terça-feira, outubro 18, 2005
Abro os olhos e ainda bem que tem a persiana para filtrar a luz. Devagar, por entre as lâminas, consigo distinguir o início de um temporal. Dá para ouvir os galhos chacolhando, as flores desabam, roxas. É como se tivessem vivido toda a vida só esperando aquele instante que agora tentam prolongar, o percurso do do jacarandá ao chão. Nesses segundos (dois? três?), cada flor é uma flor. Antes, lá no alto, minha vista míope nem distinguia uma da outra, eram um amontoado, roxo. Depois, na calçada, vão formar uma pasta que é divertida por ser colorida, por escorregar, por ser gosma. Mas agora, embaladas pelo vento, cada flor é uma flor. E cai. Uma, outra, outra, outra... até eu fechar os olhos. É domingo. É primavera.
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