu de cabecinhas, gente perdida, mil eus, e depois as ruas, tanto auto, que nem na TV, e tanto barulho, que na novela vira música. Na casa dos Pontes, um quarto só para mim, tão pequeno, tão limpo, ia ficar ainda mais limpo. De manhã, passar o café, grãos selecionados, diz o saco, servir numa xícara média, misturar uma colher de leite em pó, botar na mesa a chimia, os frios, o pão, cada cacetinho cortado em três pedaços, Dona Leonora cheia de frescura, o mamão tá mal cortado Teodora que mixirica mais azeda Teodora cadê o Pontes Teodora já saiu sim senhora - e esse inferno até o meio-dia. Era a hora que ela ia embora, diz que pro trabalho, mas também pro shopping e pro instituto. A tarde era a melhor parte do dia, só eu e o nenê no sofá, era só dar um comprimidinho e ele já dormia, aninhado no meu colo, eu olhando pro narizinho dele e imaginando que era meu filho. Na TV passava Sessão da Tarde e até um sanduíche de mortadela dava pra fazer, vida boa até às seis da tarde. Então Dona Leonora voltava, um vendaval, ainda bem que me mandava logo pra escola.
Não esqueço do primeiro dia de colégio. Cheguei assustada do ônibus, correndo, entrei na sala e logo o professor turma tem aluna nova levanta aí Teodora ela veio de fora ajudem a menina no que ela precisar conta pra nós Teodora de onde tu vieste. E eu um moirão, estaqueada, dois tomates na cara, sem dizer nada. No intervalo eu já tinha um apelido, era a Chinoca, e pra eles é o que eu sou até hoje. Mas a raiva passou logo e um mês depois eu já tinha uma amiga, a Deise, e depois outra, a Pati, e depois outra, a Duda, nós quatro sempre juntas. Foram elas que me levaram pra noite, na primeira vez meus ouvidos quase estouraram com o som alto, mas depois acostumei, muita música eu já conhecia, as mesmas que meu irmão Ivo ouvia lá fora, já outras eram malucas, tipo dance, não gostava, mas tudo bem. Também foram as gurias que me deram o primeiro gole de Samba, Fanta com cachaça, eu cheguei em casa e botei tudo pra fora aquela vez, passei três dias doente, a Dona Teodora acreditando que era o diabo do cachorro-quente que eu tinha comido no Centro. As mesmas amigas que me disseram um dia que o Cristian gostava de mim e que eu fosse falar com ele. Na boate mesmo ele me beijou, eu achei que eu não ia saber beijar, mas na hora parecia que tinha nascido sabendo e foi tão sei lá. Dois dias depois, ele me pegou no recreio, me levou pra uma salinha no quarto andar do colégio, me beijou de novo, e foi baixando a mão, eu querendo gritar, mas todo mundo ia ouvir, melhor ficar quieta, de repente ele dentro de mim, um susto, tava ficando tão bom, só que um segundo e eu toda melecada. Agora dá tua cueca que eu me limpo ligeiro guri sai antes guria depois a gente se fala eu saio depois assim ninguém desconfia. A gente ainda se viu ali muitas vezes até que ele parou de me procurar, parou de me procurar, parou de me procurar... Então, que desespero que não passava! Dias de olhos inchados até que eu ver ele com a Jéssica, fiquei tão braba que em vez de puxar os cabelos dela puxei o Ederson pra salinha do quarto andar e então passou tudo. Depois deles, teve um monte mais, o Sander, o Belo, o Maiquel, o Chorro, ih!, uma porção de caras, e eles ficavam falando mal de mim, mas eu dizia que lá no interior é assim, a gente faz o que dá na telha, querendo dizer na verdade que EU faço o que dá na telha, não é homem que vai me dizer o que é certo ou errado.
Os últimos quatro anos eu vivi assim, o inferno do café-da-manhã pro Doutor Pontes e pra Dona Leonora, as tardes de varde com a criança, com tempo até para os temas de casa do colégio, e as noites na aula. No fim-de-semana, comecei a gostar de festa e bebida e, não vou mentir, pó – um amigo meu sempre me dava alguma coisa, mas era só um pouquinho, uma carreira, duas por noite que já tá bom.
ATENÇÃO: SE VOCÊ NÃO LEU A PRIMEIRA PARTE DESTA HISTÓRIA, DIRIJA-SE AO POST ABAIXO E, APÓS, RETORNE A ESTE. (ou faça de qualquer jeito mesmo, liberou geral, todo mundo pelado, é a lei do povo...)

Por que, Teodora? - PARTE 2

O jato saiu vigoroso nas primeiras tentativas, até meus dedos cansarem, nem meio tarro cheio e eu querendo chorar. E então a dor e o sangue na mão que me fez correr até a cama da mãe, para ouvir dela que minha filha é assim foi assim comigo vai ser assim contigo güenta firme que mamãe logo logo vai melhorar e tu também te acostuma.
Mas era tudo mentira, nos outros dias, nem a mãe melhorou e nem eu acostumei. Minha mão já não sangrava, era dura e com tanto calo que não dava para segurar a colher no almoço, tão grossa que não sentia o pêlo do cachorro e tão cinza que eu tinha vergonha de olhar, que dirá mostrar pros outros. E os dias foram assim de sofrimento até o pai nos acordar com um grito aquela noite, a mãe tinha morrido, meus filhos foi Deus quem quis eu já sabia mas por que nesta noite justo agora Ivo vai na vila Teodora vem cá minha filh... E eu tonta, tonta, tonta, nem vi nada, tudo pela metade, aquela gente lá em casa, a mãe na sala, o enterro no meio do campo, no nada, a mãe deixada lá, no nada.
Os dias que se seguiram foram os piores. Nos almoços, aquele silêncio, só o barulho das moscas, o Ivo irritado que tinha que fazer a comida, até que um dia, o pai de novo, minha filha tu já ta grande teu irmão te ajuda está na hora de assumir a cozinha. Então, o leite e mais a cozinha, só a aula de tarde um alívio. Mas de noite de novo, o jantar, junta a lenha, faz o fogo, aquece o almoço, e o silêncio na mesa, só que grilo, e não mosca.
Um dia aquilo tinha que acabar, e acabou. Rosaura, minha colega no colégio, disse que o Doutor Pontes, uns 5 mil hectares de terra, queria levá-la para a cidade, mas que não, ela não ia, então, tinha pensado, quem sabe eu... Foi na hora que pensei claro, e no outro dia que disse sim, e na mesma semana que arrumei uma trouxa e contei ao pai, ele querendo dizer não, mas dizendo nada e eu no ônibus pra Porto Alegre.

terça-feira, outubro 23, 2007

Como a vida real anda deveras sem graça - aliás, como costumam ser as vidas reais, todas -, este blógui apela para a ficção.
 
***
Por que, Teodora? - PARTE 1
 
Minhas lembranças mais antigas estão no estábulo. A mãe sentada em um banco invisível, tirando leite da vaca, eu criança à volta, brincando com o terneiro atado. Um dia gelado que do couro dos animais, do leite recém-tirado, do xixi dos animais, da minha boca, de tudo sai uma fumacinha. Até hoje, posso fechar os olhos e sentir o cheiro meio doce meio azedo que é de leite-bosta-mijo-pêlo-leite e que falando assim parece um nojo, mas na hora, e também agora, fecho os olhos, é tão bom...

Antes de encher os dois tarros, todo dia largados à beira da estrada e recolhidos pela caminhoneta da cooperativa, e ainda a panela de onde saía o leite do café-da-manhã, do café-da-tarde, do café-da-noite, a mãe me deixava ordenhar. No começo, eu forcejava tanto, mas não conseguia tirar mais do que um fino fio branco da vaca. Mais crescida, fui aprendendo. Minha mão recobrindo perfeitamente a teta menor, um pouco mais quentinha que meu corpo, os dedos em um ritmado sobe e desce, do fura-bolo ao mindinho, uma puxada seca final e então o jato espessos e estrondoso – shhhhhhhhhh! -no meu copo de vidro cheio de açúcar. E depois beber aquilo tudo, tanta espuma e um bigode branco para brincar.

A vida foi assim perfeita até aquele dia. Foi quando a mãe ficou doente pela primeira vez, eu com meus 12 anos. O pai me chamou de manhã cedo, ainda noite, e todo sério me disse filha mamãe hoje tá doente tu já tá grandinha vai tirar o leite hoje teu irmão te ajudar com o tarro e com o terneiro. E lá fui eu pro estábulo um pouco orgulhosa, um pouco nervosa. O Ivo já tinha embretado a vaca, atado o terneiro, era só fazer o que eu já fazia, só que desta vez um pouco mais. Bem mais. Lembro direitinho, me acomodei junto ao úbere com a solenidade de quem enfrenta pela primeira vez a responsabilidade. Tudo como sempre só que agora não um copo, mas um tarro e uma panela. Tudo diferente, então.

domingo, outubro 21, 2007


Hoje comprei um dos melhores presentes que já me dei na minha vida. No Free-Shop de Porto Alegre, eis que me deparo com uma bela caixinha contendo um delicado conjunto de Johnnie Walkers: uma garrafinha de black label, uma de green label, uma de gold label e uma de blue label. Acho que vou fazer um estudo quádruplo-cego. Ah, sozinho, que as garrafs são muito pequeninas para oferecer. Pra vocês, comprei um garrafão de red.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Enquanto gozo merecidas fehrias em Buenos Aires, vai uma cronica bacana da minha irma, Maria Dornelles. ¿Ou seria Maria Ribeiro?
 

O homem das baratas 
 

       Um estudo feito em algum país desenvolvido revela que a maior parte da população mundial, se submetida a uma avaliação psiquiátrica, se enquadraria em algum diagnóstico. Portanto, quem consulta um psiquiatra tem que estar preparado para receber o seu. Com a mesma impiedade com que a balança informa o excesso de peso, o Doutor decreta:

       - Você tem Transtorno Afetivo Bipolar.

       - Seu filho tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

       - A partir de hoje, você precisa tomar diariamente um medicamento que custa cento e cinqüenta reais a caixa com 30 drágeas, e que pode diminuir seu apetite sexual.

       Ou seja: você passou a ser louco, dependente e broxa.

       Psiquiatra não dá segunda chance. Uma vez diagnosticado, resta ao sujeito aceitar – ou não – sua nova condição. Não me atrevo a ir ao psiquiatra por isso. Sei muito bem do meu potencial para ser enquadrada nas doenças mentais mais graves dos manuais, com grau de variação proporcional ao meu humor no dia da consulta. Prefiro fazer análise, onde além de falar deitada sobre um divã bem confortável, não me dizem que sou Neurótica, Obsessiva e Histérica.

       Mereceu segunda chance um paciente de um grande manicômio de Porto Alegre no final dos anos 60. Acidentado, o sujeito foi encaminhado do Pronto-Soccorro para o manicômio, pois infernizava a vida dos enfermeiros gritando que baratas caminhavam entre sua pele e o gesso. Constatada uma das alucinações psicóticas mais comuns – insetos caminhando pelo corpo -, o psiquiatra não teve dúvida: Esquizofrenia.

       Mas o sintoma não cessava com a medicação, e o sujeito insistia nas baratas. Até o dia em que, numa consulta:

       - Peraí, Doutor, tem uma aqui agora mesmo, ó! – puxou o inseto esperneante pelas antenas, obrigando a equipe a tirar-lhe o gesso do tórax e constatar que, de fato, várias patinhas e anteninhas circulavam sobre a sua pele. Graças a uma barata, o cara teve sua segunda chance.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Três horas de Wii e estou todo suado, melado, nojento. Pai, mãe, Carioca e demais leitores da terceira, ops, melhor idade: Wii é o videogame da Nintendo em que teus movimentos segurando o controle na mão se trasnformam em comandos na tela - trocando em miúdos, um soco no ar é um soco no joguinho de boxe. Aliás, surrei o Tiago no boxe e depois caguei a pau a Maria Paula e depois tomei uma coça do Tiago. Três lutas, oito rounds (a última perdi por nocaute) e ao fim estava mais extenuado que o próprio boxeador jogado à lona. Diz a Débora Seco que trocou a academia pelo Wii. Bem que rolaria, só é preciso um aprimoramentozinho, para que as ações na tela correspondam um pouco mais ao movimento real, e eu já trocaria tranqüilo uma quadra de tênis por um quarto fechado. É a popularização do tênis. E do golfe. E do hipism... - não, do hipismo não.
Sempre tive uma queda por videogames. Tá, vamos ser diretos: sou viciado. Freqüentei por meses o JGA - Jogadores de Games Anônimos - até reconhecer o problema. Ali na paróquia da Igreja São Manoel, na Lucas de Oliveira, o grupo. Um monte de nerds, eu e mais o Clécio - um tiozinho que comprou um Mega Drive escondido da mulher e alugava quartos de motel para jogar sem ser ganho pela patroa.
Graças a Deus, hoje sei me controlar. Mas cada vez que chego perto de um aparelho sinto um treco. É como tomar a terceira dose de whisky, sobe aquele calor e de repente a gente acha que o mundo todo está aos nossos pés. Hoje mesmo, saí da casa dos pais da Rafa com uma bola na garganta, por ter de me afastar do Wii. Sensacional, o brinquedinho.
Só podia ser Nintendo, mesmo. A Nintendo é foda, sempre foi. Como todo mundo, comecei com Atari - não, nunca joguei telejogo e desprezava MSX. Primeiro o desespero cada vez que meu pai me ganhava no Megamania, e depois o encantamento com River Raid, Enduro, Heroe. Enfim, os clássicos, normal.
Mas não esqueço a primeira vez que vi um Nintendo. Foi na casa do Muski e do Jorge em Torres. Equipamento importado, coisa rara. Nossa, cheguei a ficar tonto de emoção esperando a minha vez de jogar Mario Bros. No enqtanto, quiseram a publicidade e o mercado que eu comprasse um Master System, e assim foi. Mas logo percebi que Alex Kid e seus bolinhos de arroz não eram páreos para Mario e Luigi e seus tubos e conexões. De maneira que assim que pude ganhei meu Nintendo, viciando-me instantaneamente em Maniac Mansion, aquele game maluco em que você apontava uma pessoa/objeto, uma ação e outra pessoa/objeto, de forma que a coisa mais divertida que tinha era PUT the HAMSTER into the MICROWAVE, experiência que, é claro, os americanos começaram a repetir em suas casas torrando vivos milhares de ratinhos de verdade. Para desespero de suas mães, sempre gordas e, bem... americanas.
Enfim, só o Nintendo rodava o Maniac Mansion e uma infinidade de jogos que fizeram minha vida mais feliz. E não foi por acaso que eu me tornei o primeiro porto-alegrense a ter um SuperNes, comprado na semana de lançamento nos EUA pela minha tia ou meu pai, não lembro bem, só sei que, salvo engano, custou US$ 200, o que era uma boa grana na época. E então vieram o Super Mario World e tantos outros games, até o Mario Kart, que enfim me levou a uma internação por quatro dias no Hospital Parque Belém e, após, a recomendação psiquiátrica para que freqüentasse o grupo da paróquia da São Manoel.
De forma que, mãe, pai, Rafa, me segurem, confisquem meus cartões de crédito e de forma alguma deixem eu passar por uma vitrina que exponha um Wii. Senão, acabo que nem esta aí abaixo, ó.

quinta-feira, outubro 11, 2007

- E aí, cumé que tá?

- De férias.

- Pô, bacana. Que tem feito?

- Nada.

- Na, peraê. Nada não existe.

- Filosofia numa hora dessas... Nada, pô! Tenho dormido, ficado na Internet, dormido mais um pouco...
- Tá, e os teus planos de ir à Bienal, tomar um chope na Casa de Cultura, um banho de sol nos brinquedos do Parcão ou em Ipanema?
- Ah, é. Ná, fiz nada disso, não. Pra falar a verdade, fiz uma coisa, sim: escrevi a matéria sobre a trip pra Bahia.

- Ah, é. Ducaralho. Como tava?

- Ô.

- Mas era tudo aquilo que tu me mostrou na Internet.

- Bah.

- Legal te ver, cara.

- Ahn han.

terça-feira, outubro 09, 2007

Voltei da Bahia. Pulei São Paulo. Vou pra Buenos Aires. Os jacarandás estão começando a florir no Portinho. 

segunda-feira, outubro 01, 2007

Gente, qualquer coisa liguem pro www.kiaroa.com.br. Vou passar uns dias lá a trabalho, escrever pro caderno Viagem.